sexta-feira, 27 de junho de 2008

As Provas de Aptidão Profissional

No cumprimento da legislação dos cursos técnicos leccionados pelas escolas profissionais, os alunos no culminar da sua formação ( nível III), sujeitam-se a uma avaliação interna e externa, através das PAP'S - Provas de Aptidão Profissional - um exercício individual de demonstração das competências adquiridas e desenvolvidas no decorrer da sua formação teórico-prática.

Fui júri das PAP's dos alunos do curso técnico de Animação Sociocultural, tarefa um tanto espinhosa, pois, é de grande responsabilidade num tão curto espaço de tempo, avaliar um conjunto de trabalhos/projectos, na sua maioria meritórios das respectivas avaliações. A apresentação dos projectos que tive o privilégio de assistir, e digo-o de forma sincera, foi para mim, momentos de grande cumplicidade com aqueles futuros Animadores Socioculturais.

Testemunhei a apresentação de projectos de Animação Sociocultural na modalidade cultural, social e educativa. Foi um tempo de revelação de novos pretextos de afirmação do papel do Animador Sociocultural na comunidade, um paradigma defendido inteligentemente, por alguns dos avaliados. Novos âmbitos da Animação Sociocultural no contexto social regional foram abordados de forma incisiva, o que demonstra maturidade na reflexão das questões do exercício da Animação Sociocultural e do papel do Animador em algumas instituições educativas, culturais e sociais (referência às unidades de saúde) da Região.

Felicito os alunos pela maturidade demonstrada, pelo domínio dos argumentos apresentados, pela excelência de alguns projectos, que a serem concretizados serão uma alavanca na mudança social comunitária.

domingo, 22 de junho de 2008

Uma acção colectiva que alimenta a esperança

A algum tempo atrás tive conhecimento da concretização de um projecto da autoria de um grupo de alunos do Curso Técnico de Animador Sociocultural lecionado por uma, das muitas escolas profissionais deste país. Até aqui, nada de novo...

Devo confessar que o renovar da minha esperança, em que os Animadores Socioculturais reflictam e debatam a necessidade da criação do Estatuto do Animador aconteceu com o conhecimento do aludido projecto, um trabalho colectivo realizado no âmbito do módulo Perfil e Estatuto Profissional do Animador, da disciplina de Animação Sociocultural.

Estou em crer que este foi um pequeno passo, para que alguns de nós volte a despertar e a sentir novo folgo no caminhar e na defesa de ideias e projectos para o bem comum. Por outro lado, este trabalho académico que resultou do trabalho colectivo, poderá ser classificado de manta de retalhos, ou até de insignificante, pelos profetas da desgraça. Os discursos começam a esvaziar-se de sentido, é cheagada a hora de concreterizar.

Estamos perante um grupo de futuros Animadores que merecem ser apoiados, que sintam que há uma estrutura associativa que está atenta à realidade sociocprofissional dos Animadores Socioculturais, que toma posições em defesa destes agentes, que estuda alternativas face à realidade social e de mercado que hoje vivemos. Este espiríto de concreterização tem que espalhar-se, contagiar outras centenas de Animadores, provocar consciências, derrubar barreiras que alguns querem fazer crer que são intransponíveis.

sábado, 14 de junho de 2008

Animadores Socioculturais nas Escolas

Os Animadores Socioculturais têm "reclamado" um espaço de Animação que é comum aos agentes educativos, partilhando uma nova realidade - as actividades de enriquecimento curricular no 1º ciclo do ensino básico e o conceito de escola a tempo inteiro - actividades que incidam nos domínios desportivo, artístico, científico, tecnológico e das tecnologias da informação e comunicação, de ligação da escola com o meio, de solidariedade e voluntariado e da dimensão europeia da educação, de acordo com o Despacho n.º 12 591/2006 (2ª série).

O Despacho estabelece que as actividades de enriquecimento curricular podem ser promovidas pelas autarquias locais, associações de pais e de encarregados de educação, agrupamentos de escolas e instituições particulares de solidariedade social. As autarquias enquanto entidades promotoras e com responsabilidades em matéria de educação ao nível do ensino básico, delegadas pelo Ministério da tutela, e em cumprimento das orientações relativas às actividades de enriquecimento curricular, contrataram Animadores Socioculturais para o desenvolvimento de projectos de Animação, devidamente, enquadrados nas actividades de enriquecimento curricular.

