quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Revista «Práticas de Animação», número 4

A Delegação Regional da Madeira da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento da Animação Sócio-Cultural (APDASC) acaba de publicar o número 4, da revista «Práticas de Animação». Este é um projecto editorial que tem previlegiado a reflexão sobre a Animação Sociocultural, numa perspectiva transdiciplinar e plural partilhada por Animadores, investigadores e académicos, com experiências e vivências que permite posicionarem-se no campo teórico-prático de uma comunidade aberta e democrática que continua a dinamizar a discussão sobre a Animação Sociocultural e as suas práticas.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Boas Festas


SUGESTÕES PARA PRENDAS DE NATAL

Para o teu inimigo, perdão.
Para um oponente, tolerância.
Para um amigo, o teu coração.
Para um cliente, serviço.
Para todos, caridade.
Para todas as crianças, um bom exemplo.
Para ti mesmo, respeito

Oren Arnold

sábado, 17 de dezembro de 2011

Revista internacional Animación, territorios y prácticas socioculturales


A revista internacional Animación, territorios y prácticas socioculturales (ATPS) é um projecto editorial dinamizado desde a sua criação, em 2010, por Jean-Pierre Augustin e Jean-Marie Lafortune, com a edição de dois números anuais; o primeiro aborda os "Desafíos del intercultural y aportaciones de la investigación-acción" e o segundo as "Realidades virtuales y sociales de la animación".

A revista privilegia a publicação de trabalhos que contribuam para uma melhor compreensão do campo da Animação e das práticas socioculturais aplicadas aos territórios. No âmbito dessas práticas estão as da esfera do social, cultural, educativa, económica e política; práticas que contribuam para o desenvolvimento simultâneo das pessoas, organizações e da sociedade.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Os Nodos da RIA em Portugal

A dinâmica vigorante da Animação Sociocultural em Portugal tem sido mensurável a vários níveis: a proliferação dos cursos de Animação, no ensino secundário e superior; o associativismo militante dos Animadores Socioculturais profusamente ligado à problemática passada e presente, mas, necessária e urgente o reconhecimento do Estatuto, Carreira e Código Deontológico do Animador; e talvez de forma mais difusa no espaço, a organização de iniciativas coloquiais que têm permitido, menos do que o desejável, porque há uma maior ausência dos Animadores Socioculturais nos encontros de Animação, espaços que deveram ser de partilha e reflexão sobre o conceito polissémico da Animação e as suas práticas de intervenção, cada vez mais comprometidas com a comunidade e com as realidades locais.

Os Nodos da RIA que recentemente foram criados em Portugal são um contributo importante para essa dinâmica vigorante da Animação e dos Animadores. Em Maio de 2010, no decurso do VII Colóquio “Caminhos da Animação” organizado pela então Comissão Técnico-Científica e Pedagógica do Curso de Animação Sociocultural da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Beja e respectivos alunos do curso, foi apresentado oficialmente o Nodo RIA Portugal pelo Prof. Doutor Víctor Ventosa, Presidente da Junta Directiva da Rede Iberoamericana de Animação Sociocultural (RIA).

A fundação desta célula associativa esteve a cargo de académicos, investigadores sociais e Animadores Socioculturais, entre os quais figura a minha pessoa. A título informativo, referir que a liderança do Nodo RIA Portugal está a cargo da Prof. Doutora Ana Piedade, com sede no Instituto Politécnico de Beja.

A constituição dos núcleos regionais da Rede Iberoamericana de Animação é louvável e sinónimo da dinâmica e vigor colectivo que a Animação Sociocultural e os Animadores vêm protagonizando no panorama nacional. Esta demanda em prol da afirmação da Animação marcada pela constituição de Nodos RIA deverá estar intrinsecamente associada a uma instituição que leccione o curso superior de Animação Sociocultural. Qual o sentido prático de proliferação de núcleos regionais da RIA? Divulgar a Rede, os seus objectivos e actividades? Não deverá também ser uma célula promotora de investigação e aprofundamento das práticas de Animação Sociocultural nos territórios regionais e nacional? Defendo uma ligação directa e pedagógica entre as dinâmicas académicas de formação dos Animadores e da experimentação que esses jovens começam a desenvolver ainda durante a sua formação.

É importante e legalmente necessário que seja constituída uma associação – Associação RIA Portugal, a qual, nos seus órgãos sociais estejam representados os vários Nodos RIA criados em Portugal, com o intuito de ganhar poder de reivindicação e de representatividade junto dos diferentes parceiros sociais, mas também, ser um fórum de discussão de matérias comuns entre os núcleos e de fortalecimento do papel do Animador Sociocultural na sociedade do século XXI.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Animação Sociocultural, Voluntariado e Cidadania Activa


O ano 2011 foi distinguido pelo Conselho da União Europeia como o Ano Europeu das Actividades de Voluntariado Que Promovam Uma Cidadania Activa.

As «actividades de voluntariado» refere-se a todos os sectores de actividade voluntária, formais ou não formais, realizadas por vontade própria das pessoas interessadas, por sua livre escolha e motivação e sem fins lucrativos. Beneficiam as pessoas voluntárias a nível individual, as comunidades e a sociedade como um todo e constituem um veículo para os indivíduos e a sociedade examinarem as necessidades e preocupações a nível humano, social, intergeracional ou ambiental, sendo muitas vezes levadas a cabo em apoio de uma organização sem fins lucrativos ou de uma iniciativa da comunidade. (Resolução do Conselho de Ministros n.º 62/2010)

Neste quadro é fundamental questionarmo-nos sobre o papel do voluntariado na comunidade, através da promoção e dinamização do associativismo, o impulso e a sustentabilidade da economia social, os Animadores Socioculturais voluntários e profissionais na promoção do bem comum, enquanto, dimensão privilegiada da cidadania activa.

O exercício do voluntariado deve caracterizar-se por uma intervenção não assistencialista, ou motivada pela afirmação de vontades cooperativistas, pelo contrário, deverá ser um trabalho comunitário com as pessoas, envolvendo-as, para que sejam protagonistas do processo. O voluntariado deve ser motivado pela leitura crítica da realidade, pelo sentido da cidadania activa e empenho no bem comum, o que implica uma rede de condições sociais que deve proporcionar às pessoas e aos grupos um desenvolvimento humano integral.

A cidadania activa é um compromisso social com a comunidade através da sua liberdade, criatividade e livre pensamento, com uma atitude de conscientização do ser Pessoa. Ser cidadão, ser Animador é exercer a sua autonomia e concretizar acções conscientes na discussão dos problemas comunitários, no encontro de soluções de inclusão das pessoas e no combate aos défices socioculturais, económicos e educativos vincados na sociedade portuguesa.

O voluntariado e a Animação Sociocultural perfilam concepções de intervenção próximas, com destaque para o compromisso com a transformação social mediada pelos Animadores profissionais e voluntários. A animação contribui positivamente para o estímulo dos grupos, no sentido de emergirem cidadãos activos que sejam um “antídoto” para a massa humana amorfa.

A promoção do voluntariado é uma tarefa própria dos Animadores como compromisso comunitário. As associações e outros movimentos cívicos são espaços de Animação Sociocultural, de promoção da cidadania através de processos de educação não formal. A Animação Sociocultural exerce uma função primordial na promoção e dinamização do voluntariado, enquanto, chave para uma cidadania consciente e contributo para a mudança social.

