quinta-feira, 24 de março de 2011

Reconhecimento Profissional: Os nossos argumentos também são os argumentos dos outros


O reconhecimento profissional é uma problemática transversal a outros sectores profissionais. Os Animadores não estão sós na luta pela dignificação social da profissão. Nós Animadores temos que reinventar argumentos e apresentar outras soluções que não passem pela criação de uma ordem profissional, ideia defendida em alguns fóruns, facto que considero excessivamente prematuro e sem qualquer enquadramento socioprofissional legal.

A propósito da ausência do reconhecimento da importância da profissão, nós padecemos do mesmo mal social e político que os colegas de Serviço Social, aqueles a quem durante muito tempo acusamos de usurparem o «nosso lugar» nas instituições.

A questão do reconhecimento profissional foi abordada numa conferência sobre a prática do Serviço Social, iniciativa realizada na Região Autónoma da Madeira, no espírito comemorativo do Dia Mundial do Serviço Social. A oradora recordou os principais pontos de descontentamento que curiosamente são semelhantes no contexto do exercício profissional dos Animadores. O exercício da prática de Serviço Social por outros profissionais sem formação adequada e remunerações que não estão equiparadas às habilitações académicas dos técnicos de Serviço Social, a proliferação desregulada de formações em Serviço Social, foi outra das preocupações manifestadas pela docente. Esta é a realidade dos Animadores com as devidas adaptações ao contexto profissional.

Os Animadores têm que interiorizar que o reconhecimento profissional também se conquista pelo bom exercício da prática da Animação Sociocultural, pelo empenho na dignificação individual e colectiva da profissão. Estas são premissas que cada um deverá cultivar no quadro da intervenção institucional e comunitária. A dignificação profissional também é uma conquista quotidiana e de profunda persistência no acreditar que é possível mudar. Esta crença não vigora por meio de um qualquer decreto legislativo, ela é um exercício pessoal e intransmissível.

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