quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

I Congresso Internacional - Animação Sociocultural, Gerontologia e Educação Intergeracional – Estratégias e Métodos de Intervenção para um Envelhecimento Ativo


A Intervenção - Associação para a Promoção e Divulgação Cultural promove nos dias 22, 23 e 24 de maio de 2015, na vila de Murça (no Auditório Municipal da Biblioteca), o I Congresso Internacional - Animação Sociocultural, Gerontologia e Educação Intergeracional - estarégias e Métodos de Intervenção para um Envelhecimento Ativo.

O congresso será constituído pelos seguintes painéis:

- Envelhecimento Ativo e Autonomia
- Animação Sociocultural na Terceira Idade: Cidadania e Participação 
- Animação Sociocultural na terceira Idade realidade portuguesa e perspetivas europeias
- Animação Sociocultural, Gerontologia e Deficiência na Terceira Idade
- As Artes como meio de Animação Sociocultural, Educação Intergeracional e envelhecimento ativo
- Animação Sociocultural, Gerontologia, Práticas Intergeracionais e Educação Intergeracional
- Relatos de Experiências de Animação Sociocultural e Educação Intergeracional
- O Animador Sociocultural Gerontólogo

domingo, 1 de fevereiro de 2015

As conclusões das II Jornadas de Educação Não Formal

A educação não formal é uma forma de aprendizagem que se desenvolve, paralelamente, ao sistema formal de ensino. É um processo educativo organizado e estruturado que possibilita aos intervenientes o seu desenvolvimento pessoal, capacitação para o exercício da cidadania ativa, valoriza a flexibilidade e está centrado nos aprendentes.

A educação não formal como espaço de aprendizagem social permite que cada jovem seja ator do seu próprio processo de desenvolvimento.

O Conselho Nacional de Juventude realizou no dia 10 de dezembro de 2014, as II Jornadas de Educação Não Formal que tiveram como objetivo refletir e reunir contributos sobre «Instrumentos de Validação de Competências Adquiridas em Contextos de ENF e Youth Work».

A nossa reflexão sobre esta temática tem pertinência na sequência da leitura das conclusões das jornadas que nos permitem refletir sobre questões atuais para a animação sociocultural e para os seus agentes.

O grupo de discussão sobre youth work aponta nas suas conclusões para medidas como a criação de um processo de mapeamento, por forma a perceber em que áreas ocorre o youth work; auscultação dos diversos intervenientes para a construção de um entendimento comum; realização de um estudo de diagnóstico; e mapeamento dos princípios e indicadores de qualidade.

O mesmo grupo de trabalho sublinha a necessidade de desenvolver políticas públicas nacionais direcionadas para o reconhecimento e desenvolvimento do youth work (criação de grupos de trabalho intersectoriais e criação de enquadramento legal); desenvolvimento de parcerias estratégicas envolvendo a sociedade civil, os decisores políticos e privados; e formação reconhecida.

Os desafios mapeados na área do youth work estão agregados à capacitação de atores (formação de ensino superior ao nível de licenciatura); falta de reconhecimento local e regional. Outro dos desafios está elencado ao termo de youth work – tem que ser impulsionado pelas organizações de juventude e terá que haver um trabalho conjunto para chegar aos decisores políticos; inexistência de estudos sobre o impacto do youth work; falta de estudos em Portugal sobre youth work; falta de padrões de como trabalhar para a juventude; reconhecimento formal e informal; e o reconhecimento por parte dos vários atores sociais da necessidade do youth work.

Sobre os youth workers, o grupo de trabalho questiona o papel destes agentes e a forma como intervém. Qual a formação que devem agenciar e desenvolver? A aspiração à progressão profissional, bem como, definir o conceito de youth worker; envolvimento dos youth workers na legislação; estatuto da profissão. Qual o perfil, o que é um youth worker de qualidade? Código de ética.

O grupo de discussão sobre youth work regista um aspeto fundamental para a afirmação social - «Não existirá reconhecimento social enquanto não houver este trabalho de conceptualização primeiro». Afirmam ainda, que é essencial definir as funções e competências do youth worker e criar um grupo de trabalho para apontar opções de tradução de youth worker envolvendo um conjunto de organizações de juventude e representação do Poder Local.

O grupo de discussão sobre instrumentos de validação de educação não formal aponta para a perigosidade da validação face à inexistência de um quadro teórico comum para a educação não formal, o que pode originar problemas para a validação. A possível perda de valores associados à educação não formal, ou seja, a de procura de aprendizagem de uma forma diferente da educação formal. Outro aspeto essencial é o foco da validação incidir na metodologia e não nos agentes; e o foco no produto (a certificação deve privilegiar o processo, a aprendizagem ao longo da vida).

O grupo de trabalho refere o papel do associativismo no processo de validação da educação não formal. As associações assumirem o papel mediador entre facilitadores - «facilitandos» e elementos de avaliação; as organizações juvenis como laboratório de experimentação; e a utilização da educação não formal no processo de aprendizagem não só dos participantes, mas também, da organização como garantia de democracia e de boa governação.