segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Em defesa de uma pedagogia do diálogo e da cooperação

Os grupos orientam a sua acção colectiva por um conjunto de padrões e condutas sociais, de valores democráticos e pertença (identidades cultural e profissional), razões fundamentais para a construção de um projecto de cidadania. Uma cidadania que exige uma acção pró-activa, em detrimento de uma cultura do vazio.

É alimentado pela ideia de uma cidadania pró-activa que defendo uma pedagogia do diálogo e da cooperação entre grupos profissionais diferenciados, cujas funções exigem o aprofundamento de conceitos, métodos e metodologias de natureza técnico-científicas de distintas áreas do conhecimento; referência à Animação Sociocultural. É essa pedagogia do diálogo cooperativo arquitectada em práticas inovadoras e criativas de base educativa, provocadoras de mudanças sociais que importa discutir na quadro de intervenção das instituições com responsabilidades em matéria cultural e socioeducativa, sem descurar o alargamento do debate ao modelo de Animador desejado.

O acto de educar não é exclusivo dos agentes educativos clássicos. Ele é um acto livre, transversal ao serviço de um conjunto de agentes sociais, com destaque para os Animadores Socioculturais. Concebo o acto de educar como um processo facilitador de construção da cidadania, de transformação da pessoa num agente da mudança, crítico, capaz de fazer uma leitura socio-antropológica e política do mundo.

O campo de intervenção da Animação Sociocultural não pode ser transformado numa "coutada particular" de um grupo que por inerência de funções e por razões de ordem contratual se restrigem a um dos múltiplos campos de intervenção da Animação, no domínio educativo. Há um conjunto de saberes e competências que são exclusivas dos Animadores Socioculturais, facto que se deve à sua formação académica. Neste quadro de reflexão, parece-me fazer sentido, falar no exercício de uma pedagogia cooperativa entre instituições e agentes socioculturais, em detrimento de uma visão deturpada, redutora e asfixiante da Animação Sociocultural e do papel activo dos seus agentes.

É urgente que aconteça um debate cujo tema central em discussão seja o papel do Animador Sociocultural com formação específica (leia-se técnico-profissional e licenciatura em Animação) nas organizações comunitárias (bibliotecas, museus, ATL'S, movimento associativo, teatros e galerias, autarquias, casas de saúde, centros cívicos e comunitários, etc.). Certamente este espaço de discussão e de diálogo, base de uma possível cooperação estratégica entre os núcleos associativos dos Animadores e as organizações enquanto espaços formais e não formais privilegiados para o desenvolvimento de projectos de Animação Sociocultural. Será um espaço para aclarar dúvidas e contribuir para o "abrandamento" de protagonismos sombrios que insistem perturbar dinâmicas que se vão desenvolvendo de uma forma organizada e sustenda numa rede de compromissos que desejamos para os Animadores e para a Animação Sociocultural.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Boas Festas e Feliz Ano Novo

A Lapinha (Presépio Tradicional Madeirense)


Desejo a todos os leitores do Animação Sociocultural e Insularidade um feliz e santo Natal. Um tempo da mais profícua solidariedade e fraternidade entre os homens. Uma quadra de especial relevância para o mundo ocidental, expressa em momentos de doação quase irrepetíveis que traduzem o apelo colectivo e quase anónimo à construção de um mundo mais igualitário. Este é um tempo de convocar a multidão extasiada para o fabrico de respostas sociais que emergem do voluntariado como resposta à necessidade da dignificação da pessoa humana e dos valores que ela personifica.

Votos de um próspero ano 2009, rico na construção de uma sociedade mais justa, tolerante e receptiva à multiculturalidade.

sábado, 20 de dezembro de 2008

Autarquia prevê contratação de Animadores Socioculturais

A Autarquia de Gaia anunciou através do seu Vice-Presidente, Marco António Costa a contratação de agentes do social - Animadores Socioculturais e assistentes sociais - uma medida positiva e justificativa da aposta da edilidade no reforço das verbas para empresas municipais GaiaSocial e Gaianima, para execução dos respectivos programas de intervenção. Uma medida que é expressa no documento orçamental que define como grandes apostas as áreas da Educação, do Desporto e da Acção Social.

Fonte: Gaia Global

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

60º Aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos

A 10 de Dezembro de 1948, a Assembleia Geral das Nações Unidas adoptadou em Paris - a Declaração Universal do Direitos Humanos - um documento colossal para o reconhecimento da dignidade da pessoa humana, da igualdade dos seus direitos, a afirmação da liberdade, da justiça e da paz no mundo (tal como é referido no Preâmbulo da Declaração).

Para assinalar esta data incontornável na vida social e política da Europa, a União Europeia presta homenagem a todos os Homens defensores dos direitos humanos, cidadãos que lutam quotidianamente por uma causa maior; que por acreditarem na justiça e na fraternidade entre povos desafiam regimes políticos e denunciam ao mundo as atrocidades que violam em larga escala os Direitos Humanos.

Foi a pensar nesses Animadores dos Direitos Humanos que a ONU em 1998, adoptou a Declaração sobre os Defensores dos Direitos Humanos. Um documento que proporciona aos activistas dos Direitos Humanos o reconhecimento da importância da sua acção, bem como a necessidade de terem maior protecção. Curiosamente, a União Europeia seguiu o exemplo, e em 2004, publicou um conjunto de medidas que incentiva os Estados-membros a fazerem mais para apoiar os activistas em risco.

Acredito na utopia que alimenta a vontade e a esperança de homens e mulheres que lutam por causas nobres; causas maiores que os seus/nossos pequenos nadas. A vivência democrática da cidadania também se constrói na defesa dos Direitos humanos à escala de intervenção de cada Homem. Que papel deve a Animação Sociocultural exercer no sentido da promoção dos Direitos Humanos?

A conscientização para o valor ético, social, religioso, cultural e político da pessoa humana é o ponto de partida para um trabalho comunitário de base; um exercício de cidadania que busca a concreterização efectiva da Declaração dos Direitos do Homem. Este documento deve acompanhar os Animadores no seu trabalho de intervenção com os grupos, ele deve ser trabalhado desde os movimentos cívicos e também, nas práticas de intervenção socioculturais; na mobilização dos colectivos para causas maiores, enfim, no concreterizar de utopias que se cruzam com os direitos fundamentais do Homem.

Cada Animador deve alimentar um pouco a utopia que move centenas de cidadãos anónimos pela defesa e dignidade integral do Homem.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

A necessidade do trabalho em rede

As instituições vivem momentos conturbados; uma situação factual que merece um olhar mais atento e a manifestação de sérias reservas no desenvolvimento de projectos socioculturais. Este domínio de acção é o mais penalizado no orçamento público, razão que exige soluções alternativas, concretas e eficazes na continuidade do trabalho cultural com os colectivos.

O trabalho de pareceria não é a solução milagrosa para os males financeiros, mas, é certamente a solução para a concreterização de projectos que resultem na fabricação de uma cidadania activa e comprometida com o local. O trabalho de Animação Sociocultural exige um compromisso com - entidades público-privadas, com o movimento associativo de base e com agentes culturais que no quotidiano contribuem para a consolidadação da democracia cultural - uma panóplia de actores sociais capazes de provocar uma rede de sinergias que alimentarão uma ideia, que construirá um caminho e será um contributo valioso na concreterização de um projecto.

O protagonismo no domínio da intervenção sociocultural é uma conquista dos actores sociais anónimos, um status que se dilui com o trabalho em rede, uma perda que muitos Animadores Socioculturais e as instituições que patrocinam o seu trabalho não desejam perder para o "Outro".

Continuo a defender a necessidade de construirmos uma rede de parceiros no desenvolvimento de projectos de Animação Sociocultural. São inúmeros os potenciais âmbitos de intervenção da Animação Sociocultural no século XXI, e perante esta realidade, os Animadores têm que desenvolver uma rede de trabalho sustentada em parceiros de áreas multidisciplinares, no sentido de uma maior e melhor coordenação de esforços no processo criativo de intervenção.

Esta ideia é extensível à prática associativa. Não concebo um projecto associativo sustentável que esteja alicerçado somente em ideais, é fundamental que a concreterização de projectos seja uma presença efectiva e transversal na acção dos dirigentes. Hoje a realidade do movimento associativo sofreu profundas mutações sociais. A necessidade do trabalho em rede é extensível ao associativismo de classe profissional, cultural e recreativo. Os dirigentes só alcançarão os intentos definidos nos seus programas de acção, quando houver um trabalho de base sustentável nas parcerias com os seus congéneres.

O trabalho em Animação Sociocultural será mais completo se ganhar efectivamente o trabalho em rede com os demais parceiros socioculturais e educativos. O protagonismo será sempre dos actores sociais anónimos.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Número 2 da Revista Práticas de Animação

Está disponível o número 2, da Práticas de Animação, um projecto editorial da responsabilidade da Delegação Regional da Madeira da APDASC.

Este número volta a contar com um conjunto de personalidades - investigadores, docentes e animadores - de Portugal, Espanha, Venezuela e Brasil; uma participação que para nós é sinónimo de afirmação sustentável do projecto e de estímulo para continuar a acreditar que é possível construir alternativas.

Os artigos agora publicados continuam a marcar os temas actuais do debate em Animação Sociocultural e os seus âmbitos. São investigações, experiências e reflexões que merecem e devem ser partilhadas democraticamente com todos aqueles que se interessam pela Animação Sociocultural.

O próximo número estará on-line, em Outubro de 2009. Até lá, boas leituras.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

"Caminhos da Animação"

O VI Colóquio "Caminhos da Animação" e as "III Jornadas de Animação Sociocultural", são um projecto dinamizado pelos alunos do 3º ano do Curso de Animação Sociocultural da Escola Superior de Educação de Beja. De acordo com a organização estas iniciativas pretendem ser um espaço de reflexão e intercâmbio de experiências nos diferentes âmbitos de intervenção da Animação.

Esta iniciativa é um meio de divulgação da Animação Sociocultural, enquanto instrumento de intervenção nos mais variados domínios: na educação, na cultura, na acção social e no desenvolvimento local, também na criação de públicos, gestão e programação cultural.

