segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Adeus 2012! Bem-vindo 2013!

O ano 2012 está no seu término. Ele foi repelto de desafios e sacrifícios que foram muito para além do que é socialmente aceite e tolerável. Não estavamos conscientes da intensa dor social que foi imposta aos portugueses, agora fazemos ideia do flagelo que foi semeado na sociedade portuguesa. Continuo a acreditar que a solução está na ação coletiva, num processo de consciencialização face a um problema que ultrapassa a ação governativa, parece-me óbvio que idealizamos uma sociedade à escala do interesse individual e cooperativo. Vivemos uma ilusão que acabo da pior forma.  

Foi um ano difícil e severo social e económicamente, mas também foi de oportunidades e de conquistas diárias, de um labor intenso e acutilante para demonstrarmos a nós próprios que eramos capazes de ultrapassar a adeversidade. O nosso ADN está irrigado pela resistência ideológica e cultural.

Faço votos para que nos encontremos em 2013, convictos da urgência que é necessária operar no domínio da política social, económica, mas também, e fundamentalmente, repensarmos a política cultural ao nível regional e municipal. Que 2013 seja marcado pela solidariedade, pelo respeito mútuo entre os homens, que a etnia e a religião não sejam entrave, mas, ponte no diálogo cultural entre os povos.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Votos de um feliz e santo Natal

Adoração dos Reis Magos
Atribuído ao Mestre da Adoração de Machico
Início do século XVI
O Natal é um tempo de partilha dos afetos, da solidariedade genuína, de celebrar a «Festa», tal como é conhecido e vivido o Natal madeirense. O meu Natal! É este que quero celebrar, e continuar a acreditar que o Natal é quando o Homem quiser,…

É um tempo cíclico que transporta-nos para o cosmos, para um mundo onde as diferenças e as divergências ideológicas não têm lugar. É um tempo de saudade e de magia. É nesta altura que todos estão disponíveis para ajudar, uma ação solidária que exige entrega e disponibilidade durante todo o ano. Façamos Natal todos os dias, em 2013.

Feliz e Santo Natal!

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Novo número da revista «Práticas de Animação»

Está disponível o mais recente número da «Práticas de Animação». O número agora editado reúne um conjunto de trabalhos de investigação nos domínios da animação sociocultural, do tempo livre e do lazer, da gerontologia – no Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre as Gerações -, da educação de adultos e de experiências de formação no contexto da animação.

«A “Práticas de Animação” é um projeto consolidado, graças, à participação dos animadores e investigadores que contribuem para a democratização do debate e das reflexões sobre as práticas e os contextos da animação sociocultural. É um espaço de discussão livre e de consolidação de novas hipóteses sobre as práticas de animação». (Editorial, número 5)

Falamos de hipóteses sobre as práticas de animação não porque a animação sociocultural seja um laboratório de experiências, mas de participação e de cidadania democrática geradora de autonomia dos indivíduos e de práticas solidárias e responsáveis pelo coletivo.

O número agora publicado traduz a nossa convicção no projeto da revista, ele é sinónimo da sustentabilidade e da diversidade de pensamento traduzidos na escrita. É um ato criador que desejamos que continue a fortalecer-se na participação ativa de animadores e investigadores, em razão da animação sociocultural.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Animação e Animadores. Um futuro improvável

O estado atual do nosso microcosmos social, cultural, político e educativo é o centro e a periferia do questionamento permanente, que nos empela na procura de respostas às inquietações sociais e do compromisso com a cidadania e a democracia, fruto do exercício da intervenção sustentada numa participação ativa e comprometida com os grupos. Esse questionamento também projeta-nos para outras preocupações, nomeadamente com a qualidade, o rigor técnico-científico e o futuro da formação em animação sociocultural.

Esta inquietação intensifica-se com o debilitar da pujança dos militantes associativos da animação sociocultural, sinal manifesto do recuo face a projetos que exigem empenho e sentido de responsabilidade face à defesa dos interesses coletivos. O número de candidatos admitidos ao grau de licenciatura em animação sociocultural no ano letivo 2012/2013 é um sinal preocupante. A qualidade do plano de estudos, o know how técnico-científico do corpo docente e a localização geográfica do par estabelecimento de ensino/curso poderão ser indicadores que influenciam ou contribuam para explicar o afrouxamento do interesse pelos cursos superiores de animação. No ano letivo 2012/2013, registou-se a suspensão da abertura de novas vagas para a licenciatura em animação sociocultural devido à fraca procura pelo curso.

Que modelo de animadores socioculturais tem o ensino superior formado para o mercado de trabalho? Haverá alguma relação entre a definição teórica do perfil do animador e o mosaico político, sociocultural e educativo do país? Talvez a formação académica dos animadores socioculturais têm sido inspirada em modelos teóricos e projetados para um espaço geográfico localizado, um bom exemplo dessa ação redutora é o território regional onde está localizado o estabelecimento de ensino. Uma outra hipótese é a proliferação excessiva dos cursos profissionais de animação sociocultural que anualmente formam centenas de animadores que alegremente contribuem para as estatísticas.

O mercado de trabalho em Portugal há muito que regrediu no sentido de possibilitar uma primeira oportunidade de experiência profissional aos recém-licenciados em animação, graças, à proliferação dos técnico-profissionais. Diga-se em abono da verdade, são «excelentes» soluções para as organizações. Precisamos hoje de compreender os caminhos da animação e os percursos sinuosos dos animadores em Portugal.