quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Reconhecimento político do papel social das universidades seniores

As universidades seniores não são apenas academias do saber, antes um projeto coletivo de grande alcance social e de intervenção para e com a população sénior, espaços privilegiados para a animação sociocultural. Na verdade, as questões da terceira idade continuam na agenda das políticas públicas e são uma das áreas de intervenção dos atores sociais e culturais (animadores socioculturais, assistentes sociais e educadores sociais, sociólogos, entre outros profissionais).

Há muito que para os animadores socioculturais (pelo menos para muitos deles) as universidades seniores são instituições de grande alcance e de intervenção socioeducativa, social e cultural, espaços de sociabilidade, de participação social e de inclusão dos seniores. A Resolução do Conselho de Ministros n.º76/2016, de 29 de novembro, materializa o reconhecimento político das academias seniores. Segundo a resolução o Conselho de Ministros reconhece «[…] a importância das academias designadas “universidades seniores” como respostas socioeducativas que visam criar dinamizar regularmente actividades nas áreas sociais, culturais, do conhecimento, do saber e de convívio, a partir dos 50 anos de idade, prosseguidas por entidades públicas ou privadas , com ou sem fins lucrativos».

Um olhar metodológico sobre a vida comunitária em concreto nas sociedades urbanas, facilmente se depreende que os grupos sociais mais vulneráveis estão isolados do ponto de vista individual e coletivo. As universidades seniores são uma resposta institucional e social de grande valor para a dignificação e inclusão dos seniores. Estas instituições desempenham um papel estratégico na valorização da cidadania das pessoas mais velhas, no acompanhamento e exercício do envelhecimento ativo. As academias de terceira idade são «escolas» de aprendizagens mútuas, de partilha de saberes, espaços de educação não formal, lugares de aprendizagens ao longo da vida e de inclusão sociocultural.

No plano municipal, as políticas para a terceira idade deverão ser desiderato permanente dos programas políticos sufragados e implementados pelos diferentes executivos. As academias seniores em muitos municípios e freguesias são a única resposta social municipal para um grupo vulnerável. Falta uma política municipal para a terceira idade… Falta incluir as problemáticas sociais da terceira idade na agenda política municipal.