Animar o voluntariado é pensar globalmente para agir localmente, é (re)ligar os laços sociais dos grupos e comunidades; laços que conduzam ao fortalecimento das dinâmicas comunitárias alicerçadas na participação activas dos sujeitos. O voluntariado trilha diferentes percursos, desenvolve-se em muitos âmbitos de intervenção, mas há valores que são universais, os quais, os Animadores Socioculturais também perfilam no exercício da sua acção.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Curso de Formação de Animadores de Actividades de Tempos Livres


O Instituto Português da Juventude (IPJ) promoverá o Curso de Formação de Animadores de Actividades de Tempos Livres, que decorrerá nos dias 3, 4, 10 e 11 de Dezembro, nas instalações da Direcção Regional do Algarve do IPJ, na Cidade de Faro.

O curso tem como principal objectivo proporcionar aos formandos a aquisição de competências necessárias ao desempenho de funções de Animação em actividades de tempos livres organizadas para crianças e jovens. A formação desenvolver-se através de metodologias activas, nomeadamente, exercícios práticos e de integração, estudos de caso, jogos educativos, actividades de expressão e criatividade, trabalhos de reflexão e discussão em grupo.

O corpus programático do curso é constituido pelas seguintes temáticas: enquadramento conceptual, histórico, funcional e organizativo; funções e competências do animador; animação de grupos de crianças e jovens; e organização, planeamento, preparação, dinamização e avaliação.

Os interessados poderão contactar o IPJ - Direcção Regional de Faro para mais informações e inscrições, através do e-mail: faro@ipj.pt

domingo, 6 de novembro de 2011

Livro Branco da Juventude


A Secretaria de Estado do Desporto e da Juventude é a promotora da iniciativa - "Livro Branco da Juventude" - uma plataforma online, na qual, os jovens podem participar contribuindo com propostas de acção em matéria de políticas de juventude. Esta iniciativa é uma medida louvável, do ponto de vista do incentivo ao debate e à participação cívica dos jovens portugueses, enquanto, agentes da mudança e "parceiros" das políticas.

O objectivo da plataforma é recolher entre o período de Novembro de 2011 e Fevereiro de 2012, contributos para elaborar um documento a nível nacional que defina uma Estratégia Global e um plano de acção no quadro político sectorial de juventude, seguindo a linha de acção dos "Livros Brancos" da Comissão Europeia.

Esta é uma oportunidade importante para que os jovens não sejam, apenas, destinatários das políticas, mas, sejam protagonistas das mesmas. Os contributos sectoriais podem ser em matéria de Educação e Formação (superior e não superior, formal e não formal); Emprego e Empreendedorismo; Participação Cívica; Emancipação Jovem; Mobilidade; Prevenção Rodoviária; Saúde, prevenção dos comportamentos de risco (combate à obesidade, álcool e toxicodependência); Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Cultura, Inovação e Criatividade; Voluntariado; Inclusão Social; Habitação; Solidariedade Inter-geracional; Jovem Português no espaço Europeu e no Mundo; Associativismo e Combate à desigualdade de Oportunidades.

Na sequência desta iniciativa serão organizados em Março e Abril de 2012, 5 Seminários/Workshops Regionais distribuidos, geograficamente, pelas 5 regiões-plano (Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve). E as Regiões Autónomas?

A apresentação das Conclusões dos Seminários Regionais acontecerá em Maio de 2012, num evento nacional. Em Junho, será entregue o Relatório Final à Assembleia da República e ao Presidente da República.

A Secretaria de Estado do Desporto e da Juventude pretende que o "Livro Branco" seja um instrumento capaz de produzir consequências práticas, contribuindo, para a mudança das políticas de juventude em Portugal.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Reinvenção e Criatividade em Animação


A decadência das dinâmicas sociais das organizações, associadas ao contexto económico actual e há sua localização geográfica no mapa do país, são em alguns casos, o argumento falacioso para justificar decisões provocadas pela falha abrupta, gestão danosa e irresponsável, e falta de visão global de uma política sustentável que os líderes das instituições vão acusando ao longo do tempo, através de acções que provocam a descredibilização das organizações, dos seus projectos e dos recursos humanos por efeito de contágio.

É imperioso que se reflicta com seriedade intelectual sobre os cursos superiores de Animação leccionados no Ensino Superior em Portugal. Impõe-se uma análise criteriosa do plano de estudos, conteúdos programáticos, e metodologias de ensino/aprendizagem. Esta avaliação não é somente responsabilidade do órgãos directivos do ministério da tutela ou das universidades/escolas superiores, também é responsabilidade dos Animadores Socioculturais que a partir da sua entrada no mercado de trabalho deverão prestar o seu contributo para a avaliação do ensino.


Hoje, tal como sempre, é necessário empenho pessoal e colectivo de todos os envolvidos na formação dos Animadores, empenho que expresse a frescura do discurso académico, das práticas de ensino/aprendizagem, a procura pela excelência da formação do corpo docente, e o empenho de antigos e novos Animadores Socioculturais para que os projectos respirem criatividade e sejam o reflexo da reinvenção necessária de si mesmos. A manutenção das dinâmicas das organizações de ensino superior, especial referência, para aquelas que leccionam o curso de Animação Sociocultural, devem provocar um “choque” de criatividade e de transformação nas estratégias de captação de novos alunos.


Acredito que os Animadores Socioculturais que estão no mercado de trabalho são canais de comunicação privilegiados, enquanto, corpus expressivo da qualidade ou não, da formação em Animação. A austeridade também se fará sentir no momento de optar por esta organização de ensino ou outra, cuja nomenclatura do curso é igual, mas, o plano de estudos é muito diferente. A captação de novos alunos para as dezenas de cursos superiores de Animação será um desafio que exigirá criatividade. É chegado o momento crucial de gerar novas sinergias e de aprimorar o discurso sobre a Animação Sociocultural e o papel do Animador na comunidade. Talvez seja interessante e pedagógico que os académicos e os Animadores Socioculturais partilhem o essencial da visão transformadora e solidária da Animação para o século XXI.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

13º Congresso Internacional de Animação Sociocultural "Voluntariado e Cidadania Ativa"


A Associação Portuguesa para o Desenvolvimento da Animação Sócio-Cultural (APDASC) organiza entre os dias 17 e 19 de Novembro de 2011, no Cine-Teatro Caracas na Cidade de Oliveira de Azeméis, o 13º Congresso Internacional de Animação Sociocultural, cuja temática em debate será o "Voluntariado e a Cidadania Ativa".


A metodologia dos trabalhos do congresso assenta em vários painéis temáticos e na conferência inaugural, a saber:

- Conferência Inaugural "Animação Sociocultural, Cidadania Ativa e Voluntariado";

- Painéis Temáticos "Experiências e Práticas de Animação Sociocultural, Voluntariado e Cidadania Ativa"; "Organizações e Plataformas de Participação da Sociedade Civil"; "Formações, Planos, Competências e Perfis para o Voluntariado" e "Desafios e Prospetivas do Voluntariado em Animação Sociocultural para o Século XXI".

