terça-feira, 24 de maio de 2011

Estratégia da Comissão Europeia para a Juventude. A função da Animação e o papel dos Animadores Socioeducativos (II)

A Animação Socioeducativa (designação comum do trabalho realizado com jovens) e os Animadores Socioeducativos desempenham um papel transversal no desenvolvimento das políticas afectas aos diferentes domínios de acção.

A Criatividade e Empreendedorismo, domínio de acção 3, tem como objectivo «Encorajar junto dos jovens o desenvolvimento de talentos, as competências criativas, o espírito empresarial e a livre expressão cultural». Uma acção afecta ao cumprimento do objectivo é «Promover o contributo dos animadores socioeducativos para a criatividade e o empreendedorismo da juventude».

No domínio de acção 4 - Saúde e Desporto, o objectivo é «Encorajar um estilo de vida saudável e a educação física entre os jovens, as actividades desportivas e a colaboração entre animadores socioeducativos, profissionais de saúde e organizações desportivas com a tónica na prevenção e no tratamento da obesidade, acidentes, dependências e toxicodependências, e na manutenção da saúde mental e sexual» que tem como acção, entre outras, «Promover a formação em saúde dos animadores socioeducativos e dos responsáveis de organizações juvenis».

A Participação, domínio de acção 5, é mediada pelo objectivo de «Garantir a plena participação da juventude na sociedade, aumentando a sua intervenção na vida cívica das comunidades locais e na democracia representativa, apoiando as suas organizações bem como várias outras formas de "aprender a participar", encorajando a participação dos jovens não organizados e prestando serviços informativos de qualidade».

Para este domínio as acções desenhadas no âmbito da esfera de competências são:

«-Desenvolver normas de qualidade em matéria de participação, informação e consulta da juventude

- Incrementar o apoio financeiro e político prestado às organizações de juventude, bem como aos conselhos de juventude de nível nacional e local

- Promover a e-democracia para melhor atingir os jovens que não participam em estruturas de juventude organizadas


- Multiplicar as oportunidades de debate entre as instâncias europeias/nacionais e os jovens»

No domínio de acção 6 - Inclusão Social, «Prevenir a pobreza e a exclusão social dos jovens desfavorecidos e quebrar a cadeia da sua transmissão intergeracional através da mobilização de todos os agentes envolvidos na vida dos jovens (pais, professores, assistentes sociais, profissionais de saúde, animadores socioeducativos, os próprios jovens, instâncias policiais e judiciais, empregadores, etc.)» é o objectivo que pode ser concretizável pelo «Aproveitar todo o potencial do trabalho de animação socioeducativa e dos centros para a juventude ao nível local para promover a inclusão».


O Voluntariado, domínio de acção 7, visa «Apoiar o voluntariado jovem, dando mais oportunidades do voluntariado aos jovens, eliminando barreiras para facilitar procedimentos, sensibilizar para o valor do voluntariado, reconhecer a sua importância como forma de educação não formal e reforçar a mobilidade transfronteiriça dos jovens voluntários». Este objectivo implica «Reconhecer o contributo das organizações da juventude e das formas não estruturadas de voluntariado».

«Promover o empreendedorismo e as oportunidades de voluntariado em regiões fora da Europa» e «Apoiar o desenvolvimento do trabalho de animação socioeducativa noutros continentes» são algumas acções planificadas para o objectivo do domínio da acção 8 - Juventude no Mundo. O objectivo é «Mobilizar a juventude para participar nas decisões políticas globais a todos os níveis (local, nacional e internacional) recorrendo às redes de jovens e aos instrumentos existentes (como o diálogo estruturado) e enfrentar os problemas das alterações climáticas e os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio da ONU», cuja acção, entre outras, é «Apoiar odesenvolvimento do trabalho de animação socioeducativa noutros continentes».

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Estratégia da Comissão Europeia para a Juventude. A função da Animação e o papel dos Animadores Socioeducativos (I)

A Comissão Europeia em matéria de políticas de juventude atribui à educação não formal e ao papel dos Animadores Socioeducativos no desenvolvimento de actividades integradoras e mobilizadoras dos jovens para a cidadania activa um papel de vanguarda, enquanto, instrumentos chave para a concretização das metas definidas para 2010-2012.

O Método Aberto de Coordenação (MAC) proposto pela Comissão no domínio de acção 1 - Educação, está centrado naquilo a que a própria Comissão Europeia designa de «problemas estratégicos a longo prazo», nomeadamente, a aprendizagem ao longo da vida e mobilidade, a qualidade e eficácia, a igualdade e cidadania, a inovação e criatividade, bem como uma nova abordagem sobre as necessidades do mercado de trabalho e as competências no século XXI. A melhoria do sistema educativo formal é uma prioridade, mas, é reconhecido que as competências podem ser alcançadas fora da escola, implusionadas pelo uso das novas tecnologias e também, graças, aos Animadores Socioeducativos.

«O contributo da educação não formal dos jovens para o esforço de aprendizagem ao longo da vida na Europa deve ser apoiado pelo fomento da sua qualidade, o reconhecimento dos seus resultados e uma maior integração com a educação formal, da que é complemetar» é o objectivo do domínio de acção mediado pelas seguintes acções dos Estados-Membros e da Comissão:

«- Desenvolver as oportunidades de aprendizagem não formal como uma entre as muitas acções destinadas a lutar contra o abandono escolar precose

(...)

- Promover a mobilidade de todos os jovens no âmbito da aprendizagem

- Encorajar a concertação entre os decisores políticos dos domínios da educação e da juventude


- Desenvolver estruturas de participação no sistema educativo, bem como a cooperação entre a escola, a família e a comunidade local»No domínio de acção 2 - Emprego, é recomendado entre várias acções dos Estados -Membros e da Comissão «Desenvolver a animação socioeducativa enquanto suporte da empregabilidade juvenil» e «Encorajar a cooperação entre os decisores no domínio do emprego e da política de juventude e a participação na política de emprego».

segunda-feira, 2 de maio de 2011

EDI - Experiências de Democracia Inclusiva

EDI - Experiências de Democracia Inclusiva é uma obra editada pela Plataforma de Animadores SocioEducativos e Culturais e o Grupo Informal SER, coordenada pelo Abraão Costa, que assumiu o papel de investigador de campo à semelhança de Isabel Simões e Bruna Araújo.

O livro reúne um conjunto de testemunhos de jovens, entrevistas e experiências que abordam as questões sociais potenciais de exclusão social, da inclusão e da democracia inclusiva.

A leitura do EDI - Experiências de Democracia Inclusiva sugere algumas linhas de reflexão e acção, as quais, passo a partilhar: Educação não formal na perspectiva de pedagogia participativa e o lúdico como formas de promoção da democracia inclusiva e de experimentação/ compromisso social de cada cidadão; a centralidade do grupo para a transformação, participação e inclusão social das crianças e jovens; o grupo, enquanto, espaço de participação democrática, facilitador de tomada de consciência individual e colectiva, espaço de debate e de solução; o papel que a comunidade, as instituições socioeducativas, religiosas e políticas e os grupos informais devem exercer na inclusão social dos jovens, a par da necessidade de dar voz à juventude.