quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Reinvenção e Criatividade em Animação


A decadência das dinâmicas sociais das organizações, associadas ao contexto económico actual e há sua localização geográfica no mapa do país, são em alguns casos, o argumento falacioso para justificar decisões provocadas pela falha abrupta, gestão danosa e irresponsável, e falta de visão global de uma política sustentável que os líderes das instituições vão acusando ao longo do tempo, através de acções que provocam a descredibilização das organizações, dos seus projectos e dos recursos humanos por efeito de contágio.

É imperioso que se reflicta com seriedade intelectual sobre os cursos superiores de Animação leccionados no Ensino Superior em Portugal. Impõe-se uma análise criteriosa do plano de estudos, conteúdos programáticos, e metodologias de ensino/aprendizagem. Esta avaliação não é somente responsabilidade do órgãos directivos do ministério da tutela ou das universidades/escolas superiores, também é responsabilidade dos Animadores Socioculturais que a partir da sua entrada no mercado de trabalho deverão prestar o seu contributo para a avaliação do ensino.


Hoje, tal como sempre, é necessário empenho pessoal e colectivo de todos os envolvidos na formação dos Animadores, empenho que expresse a frescura do discurso académico, das práticas de ensino/aprendizagem, a procura pela excelência da formação do corpo docente, e o empenho de antigos e novos Animadores Socioculturais para que os projectos respirem criatividade e sejam o reflexo da reinvenção necessária de si mesmos. A manutenção das dinâmicas das organizações de ensino superior, especial referência, para aquelas que leccionam o curso de Animação Sociocultural, devem provocar um “choque” de criatividade e de transformação nas estratégias de captação de novos alunos.


Acredito que os Animadores Socioculturais que estão no mercado de trabalho são canais de comunicação privilegiados, enquanto, corpus expressivo da qualidade ou não, da formação em Animação. A austeridade também se fará sentir no momento de optar por esta organização de ensino ou outra, cuja nomenclatura do curso é igual, mas, o plano de estudos é muito diferente. A captação de novos alunos para as dezenas de cursos superiores de Animação será um desafio que exigirá criatividade. É chegado o momento crucial de gerar novas sinergias e de aprimorar o discurso sobre a Animação Sociocultural e o papel do Animador na comunidade. Talvez seja interessante e pedagógico que os académicos e os Animadores Socioculturais partilhem o essencial da visão transformadora e solidária da Animação para o século XXI.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

13º Congresso Internacional de Animação Sociocultural "Voluntariado e Cidadania Ativa"


A Associação Portuguesa para o Desenvolvimento da Animação Sócio-Cultural (APDASC) organiza entre os dias 17 e 19 de Novembro de 2011, no Cine-Teatro Caracas na Cidade de Oliveira de Azeméis, o 13º Congresso Internacional de Animação Sociocultural, cuja temática em debate será o "Voluntariado e a Cidadania Ativa".


A metodologia dos trabalhos do congresso assenta em vários painéis temáticos e na conferência inaugural, a saber:

- Conferência Inaugural "Animação Sociocultural, Cidadania Ativa e Voluntariado";

- Painéis Temáticos "Experiências e Práticas de Animação Sociocultural, Voluntariado e Cidadania Ativa"; "Organizações e Plataformas de Participação da Sociedade Civil"; "Formações, Planos, Competências e Perfis para o Voluntariado" e "Desafios e Prospetivas do Voluntariado em Animação Sociocultural para o Século XXI".

A organização do congresso definiu como objectivos norteadores da sessão de trabalhos:

- Celebrar o 10º aniversário do Ano Internacional do Voluntariado da ONU;
- Celebrar 2011 como o Ano Euroepu do Voluntariado;
- Consciencializar para o âmbito, valor e impacto do voluntariado em animação sociocultural e destacar a sua contribuição para o desenvolvimento comunitário;
- Partilhar boas práticas e projetos de animação sociocultural que envolvam voluntários/as;
- Divulgar informação sobre as possibilidades de voluntariado em animação sociocultural e motivar as pessoas a envolverem-se neste tipo de ações;
- Debater o papel e estatuto das pessoas que desenvolvem voluntariado em animação sociocultural;
- Destacar e reconhecer o valor das ações empreendidas pelos/as voluntários em animação sociocultural.

Algum texto deste post está escrito de acordo com o acordo ortográfico, respeitando dessa forma a redacção original da informação disponibilizada pela APDASC.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

A cultura e a crise actual


Os tempos são de incerteza para todos os cidadãos e para as instituições culturais públicas e privadas. Os cortes financeiros nos projectos socioculturais promovidos por entidades associativas e privadas são a resposta imediata para uma crise que teve a convivência de todos. Acredito que podemos continuar a desenvolver um programa de acção sociocultural que deverá estar sustentado na realidade local, envolvendo todos os agentes culturais e a comunidade. Assim, talvez todos possam compreender o investimento cultural que é legítimo continuar a realizar-se no plano do desenvolvimento comunitário.

As realidades social e económica são uma oportunidade para que os agentes socioculturais associativos e privados assumam a transformação das práticas artísticas através de projectos socioculturais transformadores das realidades amorfas e ritualizadas no tempo e no espaço. A crise veio colocar a descoberto toda uma teia de dependência financeira e logística, que alimentava à actividade cultural concretizada a título gracioso por um número infinito de agentes culturais.

É tempo de uma maior proximidade da educação com a cultura. As autarquias pela sua proximidade com a sociedade civil devem instruir um programa de desenvolvimento cultural desenhado com a educação. A escola é por excelência uma parceira para a concretização de uma política cultural que seja resposta à necessidade de uma pedagogia para a cultura, para tal, é fundamental que a classe política promova um fórum de discussão e reflexão no colectivo sobre o papel das autarquias face à cultura.

O investimento público na cultura é um projecto de futuro, é garantir a memória colectiva de uma comunidade. Em tempos sombrios, a partilha de conhecimentos e de recursos é um imperativo para que a acção cultural continue a ser concretizada de forma democrática e plural. Os agentes socioculturais, especialmente, os Animadores, devem colocar os seus conhecimentos técnicos ao serviço do interesse colectivo com o intuito de promoverem um projecto de salvaguarda da acção cultural integradora ao serviço da comunidade.