A organização do congresso definiu como objectivos norteadores da sessão de trabalhos:

- Celebrar o 10º aniversário do Ano Internacional do Voluntariado da ONU;
- Celebrar 2011 como o Ano Euroepu do Voluntariado;
- Consciencializar para o âmbito, valor e impacto do voluntariado em animação sociocultural e destacar a sua contribuição para o desenvolvimento comunitário;
- Partilhar boas práticas e projetos de animação sociocultural que envolvam voluntários/as;
- Divulgar informação sobre as possibilidades de voluntariado em animação sociocultural e motivar as pessoas a envolverem-se neste tipo de ações;
- Debater o papel e estatuto das pessoas que desenvolvem voluntariado em animação sociocultural;
- Destacar e reconhecer o valor das ações empreendidas pelos/as voluntários em animação sociocultural.

Algum texto deste post está escrito de acordo com o acordo ortográfico, respeitando dessa forma a redacção original da informação disponibilizada pela APDASC.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

A cultura e a crise actual


Os tempos são de incerteza para todos os cidadãos e para as instituições culturais públicas e privadas. Os cortes financeiros nos projectos socioculturais promovidos por entidades associativas e privadas são a resposta imediata para uma crise que teve a convivência de todos. Acredito que podemos continuar a desenvolver um programa de acção sociocultural que deverá estar sustentado na realidade local, envolvendo todos os agentes culturais e a comunidade. Assim, talvez todos possam compreender o investimento cultural que é legítimo continuar a realizar-se no plano do desenvolvimento comunitário.

As realidades social e económica são uma oportunidade para que os agentes socioculturais associativos e privados assumam a transformação das práticas artísticas através de projectos socioculturais transformadores das realidades amorfas e ritualizadas no tempo e no espaço. A crise veio colocar a descoberto toda uma teia de dependência financeira e logística, que alimentava à actividade cultural concretizada a título gracioso por um número infinito de agentes culturais.

É tempo de uma maior proximidade da educação com a cultura. As autarquias pela sua proximidade com a sociedade civil devem instruir um programa de desenvolvimento cultural desenhado com a educação. A escola é por excelência uma parceira para a concretização de uma política cultural que seja resposta à necessidade de uma pedagogia para a cultura, para tal, é fundamental que a classe política promova um fórum de discussão e reflexão no colectivo sobre o papel das autarquias face à cultura.

O investimento público na cultura é um projecto de futuro, é garantir a memória colectiva de uma comunidade. Em tempos sombrios, a partilha de conhecimentos e de recursos é um imperativo para que a acção cultural continue a ser concretizada de forma democrática e plural. Os agentes socioculturais, especialmente, os Animadores, devem colocar os seus conhecimentos técnicos ao serviço do interesse colectivo com o intuito de promoverem um projecto de salvaguarda da acção cultural integradora ao serviço da comunidade.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Programa «Cidadania Cultural» na Rádio Zarco

É com agrado e sentido de responsabilidade acrescida que após um intervalo na emissão do programa «Cidadania Cultural», retomamos a actividade radiofónica. É nossa intenção continuar a discutir com os diferentes agentes culturais e educativos variados temas de interesse para a comunidade local e regional, procurando cruzar diferentes olhares sobre a cultura e a cidadania que se constrói com as práticas quotidianas definidas pelas nossas relações de sociabilidade e na relação com o território.
A educação formal e não formal, o papel que a cultura desempenha na formação dos cidadãos, o exercício consciente e participativo que as pessoas serão convidadas a partilhar na dinamização do programa serão as linhas orientadoras do «Cidadania Cultural», que passará a ser emitido pela Rádio Zarco, na frequência 89.6 FM, todos os sábados, entre as 10h e as 11h.
As rádios locais são instrumentos de dinamização comunitária, um contributo para a afirmação cultural de uma comunidade. É neste sentido que percepcionamos o papel que o programa «Cidadania Cultural» pode ter nas dinâmicas sociais das comunidades do Concelho de Machico.

sábado, 17 de setembro de 2011

Ser Comunidade

Ser Comunidade é um desafio permanente. Sê-lo é mais do que partilhar um território geográfico com outros indivíduos, vai para além da criação de laços sociais, enquanto, símbolo de pertença a um lugar ou a um grupo, ele supera o compromisso da cidadania vincada nos direitos e deveres de cada pessoa para com a comunidade e vice-versa. Ao interrogarmo-nos sobre o que é ser comunidade, o nosso sentimento de pertença a um território geograficamente definido é, talvez, a resposta imediata e inconsciente, mas paralelamente, apodera-se de nós um ligeiro desconforto social cujo antídoto está na partilha do ADN cultural comum a um povo.

Enquanto Animador Sociocultural entendo que o Ser Comunidade, também se fundamenta e alimenta pela criação cultural e democratização dos espaços públicos. Estes são lugares de partilha e de fortalecimento da ideia de pertença numa relação de proximidade e de exaltação dos valores comunitários que a história local e o património cultural imaterial e material transportam associados às vivências quotidianas de diferentes gerações que anonimamente contribuiram para construir uma comunidade.

Os tempos actuais são de grandes incertezas quanto ao futuro e de pressões sociais; mais do que nunca, todos nós precisamos de sentir que pertençemos a um território, precisamos de sentir viva a nossa identidade comunitária construída pela cultura. Os laços simbólicos de pertença ao território cultural também podem ser (re)descobertos nos monumentos, nas tradições, nas práticas comunitárias de sociabilidades, nos rituais quotidianos que preenchem a vida familiar e na relação de proximidade de vizinhança.

A propósito e porque parece-me ser digno de registo, uma breve alusão à Viagem Monumental, espectáculo comemorativo dos 250 anos da Igreja Matriz da Freguesia de São Jorge, Concelho de Santana. O espectáculo protagonizado pela Banda Municipal de Machico com recurso à multimédia, sustentou-se na história da Igreja Matriz desde a fundação daquela comunidade nortenha até à actualidade. Foi uma viagem que possibilitou a congregação da população no espaço público, junto ao adro da igreja, local que nas comunidades rurais ainda mantém vincada uma funções de socialização através da confaternização entre as pessoas.

O adro da Igreja Matriz de São Jorge, enquanto, espaço público e lugar de encontro e de celebração profana, exerceu do meu ponto de vista, um papel fundamental para que as pessoas que ali estavam se sentissem comunidade e conhecessem alguns episódios da história local profusamente enraizada com a da Matriz, património cultural e símbolo de identidade colectiva. Estou em crer que a Viagem Monumental despertou sentimentos de valorização do território, de orgulho na história de um povo que soube conviver com a natureza ao longo de centenas de anos, do reconhecimento da cultura local pelas gentes de São Jorge, paralelamente, ao fortalecimento e afirmação da identidade comunitária. Percebi o que é Ser Comunidade.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

5º Colóquio Internacional de Animação Sociocultural

"Animação, Cultura e Cidadania: modelo de políticas socioeducativas e socioculturais em contextos de mudança" é o tema do 5º Colóquio Internacional de Animação Sociocultural que realizar-se-á nos dias 26, 27 e 28 de Outubro de 2011, organizado pelo Instituto de Educação e Políticas Sociais de Aragón na Universidade de Zaragoza, em Espanha. Este colóquio acontece na sequência do realizado em Bordeos na França, em 2003; São Paulo no Brasil, em 2005; Lucerna na Suiça em 2007 e em Montreal no Canadá em 2009.

