terça-feira, 30 de março de 2010

A discussão das ideias e propostas para o Estatuto do Animador

A realização dos vários debates sobre o Estatuto do Animador Sociocultural, tema que será amplamente discutido em congresso num futuro próximo, foi uma iniciativa que produziu matéria para reflexão dos participantes à posteriori, mas também de todos os Animadores que de forma (in)directa se identificam com a problemática e os desafios que a proposta de Estatuto do Animador poderá e deverá reunir numa perspectiva de integração e de promoção do bem comum.

Entendemos que a matéria produzida nos debates realizados nas diferentes regiões do país deve ser disponibilizada a todos os Animadores, para que cada um de nós, na medida do possível, possa dar o seu contributo para a discussão que é desejável que seja participada por todos os envolvidos no processo.

"Todos diferentes, todos iguais". É sustentado neste slogan que devemos reflectir e trabalhar seriamente na elaboração de uma proposta de Estatuto do Animador, procurando reunir as muitas sensibilidades e diferentes pontos de vista sobre a mesma matéria. Parece-nos importante criar um espaço de participação colectiva com vista à recolha de propostas dos muitos Animadores dispersos pelo país, no sentido de enriquecer a proposta de Estatuto do Animador. Para tal, é fundamental a disponibilização de um documento de trabalho síntese sobre a matéria em apreço para que a partir dela, a participação seja fluente e criativa.

Começamos a percorrer uma outra etapa e perante esta realidade, é deveras importante que não percamos o sentido de responsabilidade sobre o futuro da profissão aliado a um discurso coerente, realista e optimista.

sábado, 27 de março de 2010

Mensagem do Dia Mundial do Teatro 2010

"O Dia Mundial do Teatro é uma oportunidade de celebrar o Teatro em todas as suas miríades formas. Fonte de entretenimento e inspiração, o Teatro contém em si a capacidade de unificar os inúmeros povos e culturas que existem no mundo. Mas o Teatro é mais do que isso e também proporciona oportunidades de educar e informar. O Teatro é representado no mundo inteiro e nem sempre no cenário de teatro tradicional.

Os espectáculos podem ocorrer numa pequena aldeia em África, no sopé de uma montanha da Arménia, numa pequena ilha do Pacífico. Só precisa de um espaço e de um público. O Teatro tem a capacidade de nos fazer rir, de nos fazer chorar mas deve, também, fazer-nos pensar e reflectir.

O Teatro acontece pelo trabalho em equipa. Os actores são as pessoas que se vêm, mas existe um conjunto espantoso de pessoas que não são vistas. São tão importantes como os actores, e os seus conhecimentos especializados, diferenciados, tornam possível que a produção aconteça. Eles também devem partilhar qualquer triunfo ou sucesso que se espera que venha a acontecer.

O dia 27 de Março é sempre a data oficial do Dia Mundial do Teatro. Em muitos sentidos cada dia deveria ser considerado um dia do teatro, uma vez que temos a responsabilidade de continuar esta tradição de entretenimento, de educação e de elucidar o nosso público, sem o qual não poderíamos existir."

Dame Judi Dench

quinta-feira, 25 de março de 2010

FENPROF defende Animadores Socioculturais nas Escolas

As situações de indisciplina e violência que se têm verificado no espaço escolar originou reacções dos partidos políticos e da Federação Nacional dos Professores (FENPROF). Quer os partidos, quer a FENPROF já apresentaram propostas em sede própria para combater esta realidade escolar.

O Conselho Nacional da FENPROF defende que as escolas possam no quadro da sua autonomia encetar medidas que aumentem o quadro de recursos humanos, nomeadamente, "animadores socioculturais e de tempos livres que possam acompanhar e mesmo orientar as actividades lúdicas dos alunos durante os intervalos e o tempo não lectivo na escola" e "reorganizar o funcionamento das escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico, (...) libertando os seus tempos livres de actividades escolarizadas - que têm também contribuido para o aumento da indisciplina -, preenchendo-os, no âmbito de uma componente de apoio às famílias, com actividades de carácter lúdico, cultural e social."

Uma força partidária com assento parlamentar já apresentou um projecto-lei que visa a criação de gabinetes pedagógicos de integração escolar, órgão que reúna uma equipa multidisciplinar, e da qual façam parte Animadores Socioculturais. Congratulamo-nos com a defesa das presentes medidas. É fundamental que estas não sejam discutidas e até executadas como "panaceias" para os males sociais que se vivem no espaço escolar. Esta é uma oportunidade para que os Animadores Socioculturais assumem um papel de parceiros de um trabalho de intervenção social e educativo na escola e não como uma extensão do corpo docente, ou até mesmo, assumirem um papel securitário no espaço de recreio e nos tempos não lectivos.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Notas sobre o debate "O Estatuto do Animador Sociocultural"

A continuidade territorial também se afirma no debate de temas e questões que num passado recente seria mais difícil de acontecer em território insular. No cumprimento da agenda do debate nacional descentralizado por algumas regiões do país, a Delegação Regional da Madeira da APDASC, organizou no passado dia 20 de Março, no Fórum FNAC Madeira, o primeiro de três debates. Neste primeiro debate foi abordado "O Estatuto do Animador Sociocultural".