A abragência da discussão de temas transversais aos âmbitos da Animação Sociocultural propostos nesta iniciativa, são um convite há participação de profissionais, alunos e docentes, no sentido de gerar-se uma discussão frutífera e uma partilha de saberes e experiências nos diferentes domínios em análise.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

PEAS 2008 - Projectos e Experiências em Animação Sociocultural

A Delegação Regional de Lisboa e Vale do Tejo da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento da Animação Sócio-Cultural organizará o PEAS 2008 - Projectos e Experiências em Animação Sociocultural.

A iniciativa realizar-se-á no dia 10 de Dezembro, em Santarém, no auditório da Delegação do Instituto Português da Juventude local e na Escola Superior de Educação de Santarém.

O programa proposto pela organização divide-se em duas partes: no período da manhã haverá a apresentação de comunicações que de acordo com os temas divulgados, cruzam os vários âmbitos de intervenção da Animação Sociocultural. As Oficinas de Animação decorrerão no período da tarde.

As inscrições são gratuitas e decorrem até o dia 09 de Dezembro. Elas podem ser realizadas na Escola Superior de Educação de Santarém ou através do e-mail del.lvt@apdasc.com, brunomoita10@gmail.com, animadorcultural@sapo.pt, ou ainda através de telemóvel para 917146257 (Bruno Alves) e 917421434 (Carlos Colaço).

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Os projectos culturais: que modelo(s) de financiamento? Que modelo de profissionais para a cultura?

A discussão sobre o financiamento dos projectos culturais retoma protagonismo, pelo facto de estarmos em vésperas da discussão e aprovação dos orçamentos de Estado, das Regiões Autónomas e das Autarquias para 2009, e quando é sabido que continuará a haver uma redução dos apoios públicos ao sector cultural.

Esta realidade inflige um duro golpe nos projectos culturais associativos, provocando uma paralisia no acto da criação cultural, da promoção da cidadania cultural, da continuidade da intervenção cívica, contributo privilegiado para a descentralização e democracia culturais, e consequentemente, de um projecto global - a educação para a cultura - ideia multidisciplinar que não se encerra com o trabalho desenvolvido na escola.

As novas realidades sociais, económicas e culturais sobejamente conhecidas, que não serão fáceis de driblar, apontam para duas saídas possíveis:

1ª - Os agentes culturais têm que recorrer a programas comunitários no domínio da cultura, um desafio que tem que acontecer através do estabelecimento de parcerias público-privadas com as entidades culturais ou através de um trabalho em rede entre as associações culturais.

2ª - As autarquias não podem demitir-se das suas obrigações em matéria de cultura, ou seja, têm que rever prioridades no apoio ao movimento associativo cultural, nomeadamente, apoiando projectos, e não, facilitando apoios anuais que em alguns casos não são justificados pelas entidades apoiadas. Este facto, não anula o papel do Poder Local na concretização de projectos socioculturais de relevo municipal e na continuidade ou definição de uma política cultural sustentada na matriz da Animação Sociocultural.

No passado mês de Outubro, realizou-se o I Fórum da Cultura na Madeira, cujas conclusões encontram-se no portal culturede. Da leitura das conclusões quero salientar algumas das ideias vincadas no documento: programação cultural e profissionalização dos programadores e dos agentes culturais. Estas duas ideias centrais merecem uma discussão e reflexão que não pode ser adiada e remete-nos para a figura e o papel do Animador Sociocultural.

Tenho defendido neste espaço de intervenção e em outros escritos, a imperatibilidade dos Animadores Socioculturais possuirem uma bagagem de conhecimentos e competências de acordo com as múltiplas realidades sociais e culturais, quer isto dizer, que é fundamental que os Animadores tenham conhecimentos de programação e gestão culturais, certamente uma resposta ao nível de projectos e dos equipamentos culturais. Se hoje a Madeira reclama a profissionalização dos agentes culturais, as instituições de Ensino Superior têm o dever público de responder positivamente a esta realidade. As competências instrumentais que reclamamos para os Animadores é sugerido no documento "Implementação do Processo de Bolonha a nível nacional. Grupos por Área de Conhecimento PSICOLOGIA e CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO".

Por outro lado, é fulcral que as dinâmicas socioculturais que vão acontecendo no território não sejam entendidas pelas Instituições do Poder Regional e Poder Local como acções de simples programação e gestão culturais. Os animadores são uma mais valia ao nível dos recursos humanos para a concretização da ideia de profissionalização dos agentes culturais, e certamente, será um nicho de empregabilidade à micro escala. Esta é uma realidade a explorar no contexto insular. Os Animadores têm que se aventurar na descoberta criativa de novos caminhos para a empregabilidade.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Notas sobre o II Encontro Regional de Animação Sociocultural

A discussão e reflexão sobre questões teóricas e associadas à prática da Animação Sociocultural estiveram em destaque no II Encontro Regional de Animação Sociocultural (ERASC), no Funchal, no passado dia 07 de Novembro.

A Delegação Regional da Madeira da APDASC, estutura associativa responsável pelo projecto, foi categórica na planificação do ERASC, quando assumiu através do programa proposto a universalidade do debate sobre a Animação Sociocultural. Estamos convictos de que é importante continuar com este modelo de iniciativa no território insular; procurando sempre adaptar as metodologias de trabalho e os temas à realidade regional. É fundamental implusionar uma dinâmica activa de intervenção, de debate e reflexão com os intervenientes nos painéis em discussão.

A nomenclatura "Encontro Regional" não pode ser sinónimo de "regionalismo", pelo contrário, tem que continuar a privilegiar a abertura à reflexão teórica que acontece no território nacional, comungando com a prática desenvolvida na região, sustentada nas metodologias da Animação Sociocultural e desenvolvida através de projectos socioculturais e educativos em múltiplos contextos sociais.

É importante a abertura do espírito aos novos âmbitos de discussão e intervenção da Animação Sociocultural. Estas iniciativas são espaços de reflexão, de (des)encontro de teorias e práticas socioculturais, de suscitação de inquietudes e de fomento da Animação Sociocultural no espaço geográfico insular. Temos a consciência de que é preciso adaptar metodologias de trabalho, uma posição em favor de uma maior envolvência e participação de todos. Esta ideia não invalida a continuidade da abertura do ERASC à participação de investigadores com mérito no âmbito da Animação Sociocultural, capazes de provocarem novos entendimentos acerca do posicionamento da Animação e dos novos âmbitos de intervenção que estão a ganhar projecção no século XXI.

Encontros do género não são espaços de fabricação de soluções para as diferentes realidades sociais. Eles são um espaço de divulgação de projectos inspirados nas metodologias da Animação Sociocultural, que entendemos que a sua divulgação contribuirá para uma consciencialização pública sobre as questões da Animação. Esta ideia não pode ser desvirtualizada em favor de interesses individuais. Este facto originou a necessidade de planificarmos outros projectos formativos localizados, ou seja, com temas específicos de teor eminentemente prático.

A Delegação Regional da Madeira da APDASC continuará a trabalhar com a mesma determinação para que o III Encontro Regional de Animação Sociocultural seja uma realidade e comungue dos princípios que defendemos.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Breves

O II Encontro Regional de Animação Sociocultural - "A Animação Sociocultural e os Grupos Sociais" organizado pela Delegação Regional da Madeira da APDASC acontecerá no dia 07 de Novembro, no auditório Museu da Electricidade - Casa da Luz, no Funchal. Este projecto pretende promover a Animação Sociocultural, enquanto área de intervenção em expansão na Região, proporcionando um espaço colectivo de debate e reflexão de ideias, conceitos e práticas profundamente interrelacionadas com a Animação Sociocultural, numa prespectiva multidisciplinar.

Paralelamente à realização do II Congresso Iberoamericano de Animação Sociocultural realizado sob a égide da Rede Ibero-americana de Animação Sociocultural (RIA), foi eleita a nova Junta Directiva da RIA para o biénio 2008/2010 e apresentado os Nodos que estão em funcionamento e/ou em fase de criação, como é o caso do Nodo português. Aqui fica o convite a todos aqueles que queiram associar-se, um acto que é um contributo activo para o fortalecimento da RIA, através dos seus Nodos.

sábado, 1 de novembro de 2008

APDASC promove acção de formação

A Associação Potuguesa para o desenvolvimento da Animação Sócio-Cultural (APDASC) promove nos dias 26, 27 e 28 de Novembro de 2008, a acção de formação "Programação e avaliação de actividades artísticas, lúdicas e sociais". Esta iniciativa decorrerá na sede do Corpo Nacional de Escutas - Agrupamento 24, na Vila de Cucujães.

Esta formação tem como objectivos: estimular para a inovação na programação de actividades artísticas, lúdicas e sociais; desenvolver a capacidade de programar com eficiência e eficácia; incrementar métodos correctos de avaliação de actividades.

A frequência desta acção de formação está sujeita a inscrição, que deverá ser realizada até o dia 24 de Novembro. Os associados da APDASC e/ou da Rede Iberoamericana de Animação Sociocultural (RIA) gozam de um desconto de 50% sobre o valor da inscrição.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

A multiplicidade da oferta de cursos e acções de formação em Animação

Em tempo que considerei oportuno, reflecti e expões algumas ideias sobre a multiplicidade da oferta de cursos de Animação, com destaque para uma realidade que tem maior expressividade, no processo de "recrutamento" das instituições de ensino sobre os potenciais candidatos aos cursos de grau técnico-profissional e de grau de licenciatura.

Em matéria de ensino técnico-profissional e no que aos cursos de Animação Sociocultural respeita, manifesto com as devidas reservas, a minha posição favorável à sua existência no plano actual, no sentido da uniformização da nomenclatura e do plano de estudos do curso. Certamente, um exercício de uma equipa de trabalho com saldo positivo. Esta posição, não justifica o facto de eu assumir uma postura contrária, quando assistimos a uma proliferação profundamente exagerada do número de escolas que leccionam o curso técnico-profissional de Animador Sociocultural.

Estou em crer que esta realidade continua a ser provocadora de instabilidade socioprofissional entre os Animadores, da qualidade formativa dos futuros agentes da Animação e certamente, da variabilidade do grau de exigência manifestado pelo corpo docente. Mas, não esqueçamos que há escolas que empregam Animadores Socioculturais, graças, aos cursos de Animação.

