quinta-feira, 24 de abril de 2008

A Animação Sociocultural enquanto Causa Pública

Partindo da ideia de causa pública defendida pelo Prof. Doutor Avelino Bento arrisco-me a generalizar o seu campo de acção que de alguma forma se enquadra no debate que temos vindo a assumir acerca da Animação Sociocultural. Entendo que devemos assumir a problemática da Animação Sociocultural enquanto causa pública. A nossa reflexão deverá estar alicerçada nos valores democráticos e morais implicítos ao conceito de causa pública e consequentemente, aos da Animação.

A Animação Sociocultural pode contribuir para a democracia e esta para a Animação. Este é um dos paradigmas que alimenta o discurso sobre aquele que deverá ser um verdadeiro processo de Animação sustentado na ideia da participação dos colectivos, contrariando assim, um modelo institucional imposto.

Entender a Animação Sociocultural enquanto causa pública é defender os interesses socioprofissionais dos Animadores trabalhando continuamente para o bem-estar colectivo. É acreditar na mudança social que acontecerá a partir de um dos valores supremos da democracia - a justiça social - um paradigma que tem que conquistar o vigor necessário para que possamos acreditar na democracia.

A Animação Sociocultural não pode ser sinónimo de lobby onde os interesses cooperativistas têm primazia sobre o interesse colectivo dos Animadores Socioculturais. A defesa dos processos de Animação não se podem traduzir na imposição de práticas de Animação contra-natura; na hipocrisia das palavras que alimentam discursos vazios de sentimento e na falsa busca da justiça social e na luta que desejamos que todos os Animadores (sem exclusão de partes) se envolvam activamente.

Assistimos hoje a uma exclusão sectorial premeditada que está originando a criação de um fosso entre o Norte e o Sul, uma tentativa de centralização regional/local da reflexão sobre a Animação Sociocultural e a falsidade no discurso sobre a problemática da Animação Sociocultural e dos Animadores. A insularidade não pode ser argumento para promover processos de exclusão de Animadores de grupos de trabalho, de inferiorização das ideias, dos projectos e dos processos defendidos. Ela deverá motivar a inclusão, pois, é na diversidade que está a riqueza do debate e das ideias. Esta é uma das dimensões que deve ser defendida no paradima da Animação Sociocultural.

2 comentários:

Anónimo disse...

boas...
estou a pensar tirar uma licenciatura, e animação cultural é uma hipótese...
mas estão com medo pois não sei como é que está o mercado de trabalho nessa área, pelo que eu sei há uma boa taxa de empregabilidade no feminino, mas no masculino nem por isso, o que me fez ficar com alhumas duvidas...
alguém me pode ajudar? a licenciatura em animação cultural será uma boa aposta???

Albino Viveiros disse...

Caro amigo,

Quando é chegado o momento de decidir em que área nos devemos formar, ou que licenciatura escolher é uma decisão pessoal. A ideia da taxa de empregabilidade ser favorável ao sexo feminino parece-me estar errada; há sim, uma taxa elevada de estudantes do sexo feminino nos cursos de Animação em detrimento do sexo masculino.

O Ensino Superior em Portugal disponibiliza uma série de licenciaturas em Animação, deverá é consultar o plano de estudos delas e então decidir qual a licenciatura/estabelecimento de ensino que poderá responder às suas expectativas.

Felicidades!!

Albino Viveiros