O Prof. Doutor Avelino Bento foi o convidado numa iniciativa que reuniu um grupo significativo de pessoas, num espaço informal e aberto ao público em geral, porque acreditamos que este tipo de discussão tem que se realizar em espaços informais, onde a proximidade entre todos os presentes sejam um factor mobilizador de uma participação crescente e de igualdade de oportunidades.

Mais importante, foi a discussão dinamizada pelo Prof. Avelino Bento sobre o Estatuto do Animador Sociocultural que reuniu Animadores Socioculturais, estudantes dos cursos de Animação Sociocultural, formadores do ensino técnico-profissional e professores universitários. Curiosamente, durante o debate algumas pessoas curiosas ficaram a assistir ao debate, e até questionaram sobre a matéria em discussão. Talvez seja um sinal de que a sociedade civil começa a despertar para as práticas da Animação Sociocultural, e reconheçam a necessidade da figura do Animador Sociocultural na sociedade actual.

As competências e perfil do Animador Sociocultural são matérias que precisam de ser discutidas no seio das organizações de ensino, no processo de aprendizagem formal e informal dos Animadores Socioculturais, sem descurar, o papel relevante que as associações de Animadores Socioculturais têm a dar para a definição do perfil.

"O que é ser Animador Sociocultural hoje?". Esta foi uma das questões que serviu para abrir o debate, para ouvir os Animadores Socioculturais insulares, oscultar as dificuldades com que se defrontam no exercício das suas práticas. Uma questão que exige uma profunda discussão entre os nossos pares, e cuja resposta deverá orientar os Animadores na definição do seu estatuto socioprofissional.

Defendemos que ao Estatuto do Animador deverá estar subjacente uma linha de integração dos diferentes técnicos superiores formados em Animação: Animadores Socioculturais, Socioeducativos, Culturais, Turísticos, Animadores Socioculturais de Bibliotecas Escolares, entre outros, no sentido de responder à panóplia de nomenclaturas das licenciaturas e pós-graduações em Animação que actualmente estão vigentes no Ensino Superior, procurando que estas figuras profissionais se mantenham, fruto de uma identidade que apesar de ter um corpus teórico-prático comum, é necessário preservar a sua singularidade.

O futuro estatuto deverá definir o perfil profissional do Animador Sociocultural (técnico-profissional e técnico superior) e respectivas competências. Defendemos um estatuto que contemple a unidade de dois grandes grupos: o grupo técnico-profissional e o grupo técnico superior. Esta é uma discriminação positiva, de integração e que respeita a singularidade das diferentes figuras profissionais da Animação Sociocultural que na actualidade continuam a evidenciar a sua presença no mercado de trabalho.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Duas gerações de Animadores Socioculturais. Duas formas de pensar, de estar e de agir

A Animação Sociocultural em Portugal é representada por duas gerações distintas de Animadores com percursos muito diferentes, com um reportório do saber-fazer variado e enriquecido por um percurso singular no contexto vivenciado pelas práticas de Animação Sociocultural. Esta realidade não pode sobrepor-se à nova geração de Animadores que continuam a revindicar para o colectivo socioprofissional um espaço próprio de afirmação de uma identidade que continua a diluir-se entre os seus pares. Não podemos anular ou menosprezar o crescimento efectivo de iniciativas que procuram ser espaços de debate e de afirmação positiva de outras centralidades para as quais as diferentes modalidades e âmbitos da Animação são um contributo a valorizar na participação e na dignificação da cidadania activa.

As realidades sociocultural e política actuais são diferentes daquelas de uma ou duas décadas atrás. Hoje o mercado de trabalho é um mundo heterogéneo, ele continuará a exigir um perfil de trabalhador multifacetado, capaz de dar respostas céleres a problemáticas de diferentes graus de complexidade e de natureza distinta. Mas, na verdade há um modus operandi que continua a manter as características de outrora: o exercício profissional da Animação Sociocultural independentemente do sector de actividade, público, privado ou cooperativo.

Faço parte da nova geração de Animadores Socioculturais, daqueles que não iniciaram o exercício da Animação Sociocultural pela via prática/autodidacta, ou que ingressou na carreira através da prática no movimento associativo ou em qualquer outro organismo. Segui o percurso contrário, exerço a minha actividade em Animação Sociocultural pela via da formação académica, que deu-me a possibilidade de assimilar um conjunto de saberes, de conhecimentos teório-práticos que hoje ajudam-me a ser um Animador Sociocultural.