Volvido algum tempo sobre o debate acerca do Processo de Bolonha, e em matéria de Ensino Superior, parece-me que este sofreu uma "revolução" pacífica. Uma oportunidade perdida para os cursos de Animação. Defendo uma linha de acção "transformadora" para os cursos superiores de Animação; matéria que poderá ser lida em outros escritos. Continuo a assumir a posição inicial, ou seja, a uniformização das nomenclaturas dos cursos de Animação ao nível das licenciaturas (1º Ciclo) e respectivos planos de estudos. Justifico esta posição, pelo facto dos mestrados (2º Ciclo) possibilitarem as tão almejadas especializações no âmbito profissional da Animação.

Um outro ponto que merece reflexão e tomada de consciência são as acções de formação de curta duração que versam sobre a Animação e seus âmbitos. Estas unidades formativas não devem ser percepcionadas como um mal maior; talvez uma resposta menos conseguida e mal enquadrada no contexto de intervenção da Animação. Entendo a sua existência e o recursos dos Animadores à sua frequência, pois, certamente acontece, como um momento de aprendizagem permanente, de aquisição de conhecimentos específicos sobre possíveis âmbitos profissionais.

Esta realidade não é mais do que a crescente procura de acções formativas em Animação e a falta de regulamentação legal que discipline a leccionação destas formações, que no fim da sua frequência habilita o formando para o exercício da prática da Animação Sociocultural. Este facto consolida a necessidade de legislar sobre esta e outras matérias de interesse primordial para os Animadores Socioculturais, com vista, a definir o seu lugar no "pódio" das categorias profissionais.

Novo número da Revista Ibero-americana Animador Sociocultural

Está disponível o novo número da Revista Ibero-americana Animador Sociocultural, correspondente ao ano 3 - número 1 - Out2008/Abr2009.

Destacamos a boa participação portuguesa, com os artigos: " A importância da animação comunitária como modelo e metodologia de intervenção social e comunitária no contexto da educação não formal" Paula Susana da Silva Correia, “Contributos da animação socioeducativa para uma pedagogia de lazer” da autoria de António Fachada e "Realidades e alternativas do tempo livre na Adolescência um estudo sobre a população escolarizada no concelho de Esposende na prespectiva da animação sociocultural" por Sara Margarida de Matos e Cepa.

Este número do periódico oficial da Rede Ibero-americana de Animação Sociocultural presta um tributo a temas transversais à Animação Sociocultural – o lazer, os tempos livres e a educação não formal – ideias e conceitos que têm merecido reflexões e contributos importantes de todo o espaço ibero-americano, especialmente, a temática do lazer, com forte presença desde o Brasil.

A Animação da Democracia (II)

Os conselhos municipais de juventude, educação e/ou de cultura são estruturas democráticas de participação da comunidade, mas, limitada. A apresentação de propostas ao executivo municipal por parte dos conselhos municipais são uma formalidade com pouca expressividade nas decisões políticas, isto porque, os conselhos municipais são órgãos consultivos do Poder Local.

Este modelo de participação cidadã e de animação da democracia nos municípios é certamente um processo comunitário que merece ser mais estimulado pelo poder político, projectando as necessidades, vivências e aspirações dos movimentos sociais de base na vida local.

Hoje há outros instrumentos de animação cidadã para a participação na vida comunitária local, desde uma prespectiva política e não somente, pela via partidária. O Orçamento Participativo é um instrumento democrático de maior representatividade da vontade expressa pela comunidade e com algum poder deliberativo no que concerne ao orçamento municipal.

O Orçamento Participativo interpela o poder governativo municipal para uma acção política em conformidade com o sentido de participação vinculativa das pessoas e de dignificação da própria democracia. Em 2002, o Município de Palmela contribuiu para a história dos municípios portugueses, com a introdução do modelo de Orçamento Participativo, enquanto modelo democrático de participação activa da comunidade local. Outras câmaras municipais e juntas de freguesia portuguesas seguiram-lhe o exemplo, adoptando esta metodologia moderna de animar a democracia, à semelhança de outros países da América Latina, cujo exemplo mais divulgado vem de Porto Alegre, no Brasil.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

A Animação da Democracia (I)

A Animação continua a ser entendida por alguns sectores da sociedade civil como uma metodologia de intervenção restrita ao domínio das suas modalidades: educativa, cultural e social. Parece-me importante provocar novas formas de entender a Animação, no sentido prático desta e no contexto sociopolítico da sociedade actual.

Entendo que o acto de democratizar a democracia não se resume ao simples facto de vivermos numa sociedade pluralista do ponto de vista, das vivências político-partidárias. Democratizar é educar os cidadãos para tomarem parte activa no debate dos verdadeiros problemas que afectam o seu quotidiano. A Animação da democracia concretiza-se em acções de sensibilização dos actores sociais no sentido, de educá-los para se agruparem em movimentos cívicos revindicativos, facultando-lhes instrumentos para uma acção colectiva em prol do bem comum.

Animar a democracia tem que ser um acto quotidiano de cada cidadão, mas, de forma especial, daqueles que têm responsabilidades de gestão da causa pública; um dever moral para com todos os concidadãos que depositaram um voto de confiança na sua acção política.

Creio que a melhor forma de animar a democracia passa pela Animação local, por um trabalho do Poder Local com os cidadãos; um trabalho de envolvimento das pessoas nas tomadas de decisão em matéria que lhes diga directamente respeito, nomeadamente, à vida comunitária. Um compromisso político com o cidadão e com a democracia.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Curso de Formação de Animadores

O Instituto Português da Juventude (IPJ) através da Direcção Regional do Algarve, em parceria com a Associação para a Promoção Cultural da Criança (APCC), promoverá entre os dias 25 de Outubro e 16 de Novembro, um curso de formação de Animadores de Campos de Férias, que decorrerá nas instalações do IPJ de Faro.

A formação é composta por oito módulos, num total de 56 horas. O objectivo principal é proporcionar uma formação base para o desempenho da função de animador. Podem inscrever-se todos os interessados com idade igual ou superior a 18 anos e com o 11º ano de escolaridade. Após a conclusão do curso de formação e de acordo com as necessidades em matéria de recursos humanos da APCC, serão seleccionados animadores estagiários para o desempenho de funções nos campos de férias promovidos por esta instituição.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Motor de dinâmicas socioculturais

A cultura assumida através das muitas manifestações artísticas - no domínio da criação e/ou da promoção - são um contributo estratégico para a educação das populações. Um modelo educativo sustentado em dinâmicas não formais e nas parecerias institucionais de cariz local.

As zonas rurais da Madeira têm ganho uma dinâmica sociocultural importante na perspectiva da animação das gentes rurais e do território. Esta realidade que começa a ganhar alguma sustentabilidade no território regional, é o resultado da existência dos Centros Cívicos - equipamentos polivalentes, motores de dinâmicas locais e provocadores de novos laços de sociabilidade - nomeadamente, na visão colectiva que os grupos sociais têm da importância social e cultural dos novos equipamentos colectivos.

Hoje, as novas realidades socioculturais locais exigem um outro olhar sobre o território, uma nova abordagem de desenvolvimento e de crescimento sustentado. O desenvolvimento cultural comunitário é responsabilidade de um conjunto de instituições locais; um projecto comunitário facilitador de uma relação de proximidade com a cultura, de construção de novas prespectivas de afirmação da comunidade e de dinamização do território.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Quem quer aplaudir?

Entendo que a Convenção Colectiva de Trabalho entre a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade e a Federação Nacional dos Sindicatos da Educação continua a merecer uma reflexão sobre alguns pontos, que do meu ponto de vista, poderão suscitar dúvidas e várias interpretações; quer do ponto de vista da entidade empregadora, quer do posicionamento do agente contratado.

A referida Convenção define as funções a exercer pelo Animador Cultural. Ele "Organiza, coordena e ou desenvolve actividades de animação e desenvolvimento sociocultural junto dos utentes no âmbito dos objectivos da instituição; acompanha e procura desenvolver o espírito de pertença, cooperação e solidariedade das pessoas, bem como proporcionar o desenvolvimento das suas capacidades de expressão e realização, utilizando para tal métodos pedagógicos e de animação".

Face ao exposto, a Convenção de Trabalho não específica se as funções atrás descritas, são exclusivas do Animador de grau I (licenciado) ou de grau II (12º ano de escolaridade ou habilitações equivalentes). Este vazio legislativo origina um possível "mal-estar" no sentido, da ausência de uma clarificação das funções do Animador de grau I e de grau II, em favor da entidade patronal.

No quadro da definição de funções (anexo I) da Convenção Colectiva de Trabalho, o técnico de actividades de tempos livres (ATL) está afecto à classe dos trabalhadores sociais, cujas funções são: actuar "... junto de crianças em idade escolar, com vista à sua ocupação durante o tempo deixado livre pela escola, proporcionando-lhes ambiente adequado e actividades de carácter educativo;...". Em termos de carreira este profissional está integrado na área dos profissionais altamente qualificados: Administrativos, comércio e outros.

Parece-me que há matéria para reflexão e debate entre o círculo profissional dos Animadores Socioculturais e não apenas, matéria para aplausos pelo reconhecimento da figura - Animador Cultural com grau de licenciatura -, alcançado através da revisão global da Convenção Colectiva de Trabalho.

domingo, 14 de setembro de 2008

Cara ou Coroa?

O fim da época estival presenteou os Animadores portugueses com boas notícias - o reconhecimento do Animador (Socio)Cultural com grau académico de licenciatura no sector privado - uma medida firmada na Convenção Colectiva de Trabalho (CCT) assinada entre a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade e a Federação Nacional dos Sindicatos da Educação e outros.

Esta nova regulamentação laboral vem pôr cobro a um factor de desigualdade socioeconómica e de progressão na carreira entre os Animadores que exercem funções no sector privado, nomeadamente nas Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e os colegas do sector público. Podem aplaudir tal medida, que entendo ter acontecido, por arrastamento de situação idêntica de outros profissionais, enquadrados jurídicamente na categoria dos trabalhadores sociais de acordo com CCT.

Cautela ... Não podemos entrar em estado de euforia, quando sabemos que as IPSS vivem num estado permanente de dependência financeira. A nova Convenção de Trabalho define na cláusula 2ª, ponto 2, que "As tabelas salariais e cláusulas de expressão pecuniária vigoram pelo período de um ano e produzem efeitos a partir de 1 de Janeiro de cada ano."

Até ao presente momento, os Animadores licenciados que têm um contrato de trabalho firmado com as IPSS para o exercício de funções de Animação Sociocultural, estão a usufruir de uma remuneração mensal equivalente ao Animador de grau II, de acordo com a Convenção revogada pela actual; o que classifico como uma tremenda injustiça social.