A organização do Colóquio Internacional de Animação, a partir dos temas propostos pretende fomentar a discussão sobre:

- As contribuições que a Animação e a cultura fazem num mundo em transformação; o sentido da aprendizagem ao longo da vida para melhorar as pessoas e as sociedades em que elas estão integradas;
- As politicas que são adoptadas no âmbito socioeducativo e sociocultural e a sua incidência nas mudanças sociais;
- O papel da criatividade e inovação para o desenvovlimento de políticas pró-activas;
- As contribuições da Animação Sociocultural para o aprofundamento das práticas democráticas.

Para mais informações e inscrição aceda no site do Colóquio Internacional, em http://www.unizar.es/colinanimacion-IEPSA/

domingo, 21 de agosto de 2011

Novo número da revista Animador Sociocultural


A Red Iberoamericana de Animación Sociocultural editou mais um número do Animador Sociocultural: Revista Iberoamericana.


O número actual reúne um conjunto diversificado de trabalhos científicos que abordam diferentes temáticas, mas com interesse para os Animadores. Os trabalhos agora publicados espelham a diversidade das práticas de Animação Sociocultural no espaço iberoamericano.

Para aceder ao número actual da revista, clique aqui.



sexta-feira, 12 de agosto de 2011

A popularização do conceito de Animação


O uso popularizado da expressão Animação, associada a contextos diferenciados e muitas vezes, sem qualquer conexão real com o verdadeiro sentido da Animação é um facto recorrente. E por associação, está o uso muita vezes descontextualizado da denominação socioprofissional Animador.

É preciso reinventar os argumentos discursivos. É importante que os Animadores construam o seu corpus teórico-prático, ou seja, que façam reflectir nas práticas profissionais, o verdadeiro sentido da Animação. Este corpus que defendo, tem que ter por base uma matriz conceptual comum, mas, é responsabilidade de cada Animador criar o seu discurso. Uma ideia assertiva disseminada em canais de comunicação estratégicos, capazes de mobilizar diferentes visões e posições sobre o que é a Animação Sociocultural.

Mais do que interiorizar o verdadeiro sentido do conceito de Animação, é desenvolver um trabalho de charneira na afirmação da profissão que perante os novos desafios sociais e políticos poderá ser benéfico para a construção de um outro modo de pensar e o conceito de Animação.

É tempo de desconstruir os estereótipos associados à figura profissional do Animador, o que pressupõe uma maior preocupação com a aplicação do conceito. Muitos decisores políticos percepcionam o trabalho de Animação e o exercício da profissão, numa perspectiva de promoção de eventos culturais capazes de mobilizar centenas de pessoas. Em abono da verdade, é essa ideia preconcebida e há muito interiorizada nos corpus político que fomenta as políticas culturais. A verdade é que a Animação Sociocultural está presente em programas sociais, culturais e de lazer. Hoje a intervenção desde a prática da Animação Sociocultural é transversal à sociedade contemporânea.

Não posso deixar de alertar para o facto da Escola, nomeadamente, os docentes dos cursos profissionais de Animador Sociocultural, serem convidados a exercerem um papel de pedagogos em matéria discursiva sobre a Animação Sociocultural e o exercício da profissão, independentemente, de estar ou não, regulamentada pela legislação. Os docentes e os Animadores em exercício têm que assumir um discurso positivista que dignifique os Animadores e a própria Animação Sociocultural.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Quaderns d’ Animació i Educació Social


A Revista Quaderns d’ Animació i Educació Social é uma publicação semestral da responsabilidade editorial do Prof. Mário Viché. Está disponível o número 14, da revista para Animadores Socioculturais e aos Educadores Sociais.
O número actual reúne contributos de investigadores de Espanha e da América Latina, nomeadamente, do Brasil e Chile. A Quaderns d’ Animació continua a pautar-se pela diversidade de reflexões e divulgação de estudos temáticos sobre âmbitos de relevante interesse para os agentes culturais e educativos.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Associação Insular de Animação Sociocultural assina protocolo de cooperação com o Instituto Politécnico de Beja

A Associação Insular de Animação Sociocultural (AIASC), celebrou um protocolo de cooperação com o Instituto Politécnico de Beja (IPB). O documento tem por objectivo fixar um quadro de cooperação institucional, amplo e efectivo, entre o Instituto Politécnico de Beja e a Associação Insular de Animação Sociocultural. As duas institutições comprometem-se desenvolver um plano de colaboração no domínio da formação, e da consultadoria nomeadamente no que respeita à organização e divulgação de eventos formativos nas diversas disciplinas que integram a animação, sem prejuízo de outras formas de cooperação que se venham a revelar do interesse das partes signatárias. Estas linhas de acção subdividem-se em compromissos para as duas instituições.

Este é um passo importante para a materialização do objectivo de contribuir para o estudo, formação, desenvolvimento e divulgação de projectos de investigação no domínio da animação sociocultural.

Congratulo-me, enquanto, Animador Sociocultural e dirigente da AIASC pelo compromisso celebrado mediante o protocolo de cooperação com o Instituto Politécnico de Beja, ele é um marco indelével na história da associação. A concretização dos compromissos rubricados pelo documento protocolar exigirá de nós um esforço vital, ao qual, saberemos responder à altura do desafio. Ele é um sinal efectivo da vontade de fazer mais e de concretizar os objectivos, a que nos propusemos com a fundação da AIASC.

É crucial para a vitalidade e compreensão das diferentes práticas e âmbitos da Animação Sociocultural na Região Autónoma da Madeira, a feliz efectivação da cooperação AIASC/IPB, mas, com determinante enfoque para os Animadores insulares. Estou convicto de que será benéfico e profícuo esta aproximação entre uma associação de Animadores e uma instituição de Ensino Superior (relação que tenho defendido em diferentes manifestos). Agora há que trabalhar para construir canais de oportunidade na Região Autónoma para concretizar as medidas acordadas.

No papel de dirigente da Associação Insular, manifesto a abertura da associação à cooperação com outras entidades, qualquer que seja o seu objecto social, desde que, a sua acção se coadune com o interesse colectivo dos Animadores e a salvaguarda pelo desenvolvimento de um projecto valorizador do que é a Animação Sociocultural e de que forma ela poderá contribuir positivamente para a transformação social e para o desenvolvimento comunitário.

sábado, 2 de julho de 2011

Recepção de Artigos para a Revista "Práticas de Animação"

A "Práticas de Animação" é uma revista editada pela APDASC - Delegação Regional da Madeira. Esta publicação periódica anual tem como objectivos:

- Divulgação da Animação Sociocultural através das suas diversas práticas educativas e culturais; - Contribuir para a construção de um espaço de debate e reflexão sobre a Animação;
- Possibilitar que Animadores e outros profissionais possam contribuir para a afirmação de novos projectos associativos no âmbito das práticas de Animação Sociocultural;
- Reunir ideias e opiniões sobre teorias e práticas da Animação, do lazer, da recreação, do desenvolvimento comunitário, da educação social e da pedagogia.

O próximo número da revista "Práticas de Animação" será editado em Novembro próximo. As pessoas interessadas em participar neste projecto editorial, poderão remeter o seu contributo até o mês de Outubro de 2011, para o seguinte e-mail: revistapraticasdeanimacao@gmail.com

Este projecto editorial conquistou um espaço próprio e sustentável no contexto da reflexão colectiva sobre a Animação. Os números editados revelam a sua maturidade e a abrangência geográfica que a revista assume desde o primeiro número. A "Práticas de Animação", revista temática, com um conselho de redacção constituido por investigadores e académicos de reconhecido mérito no âmbito da Animação Sociocultural e de outras áreas das ciências sociais e humanas atestam o carácter científico protagonizado pela revista.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Os nossos artistas devem ser parceiros nas dinâmicas artísticas locais

Os artistas consagrados ou autodidactas, independentemente, da grandeza da sua obra artística devem ser co-responsáveis com as instituições culturais e educativas na promoção das dinâmicas socioculturais no espaço público, enquanto, lugares de criação e democratização da cultura, onde, verdadeiramente, os cidadãos têm livre acesso aos bens culturais.

