quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Fórum sobre Animação

Já está on-line um fórum dedicado à Animação da responsabilidade da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento da Animação Sócio-Cultural - APDASC.

Os tópicos abertos à participação de todos aqueles que se interessam pela Animação são:

- Quebra Gelo

- Confessionário

- Pionés & Cortiça

- Não sou Animador mas tenho uma questão...

- Brainstorming

- Colegas de Curso

- Oferta e Procura de Emprego/ Projectos/ Propostas de Colaboração

- Mercado de Trabalho, Emprego e Carreira

- Regulamentação, exercício e Identidade Profissional

- Âmbitos de Acção, Modelos e Exercícios

- Recursos para a Animação

- Licenciaturas, Cursos tecnológicos e Profissionais em Animação

- Formação Contínua e Pós-Graduada

Para poder participara, basta aceder em http://www.apdasc.forumvila.com/ registar-se e começar a participar no fórum que todos nós desejamos que seja rico em ideias, aberto à multiplicidade de opiniões e entendimentos acerca da Animação Sociocultural.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Educar para a Cultura... A utopia possível

A edição do Diário de Notícias da Madeira do passado dia, 23 de Setembro, deu à estampa uma entrevista com Rui Massena, maestro e director artístico da Orquestra Clássica da Madeira.

As instituições culturais, nomeadamente a Fundação Madeira Classic, aqui visada, deve ter um papel pedagógico activo no sentido, de combater a clivagem sociocultural entre grupos sociais. Entendo que a política de acção definida pelos órgãos directivos da Fundação Madeira Classic relativamente à orquestra e aos diversos agrupamentos de música de câmara, tem que passar por um plano de acção marcado pela descentralização cultural efectiva, esta medida, terá que acontecer a título gracioso, o que no panorama actual não acontece.

Na verdade, o apoio governamental anual no valor de 900 mil euros, justifica o exercício de uma pedagogia de proximidade com as comunidades locais. Caso contrário, continuaremos a alimentar a ideia de uma dupla realidade: Por um lado uma população citadina; um público letrado e por outro, uma população rural com carências socioculturais e económicas acentuadas, mas, e cito Rui Massena "as populações rurais estão sedentas de música erudita".

Ainda segundo o maestro 95% da temporada da Orquestra Clássica da Madeira é feita de música erudita, as restantes 5% podem incorporar certos experimentalismos, numa ligação "ao mundo, à sociedade que nos rodeia, ao público mais jovem, a pessoas que compram outros tipos de criações musicais".

A boa notícia está na sensibilidade manifestada e na intenção de promover concertos nas zonas rurais a título gracioso. O valor monetário que era pedido pela Fundação Madeira Classic para um concerto por um dos seus agrupamentos de música de câmara é demasiado elevado para muitas autarquias. Com esse valor é possível desenvolver actividades a partir de um projecto sociocultural que desejamos que seja protagonizado pela participação comunitária. Infelizmente, muitas das instituições com responsabilidade na promoção e descentralização culturais desconhecem ou ignoram um valor fundamental na intervenção com um grupo social - O Educar para a Cultura. É uma utopia possível.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

CASCA - Cooperativa de Animadores Socioculturais e Afins

A CASCA é um projecto cooperativo que tem como missão a prestação de serviços de solidariedade social de apoio à criança e à família.

O espaço de de intervenção desta cooperativa de Animadores é de carácter social, cultural e comunitário. Todas as suas áreas de intervenção estão directamente relacionadas com as necessidades mais prementes da sociedade do século XXI, conjugando pedagogia e técnica, de modo a combater ou pelo menos contribuir para a diminuição, dos inúmeros problemas sociais.

A CASCA manifesta atenção permanente à formação dos seus membros e colaboradores, assim, aliado às actividades de promoção e desenvolvimento social de crianças, jovens e famílias surge a vertente de formação. Por outro lado, todos os serviços prestados por esta cooperativa são executados por uma equipa de técnicos com formação superior, muitos deles no domínio das Ciências Sociais (Animadores Socioculturais, Psicólogos, sociólogos).

A Cooperativa CASCA apresenta-se como uma instituição de apoio à família, à criança e ao jovem pretendendo num futuro próximo estender o seu âmbito de actuação à população sénior.

Para mais informações sobre esta cooperativa, consulte o site http://www.casca-crl.com/?template=homepage

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Oferta de Emprego - Animador(a) Sociocultural

ANIMADOR SOCIOCULTURAL (M/F) - LISBOA

Oferta Nº: 587511954 (IEFP)
Actividade Entidade: ADMINISTRAÇÃO LOCAL
Profissão Pretendida : ANIMADOR SÓCIO CULTURAL (M/F)
Número de Postos: 1

Local Trabalho
Freguesia(s): SANTO CONDESTÁVEL;

Habilitações escolares
Habilitações Mínimas: 12º Ano

Idiomas
Idioma Oralidade Escrita Leitura
INGLÊS Bom Bom Bom

Horário Trabalho
Horário: 15.30/19.00 Descanso Semanal: SAB+DOM

Condições
Conhecimentos Profissionais: ANIMADORES,COM FORMAÇÃO A NIVEL DAS EXPERESSÕES DRAMATICAS, PLÁSTICAS E OU CORPORAIS;CTO SOBRE GESTÃO E ANIMAÇÃO DE GRUPOS;CTOS DE INFORMÁTICA WORD/EXCEL E INGLES; CAPACIDADE DE TRABALHO EM EQUIPA,PARA ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS NO AMBITO DO PROJECTO DA COMPONENETE DE APOIO Á FAMILIA.