Neste sentido cada trabalhador está no pleno direito de exigir à instituição empregadora a actualização da categoria profissional, desde que reúna as condições legais exigíveis. A CCT na cláusula 6ª, ponto 2, diz que "As carreiras profissionais dos trabalhadores abrangidos pela presente convenção são regulamentadas no anexo II, sendo que a fixação de períodos de exercício profissional para efeitos de progressão na carreita não impede que as instituições promovam os seus trabalhadores antes do seu decurso."

Estamos perante uma nova realidade social em matéria de emprego no sector privado. Foram abolidos factores de descriminação relativos à categoria e de carreira dos Animadores nas IPSS. Agora temos duas classes distintas - Animadores Culturais de grau I e Animadores de grau II. As instituições vivem sérias dificuldades económicas associadas a uma dependência permanente das comparticipações financeiras do Estado. Face a esta "ponta do icebergue", elas serão capazes de actualizar as categorias profissionais para os Animadores licenciados? Ou seguirão o caminho mais fácil: a contratação de Animadores de grau II?

Uma outra realidade que facilmente esquecemos é que muitos dos profissionais das IPSS "sobrevivem" com um contrato de trabalho que é renovado por um período de médio/ longo prazo, gerador de instabilidade social, económica e até afectiva. Não creio que as instituições empregadoras actualizem no curto prazo, as carreiras e categorias dos seus colaboradores. Talvez os Animadores tenham que escolher, cara ou coroa? Quer isto dizer, continuam com a categoria que têm ou poderão enviar o currículo para outras instituições.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Convenção Colectiva de Trabalho reconhece Animadores licenciados

A revisão global da Convenção Colectiva de Trabalho (CCT) entre a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade e a Federação Nacional dos Sindicatos da Educação e outros, publicada no Boletim de Trabalho e Emprego, n.º 32, de 29 de Agosto de 2008, reconhece a figura profissional - Animador Cultural - com o grau académico de licenciatura.

No CCT, o Animador Cultural está enquadrado na classe dos trabalhadores sociais, sendo-lhe atribuídas as seguintes funções (Anexo I):

"... Organiza, coordena e ou desenvolve actividades de animação e desenvolvimento sociocultural junto dos utentes no âmbito dos objectivos da instituição; acompanha e procura desenvolver o espírito de pertença, cooperação e solidariedade das pessoas, bem como proporcionar o desenvolvimento das suas capacidades de expressão e realização, utilizando para tal métodos pedagógicos e de animação."

Constitui condição de admissão para o exercício das funções de Animador Cultural de grau I, a titularidade de licenciatura; e para o desempenho de funções de Animador de grau II, possuir o 12ª ano de escolaridade ou habilitações equivalentes, ou ainda, formação profissional específica.

A carreira do Animador Cultural de grau I desenvolve-se pelas categorias de 3ª, 2ª e 1ª. De acordo com o anexo IV e a Tabela A (retribuições minímas de 1 de Janeiro a 31 de Dezembro de 2008), do anexo V do CCT, o profissional de nível 3, tem uma retribuição mínima de de 999 euros; ao de nível 2, corresponde o valor de 1061 euros e ao profissional de nível 1, a retribuição de 1138 euros.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Programa do II Congresso Iberoamericano de Animação Sociocultural

Já haviamos anunciado a realização do II iberanima - Congresso Iberoamericano de Animação Sociocultural, que decorrerá em Béjar e Plasencia (Espanha), entre os dias 16 e 18 de Outubro. Uma organização da Rede Iberomaricana de Animação Sociocultural e da Universidade de Salamanca. Aqui fica o programa do congresso.

16 octubre


9’30 h. Recepción de participantes y entrega de credenciales y documentación. Salón de Actos de la Escuela Universitaria de Béjar.
10’30 h. Apertura Oficial por parte de Autoridades.
Ilmo. Sr. Alcalde de Béjar.
Ilmo. Sr. Alcalde de Carbajosa de la Sagrada.
Sr. Rector Mfco. de la Universidad de Salamanca.
11’00h. Presentación del congreso.
Prof. Dr. Víctor J. Ventosa. Presidente de la Red Iberoamericana de Animación Sociocultural (RIA).
11’30 h. Pausa-café.
12’00 h. Conferencia Inaugural: “Los agentes de la ASC: papel de los profesionales, de la población y de las instituciones”. Prof. Ezequiel Ander-Egg. Consultor de la UNESCO.
13’00h. Debate.

16’00 h. Mesa 1/panel: “El papel de la Administración en las Políticas y programas de
ASC”.
Modera: Prof. Dr. Antonio Víctor Martín. Universidad de Salamanca. España.
Intervienen: Ilma. Sra. Susana Martín. Directora del Instituto de la Juventud de Extremadura. Consejería de los Jóvenes y del Deporte de La Junta de Extremadura. España.
Prof. Dr. José A. Caride. Sociedad Iberoamericana de Pedagogía Social. Universidad de Santiago de Compostela. España.
Prof. Dr. Xavier Ucar. Universidad A. de Barcelona. España.
Dña. Águeda Arranz y D. Pedro Cenalmor. Ayuntamiento de Carbajosa de la Sagrada. España.
Prof. Pablo Waichman. Instituto Superior de Tiempo Libre y Recreación del Gobierno de Buenos Aires. Argentina.
18’ 00 h. Pausa
18’15 h. Presentación de Comunicaciones sobre: “Políticas, programas y equipamientos
socioculturales y de tiempo libre”.
19’30 h. Recorrido turístico por el casco histórico y entorno de Béjar.

17 octubre

9’30 h. Mesa 2/Panel: “El papel de la comunidad y sus organizaciones en la ASC”.
Modera: Prof. Dr. Alfonso de Maruri. Universidad Pontificia de Salamanca.
Intervienen: Prof. Dr. José V. Merino. Universidad C. de Madrid. España.
Prof.Dr. Víctor Andrade de Melo. Universidad Federal de Rio de Janeiro. Brasil.
Prof. Mario Viché. Universidad Nacional de Educación a Distancia (UNED). España.
Prof. Fabián Vilas. Foro Permanente de Tiempo Libre y Recreación. Uruguay.
11’30h. Pausa-café
12’00 h. Presentación de Comunicaciones sobre: “Participación, asociacionismo y animación
sociocultural”.

16’00 h. Mesa 3/panel: “Los perfiles profesionales de la ASC.
Intervienen: Prof. Dr. Américo Nunes. Universidad de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). Portugal.
Profa. Dra. Mª José Aguilar. Universidad de castilla-La Mancha. España.
Prof.Dr. Marcelino de Sousa. UTAD. Portugal.
Prof. Dr. Avelino Bento. Escuela Sup. de Educación de Portalegre. Portugal.
18’00h. Pausa.
18’ 15 h. Presentación de Comunicaciones sobre:
“Perfiles, niveles, y formación de los animadores socioculturales”.
19’30h. Presentación de publicaciones de Animación Sociocultural de la RIA.
21’30h. Espectáculo artístico. Teatro Cervantes.
Béjar.

18 octubre

9’00 h. Viaje a Plasencia en Autocares.
10’00h. Saludo y bienvenida. Ilma. Sra. Alcaldesa de Plasencia. Complejo Santa Ana. Plasencia.
10’30h. Asamblea general de la RIA (elección nueva Junta Directiva y presentación de Nodos).
11’30h. Conferencia de Clausura: “Perspectivas profesionales de la ASC: una mirada internacional”. Prof. Dr. Jean-Claude Gillet. Universidad de Burdeos. Francia.
12’30 h. Acto de Clausura y entrega de certificados de asistencia. Excmo. Sr. Consejero de los Jóvenes y del Deporte de la Junta de Extremadura.
13’00 h. Visita a equipamientos y programas de animación juvenil de la Junta de Extremadura en Plasencia.
15’00h. Vino español de despedida. Espacio para la Creación Joven.
16’00h. Regreso a Béjar-Salamanca en autocar.

ACTIVIDADES COMPLEMENTARIAS

- II Feria Iberoamericana de Animación Sociocultural: durante los días del Congreso, se habilitará un espacio común para exposiciones, talleres y venta de publicaciones de animación sociocultural y espectáculos de animación cultural.
- Recorrido turístico por el casco histórico y entorno paisajístico-natural de Béjar (Salamanca).
- Visita a equipamientos de animación juvenil en Plasencia (Cáceres).

Mais informações e inscrições, clique aqui.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

"Ser Solidário"

"Ser Solidário" é o mote da 2ª edição do projecto de solidariedade social - on fusion art by Port Bay - que decorrerá entre os dias 12 e 14 de Setembro, na Zona Velha da Cidade do Funchal, uma organização do grupo hoteleiro Porto Bay.

De acordo com a organização este projecto pretende implusionar a Zona Velha, a recuperar a sua centralidade na animação social e cultural da cidade.

"E foi com satisfação que este grupo de trabalho sentiu de imediato a pressão positiva de artistas e voluntários que desejam participar e contribuir para o evento, bem como o de empresas e instituições que mais uma vez mostram vontade de apoiar e de se associar a esta iniciativa que através de um conjunto de intervenções culturais pretende dinamizar a zona histórica da cidade e praticar valores de solidariedade social".

No seguimento da 1º edição do on fusion art by Port Bay as actividades propostas são: exposições de pintura, escultura, fotografia, artesanato, vídeo, instalações de design; realização de obras ao vivo por alguns dos artistas, durante o fim de semana do evento; animação de rua e espectáculos de música ao vivo.

sábado, 23 de agosto de 2008

A Animação do Património

Foi tornado público por José do Nascimento, responsável máximo da Direcção Regional da Cultura do Alentejo (DRCALEN), que as ruínas romanas de Miróbriga, no Concelho de Santiago do Cacém serão classificadas como Monumento Nacional, no âmbito da reavaliação dos monumentos do Alentejo. Estas ruínas estavam classificadas desde 1940, como Imóvel de interesse Público.

No que respeita às ruínas romanas de Miróbriga, está em negociação entre a DRCALEN, a autarquia de Santiago do Cacém e a Liga dos Amigos de Miróbriga, a celebração de um protocolo para a gestão conjunta do sítio arqueológico.