Estimular os cidadãos para o delicado exercício da observação e da leitura das obras de arte é um princípio elementar que está subjacente à criação artística, mas que, para muitos decisores políticos com responsabilidades em matéria de cultura, tal provocação pública pode suscitar leituras políticas indesejadas, ou provocar indiferença colectiva por parte dos públicos, o que seria mais constragedor para eles. Há uma verdade que não podemos ocultar e que nós, animadores da cultura, não podemos fingir que não é nossa função: a educação para a cultura.

Alguns artistas locais, mesmo autodidactas, têm desenvolvido um trabalho reconhecido e de uma maturidade artística recomendável, por isso, defendo que eles devem ser parceiros inequívocos das políticas culturais dos municípios. As suas obras podem ser veículos para educar os cidadãos para a arte. Eles devem ter um papel de mediadores artísticos mais activo entre o mundo das artes e a sociedade civil, entre as instituições culturais e a escola. As suas obras devem fazer parte da paisagem cultural urbana. Elas devem ser observadas como o prolongamento dos espaços museológicos, das galerias de arte e dos ateliers dos seus criadores.

Há alguns dias atrás, no fim da tarde, cruzei-me na rua com um grupo de pessoas, talvez cinco ou seis amigos, que perante uma escultura instalada no Largo do Município, obra que integra a instalação de um artista local, discutiam sobre a representatividade da obra. Elas emitiam opinião; confidenciavam o que, talvez, a escultura representava...

Aquelas pessoas têm a "escola da vida". Não frequentaram a universidade, conheço-as, são parte integrante da minha vida social, alguns são pescadores, mas, estavam ali, a observar e a "ler", o que porventura o artista deixou transparcer naquela peça escultórica. Aquele grupo de amigos, pela sua atitude perante o novo e temporário cenário artístico urbano foi provocado pelo artista. E eu, depois daqueles breves instantes, prossegui viagem mais feliz e realizado.

terça-feira, 14 de junho de 2011

A produção e difusão do conhecimento sobre Animação Sociocultural

É com humildade e responsabilidade acrescida que acolho o elogio do amigo, Prof. Avelino Bento, postado em «OS ENCONTROS DE ASC E A ARROGÂNCIA INTELECTUAL», no blogue Exdra/Animação.

A matéria produzida no meu blogue, resulta do pensamento reflexivo sobre as práticas de Animação Sociocultural que se estão a efectivar no território, em diferentes escalas geográficas. São reflexões através das quais, procuro criar auto-conhecimento e partilhá-lo. Esta pretensão não tem subjacente qualquer tipo de ensinamento ou pretensioso protagonismo, pelo contrário, visa sistematizar e partilhar experiências, preocupações e interrogações quotidianas associadas às minhas práticas de Animador Sociocultural, irrigadas pelas leituras com pertinência em matéria de Animação. Não há teoria sem prática, tal como, não há prática sem teoria. Os meus escritos são o reflexo das práticas experenciadas e mediadas pelo local/global. Este balizamento deve ser um dos pilares da acção do Animador.

A materialização pela escrita dos saberes poderá ser um fórum de discussão de ideias, conceitos e práticas, talvez, e mais importante, um tempo conquistado pela auto-aprendizagem permanente. Os meus escritos no blogue e em outros suportes de divulgação, nomeadamente, revistas, actas de congressos e outras obras colectivas, consolida os esforços realizados no trilhar de outros caminhos para a Animação Sociocultural em Portugal, em especial, no território insular. Não me assumo como profeta da Animação ou dos Animadores, mas, reconheço-me, como membro efectivo de uma nova geração de Animadores Socioculturais.

É hora de participarmos na produção e difusão do conhecimento em matéria de Animação Sociocultural. As práticas profissionais são um bom exemplo para esse desígnio. O saber não é propriedade de uma elite pseudo-intelectual refugiada no mundo académico e científico. Os Animadores que estão no terreno são parceiros na produção intelectual; este acto de criação não é previlégio de uma minoria iluminada, ele tem de ser um compromisso aberto ao envolvimento de todos.

Infelizmente, os organizadores dos congressos científicos continuam a privilegiar a elite intelectual estrangeira, em detrimento, de um novo pensamento e visão dos campos de intervenção da Animação Sociocultural no século XXI, que emerge no território nacional.

Portugal, é um país com história no campo da Animação Sociocultural. Hoje, há vários estudos científicos realizados por investigadores portugueses sobre a Animação e os Animadores, resultado de teses de mestrado que, do ponto de vista académico e científico são excelentes obras literárias, e talvez, superem muita da literatura científica importada do país vizinho. As organizações associativas de Animadores não podem recuar, perante, a responsabilidade de fomentar e apoiar, ou até mesmo, assumirem o papel de editoras.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Estratégia da Comissão Europeia para a Juventude. A função da Animação e o papel dos Animadores Socioeducativos (III)


«A animação socioeducativa é uma forma de educação realizada fora da escola por profissionais ou voluntários no contexto de organizações de juventude, entidades autárquicas, centros de juventude e paróquias, entre outros, que contribui para o desenvolvimento dos jovens. Juntamente com as famílias e outros profissionais, o trabalho de animação socioeducativa pode ajudara lidar com o desemprego, o insucesso escolar e a exclusão social, além de ser uma forma de ocupação dos tempos livres. Além disso, também é um modo de angariar competências e ajudar a transição para a vida adulta. Apesar de não ser formal, este trabalho precisa de ser mais profissionalizado. O contributo da animação socioeducativa reflecte-se em todos os domínios de acção e respectivos objectivos.»

Ainda no domínio de acção 8 – Juventude no Mundo, com destaque para o novo papel do trabalho de Animação Socioeducativa, a Comissão também definiu como objectivo o apoio e reconhecimento do trabalho de Animação Socioeducativa pela sua importância económica, social e profissionalizado. Na esfera das competências dos Estados-Membros e da Comissão, estes devem desenvolver acções que visem:

«-Dotar estes animadores de competências profissionais e promover a sua validação através dos instrumentos europeus adequados (Europass, QEQ e ECVET)
- Promover a animação socioeducativa, por exemplo, pela ajuda dos fundos estruturais
- Desenvolver a mobilidade dos animadores socioeducativos como previsto no Tratado CE
- Desenvolver pedagogias, práticas e serviços inovadores no domínio da animação socioeducativa
A Comissão continuará a elaborar a análise do impacto económico e social da animação socioeducativa».

terça-feira, 24 de maio de 2011

Estratégia da Comissão Europeia para a Juventude. A função da Animação e o papel dos Animadores Socioeducativos (II)

A Animação Socioeducativa (designação comum do trabalho realizado com jovens) e os Animadores Socioeducativos desempenham um papel transversal no desenvolvimento das políticas afectas aos diferentes domínios de acção.