Outros Dados
Tipo de Contrato Oferecido: Temporário
Duração: 11 (meses)
Trabalho a Tempo: Parcial
Remuneração oferecida: 400 Euro

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

"Desenvolvimento Comunitário e Participação - a implicação dos jovens nos processos comunitários"

Decorre até o dia 21 de Setembro, no Concelho de Palmela promovido pela autarquia local o intercâmbio "Desenvolvimento Comunitário e Participação - a implicação dos jovens nos processos comunitários".

A iniciativa teve origem em 2004, quando a Associação Nacional de Animadores Socioculturais (ANASC) endereçou um convite à Escuela Publica de Animation y Educacion Juvenil de la Comunidad de Madrid para participação no seu congresso. Estes encontros têm como objectivo central fomentar a criação de uma rede de mobilidade associativa ibérica. O programa de trabalho do intercâmbio inclui, entre outras iniciativas, a realização de encontros para falar sobre experiências associativas e animação local, desenvolvimento comunitário e parcerias, o envolvimento da população em processos de desenvolvimento local, desenvolvimento local em meio rural e participação em meios urbanos.

Esta iniciativa acontece na sequência de encontros anteriores, em 2005 na capital espanhola e no Porto sob a temática dos jovens em zonas rurais. Em 2006, em Jaca, Espanha, sobre a temática "Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Participação".

Fonte: Jornal Rostos, edição de 18 de Setembro de 2007

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

As expressões artísticas, um recurso para Animação Sociocultural

A Animação tem que ser compreendida enquanto, uma metodologia de intervenção que recorre a um conjunto de recursos, especial enfoque para as expressões artísticas (dança, a música, o teatro, a literatura, a pintura, entre outras manifestações) que assumem um papel de catalizadoras de sinergias, valores, atitudes, demandas e vontades entre o Animador Sociocultural e a comunidade.

O Animador Sociocultural não pode conceber as expressões artísticas apenas como um fim, ele deve auto desenvolver a capacidade de duplo entendimento, ou seja, ler a realidade a partir das diversas manifestações artísticas produzidas no contexto local/regional.

A Animação Sociocultural assume um papel relevante na dinamização do tecido social, ela afirma-se como uma oportunidade para a mudança social, um recurso para a construção de um modelo de desenvolvimento cultural e artístico, de capacitação dos indivíduos através das várias manifestações artísticas. Uma capacitação para a tomada de consciência de cada homem para a sua realidade sociocultural.

A promoção das expressões artísticas através da educação pela arte, também deve acontecer fora do âmbito da educação formal, num espaço de educação não formal, entendido como um espaço de participação activa de cada pessoa, lugar de encontro com o outro, encontro com a multiculturalidade, um espaço de criatividade, onde o homem não é um simples ser passivo, mas, onde ele é o protagonista da acção.

Os espaços de educação não formal são lugares privilegiados para o acontecer da Animação Sociocultural, enquanto manifestação de liberdade, de criatividade espontânea no uso do tempo livre e do assumir de comportamentos sadios através da expressão artística, são tempos propícios à libertação do homem, à afirmação da criatividade e do seu auto conhecimento através da arte.

domingo, 9 de setembro de 2007

O lugar da Animação na Classificação Nacional de Profissões

De acordo com o documento Classificação Nacional de Profissões editado pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional em 1994, com uma segunda edição em 2001, que integra profissões residuais que não tinham sido contempladas na primeira edição do documento, profissões estas correspondentes a cada um dos Grupos-Base. Observe-se que esta edição não constitui uma revisão dessa classificação.

De acordo com a aludida classificação estão integradas no Grande Grupo 5 - Pessoal dos serviços e vendedores; Grupo Base 5.1.4.9 - Trabalhadores dos serviços directos e particulares não classificados em outra parte, as profissões de Animador Cultural (5.1.4.9.20) e Animador Turístico - Tempos Livres e Desporto (5.1.4.9.25).

As tarefas afectas às profissões aqui referenciadas são:

d) Organizar e desenvolver actividades de animação e desenvolvimento sociocultural de grupos e comunidades;
e) Assegurar a ocupação e entretenimento de turistas.

A Classificação Nacional de Profissões explicita ainda o exercício das profissões de Animador Cultural e Animador Turístico.