O propósito deste post não pretende divulgar a notícia da nova classificação das ruínas de Miróbriga, mas, o facto do anúncio feito pelo Director da DRCALEN, sobre a instalação de gabinetes de actividades socioeducativas, associativismo e voluntariado em todos os monumentos sob a gestão daquela direcção regional, que prefazem um total de 40 monumentos. De acordo com José do Nascimento, estes gabinetes visam o desenvolvimento de um trabalho de Animação Sociocultural com as autarquias e as escolas, estimulando o associativismo e o voluntariado.

E porque, estamos de alguma forma a abordar o tema da Animação do Património, apraz-me referir o Despacho Conjunto n.º 834/2005, dos Ministérios da Educação e da Cultura, cujo despacho originou a aprovação do Programa de Promoção de Projectos Educativos na Área da Cultura.

Este despacho ministerial originou acessas e apaixonadas discussões "momentâneas" sobre a imperatibilidade da figura do Animador Sociocultural, enquanto elemento omisso na legislação, mas, um agente central que deverá estar associado ao desenvolvimento dos projectos, ao abrigo do Programa de Promoção de Projectos Educativos na Área da Cultura.

A este propósito, uma sintética referência ao aludido Programa de Promoção. O Programa enquadra num plano de acção cultural, instituições escolares em articulação directa, assente em parcerias com os espaços culturais – museus, palácios, monumentos, sítios arqueológicos, equipamentos culturais e parques botânicos -, o que resulta das potencialidades educativas que os diversos espaços culturais e os escolares manifestam quando comprovada experiência na área do desenvolvimento de serviços educativos.

Podem ainda ser parceiros nos projectos na área da cultura, as associações de defesa do património, as autarquias locais, entre outras instituições de âmbito local.

Os programas educativos a desenvolver nos espaços da cultura deverão ter como modelos o “Desenvolvimento de projectos educativos direccionados para a cidadania, envolvendo escolas ou a comunidade, nomeadamente acções de sensibilização para a preservação e valorização do património cultural material e imaterial, ao nível local, com possível articulação com outras instituições ou associações.” (Art. 4º, ponto 2)

Face a este novo cenário, apresentado para o património cultural no Alentejo, parece-me fazer algum sentido, retomar a discussão acerca do lugar do Animador Sociocultural no aludido Programa de Promoção de Projectos Educativos na Área da Cultura. Ânimo para a reflexão e discussão com sentido de oportunidade. Temos o tema (actual)... falta a provocação do debate.

sábado, 16 de agosto de 2008

A quem cabe a responsabilidade da dinamização dos Espaços Culturais?

A dinamização dos espaços socioculturais continua a ser uma responsabilidade exclusiva das autarquias. Este é a forma generalizada que a sociedade civil tem sobre os equipamentos culturais, porque muitas autarquias são as responsáveis pela gestão das infra-estruturas e numa primeira linha de acção, pela sua dinamização.

Numa perspectiva de descentralização da acção e de democracia culturais, a Região Autónoma da Madeira está apetrechada ao nível dos equipamentos. As autarquias têm uma responsabilidade acrescida com esta nova realidade, mas, não podemos excluir outras entidades com igual responsabilidade, não ao nível da gestão, mas, enquanto instituições contributivas para a dinamização de projectos e actividades com o intuito de materializar-se a ideia de educação para a cultura. A escola deve ser uma parceira inequívoca das autarquias na definição de uma política de acção cultural, na definição de estratégias de intervenção junto dos colectivos, de educadora para a cultura e para o envolvimento dos cidadãos na vida cultural da comunidade.

As colectividades de cultura também têm responsabilidades em matéria de dinamização sociocultural dos novos equipamentos de proximidade. É fundamental educar as gentes para uma cidadania activa, animá-las a participar na cultura, na construção de um programa efectivo de participação nos projectos de dinamização cultural comunitária.

As autarquias devem cumprir o seu papel em matéria cultural com os actores sociais. Elas devem proporcionar instrumentos de facilitação para a participação da sociedade civil nas políticas de acção cultural e dinamizar processos democráticos de acesso à cultura. Os actores sociais devem responder com dinâmica, criatividade e propor alternativas à massificação cultural, que continua a ser a nota dominante.

A dinamização dos equipamentos socioculturais é responsabilidade dos serviços autárquicos, do grupo escolar, do grupo de jovens do bairro, da colectividade da freguesia e da paróquia. Acredito que se todos procurarem exercer uma cidadania activa no seio da comunidade, então, estaremos a construir práticas de Animação Sociocultural, na óptica de um plano de acção cultural municipal.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Formadores no âmbito da Animação na Região Autónoma da Madeira

O Instituto Regional de Emprego da Região Autónoma da Madeira disponibiliza um grupo de colaboradores no âmbito formativo da Animação - Animador Cultural e Animador Turístico (Tempos Livres e Desporto).

Os colaboradores com habilitações ao nível de 12º ano - Animador Turístico - é a categoria profissional que tem expressividade em alguns concelhos da Região, nomeadamente, em Machico, Calheta, Santana, Funchal e Santa Cruz. É o Concelho de Santa Cruz que ganha em colaboradores/tempo de experiência, quantificado em meses; seguido do Concelho do Funchal. Este último conta com um colaborador com habilitações académicas com o grau de licenciatura.

No que respeita aos colaboradores - Animador Cultural - regista-se uma predominância na relação colaboradores/tempo de experiência, nos Concelhos de Santa Cruz, Machico, Funchal, Porto Santo, Ribeira Brava e Calheta. Nestes concelhos há o registo de colaboradores com habilitações ao nível do 12º ano. Os Concelhos de Machico, Funchal, Câmara de Lobos, Ponta do Sol, Ribeira Brava, Calheta, Santa Cruz e Porto Santo são aqueles que têm colaboradores com formação académica de grau de licenciado. O Concelho da Ribeira Brava regista um colaborador com formação académica de nível de bacharelato/curso médio.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Alguém questionou?

O José Vieira no seu blog Animação Sociocultural & Juventude divulga os números de vagas e os estabelecimentos de Ensino Superior Público que leccionarão os cursos de Animação no ano lectivo 2008/2009.

As nomenclaturas dos cursos de Animação continuam a ser diferentes de um estabelecimento de ensino para outro. Relembro que tivemos a oportunidade de uniformizar tais nomenclaturas com a adaptação dos cursos superiores de Animação ao Processo de Bolonha. Alguém questionou? Algumas pessoas...

As associações de Animadores tiveram a oportunidade de assumir uma posição colectiva e pública relativamente a esta matéria. Assumiram-na publicamente?

Felizmente para algumas instituições do Ensino Superior Público houve um aumento de vagas em 7,8% relativamente ao ano lectivo anterior. Há quase 500 vagas para os cursos Superiores de Animação no Ensino Público. E quantas vagas há no Ensino Superior Privado para o ano lectivo 2008/2009? O somatório final certamente dará um bom número.

O Curso de Animação Cultural e Educação Comunitária leccionado pela Escola Superior de Educação de Santarém em regime diurno, também funcionará em regime pós-laboral; o mesmo acontecerá no Curso de Animação Sociocultural em Lisboa. Alguém questionou o porquê?

Será que o mercado de trabalho empregará centenas de Animadores recém-licenciados anualmente? Quem benefícia com estas medidas? Certamente as instituições de Ensino Superior Público com os dividendos financeiros que esta medida proporciona e com certeza, os recursos humanos afectos à instituição.

E se as Associações de Animadores se pronunciassem sobre estas medidas?

domingo, 20 de julho de 2008

"Faço política para que outros façam cultura"

"Faço política para que outros façam cultura". Esta frase é um excerto da entrevista concedida pelo Ministro da Cultura ao Semanário Expresso, publicada na edição do passado dia, 12 de Julho.

Independentemente de eu partilhar ou não, as linhas de acção escolhidas pelo actual ministro com a tutela da cultura, a frase que serve de título ao post, no nosso entender, ilustra bem, aquele que deverá ser, o lema dos políticos com responsabilidades em matéria cultural, independentemente de situarem a sua acção governativa ao nível ministerial, numa direcção regional ou no quadro autárquico.

Reportarei a minha reflexão ao Poder Local, um território político onde há uma maior relação de proximidade entre os políticos eleitos e a sociedade civil, e consequentemente uma vinculação de poder mais vincada nas relações sociais e institucionais. É certo, que hoje há um conjunto de pessoas com responsabilidades políticas nas autarquias que têm desenvolvido um trabalho meritório no contexto local, na afirmação das especificidades socioculturais do território e na valorização e promoção de uma cidadania activa e participativa nas políticas culturais locais.

Por outro lado, continuamos a ter um grupo de políticos que sustentam as suas acções na retórica, que insistem na política do espectáculo e da música de cabaré; continuam a ignorar a necessidade de gerar processos participativos, de construção de uma política cultural nascida das reais necessidades e demanda da sociedade civil. Uma política alicerçada na Animação Sociocultural; uma acção conducente com uma política de valorização da cultura local e da diversidade cultural. É fundamental uma acção política direccionada para a democracia cultural, um estádio que advogue a participação cidadã, enquanto sinónimo de uma cidadania cultural.

O "fazer" cultura é um desafio às populações, às colectividades de cultura e recreio, à sociedade civil, mas acima de tudo, aos Animadores Socioculturais, que devem estar conscientes do seu papel na comunidade. Eles têm a desempenhar um papel de intervenção, um exercício de mediação, de gestão de recursos socioculturais e comunitários, e nunca de "fazedores" de cultura. Os Animadores devem sim, serem agilizadores de processos que conduzam à mudança social e cultural, à transformação de cidadãos passivos em pessoas empenhadas em contribuir para a afirmação da sociocultura, na dinamização de processos democráticos de afirmação do território cultural num mundo globalizado.

Aos políticos cabe-lhes gerir o território, proporcionar condições favoráveis ao desenvolvimento das comunidades e facultar meios e recursos para que a mudança aconteça, nunca aspirar a "fazer" cultura.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Revista Quaderns d'Animació n.º 8

Está disponível on-line o número 8 da Revista Quaderns d' Animació i Educació Social editada pelo Prof. Doutor Mario Viché.

O presente número apresenta um conjunto de artigos que abordam temáticas diversificadas e complementares no campo da Educação Social e da Animação Sociocultural. O actual número reúne contributos de Portugal, Brasil, Moçambique, Filândia e Espanha.

A Revista Quaderns d' Animació a exemplo do número anterior, disponibiliza informação sobre alguns recursos bibliográficos, espaços de formação e documentação disponível on-line.

http://quadernsanimacio.net/

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Próximos eventos de Animação

Aqui fica o registo dos próximos encontros de Animação Sociocultural agendados para o corrente ano e para 2009.


