sábado, 30 de maio de 2015

O investimento na política cultural: uma visão de futuro

Falarmos de política cultural exige uma visão global e, necessariamente, um cruzamento delicado com outras políticas setoriais. O desenvolvimento comunitário deverá ser um processo construtivo e fortalecedor de dinâmicas sociais, culturais e educativas que projetem a identidade comunitária, a cultura do lugar e acima de tudo, que seja um plano de (des)envolvimento sustentado na comunidade.

Olhar para um território cultural despido de uma vida comunitária pujante de atividade concebida a partir de redes de sociabilidade associativa; enfraquecido pela ausência de laços comunitários enraizados numa memória coletiva e na identidade comunitária; equipamentos culturais vazios de sentido e de processos criativos capazes de mobilizarem os sujeitos a assumirem o papel de atores do desenvolvimento da comunidade, são sinais inequívocos de incapacidade política em mobilizar sinergias com os agentes culturais na construção de um plano estratégico e de visão de futuro para a política cultural.

As diretrizes de fabricação cultural estão para além das premissas enunciadas. É fundamental criar espaços e políticas de promoção de processos de criação artística, de fomento da educação artística com recurso aos artistas enquanto pedagogos não formais e agentes estrategas na democratização da cultura e das práticas artísticas. 

A animação sociocultural como pedagogia participativa é uma metodologia de intervenção privilegiada num cenário de empoderamento humano e mobilizador da criatividade coletiva ao serviço de um programa aglutinador de vontades políticas supra partidárias na afirmação da cultura como processo de desenvolvimento comunitário.

Pensar a animação sociocultural ao nível de um plano de intervenção no quadro de realização da política cultural é projetar a participação ativa dos agentes que intervêm em processos vários: educação para a cultura mediante dinâmicas educativas não formais; empoderamento dos indivíduos para assumirem a cultura como partícula de identidade individual e coletiva; fomentadores de oportunidades para que cada indivíduo seja capaz de se expressar livremente e assumir a condição de protagonista do seu próprio processo de desenvolvimento.

E quando existem os equipamentos coletivos de cultura e lazer, os animadores socioculturais e outros agentes de desenvolvimento (inclusive os agentes educativos) que corajosamente desenvolvem ações através do trabalho institucional e associativo impregnado de uma pedagogia participativa que devolve o protagonismo aos sujeitos e capacita-os para avançarem rumo à liberdade de ação? 

É fundamental reunir esta massa humana crítica e envolvida nas questões comunitárias, e convidá-la a participar na definição da política cultural enquanto instrumento político norteador da ação do executivo. A política cultural não pode ser entendida como um preciosismo de alguns agentes, mas como um instrumento primordial para o desenvolvimento cultural comunitário.

Investir na cultura e educação é uma aposta no futuro, numa comunidade mais rica e confiante nas suas capacidades como coletivo. O investimento cultural na comunidade é um processo de capacitação dos indivíduos, como tal, os animadores socioculturais no desenvolvimento do seu trabalho deverão privilegiar a cultura comunitária como um valor distintivo e nobre da intervenção em animação sociocultural.

terça-feira, 12 de maio de 2015

Livro Branco da Juventude

Está disponível o E-book Livro Branco da Juventude, que teve por base o método aberto de coordenação, com o propósito de identificar diretrizes e linhas de ação em matéria de juventude. 

O livro  reúne contributos para as 14 áreas de temáticas referidas na Resolução do Conselho de Ministros n.º 11/2013, de 5 de março. As áreas identificadas são: Educação e Formação; Emprego e Empreendedorismo; Participação Cívica; Emancipação Jovem; Mobilidade e Jovem Português no Mundo; Prevenção Rodoviária; Saúde e Prevenção de Comportamentos de Risco; Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Cultura, Inovação e Criatividade; Voluntariado; Combate à Desigualdade de Oportunidades e Inclusão Social; Habitação; Solidariedade Intergeracional; e Associativismo. 

 A publicação do e-book surge do processo de criação do Livro Branco da Juventude, resultado de um debate iniciado em 2011, no setor da juventude e pretende apresentar as medidas implementadas pelo XIX Governo Constitucional, que procuraram dar resposta às cerca de 219 linhas de intervenção, das 14 áreas temáticas.

O Livro Branco da Juventude foi a plataforma dinamizadora para elaborar um documento de estratégia global para os jovens, complementado com a publicação de medidas adotadas por parte do Governo.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Formação de Formadores/as em Educação Não Formal



A Academia de Desenvolvimento Juvenil é uma iniciativa conjunta do Conselho Nacional de Juventude, do Instituto Português de Desporto e Juventude, I.P. e da Agência Nacional Erasmus + Ja. A iniciativa conjunta tem objetivo ser um lugar de encontro, aprendizagem e partilha de conhecimentos e experiências no âmbito do trabalho desenvolvido na área da juventude.

Neste contexto, terá lugar entre os dias 19 24 de maio, em Aveiro, a iniciativa Formação de Formadores/as em Educação Não Formal. Entre os objetivos da formação destaque para a introdução dos conceitos e formas de atividades educacionais de acordo com os princípios da educação não formal; gerar um espaço para o desenvolvimento de competências para o formador em educação não formal com grupos de jovens; aumentar os conhecimentos e consciência dos participantes sobre os valores envolvidos em atividades juvenis de educação não formal. 

Os participantes - jovens, dirigentes associativos, técnicos de juventude, youth workers - terão acesso a um conjunto de atividades que visam promover competências específicas agregadas às questões da juventude.

A Academia de Desenvolvimento Juvenil é apresentada como um espaço de capacitação de jovens, de organizações de juventude e de organismo públicos e privados que trabalham com jovens, bem como, um espaço de criação de redes de trabalho e cooperação, proporcionando momentos de diálogo estruturado político participativo.