A Criatividade e Empreendedorismo, domínio de acção 3, tem como objectivo «Encorajar junto dos jovens o desenvolvimento de talentos, as competências criativas, o espírito empresarial e a livre expressão cultural». Uma acção afecta ao cumprimento do objectivo é «Promover o contributo dos animadores socioeducativos para a criatividade e o empreendedorismo da juventude».

No domínio de acção 4 - Saúde e Desporto, o objectivo é «Encorajar um estilo de vida saudável e a educação física entre os jovens, as actividades desportivas e a colaboração entre animadores socioeducativos, profissionais de saúde e organizações desportivas com a tónica na prevenção e no tratamento da obesidade, acidentes, dependências e toxicodependências, e na manutenção da saúde mental e sexual» que tem como acção, entre outras, «Promover a formação em saúde dos animadores socioeducativos e dos responsáveis de organizações juvenis».

A Participação, domínio de acção 5, é mediada pelo objectivo de «Garantir a plena participação da juventude na sociedade, aumentando a sua intervenção na vida cívica das comunidades locais e na democracia representativa, apoiando as suas organizações bem como várias outras formas de "aprender a participar", encorajando a participação dos jovens não organizados e prestando serviços informativos de qualidade».

Para este domínio as acções desenhadas no âmbito da esfera de competências são:

«-Desenvolver normas de qualidade em matéria de participação, informação e consulta da juventude

- Incrementar o apoio financeiro e político prestado às organizações de juventude, bem como aos conselhos de juventude de nível nacional e local

- Promover a e-democracia para melhor atingir os jovens que não participam em estruturas de juventude organizadas


- Multiplicar as oportunidades de debate entre as instâncias europeias/nacionais e os jovens»

No domínio de acção 6 - Inclusão Social, «Prevenir a pobreza e a exclusão social dos jovens desfavorecidos e quebrar a cadeia da sua transmissão intergeracional através da mobilização de todos os agentes envolvidos na vida dos jovens (pais, professores, assistentes sociais, profissionais de saúde, animadores socioeducativos, os próprios jovens, instâncias policiais e judiciais, empregadores, etc.)» é o objectivo que pode ser concretizável pelo «Aproveitar todo o potencial do trabalho de animação socioeducativa e dos centros para a juventude ao nível local para promover a inclusão».


O Voluntariado, domínio de acção 7, visa «Apoiar o voluntariado jovem, dando mais oportunidades do voluntariado aos jovens, eliminando barreiras para facilitar procedimentos, sensibilizar para o valor do voluntariado, reconhecer a sua importância como forma de educação não formal e reforçar a mobilidade transfronteiriça dos jovens voluntários». Este objectivo implica «Reconhecer o contributo das organizações da juventude e das formas não estruturadas de voluntariado».

«Promover o empreendedorismo e as oportunidades de voluntariado em regiões fora da Europa» e «Apoiar o desenvolvimento do trabalho de animação socioeducativa noutros continentes» são algumas acções planificadas para o objectivo do domínio da acção 8 - Juventude no Mundo. O objectivo é «Mobilizar a juventude para participar nas decisões políticas globais a todos os níveis (local, nacional e internacional) recorrendo às redes de jovens e aos instrumentos existentes (como o diálogo estruturado) e enfrentar os problemas das alterações climáticas e os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio da ONU», cuja acção, entre outras, é «Apoiar odesenvolvimento do trabalho de animação socioeducativa noutros continentes».

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Estratégia da Comissão Europeia para a Juventude. A função da Animação e o papel dos Animadores Socioeducativos (I)

A Comissão Europeia em matéria de políticas de juventude atribui à educação não formal e ao papel dos Animadores Socioeducativos no desenvolvimento de actividades integradoras e mobilizadoras dos jovens para a cidadania activa um papel de vanguarda, enquanto, instrumentos chave para a concretização das metas definidas para 2010-2012.

O Método Aberto de Coordenação (MAC) proposto pela Comissão no domínio de acção 1 - Educação, está centrado naquilo a que a própria Comissão Europeia designa de «problemas estratégicos a longo prazo», nomeadamente, a aprendizagem ao longo da vida e mobilidade, a qualidade e eficácia, a igualdade e cidadania, a inovação e criatividade, bem como uma nova abordagem sobre as necessidades do mercado de trabalho e as competências no século XXI. A melhoria do sistema educativo formal é uma prioridade, mas, é reconhecido que as competências podem ser alcançadas fora da escola, implusionadas pelo uso das novas tecnologias e também, graças, aos Animadores Socioeducativos.

«O contributo da educação não formal dos jovens para o esforço de aprendizagem ao longo da vida na Europa deve ser apoiado pelo fomento da sua qualidade, o reconhecimento dos seus resultados e uma maior integração com a educação formal, da que é complemetar» é o objectivo do domínio de acção mediado pelas seguintes acções dos Estados-Membros e da Comissão:

«- Desenvolver as oportunidades de aprendizagem não formal como uma entre as muitas acções destinadas a lutar contra o abandono escolar precose

(...)

- Promover a mobilidade de todos os jovens no âmbito da aprendizagem

- Encorajar a concertação entre os decisores políticos dos domínios da educação e da juventude


- Desenvolver estruturas de participação no sistema educativo, bem como a cooperação entre a escola, a família e a comunidade local»No domínio de acção 2 - Emprego, é recomendado entre várias acções dos Estados -Membros e da Comissão «Desenvolver a animação socioeducativa enquanto suporte da empregabilidade juvenil» e «Encorajar a cooperação entre os decisores no domínio do emprego e da política de juventude e a participação na política de emprego».

segunda-feira, 2 de maio de 2011

EDI - Experiências de Democracia Inclusiva

EDI - Experiências de Democracia Inclusiva é uma obra editada pela Plataforma de Animadores SocioEducativos e Culturais e o Grupo Informal SER, coordenada pelo Abraão Costa, que assumiu o papel de investigador de campo à semelhança de Isabel Simões e Bruna Araújo.

O livro reúne um conjunto de testemunhos de jovens, entrevistas e experiências que abordam as questões sociais potenciais de exclusão social, da inclusão e da democracia inclusiva.

A leitura do EDI - Experiências de Democracia Inclusiva sugere algumas linhas de reflexão e acção, as quais, passo a partilhar: Educação não formal na perspectiva de pedagogia participativa e o lúdico como formas de promoção da democracia inclusiva e de experimentação/ compromisso social de cada cidadão; a centralidade do grupo para a transformação, participação e inclusão social das crianças e jovens; o grupo, enquanto, espaço de participação democrática, facilitador de tomada de consciência individual e colectiva, espaço de debate e de solução; o papel que a comunidade, as instituições socioeducativas, religiosas e políticas e os grupos informais devem exercer na inclusão social dos jovens, a par da necessidade de dar voz à juventude.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Sobre o ENEJA 2011

É com satisfação que afirmo que participei no Encontro Nacional e Europeu de Jovens Animadores 2011 (ENEJA) organizado pela Plataforma de Animadores SocioEducativos e Culturais (PASEC), que se realizou em Famalicão, entre os dias 18 e 20 de Abril. O meu sincero obrigado aos meus amigos(as)e colegas da PASEC pelos três dias intensos de novas aprendizagens e verdadeiras experiências de Animação Sociocultural. Reconheço-lhes grande mérito no trabalho de Animação e Protagonismo Juvenil.