II Congresso Iberoamericano de Animação Sociocultural - “LOS AGENTES DE LA ANIMACIÓN SOCIOCULTURAL” organizado pela Rede Iberoamericana de Animação Sociocultural, de 16 a 18 de Outubro de 2008/ Salamanca e Cáceres (Espanha);

II Encontro Regional de Animação Sociocultural - "A ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL E OS GRUPOS SOCIAIS" organizado pela Delegação Regional da Madeira da APDASC, 07 de Novembro de 2008, no Museu de Electricidade - Casa da Luz (Funchal/Madeira);

4º Colóquio Internacional de Animação -
"LA CRÉATIVITÉ EN ANIMATION. ENJEUX ORGANISATIONNELS, COMMUNAUTAIRES ET CITOYENS", organizado pela Université du Québec à Montréal (Canadá), de 28 a 30 de Outubro de 2009;

I Congresso Internacional "A ANIMAÇÃO E AS ARTES NA EDUCAÇÃO", em Vigo - Galiza (Espanha), em 2009.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

A Animação do desenvolvimento local

O desenvolvimento local é um processo de transformação da realidade social, económica, cultural e material das comunidades através de iniciativas de base comunitária, bem como da valorização dos recursos endógenos e humanos em ligação com as populações locais e o território. O "local" é o âmbito territorial mais adequado para o desenvolvimento da comunidade, para o desenvolvimento de projectos de Animação Sociocultural com as gentes.

Falar de desenvolvimento local é construir o futuro com as pessoas, é diagnosticar uma realidade social com a comunidade, sustentar os objectivos da acção comunitária a partir das vontades, expectativas e necessidades da comunidade local.

Desenhar o desenvolvimento local na perspectiva da Animação Sociocultural é construir um processo de Educação Permanente e de Educação de Adultos, pois, a melhor forma de envolver os grupos no seu próprio desenvolvimento é feita pela informação e consciencialização sobre a realidade com recurso à participação comunitária. É desenvolvendo competências pessoais e sociais que os actores locais valorizarão o território e os recursos comunitários endógenos, que serão certamente cidadãos activos numa democracia que desejamos que seja participada.

Os agentes do desenvolvimento - os Animadores Socioculturais - devem assumir a Formação e Educação de Adultos em meios desfavorecidos como um desafio ao desevolvimento local. Outro desafio é a economia social e solidária, agente de desenvolvimento económico e capacitadora de novas indústrias à escala microeconómica, com produção assente nos recursos endógenos e promota de emprego no território local; uma economia de solidariedade que não visa o lucro, mas a pessoa.

Associado à economia solidária está o associativismo local que é gerador de participação, de democracia e voluntariado, pois, os seus dirigentes são voluntários no desenvolvimento dos projectos de cariz associativo. As associações são o espaço propício para que aconteça acções comunitárias de Animação Sociocutural, para que as gentes se envolvam no seu próprio processo de desenvolvimento, para que conquistem a auto-estima desejada e prespectivem o futuro com um outro olhar.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

As Provas de Aptidão Profissional

No cumprimento da legislação dos cursos técnicos leccionados pelas escolas profissionais, os alunos no culminar da sua formação ( nível III), sujeitam-se a uma avaliação interna e externa, através das PAP'S - Provas de Aptidão Profissional - um exercício individual de demonstração das competências adquiridas e desenvolvidas no decorrer da sua formação teórico-prática.

Fui júri das PAP's dos alunos do curso técnico de Animação Sociocultural, tarefa um tanto espinhosa, pois, é de grande responsabilidade num tão curto espaço de tempo, avaliar um conjunto de trabalhos/projectos, na sua maioria meritórios das respectivas avaliações. A apresentação dos projectos que tive o privilégio de assistir, e digo-o de forma sincera, foi para mim, momentos de grande cumplicidade com aqueles futuros Animadores Socioculturais.

Testemunhei a apresentação de projectos de Animação Sociocultural na modalidade cultural, social e educativa. Foi um tempo de revelação de novos pretextos de afirmação do papel do Animador Sociocultural na comunidade, um paradigma defendido inteligentemente, por alguns dos avaliados. Novos âmbitos da Animação Sociocultural no contexto social regional foram abordados de forma incisiva, o que demonstra maturidade na reflexão das questões do exercício da Animação Sociocultural e do papel do Animador em algumas instituições educativas, culturais e sociais (referência às unidades de saúde) da Região.

Felicito os alunos pela maturidade demonstrada, pelo domínio dos argumentos apresentados, pela excelência de alguns projectos, que a serem concretizados serão uma alavanca na mudança social comunitária.

domingo, 22 de junho de 2008

Uma acção colectiva que alimenta a esperança

A algum tempo atrás tive conhecimento da concretização de um projecto da autoria de um grupo de alunos do Curso Técnico de Animador Sociocultural lecionado por uma, das muitas escolas profissionais deste país. Até aqui, nada de novo...

Devo confessar que o renovar da minha esperança, em que os Animadores Socioculturais reflictam e debatam a necessidade da criação do Estatuto do Animador aconteceu com o conhecimento do aludido projecto, um trabalho colectivo realizado no âmbito do módulo Perfil e Estatuto Profissional do Animador, da disciplina de Animação Sociocultural.

Estou em crer que este foi um pequeno passo, para que alguns de nós volte a despertar e a sentir novo folgo no caminhar e na defesa de ideias e projectos para o bem comum. Por outro lado, este trabalho académico que resultou do trabalho colectivo, poderá ser classificado de manta de retalhos, ou até de insignificante, pelos profetas da desgraça. Os discursos começam a esvaziar-se de sentido, é cheagada a hora de concreterizar.

Estamos perante um grupo de futuros Animadores que merecem ser apoiados, que sintam que há uma estrutura associativa que está atenta à realidade sociocprofissional dos Animadores Socioculturais, que toma posições em defesa destes agentes, que estuda alternativas face à realidade social e de mercado que hoje vivemos. Este espiríto de concreterização tem que espalhar-se, contagiar outras centenas de Animadores, provocar consciências, derrubar barreiras que alguns querem fazer crer que são intransponíveis.

sábado, 14 de junho de 2008

Animadores Socioculturais nas Escolas

Os Animadores Socioculturais têm "reclamado" um espaço de Animação que é comum aos agentes educativos, partilhando uma nova realidade - as actividades de enriquecimento curricular no 1º ciclo do ensino básico e o conceito de escola a tempo inteiro - actividades que incidam nos domínios desportivo, artístico, científico, tecnológico e das tecnologias da informação e comunicação, de ligação da escola com o meio, de solidariedade e voluntariado e da dimensão europeia da educação, de acordo com o Despacho n.º 12 591/2006 (2ª série).

O Despacho estabelece que as actividades de enriquecimento curricular podem ser promovidas pelas autarquias locais, associações de pais e de encarregados de educação, agrupamentos de escolas e instituições particulares de solidariedade social. As autarquias enquanto entidades promotoras e com responsabilidades em matéria de educação ao nível do ensino básico, delegadas pelo Ministério da tutela, e em cumprimento das orientações relativas às actividades de enriquecimento curricular, contrataram Animadores Socioculturais para o desenvolvimento de projectos de Animação, devidamente, enquadrados nas actividades de enriquecimento curricular.

A figura do Animador nas escolas teve maior notabilidade com a introdução das actividades de enriquecimento curricular no projecto educativo, mas, a presença deste profissional no espaço escolar é anterior a esta nova realidade do sistema educativo.

Desde o ano lectivo 1996/97 que os Ministérios da Educação e da Qualificação para o Emprego procuraram encontrar uma resposta social para a ocupação e valorização dos tempos livres no período pós-escolar dos jovens mais desfavorecidos e paralelamente, afirmar-se como uma medida de criação de postos de trabalho para pessoas desempregadas e respectiva formação profissional. O Despacho conjunto n.º 942/99 criou o Programa Educação/Emprego, que de acordo com o art.º 2 do programa são domínios de actividade de interesse social a:

a) Animação escolar orientada para a ocupação e valorização dos tempos livres dos jovens e crianças dos ensinos básico e secundário e da educação pré-escolar, possibilitando-lhes o acesso a novos conhecimentos e interesses que ajudem a revelar melhor as suas capacidades;

b) Mediação cultural orientada para a integração social de jovens e crianças pertencentes a grupos de minorias étnicas que frequentem os ensinos básico e secundário e a educação pré-escolar.

Para o exercício das actividades previstas na alínea a) do Programa Educação/Emprego os destinatários são Animadores Socioculturais oriundos das escolas profissionais ou do curso tecnológico de animação social, ou ainda, indivíduos detentores do 11º ano de escolaridade ou equivalente.

sábado, 7 de junho de 2008

Insularidade e Animação Sociocultural, uma realidade impossível?

Confesso que reflectir e debater a Animação Sociocultural na Região Autónoma da Madeira a alguns anos atrás, era uma utopia possível, hoje é uma realidade. Para alguns, o "casamento" entre a insularidade e a Animação Sociocultural é qualquer coisa de impossível de acontecer. Para eles será uma ideia descabida ou insistem na negação da realidade?

As dinâmicas em Animação Sociocultural exigem participação dos actores sociais, e esta verdade é extensível a todos os processos que envolvam a reflexão, o debate e a acção em Animação. Falamos de uma participação democrática e verdadeira na sua essência, é fundamental escutar os Animadores Socioculturais, descentralizar as acções, não impôr acções viciadas pela manipulação de interesses, de jogos de bastidores e de tentativas dissimuladas no controlo do debate em Animação Sociocultural.

Permitam-me que insista na particularidade da continuidade territorial. A Região Autónoma da Madeira é território português, aqui, também se discute e faz Animação Sociocultural com as comunidades. O nosso olhar é acutilante, pensamos no local a partir do global e vice-versa.

Só estaremos a dar um contributo positivo à Animação Sociocultural quando formos capazes de olhar para os outros como um grupo capaz de fazer tão bem ou melhor que nós. A Animação precisa de ser democratizada e descentralizada pelo todo nacional, e não centraliza-la em "capelas" onde alguns insistem em mandar e dispôr à sua vontade.