A figura do Animador nas escolas teve maior notabilidade com a introdução das actividades de enriquecimento curricular no projecto educativo, mas, a presença deste profissional no espaço escolar é anterior a esta nova realidade do sistema educativo.

Desde o ano lectivo 1996/97 que os Ministérios da Educação e da Qualificação para o Emprego procuraram encontrar uma resposta social para a ocupação e valorização dos tempos livres no período pós-escolar dos jovens mais desfavorecidos e paralelamente, afirmar-se como uma medida de criação de postos de trabalho para pessoas desempregadas e respectiva formação profissional. O Despacho conjunto n.º 942/99 criou o Programa Educação/Emprego, que de acordo com o art.º 2 do programa são domínios de actividade de interesse social a:

a) Animação escolar orientada para a ocupação e valorização dos tempos livres dos jovens e crianças dos ensinos básico e secundário e da educação pré-escolar, possibilitando-lhes o acesso a novos conhecimentos e interesses que ajudem a revelar melhor as suas capacidades;

b) Mediação cultural orientada para a integração social de jovens e crianças pertencentes a grupos de minorias étnicas que frequentem os ensinos básico e secundário e a educação pré-escolar.

Para o exercício das actividades previstas na alínea a) do Programa Educação/Emprego os destinatários são Animadores Socioculturais oriundos das escolas profissionais ou do curso tecnológico de animação social, ou ainda, indivíduos detentores do 11º ano de escolaridade ou equivalente.

sábado, 7 de junho de 2008

Insularidade e Animação Sociocultural, uma realidade impossível?

Confesso que reflectir e debater a Animação Sociocultural na Região Autónoma da Madeira a alguns anos atrás, era uma utopia possível, hoje é uma realidade. Para alguns, o "casamento" entre a insularidade e a Animação Sociocultural é qualquer coisa de impossível de acontecer. Para eles será uma ideia descabida ou insistem na negação da realidade?

As dinâmicas em Animação Sociocultural exigem participação dos actores sociais, e esta verdade é extensível a todos os processos que envolvam a reflexão, o debate e a acção em Animação. Falamos de uma participação democrática e verdadeira na sua essência, é fundamental escutar os Animadores Socioculturais, descentralizar as acções, não impôr acções viciadas pela manipulação de interesses, de jogos de bastidores e de tentativas dissimuladas no controlo do debate em Animação Sociocultural.

Permitam-me que insista na particularidade da continuidade territorial. A Região Autónoma da Madeira é território português, aqui, também se discute e faz Animação Sociocultural com as comunidades. O nosso olhar é acutilante, pensamos no local a partir do global e vice-versa.

Só estaremos a dar um contributo positivo à Animação Sociocultural quando formos capazes de olhar para os outros como um grupo capaz de fazer tão bem ou melhor que nós. A Animação precisa de ser democratizada e descentralizada pelo todo nacional, e não centraliza-la em "capelas" onde alguns insistem em mandar e dispôr à sua vontade.

É imperioso que nós Animadores desenvolvamos um espírito crítico, revindicativo e provocador de mudanças profundas. A palavra de ordem é de rotura com processos impostos de cima, este tipo de acção não se coaduna com as metodologias participativas. Em Animação os processos nascem das bases, os Animadores têm que manifestar a sua posição face a um pensamento único que se manifesta pelo colectivo.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Apresentação de propostas de comunicação no II Congresso Iberoamericano de ASC

No mês de Outubro, entre os dias 16 e 18, decorrerá o II Congresso Iberoamericano de Animação Sociocultural, cujo tema em debate será "Os Agentes da Animação Sociocultural".

Até o dia 30 de Junho, os interessados em participar com uma comunicação no congresso poderão apresentar propostas de comunicação à direcção da RIA através do e-mail vventosap@wanadoo.es

Os objectivos, os painéis em debate e o programa do congresso poderão ser consultados em www.rianimacion.org