É com orgulho que reconheço uma nova geração de jovens Animadores, independentemente, da sua formação académica, capazes de dinamizarem projectos de Animação com jovens. Estes são os protagonistas da acção. Eles têm um rosto e um nome que dá-lhes uma identidade própria, um espaço e um tempo que lhes devolve a alma, e ajudam-nos a vivenciar um conjunto de experiências que dificilmente poderemos negar como dinâmicas de Animação.

Durante os três dias de trabalhos tive a oportunidade de assimilar um conjunto de experiências ricas em conteúdo e dinâmicas juvenis dignas de um trabalho colectivo dos Animadores com os grupos de jovens.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

VIII Colóquio "Caminhos da Animação"


O auditório do Instituto Politécnico de Beja acolhe nos próximos dias 17 e 18 de Maio, o VIII Colóquio de Animação Sociocultural "Caminhos da Animação".

O Colóquio é organizado pela Comissão Técnico-Científica e Pedagógica do Curso de Animação Sociocultural e pelos alunos do 3º ano do respectivo curso, da Escola Superior de Educação de Beja. A organização destaca como objectivos, a constituição de um espaço de reflexão e de intercâmbios de experiências dos diferentes âmbitos de intervenção da Animação; divulgar a Animação Sociocultural, enquanto, instrumento de intervenção nos domínios da educação, da cultura, do território, do turismo e do lazer, da gestão e programação cultural e da intervenção comunitária.

Os painéis da edição do colóquio de 2011, previlegiarão os seguintes temas: Inovação e Empreendedorismo Social; Animação, Cultura, Inivação e Desenvolvimento Local; Indústrias Criativas e Culturais. Para além dos painéis, realizar-se-á uma mesa redonda subordinada ao tema “Animação Sociocultural em Portugal e no Mundo – que caminhos?”. Destaque ainda para a realização de workshops e outras actividades paralelas.

As inscrições são gratuitas para estudantes e docentes acompanhantes. Para profissionais e instituições o valor de inscrição é de 15 euros. As inscrições podem ser realizadas através de correio electrónico para alavado@ipbeja.pt ou coloquioascipbeja@hotmail.com

Para mais informações aceda em http://coloquioanimacao.blogspot.com/

quinta-feira, 14 de abril de 2011

A nossa responsabilidade na diversidade e na produção dos saberes em Animação Sociocultural

Acredito que a diversidade protagonizada pelas diferentes estruturas associativas de Animação, independentemente, do seu âmbito geográfico traz valor acrescentado à Animação Sociocultural e aos seus protagonistas. A minha curtíssima experiência de Animador Sociocultural e o meu bom senso têm contribuído para a reflexão pessoal sobre matérias que o tempo se encarregou de lançar para o debate colectivo. Não vou escrever sobre o Estatuto do Animador, esse é um dossier há muito discutido, especialmente nos fóruns de Animação.

Veja-se, a abrangência que as questões da Animação Sociocultural tem conquistado na produção bibliográfica, na blogosfera e em congressos sobre a Animação, graças, ao empenho dos Animadores e dos académicos, profusamente envolvidos activamente em organismos associativos nacionais e internacionais. É preciso continuarmos a democratização dos lugares do conhecimento e das áreas geográficas onde se discutem a Animação Sociocultural. A produção de matéria sobre a Animação Sociocultural não é propriedade de alguns, académicos ou Animadores. Ambos são peças chave para que haja um profícuo e contínuo debate sobre a Animação e as práticas profissionais dos Animadores.

Acredito nas estruturas associativas nacionais, internacionais e iberoamericana como espaços não formais de dinamização das problemáticas da Animação Sociocultural, de intercâmbios de saberes, de aprendizagens geradoras de novos conhecimentos e de experimentação. Somos um país europeu periférico, vamos resignar-nos? Não, no que diz respeito à Animação Sociocultural defendo que os Animadores Socioculturais lusitanos devem assumir-se como parceiros das redes internacionais e iberoamericanas de Animação. Partamos à descoberta, visto que já conhecemos o que o país tem para oferecer aos Animadores. Nada de receios face à aquisição de novos conhecimentos no âmbito da Animação.

Deixei de acreditar em discursos repetidamente vazios de sentido. Os portugueses padecem de um mal social há muito diagnosticado… falam muito sobre matérias que exigem ponderação, reflexão e uma tomada de posição concertada. Todos são especialistas em qualquer matéria, emitem opinião sobre qualquer tema. Indignam-se com quase tudo e querem estar em todos os palcos. Vivemos tempos de profunda crise social e económica. Hoje há outras prioridades para os colectivos, nomeadamente, a manutenção do emprego, o que não invalida a continuação da reflexão sobre as práticas profissionais. Esta última matéria contínua na minha agenda, pois entendo que devo contribuir para a democratização do debate e para uma possível produção de conhecimento.

Contínuo a defender que cada Animador Sociocultural tem um contributo a dar para o enobrecimento da profissão e não deixar tudo ao cuidado dos académicos.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Acção de Formação «O Poder da Educação Não Formal»


Este curso de formação realiza-se de 18 a 23 de Junho de 2011, na Cidade de Praga, na República Checa. O curso visa potenciar o impacto da Educação Não Formal, os seus princípios e métodos na capacitação dos jovens como actores da sociedade, na dimensão do local para o europeu. Os destinatários privilegiados são os técnicos de juventude, formadores, líderes juvenis, gestores de projectos, jovens e decisores políticos.


The Power of Non Formal Education tem como objectivos:

- Estimular os participantes para sentir e reflectir sobre o poder da Educação Não Formal, experimentando diferentes métodos de educação não formal;

- Analisar o papel e o desenvolvimento da Educação Não Formal nos diferentes países no âmbito de uma Europa comum;

- Descobrir e debater a estratégia europeia no que diz respeito à Educação Não Formal;

- Lutar contra o surgimento de abordagens consumistas dirigidas aos jovens na área da Educação Não Formal;

- Explorar os significados, papeis e complementaridades das diferentes abordagens educacionais e métodos (formal, não formal e informal);

- Reconsiderar as práticas diárias de trabalho com jovens;

- Compreender os princípios de elaboração de um programa e utilização de métodos de Educação Não Formal no âmbito do Programa Juventude em Acção.

As inscrições decorrem até o próximo dia 21 de Abril. Para mais informações aceda ao portal da Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto.

sábado, 26 de março de 2011

Mensagem do Dia Mundial do Teatro 2011

O Teatro ao serviço da Humanidade

A celebração de hoje é um verdadeiro reflexo do imenso potencial que o teatro tem na mobilização de comunidades e na criação de pontes.

Já imaginaram que o teatro pode ser um instrumento poderoso para a paz e a reconciliação? Enquanto as nações gastam somas colossais de dinheiro em missões de paz em zonas de conflitos bélicos por todo o mundo, pouca atenção é dada ao teatro como alternativa personalizada para a transformação e gestão de conflitos. Como podem os cidadãos da mãe-terra alcançar a paz universal se os instrumentos que empregam provêem de poderes externos e aparentemente repressivos?

O Teatro impregna subtilmente a alma humana presa pelo medo e pela desconfiança, alterando a sua própria imagem e abrindo um mundo de alternativas para o individuo e, por conseguinte, para a comunidade. Pode dar significado às realidades quotidianas antecipando o futuro incerto. Pode participar em temáticas de políticas sociais de modo simples e directo. Porque é inclusivo, o teatro pode apresentar uma experiência capaz de transcender ideias pré-concebidas.