É imperioso que nós Animadores desenvolvamos um espírito crítico, revindicativo e provocador de mudanças profundas. A palavra de ordem é de rotura com processos impostos de cima, este tipo de acção não se coaduna com as metodologias participativas. Em Animação os processos nascem das bases, os Animadores têm que manifestar a sua posição face a um pensamento único que se manifesta pelo colectivo.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Apresentação de propostas de comunicação no II Congresso Iberoamericano de ASC

No mês de Outubro, entre os dias 16 e 18, decorrerá o II Congresso Iberoamericano de Animação Sociocultural, cujo tema em debate será "Os Agentes da Animação Sociocultural".

Até o dia 30 de Junho, os interessados em participar com uma comunicação no congresso poderão apresentar propostas de comunicação à direcção da RIA através do e-mail vventosap@wanadoo.es

Os objectivos, os painéis em debate e o programa do congresso poderão ser consultados em www.rianimacion.org

segunda-feira, 26 de maio de 2008

A participação cidadã

A participação é um dos objectivos centrais dos processos de Animação Sociocultural, um conceito profundamente debatido no contexto das práticas sociais para uma cidadania activa e apanágio das sociedades democráticas.

A ideia de participação cidadã tem marcado o discurso e o exercício da prática profissional dos diferentes agentes da mudança social, com destaque para os Animadores Socioculturais que no desenvolvimento de programas e projectos de desenvolvimento sociocultural procuram que a participação, enquanto "utopia possível", seja uma realidade firmada no contexto das práticas socioculturais dos grupos e comunidades.

Recentemente, um órgão de comunicação social noticiou que 10% das autarquias portuguesas envolviam os cidadãos nas decisões políticas, o que corresponde a pouco mais de trinta autarquias no espaço do território nacional; esse envolvimento acontece com um projecto de participação cidadã, nomeadamente, através do projecto de orçamento participativo e de outros processos da democracia participativa.

O orçamento participativo é um conceito de participação nascido na cidade brasileira de Porto Alegre, e que foi reconhecido pela ONU, em 1996, na conferência "Habitat". Em Portugal o Concelho de Palmela foi pioneiro no desenvolvimento do conceito de orçamento participativo, uma ideia materializada através do envolvimento activo dos munícipes nos debates que fundamentam a elaboração do plano de actividades e orçamento municipal. Um processo claro e aberto às populações que são envolvidas e que se sentem co-responsáveis pelos investimentos públicos no concelho.

A participação cidadã na vida política comunitária não se esgota no modelo do orçamento participativo, outros caso há, em que as instituições educativas estão envolvidas em projectos socioculturais com as autarquias, procurando desta forma sedimentar práticas sociais, educativas e culturais sustentadas na cidadania activa. Ainda a propósito da participação cidadã, não quero deixar de referenciar os conselhos municipais de educação, juventude ou de cultura, que infelizmente não existem nos municípios da Região Autónoma da Madeira, mas, são potenciais espaços de participação dos cidadãos através de um modelo de representatividade institucional (associativismo) que são modelos ímpares no desenvolvimento de práticas e processos de Animação Sociocultural.

Os Animadores Socioculturais têm que "mergulhar" nestas novas formas de participação dos actores sociais na vida comunitária, são novos modelos participativos para novos desafios. Considero estes novos modelos, processos metodológicos de Animação Sociocultural que precisamos de descobrir, de explorar as suas capacidades de resposta aos desafios sociais. São novos contextos de construção da Animação Sociocultural num tempo e espaço globalizados.

terça-feira, 20 de maio de 2008

"Dia Europeu dos Vizinhos - A Festa dos Vizinhos"

O "Dia Europeu dos Vizinhos - Festa dos Vizinhos" tem lugar na última terça-feira do mês de Maio, este ano celebrado no dia 27, e conta com o Alto Patrocínio de Sua Excelência o Presidente da República.

Em Portugal, o "Dia Europeu dos Vizinhos" é promovido pelo Comité Português de Coordenação de Habitação Social (CECODHAS.P). Esta celebração europeia pretender intervir nos aglomerados urbanos, onde a indiferença, a apatia, o isolamento e o individualismo provocam sentimentos de indiferença face às pessoas que mais próximo de nós residem, procurando estimular as relações interpessoais, o convívio, a participação e a cidadania activa.

Porventura, a celebração deste dia não resolverá os conflitos latentes - a marginalização social, a pobreza, o insucesso escolar, o isolamento - contribuirá certamente para uma aproximação de grupos sociais e de comunidades; é um passo para uma vivência da interculturalidade, para o fomento da coesão social e de laços de solidariedade. Estes são princípios para um processo de consciencialização dos problemas sociais e da diversidade sociocultural comunitária.

A festa europeia dos vizinhos possibilita o reforço dos laços entre cidades europeias, permite a estas e às associações de habitação social partilharem experiências e boas práticas no que respeita à solidariedade vizinhal, proporcionando o fomento de pertença comum e de identidade europeia baseada no convívio e na solidariedade.

Cada cidadão é convidado a participar na Festa dos Vizinhos, depois ele deverá organizar a sua própria festa, participando activamente. Este é o grande desafio - que cada cidadão assuma um papel social activo na comunidade.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Colóquio Virtual "Participação, Cidadania e Interculturalismo"

A RIA - Rede Iberoamericana de Animação Sociocultural promoverá entre os dias 10 e 30 de Junho, o Colóquio Virtual "Participação, Cidadania e Interculturalismo".

O colóquio visa a reflexão interdisciplinar e intersectorial sobre uma problemática complexa vivida pela sociedade contemporânea num espaço globalizado. É a partir da reflexão plural que prespectivaremos um intercâmbio de práticas e iniciativas válidas para o desenho de políticas que promovam o exercício de uma cidadania planetária.

Esta iniciativa da Rede Iberoamericana de Animação tem como dinamizadores, o Prof. Doutor José V. Merino Fernández, Doutor em Filosofia e Ciências da Educação, Catedrático de Pedagogia Social na Universidade Complutense de Madrid e a Prof. Doutora Maria José Aguilar Idañez, Doutora em Sociologia e em Ciencias Políticas, Catedrática na Universidade Castilla La Mancha e responsável pelo GIEMIC (Grupo Interdisciplinar de Estudos sobre Migrações, Interculturalidade e Cidadania).

Os interessados em participar no Colóquio deverão contactar o Miguel Blasco, moderador do Colóquio e responsável pela Área de Comunicações e Ciberanimação da Rede Iberoamerica de Animação de Animação Sociocultural, através do mail miguelblasco@rianimacion.org

quinta-feira, 15 de maio de 2008

O Mediador Sócio-Cultural (II): Estatuto legal

A lei n.º 105/2001 de 31 de Agosto criou a figura de mediador sócio-cultural que tem por função colaborar na integração de imigrantes e minorias étnicas, na prespectiva do diálogo intercultural e coesão social. Estes agentes desenvolvem funções em escolas, instituições de segurança social, instituições de saúde, no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, no Instituto de Reinserção Social e autarquias, entre outros.

O art.º 2, ponto 2, da Lei n.º 105/2001 estabelece as competências e deveres do mediador sócio-cultural.

a) Colaborar na prevenção e resolução de conflitos sócio-culturais e na definição de estratégias de intervenção social;
b) Colaborar activamente com todos os intervenientes dos processos de intervenção social e educativa;
c) Facilitar a comunicação entre profissionais e utentes de origem cultural diferente;
d) Assessorar os utentes na relação com profissionais e serviços públicos e privados;
e) Promover a inclusão de cidadãos de diferentes origens sociais e culturais em igualdade de condições;
f) Respeitar a natureza confidencial da informação relativa às famílias e populações abrangidas pela sua acção.

O estatuto legal do mediador sócio-cultural foi criado passado um curto período de tempo. Um espaço temporal mediado entre a implementação de programas de animação e mediação sociocultural nas escolas, e a acção de um grupo de trabalho que teve como atribuição entre outras competências,"Elaborar no prazo máximo de 60 dias propostas fundamentadas sobre as condições em que se deverá processar a institucionalização da figura do mediador cultural nas escolas,..."

Estou convicto de que o estatuto do mediador foi fruto do trabalho de terreno e empenho das entidades associativas que estavam e continuam a estar directamente ligadas às questões da interculturalidade. O que tinha começado por ser uma caminhada a dois - Animadores e Mediadores - fragmentou-se no tempo, infelizmente para nós Animadores. Hoje a lei prevê o estatuto do mediador sócio-cultural, muito insapiente, mas, um princípio orientador de uma prática profissional que se funde com a prática da Animação Sociocultural.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

O Mediador Sócio-Cultural (I): Antecedentes

Em Portugal a mediação sócio-cultural surgiu na década de 90. Ela á assumida como um recurso fundamental para o desenvolvimento social dos países/comunidades, especialmente naqueles(as) que se caracterizam por uma grande diversidade cultural. Podemos afirmar que o objectivo da mediação é o de aproximar as partes em conflito, no sentido de colaborarem na resolução dos problemas. A mediação sócio-cultural pode intervir em múltiplos campos de acção, nomeadamente, no social, cultural, ambiental, civil, comunitário e familiar, entre outros.

A figura do Mediador Sócio-Cultural foi criada no início da década de 2000. Mas, até esta ser legislada houve um caminho a percorrer, um projecto de estatuto legal a ser trabalhado, fundamentado com a prática e com o cruzamento de saberes e experiências partilhadas; um conjunto de instrumentos que curiosamente foram produto da interacção de duas figuras complementares no âmbito escolar: O Animador Sociocultural e o Mediador Cultural.

O Despacho Conjunto n.º 942/99, dos Ministérios da Educação e do Trabalho e da Solidariedade que criou o Programa Educação/Emprego, cuja finalidade era apoiar o desenvolvimento de actividades de interesse social no sector da educação foi fundamentada nos seguintes pressupostos:

"Considerando que as actividades desenvolvidas neste âmbito corresponderam, de uma forma muito positiva, às expectativas da comunidade escolar (pais, professores e alunos) e dos jovens desempregados abrangidos por estes projectos de actividade ocupacional a desempenharem funções de animadores e de mediadores culturais nas escolas;

Considerando que a animação e a mediação cultural constituem formas valiosas de promoção de projectos visando a participação das famílias e da comunidade em geral na procura de soluções adequadas a uma mudança na relação educacional, assumindo, em determinadas áreas geográficas, especial relevância na promoção e integração de grupos étnicos minoritários;

Considerando a existência de aspectos comuns às funções de animador e mediador - o apoio à escolaridade dos jovens mais desfavorecidos -, sem prejuízo das características das características e especificidades deste último como figura de referência e testemunho da sua cultura;

Considerando que não foi prevista, nos referidos despachos conjuntos, formação específica prévia à actividade ocupacional, e que ela é essencial para a melhoria não só da qualiadde técnica dos projectos como também da qualidade da intervenção dos animadores e dos mediadores;

Considerando ainda a necessidade de criar condições para a auto-sustentabilidade da função de animador para a educação..."