Ao Animador Cultural cabe "organiza, coordena e/ou desenvolve actividades de animação e desenvolvimento sócio-cultural de grupos e comunidades, inseridas nas estruturas e objectivos da administração local ou serviços públicos ou privados de carácter social e cultural:
programa um conjunto de actividades de carácter educativo, cultural, desportivo e social no âmbito do serviço onde está integrado e das necessidades das populações; reúne os recursos necessários, nomeadamente equipamentos, meios financeiros e humanos, transportes e outros, junto de entidades públicas, privadas e das próprias populações; organiza, coordena e/ou desenvolve actividades diversas no âmbito dos programas, tais como ateliers, visitas a diversos locais (museus, exposições), encontros desportivos, culturais (debates, conferências) e recreativos, redacção e publicação de jornais, utilizando métodos pedagógicos e de animação, a fim de desenvolver o espírito de pertença, cooperação e solidariedade das pessoas, bem como proporcionar o desenvolvimento das suas capacidades de expressão e realização; concebe e executa, individualmente ou em colaboração com grupos, suportes materiais para o desenvolvimento das acções; avalia os programas e efectua os respectivos relatórios."

O Animador Turístico - Tempos Livres e Desporto deve "assegura a ocupação e entretenimento de turistas em diferentes tipos de unidades, nomeadamente hoteleiras:
elabora programas de animação, atendendo às infra-estruturas da unidade e à estação do ano; assegura a execução dos programas, nomeadamente decorando as salas e contactando com artistas; efectua reparações nos jogos e nos outros equipamentos de entretenimento e desporto; afixa e actualiza quadros de informações várias; regista e transmite sugestões e reclamações dos turistas; toma as medidas necessárias para prevenção de acidentes e presta primeiros socorros sempre que necessário."


A classificação da profissão de Educador Social integra este profissional no mesmo Grupo Base que o do Animador. Contrariamente, o Assistente Social e Outros Especialistas do Trabalho Social estão inseridos no Grande Grupo 2 - Especialistas das profissões intelectuais e científicas; Grupo Base 2.4.4.6 - Especialistas do Trabalho Social.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Para quando a definição de politicas culturais municipais?

Os políticos com responsabilidades executivas nas autarquias, nomeadamente, com o pelouro da cultura são a face visivel da descontextualização de medidas avulsas no domínio da actividade cultural do município. Será de bom senso desenvolver uma política de proximidade com o pelouro da educação, melhor seria, o mesmo político assumir ambas as pastas. Tenho vindo a defender a ideia de junção entre os pelouros da cultura e educação, a exemplo da transição da pasta da cultura da Secretaria Regional do Turismo para a Secretaria Regional da Educação, na Região Autónoma da Madeira.

Independentemente desta sensibilidade táctica de compromisso para com os cidadãos e de uma melhor articulação de acções no âmbito da Animação Sociocultural ao nível local, a formação académica dos responsáveis políticos é tão alheia ao pelouro, que a acção municipal em matéria de política cultural acaba por ser nula.

Hoje, não temos uma política cultural municipal, temos sim, um plano anual de actividades cíclicas que servem apenas para contentar alguns, é a cultura do compadrio.

Uma política cultural no âmbito municipal tem que ser genuína, ela tem que estar sustentada nas dinâmicas locais, nomeadamente, na rede associativa, na participação cidadã, no comprometimento com os artistas locais, num trabalho de proximidade com a escola. A essência de uma política cultural está na forma como ela é desenhada visando o gerar processos participativos activos e responsáveis, sustentado num trabalho multidireccional que envolva todos os protagonistas da vida cultural municipal.

A planificação de uma política de acção cultural tem que ambicionar o alcance de processos de participação democrática, nos quais, a imaginação, a criatividade, a acção e reflexão, através de uma avaliação contínua e participada pelos actores locais, sejam a plataforma de uma acção cultural de pedagogia política.

Para haver um desenvolvimento sociocultural harmonioso, o município tem que oferecer condições propícias para que os grupos tenham acesso de igual modo à cultura e a uma participação activa nos processos socioculturais. Os Homens nascem iguais no direito de acesso à educação e à cultura. Estes são direitos que o Animador Sociocultural, enquanto, agente provocador de mentalidades e de espíritos acutilantes tem que imprimir no seu trabalho de acção cultural.

A Animação é um instrumento ao serviço das comunidades e deverá fazê-lo no sentido de despertá-las para uma participação democrática numa política de acção cultural, porque em acção cultural o fim é imprevisível. Ele é construído pelos actores locais, por aqueles que pretendemos que sejam os protagonistas da democracia e autonomia culturais.

A cultura e a educação são premissas para a aprendizagem permanente e construção de valores culturais e democráticos. Um processo de alfabetização cultural é alcançado com um processo educativo. A conquista de hábitos culturais exige um trabalho permanente de educação para a participação na vida cultural local e fomento da criatividade; é um trabalho conjunto das instituições educativas e culturais.