Para além disso, o teatro é um meio garantido de fomento e antecipação de ideias que partilhamos e pelas quais estamos dispostos a lutar.

Para antecipar um futuro pacífico, nós temos que começar a usar meios pacíficos que procurem compreender, respeitar e reconhecer as contribuições de cada ser humano na procura da paz. O Teatro é essa linguagem universal através da qual nós podemos propor mensagens de paz e reconciliação.

Permitindo a cada participante comprometer-se activamente, o teatro pode fazer com que muitos indivíduos desconstruam ideias preconcebidas, e, desta forma, dar a cada um a oportunidade de renascer para tomar decisões baseadas em conhecimentos e realidades redescobertos. Para que o teatro prospere, entre outras formas de arte, nós temos que dar o passo audaz de incorporá-lo na vida quotidiana, tratando de assuntos críticos de conflitos e paz.

Na procura da transformação social e na reforma das comunidades, o teatro já existe em áreas de devastadas pela guerra e entre populações que sofrem pela pobreza e doença crónicas. Existe um número crescente de histórias de sucesso em que o teatro tem sido capaz de mobilizar públicos por forma a mobilizar a opinião pública e auxiliar vítimas de traumas pós-guerra. As plataformas culturais como o International Theatre Institut que tem como objectivo a “consolidação da paz e da amizade entre os povos” já estão no terreno.

É, portanto, um farsa manter o silêncio nos tempos que correm, com o conhecimento do poder do teatro, e permitir que aqueles que empunham armas e lançam bombas sejam os pacificadores do nosso mundo. Como é que as ferramentas de alienação se podem substituir a instrumentos de paz e reconciliação?

Eu peço-vos neste Dia Mundial do Teatro que ponderem esta possibilidade e que proponham o teatro como uma ferramenta universal para o diálogo, a transformação e reforma sociais. Enquanto as Nações Unidas gastam somas colossais de dinheiro em missões de paz pelo mundo fora, através do uso de armas, o teatro é espontâneo, humano, menos custoso e uma alternativa muito mais poderosa.

Embora possa não ser a única resposta para conseguir a paz, o teatro deve seguramente ser incorporado enquanto uma ferramenta efectiva em missões de paz.

Jessica A. Kaahwa (autora, encenadora, actriz, investigadora académica e humanista)

quinta-feira, 24 de março de 2011

Reconhecimento Profissional: Os nossos argumentos também são os argumentos dos outros


O reconhecimento profissional é uma problemática transversal a outros sectores profissionais. Os Animadores não estão sós na luta pela dignificação social da profissão. Nós Animadores temos que reinventar argumentos e apresentar outras soluções que não passem pela criação de uma ordem profissional, ideia defendida em alguns fóruns, facto que considero excessivamente prematuro e sem qualquer enquadramento socioprofissional legal.

A propósito da ausência do reconhecimento da importância da profissão, nós padecemos do mesmo mal social e político que os colegas de Serviço Social, aqueles a quem durante muito tempo acusamos de usurparem o «nosso lugar» nas instituições.

A questão do reconhecimento profissional foi abordada numa conferência sobre a prática do Serviço Social, iniciativa realizada na Região Autónoma da Madeira, no espírito comemorativo do Dia Mundial do Serviço Social. A oradora recordou os principais pontos de descontentamento que curiosamente são semelhantes no contexto do exercício profissional dos Animadores. O exercício da prática de Serviço Social por outros profissionais sem formação adequada e remunerações que não estão equiparadas às habilitações académicas dos técnicos de Serviço Social, a proliferação desregulada de formações em Serviço Social, foi outra das preocupações manifestadas pela docente. Esta é a realidade dos Animadores com as devidas adaptações ao contexto profissional.

Os Animadores têm que interiorizar que o reconhecimento profissional também se conquista pelo bom exercício da prática da Animação Sociocultural, pelo empenho na dignificação individual e colectiva da profissão. Estas são premissas que cada um deverá cultivar no quadro da intervenção institucional e comunitária. A dignificação profissional também é uma conquista quotidiana e de profunda persistência no acreditar que é possível mudar. Esta crença não vigora por meio de um qualquer decreto legislativo, ela é um exercício pessoal e intransmissível.

terça-feira, 15 de março de 2011

«Rumo à Cidadania Participativa»


A Câmara Municipal do Funchal no âmbito do programa «Juventude em Acção» dinamizou o projecto de promoção e de educação para a cidadania denominado «Rumo à Cidadania Participativa».

Esta iniciativa de educação não formal e de estímulo à participação cidadã teve início em Setembro de 2010 e o seu término acontecerá no mês homólogo de 2011, envolvendo os jovens residentes no Concelho do Funchal, com idades compreendidas entre os 15 e os 30 anos.

O objectivo do projecto passa por auscultar, debater, questionar e propor medidas aos decisores políticos locais em matéria de políticas de juventude, através da concepção e desenvolvimento de programas, projectos e actividades direccionadas para a população juvenil com o intuito de uma melhoria contínua da intervenção do poder local ao nível das políticas juvenis.

«Rumo à Cidadania Participativa» envolveu activamente os jovens das freguesias do Concelho do Funchal, as escolas básicas do 2º e 3º ciclos, secundárias e profissionais através da realização de fóruns, com o desiderato de reunir um conjunto de propostas a apresentar pelos grupos de trabalho criados em cada freguesia, no fórum juvenil na câmara municipal.

O fórum juvenil é um espaço de discussão onde serão debatidas as propostas e seleccionados os representantes juvenis que protagonizarão em nome do colectivo, a apresentação das propostas finais numa assembleia municipal juvenil coordenada pelo presidente da autarquia.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Programa «Cidadania Cultural»… Espaço de aprendizagens


Foram quatro meses de aprendizagens sobre a vida cultural e social da comunidade local protagonizada pelas associações recreativas, pelas instituições sociais e culturais, pela câmara municipal e demais agentes socioculturais do concelho. Semanalmente, fui construindo uma outra relação com a comunidade local através da rádio, essa ferramenta de comunicação de proximidade que também, é um recurso para a Animação Sociocultural.

Procurei corresponder de forma simples e inteligente ao desafio que me tinha sido colocado pela direcção da Rádio Zarco, já na emissão do 1º programa “Cidadania Cultural”. A rádio deu voz às colectividades e aos muitos actores da cultura. Procurei que o protagonismo da cena cultural municipal fosse deles, porque continuo a acreditar e a defender que o movimento associativo e os muitos cidadãos anónimos são parceiros inequívocos dos processos de Animação Sociocultural.

O «Cidadania Cultural» ajudou-me a desenhar melhor a radiografia cultural do concelho, a conhecer realidades específicas, a sentir o pulsar da cidadania activa que continua viva e recomenda-se. Foram dezoito programas de partilha de cumplicidades, de fortalecimento de laços sociais e profissionais, de descobertas permanentes e afirmação da multiplicidade cultural que fortalece as dinâmicas sociais e a identidade das populações.

O meu sincero agradecimento a todos aqueles que pelo seu trabalho, dedicação e entusiasmo tornaram possível a realização e emissão do programa ao longo dos quatro meses, ajudando-me a superar o desafio proposto. O meu obrigado a todos os que acreditam que é possível envolver as pessoas na transformação social através da acção cultural.