Ao abrigo do n.º 2 do Regulamento do Programa são consideradas actividades de interesse social:

a) Animação escolar orientadada para a ocupação e valorização dos tempos livres dos jovens e crianças dos ensinos básico e secundário e da educação pré-escolar,...
b) Mediação cultural orientada para a integração social de jovens e crianças pertencentes a grupos de minorias étnicas que frequentem os ensinos básico e secundário e a educação pré-escolar".

Para o exercício das actividades descritas na alínea a) do n.º 2, os candidatos tinham que possuir o 11º ano de escolaridade ou equivalente, ou diploma de animador sociocultural das escolas profissionais ou do curso tecnológico de animação social; para as actividades mencionadas na alínea b) não era exígivel o 11ª ano de escolaridade.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Novo número da Revista Iberoamericana Animador Sociocultural

Está disponível on-line o número 2 - Maio 2008/Setembro 2008 da revista Animador Sociocultural, revista oficial da Rede Iberoamericana de Animação Sociocultural.

O número actual apresenta um conjunto de artigos numa perspectiva plural de entender a Animação Sociocultural. A revista continua a contar com a visão de investigadores do espaço iberoamericano o que por si só, contribui para o enriquecimento do discurso actual e das multiplas concepções acerca da Animação e seus espaços de intervenção.

terça-feira, 6 de maio de 2008

II Congresso Iberoamericano de Animação Sociocultural

"Os Agentes da Animação Sociocultural" é o tema do II Congresso Iberoamericano de Animação Sociocultural que acontecerá em Béjar, Salamanca (Espanha), entre os dias 16 e 18 de Outubro de 2008, organizado pela Rede Iberoamericana de Animação Sociocultural e que conta com o apoio da Escola Superior de Educação da Guarda.

Nos dias 16 e 17 de Outubro o congresso terá lugar em Béjar e no dia 18 de Outubro em Plasencia, Cáceres (Espanha).

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Número 2 da Revista "Animador Sociocultural" em suporte de papel


Está disponível em suporte de papel o número 2 da Revista Iberoamericana "Animador Sociocultural" editada pela Rede Iberoamericana de Animação Sociocultural (RIA). Uma oportunidade única para conhecer várias perspectivas e experiências em torno das questões directamente ligadas à animação sociocultural de todos os países iberoamericanos.


O conteúdo da revista reparte-se por artigos, experiências, resenhas bibliográficas, notícias e devirsas informações relacionadas com a Animação Sociocultural nos países iberoamericanos.


Preço da Revista: 8,50 euros (portes GRATUITOS)

Como adquirir? Fazer transferência de 8,50 euros para a Conta Santander da APDASC com o NIB: 001800031471752402023. Digitalizar o talão de transferência e remeter, em conjunto com o nome, morada e número de contribuinte, para APDASC, Rua de S. Martinho, Casas do Mosteiro, Lote 15, 3720-869 Vila de Cucujães.

Prazo de entrega: 2 a 3 dias úteis.

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Recepção de colaborações para a Revista "Práticas de Animação"

A revista "Práticas de Animação" é uma publicação on-line de periodicidade anual editada pela Delegação Regional da Madeira da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento da Animação Sócio-Cultural, que reúne artigos de opinião, estudos, divulgação de projectos e outras rubricas que consideramos de interesse e que se enquadram no espírito da publicação, respeitando sempre os objectivos definidos.

O próximo número da revista será editado em Novembro de 2008, pois, o espaço temporal é suficiente para que nos animemos a participar neste projecto que entendemos ser dos Animadores e para os Animadores. «Estamos certos de que é possível fazer mais e melhor com a participação de muitos outros, e é neste "balão" de esperança que a todos convidamos a contribuirem para um projecto que não é apenas da Delegação Regional da Madeira da APDASC, é de todos aqueles que acreditam na Animação.»

Os interessados em colaborar podem consultar as normas de colaboração no sítio da revista ou em alternativa contactar-nos através do e-mail revistapraticasdeanimacao@gmail.com

Relembramos os objectivos que orientam o projecto Revista "Práticas de Animação":

- Divulgação da Animação Sociocultural através das suas diversas práticas educativas e culturais;
- Contribuir para a construção de um espaço alargado de debate e reflexão sobre a Animação em Portugal;
- Possibilitar que Animadores e outros profissionais possam contribuir para a afirmação de novos projectos associativos no âmbito das práticas de Animação Sociocultural;
- Reunir ideias e opiniões sobre teorias e práticas da Animação Sociocultural;
- Estimular os animadores a participar activamente num projecto colectivo.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

A Animação Sociocultural enquanto Causa Pública

Partindo da ideia de causa pública defendida pelo Prof. Doutor Avelino Bento arrisco-me a generalizar o seu campo de acção que de alguma forma se enquadra no debate que temos vindo a assumir acerca da Animação Sociocultural. Entendo que devemos assumir a problemática da Animação Sociocultural enquanto causa pública. A nossa reflexão deverá estar alicerçada nos valores democráticos e morais implicítos ao conceito de causa pública e consequentemente, aos da Animação.

A Animação Sociocultural pode contribuir para a democracia e esta para a Animação. Este é um dos paradigmas que alimenta o discurso sobre aquele que deverá ser um verdadeiro processo de Animação sustentado na ideia da participação dos colectivos, contrariando assim, um modelo institucional imposto.

Entender a Animação Sociocultural enquanto causa pública é defender os interesses socioprofissionais dos Animadores trabalhando continuamente para o bem-estar colectivo. É acreditar na mudança social que acontecerá a partir de um dos valores supremos da democracia - a justiça social - um paradigma que tem que conquistar o vigor necessário para que possamos acreditar na democracia.

A Animação Sociocultural não pode ser sinónimo de lobby onde os interesses cooperativistas têm primazia sobre o interesse colectivo dos Animadores Socioculturais. A defesa dos processos de Animação não se podem traduzir na imposição de práticas de Animação contra-natura; na hipocrisia das palavras que alimentam discursos vazios de sentimento e na falsa busca da justiça social e na luta que desejamos que todos os Animadores (sem exclusão de partes) se envolvam activamente.

Assistimos hoje a uma exclusão sectorial premeditada que está originando a criação de um fosso entre o Norte e o Sul, uma tentativa de centralização regional/local da reflexão sobre a Animação Sociocultural e a falsidade no discurso sobre a problemática da Animação Sociocultural e dos Animadores. A insularidade não pode ser argumento para promover processos de exclusão de Animadores de grupos de trabalho, de inferiorização das ideias, dos projectos e dos processos defendidos. Ela deverá motivar a inclusão, pois, é na diversidade que está a riqueza do debate e das ideias. Esta é uma das dimensões que deve ser defendida no paradima da Animação Sociocultural.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Notas sobre o I Congresso Internacional "A Animação Sociocultural e os Desafios do Século XXI"

Ponte de Lima acolheu entre os dias 17 a 19 de Abril, o I Congresso Internacional "Animação Sociocultural e os Desafios para o Século XXI". É no contexto da realização deste congresso que tecerei alguns comentários acerca dos conteúdos temáticos e a sua dinâmica no decorrer deste evento dedicado em exclusivo à Animação Sociocultural.

Congratulo-me por algumas comunicações abordarem alguns temas que em tempo oportuno divulguei no post "Novos temas de reflexão-acção que se cruzam com a Animação Sociocultural" e que fiz saber junto de um dos membros da Comissão Executiva do congresso, pois, parece-me fundamental abordar tais questões na perspectiva dos desafios que se colocam à acção dos Animadores Socioculturais.

Numa perspectiva muito pessoal e numa visão global do congresso, saliento pela pertinência da matéria, pela abordagem global e modo de reflexão expositiva as comunicações: "A Animação Sociocultural e a Gestão Cultural: opções necessárias e complementares na acção local" pelo Prof. Doutor Hector Pose; "A Ciberanimação" reflectida pelo Prof. Doutor Mário Viché; "A Animação Sociocultural no Contexto da Globalização" da autoria do Prof. Doutor Américo Nunes Peres, e ainda, pelo profundo humanismo explicito na comunicação "Animação e Cooperação para o Desenvolvimento: alguns pontos de reflexão a partir de alguns contextos em África" pelo Prof. Doutor Júlio Pedrosa e "A Animação Sociocultural e as transformações no Mundo do trabalho" da responsabilidade do Prof. Doutor Fernando Ilídio Ferreira.

Não posso deixar de tecer alguns comentários sobre as Mesas Redondas. Primeiro, a Mesa 1 "A Formação Superior em Animação Sociocultural e Áreas Afins" que do meu ponto foi um momento para publicitar os respectivos cursos de Animação e não para debater o essencial dos temas propostos. Esta mesa redonda apenas serviu para se discutir uma infíma parte de matérias que deveriam acontecer na Mesa 3 "Os Animadores Socioculturais: Função e Profissão". Lamentavelmente, os convidados da Mesa 1 não tiveram a capacidade metedológica de contornar a situação, de expor as ideias acerca dos pontos agendados para debate, de suscitar a participação dos congressistas, enfim, uma vez mais, ficou-se pelo ponto de partida.

Uma palavra acerca da Mesa 3 que alinhou pela batuta da Mesa 1. Infelizmente os coordenadores da mesa (com excepção de um dos membros, o qual não vive quotidianamente a problemática implícita à profissão de Animador Sociocultural) não foram capazes de provocar o debate acerca dos temas propostos, ficou-se por um troca de ideias avulsas e vazias de conteúdo, um debate que em nada contribuiu para lançar pistas, fazer sugestões acerca das linhas de acção a seguir pelas associações que representam os Animadores Socioculturais em Portugal. Houve a oportunidade de ouvir os Animadores, de suscitar um debate aberto e provocador de ideias que contribuam para o início de uma mudança socioprofissional da "classe". Não soubemos aproveitar essa preciosa oportunidade. Enfim, o costume...