Recuso a ideia de que os Animadores que trabalham no sector público, nomeadamente, nas autarquias trabalham de acordo com o horário estabelecido para a administração pública. Exerço a minha actividade numa autarquia, e felizmente, estou em condições de contrariar a ideia de que o Animador Sociocultural numa autarquia é mais um funcionário público. Há a excepção à regra e muitos Animadores da minha geração que exercem funções no sector público são essa excepção. Já tive oportunidade neste blog de relatar de forma concisa a minha experiência profissional através da qual, tenho tido a possibilidade de desenvolver uma base de actividade sólida com grupos sectoriais e com diferentes comunidades, procurando sempre desenvolver um conjunto de saberes-fazeres. Um trabalho que muitas vezes revela-se ingrato, uma actividade profissional que continua a exigir a isenção de horário de saída.

Respeito os Animadores Socioculturais que antecederam a minha geração, reconheço-lhes trabalho em prol da Animação e dos Animadores. Este facto não anula de forma alguma a minha vontade em continuar a trilhar novos caminhos, a reflectir e a debater com outros Animadores Socioculturais questões centrais para a nossa geração. Cada um de nós tem a responsabilidade de contribuir para um futuro mais promissor, equilibrado e generoso para as gerações futuras. Um contributo que requer uma vontade de transformar com os outros aquilo que alguns insistem que não seremos capazes de consegui-lo.

sexta-feira, 5 de março de 2010

A categorização socioprofissional dos Animadores Socioculturais

Os animadores sócio-culturais e os sistemas de representação de um corpo profissional: controvérsias em torno da delimitação de categorização profissional é o título de uma tese de mestrado, que de acordo com a sua autora procura "... descrever e interpretar as formas pelas quais os animadores socioculturais se envolvem em controvérsias, designadamente através dos seus porta-vozes, em torno da categorização socioprofissional e de um modo mais geral, mostrar, como esses actores, procuram o reconhecimento social e institucional da sua profissão."

A investigação apresentada testemunha uma realidade socioprofissional protagonizada pelos Animadores Socioculturais que, curiosamente, e de acordo com a nossa análise depois de uma leitura cuidada, parece expressar um sinal claro da divisão fracturante que separa duas gerações de Animadores, mas paradoxalmente, as une. Acompanho este "cisma" a alguns anos, e depois da leitura da tese fiquei mais convicto sobre as questões de fundo que marcam duas gerações de Animadores. As questões da categorização profissional dos Animadores Socioculturais ganha maior visibilidade nos congressos de Animação, onde as realidades que todos nós conhecemos são invocadas e as respostas continuam a ser as mesmas. Estará os Animadores Socioculturais eternamente condenados a não encontrarem soluções de consenso colectivo?

A investigação produzida apresenta um conjunto de matérias de relevante interesse para os Animadores Socioculturais que contribui significativamente para a construção de um conhecimento necessário que é desejável que progrida para um discurso crítico e actual sobre um conjunto de agentes e factos que continuarão a ser obstáculos à definição estatutária da categorização socioprofissional.

Alguns dos argumentos credivelmente fundamentados, agora apresentados, não são para nós, novidade. Congratulo-me pelo facto de em tempo oportuno, termos tido a mestria de trazer para a mesa do debate e da reflexão colectiva, ora denunciando, ora apresentado factos protagonizados pelos mais diversos actores sociais em matéria com referências (in)directas à Animação e aos Animadores Socioculturais. Muito do conteúdo deste blog é testemunho disso mesmo.

terça-feira, 2 de março de 2010

Informação

Atendendo ao facto do espaço colectivo que este blog disponibilizava a todos os leitores para a colocação de sugestões e pedidos de esclarecimentos ter sido utilizado de forma abusiva, com uma linguagem intolerável, manifesto sinal de sintomas crónicos de falta de educação e de respeito pelos outros, foi forçado a retirar de imediato esse espaço colectivo.

Em alternativa quem o desejar, poderá remeter-me um e-mail com sugestões, críticas, pedidos de esclarecimento/informação que será com todo o gosto que responderei. Ou se preferirem, sempre podem postar um comentário.

Obrigado pela compreensão.

segunda-feira, 1 de março de 2010

III Congresso Iberoamericano de Animação Sociocultural

A cidade de Buenos Aires na Argentina será a anfitreã do III Congresso Iberoamericano de Animação Sociocultural - "ENFOQUES, PRACTICAS Y PERSPECTIVAS EN ANIMACION SOCIOCULTURAL. Recreación, pedagogía social, educación popular, educación no formal" - que se realizará entre os dias 7 e 10 de Outubro de 2010. Esta iniciativa é organizada pela Rede Iberoamericana de Animação Sociocultural - Nodo RIA Argentina, com o objectivo de aprofundar aspectos conceptuais, metodológicos e organizativos das práticas de Animação Sociocultural.

Os interessados em apresentar uma comunicação ou poster no congresso deverão remeter ao comité organizativo até finais do mês de Maio um resumo da comunicação/ poster. Para obter mais informações, clique aqui.