quarta-feira, 15 de maio de 2013

Colóquio «Animação Sociocultural com População Sem-abrigo: Contextos e Práticas»


A Associação Integrar promove nos dias 29 e 30 de maio de 2013, na Casa da Cultura de Coimbra, o III Colóquio subordinado ao tema «Animação Sociocultural com população Sem-abrigo: Contextos e Práticas» e workshops.

O colóquio pretende ser a plataforma de discussão relativa à contextualização da animação, ao enquadramento da problemática e à apresentação de projetos desenvolvidos em diferentes zonas geográficas do país, que através da animação promovem a inclusão de grupos desfavorecidos. Os painéis sobre os quais estará centrada a dinâmica do colóquio serão a «A Animação Sociocultural», «Animação e Situação de Sem-abrigo», «Animação Sociocultural naInclusão de Grupos Desfavorecidos» e «Boas Práticas: Projectos Promotores de Inclusão».

Os workshops que serão dinamizados no âmbito do colóquio são: «Experienciar o Real: Jogos de Interacção», «Expressões Artísticas», «Projecto de Integração Cultural» e «Estratégias de Planeamento e desenvolvimento de Iniciativas de Animação com Pessoas em Situação de Sem-abrigo». Para mais informação consulte a página oficial da Associação Integrar.





segunda-feira, 6 de maio de 2013

A animação sociocultural em tempos de incerteza

O tempo sociopolítico em que estamos envolvidos parece-me ideal para refletir a animação sociocultural como pedagogia comunitária e de alavancagem das consciências individuais e coletivas. É verdade que a conjugação do presente e do futuro são de grandes e anestesiantes incertezas, mas também é verdade, que a esperança e a capacidade transformadora da ação coletiva perante as desigualdades que minam a coesão social são focos de resistência e de alento numa jornada de resiliência social.

Os animadores socioculturais têm a nobre missão de contribuir para a mudança social, para o alentar da esperança das pessoas nas instituições. É tempo das organizações contribuírem para uma cidadania inclusiva e participativa, fomentarem processos de (des)envolvimento comunitário e capacitarem os cidadãos para que assumam um protagonismo responsável e uma ação sustentada na procura do bem-estar da comunidade. Este tem que ser um projeto político e social, este é talvez, um exercício crítico e de responsabilidade acrescida para todos.

A discussão sobre a animação sociocultural e os seus âmbitos de intervenção têm que superar as reflexões clássicas restritas aos fóruns académicos. É desejável que sejamos capazes de alavancar novos espaços e tempos para a intervenção da animação. As realidades sociopolítica, cultural e económica presentes são laboratórios para o advento de possíveis novos âmbitos de intervenção em animação sociocultural. Estou em crer em não estar a forçar novos espaços de ação, pelo contrário, o contexto social está a favorecê-lo. É preciso construir respostas a partir do tecido vivo da comunidade. As respostas têm que nascer das pessoas e para as pessoas.

Que contributos podem os animadores socioculturais dar num contexto de intervenção para mitigar a crise atual? Esta é a questão de partida, aparentemente simples, mas complexa do ponto de vista dos recursos comunitários. É inteligente e perspicaz introduzir o tema no debate académico, ou então podemos continuar a nos questionar sobre a pertinência dos processos de intervenção na perspetiva metodológica e pedagógica da animação sociocultural e as respostas serão as clássicas.

Os direitos laborais e as respostas insipientes do mercado de trabalho, o papel da educação no mundo de hoje e a formação para a cidadania ativa, as desigualdades sociais, a cultura como plataforma das identidades e de coesão social e territorial, o regresso ao mundo rural e as perspetivas de futuro, a austeridade como resposta política e a aniquilação do ser pessoa e do ser comunidade, a promoção do bem comum como desafio e responsabilidade de todos, estes são alguns temas pertinentes para uma reflexão à luz dos princípios da animação sociocultural.