segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Feliz Natal



O Natal é tempo de paz, de harmonia social e de encontro de familiares e amigos. É tempo de renovação das esperanças perdidas, de fortalecimento da amizade e de acreditar que somos comunidade, capaz de construir outras vias de desenvolvimento social e cultural. Façamos do Natal, a verdadeira Festa. 

Votos de um feliz e santo Natal. 

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Práticas de Animação

Está disponível o novo número da revista Práticas de Animação. Este é um projeto partilhado por muitos e participado por investigadores, docentes e animadores portugueses, espanhóis e brasileiros que, com o seu contributo técnico-científico e de militância acrescentam valor com o propósito de contribuírem para a dinâmica da discussão, das práticas e dos domínios de intervenção da animação sociocultural. É de salientar a narrativa construída em alguns escritos agora publicados, resultado da visão crítica e das práticas de animação com os grupos.

A identidade editorial da revista é um processo consolidado, graças, ao acreditar dos colaboradores num projeto cuja identidade tem o signo da insularidade, mas que conquistou o seu próprio espaço no quadro (in)formativo no contexto da animação sociocultural. O presente número da Práticas de Animação reúne um conjunto de contributos passíveis de complementar os saberes e as aprendizagens no campo da animação sociocultural, do lazer, da ação social, da educação e do tempo livre. Estes são domínios de investigação e intervenção privilegiados para o trabalho dos animadores na ação transformadora com as comunidades. 

Creio que este este projeto editorial, com seis números editados, é um contributo e um recurso importante para os agentes da sociocultura. Estamos convictos do longo percurso que há a fazer para a dignificação estatutária do projeto, mas certos dos passos firmados pela afirmação da animação sociocultural e dos animadores no território insular.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Mensagem alusiva ao Dia Internacional do Voluntariado

O Dia Internacional do Voluntariado foi proclamado a 5 de dezembro de 1985, pela Organização das Nações Unidas (ONU). A Confederação Portuguesa do Voluntariado divulgou uma mensagem alusiva à efeméride. 

«Nestes últimos  anos a crise económica e financeira tornou-se o centro das preocupações de toda a sociedade portuguesa. De uma maneira ou de outra, todos fomos afetados e, de certo modo, despertámos a nossa consciência para muitos cidadãos e cidadãs que vivem numa situação reveladora de empobrecimento.

Para muitos a presença dos voluntários e voluntárias é sinónimo de estima, amizade, conforto, atenção. Os voluntários e voluntárias oferecem, com o seu compromisso e criatividade, uma resposta às necessidades da nossa sociedade quotidiana. Por muito pequeno que pareça o contributo, a verdade é que ele faz toda a diferença. Depois de, no ano de 2011, termos vivido intensamente a temática do voluntariado parece que só faz sentido falarmos agora de cidadania. Como se depois de um grande impulso de participação cívica na organização desta grande "casa" que habitamos, pudéssemos agora arrumá-la e cimentar ideias, projetos e iniciativas.

Hoje celebra-se esta dádiva, a da entrega gratuita ao outro. Celebra-se a disponibilidade, o serviço e a solidariedade como valores de cidadania essenciais à sociedade para a construção do bem comum.

Parece claro a toda a sociedade e às estruturas de poder que o voluntariado é uma forma única de estar em comunidade. Faltará, por certo, muito caminho a fazer para todos nós. Voluntários, organizações, empresas, comunidades escolares, governos. Todos temos de perceber que o voluntariado ultrapassa as barreiras do envolvimento temporário. Ser voluntário é colocar ao serviço do bem comum o tempo, as capacidades, os recursos e isto também deve ser reconhecido por todos e exige um envolvimento comprometido de todas as partes que beneficiam deste trabalho, muitas vezes, silencioso. 

Saudamos todos os voluntários e voluntárias que, nas mais diversas áreas da nossa sociedade e com as mais diversas inspirações ideológicas ou crenças, generosamente se entregam, se gastam e se envolvem, diariamente, num trabalho que serve de exemplo a todos. Bem hajam.» 

(Eugénio José da Cruz Fonseca)

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

O problema da falta de consumo e de participação culturais

Os dados divulgados no relatório do Eurobarómetro coloca Portugal na cauda da Europa, no que respeita à participação cultural dos cidadãos. Talvez, um dos sintomas da «patologia cultural» que mais contribui para o decréscimo do consumo cultural esteja relacionado com a crise económico-financeira, sintoma que alavanca um conjunto de fatores que explique o desinteresse luso pela cultura e traga à luz do dia, outros elementos expositivos.

É necessário balizar dois conceitos fundamentais: o consumo participação culturais. O consumo está diretamente ligado ao poder de compra dos cidadãos, aos hábitos culturais adquiridos pelos processos de socialização e educativo, pelo meio envolvente, e sem dúvida pelas dinâmicas que as entidades públicas e associativas são capazes de potenciar nos territórios culturais. A participação pressupõe um envolvimento ativo das pessoas em processos de fruição e criação culturais que estão, diretamente, associados à promoção de projetos artísticos, alguns deles de elevado valor cultural desenvolvidos por coletividades locais.

A participação na vida cultural é um problema social transversal às políticas públicas de cultura e educação. A educação deve ser entendida e percecionada pelos agentes culturais e pelos políticos como um eixo central e transversal da ação cultural. Há a ausência de uma pedagogia cultural palpável em algumas instituições educativas nos territórios municipais, também o mesmo, acontece em relação à educação em alguns organismos com um papel importante na descentralização e democratização culturais. A perceção sociopolítica do papel da cultura para a formação integral dos indivíduos é inexistente. Este é o ponto de partida para um trabalho contínuo e de envolvimento de um conjunto de atores da cultura e da educação, é uma tarefa de todos.

O investimento cultural é manifestamente pobre, muitas das as instituições de vocação cultural e artística continuam a depender dos subsídios dos organismos públicos para manter uma atividade regular. Não sou totalmente contra a revisão da forma de atribuição dos apoios públicos, sou pela exigência de maior rigor, ou seja, há que encontrar formas alternativas e mais ativas das instituições culturais contribuírem para o enriquecimento da comunidade através de implementação de dinâmicas que, em alguns casos, possam revitalizar os processos de educação para a cultura, noutros, desenvolverem a vocação de pedagogas culturais. Estou convicto que a realidade poderá ser transformada no território municipal, ou seja, é responsabilidade da sociedade civil contribuir para a transformação sociocultural.

É preciso pensar a cultura a longo prazo, desenhar um programa de educação para a cultura que envolva ativamente as associações e centros culturais, as galerias de arte, as bibliotecas municipais, a escola, as autarquias, os centros cívicos e os muitos agentes culturais e educativos. Este é um desafio que precisa de ser replicado na escala local, um processo que implica uma união de facto, da educação e da cultura com a realidade concreta da comunidade. É urgente reforçar o papel da educação artística, trazer para a rua os artistas, os agentes culturais, povoar os espaços públicos, formar e educar os públicos desde a idade escolar, envolvendo-os em projetos culturais através de parcerias com as instituições culturais e artísticas, provocar uma mudança de paradigma de desenvolvimento. 

Haverá verdadeiro desenvolvimento sustentável quando houver uma consciência coletiva real do papel da cultura. A dimensão cultural comunitária não pode ser entendida como algo abstrato, pelo contrário, é o «fermento» da identidade de cada pessoa.

Precisamos urgentemente de parar, escutar e transformar.