segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Agenda 21 da Cultura

A Agenda 21 da Cultura é um documento que estabelece as bases e um conjunto de compromissos das cidades e dos governos locais para o desenvolvimento cultural. Podemos afirmar que a Agenda 21 é um compromisso dos governos com os direitos humanos, a diversidade cultural, a sustentabilidade e a democracia participativa.

Vivemos um tempo social marcado pela necessidade emergente do debate acerca das políticas de inclusão social, de uma política de acção real que se concretize num projecto socioeducativo para a convivência multicultural, em que premissas como a liberdade cultural e religiosa, a participação e a democracia são factores vivificantes das comunidades locais e pilares da estabilidade política e social. Estes valores sociais estão apoiados no reconhecimento público por parte dos governos que rectificaram o documento Agenda 21 da Cultura e à luz da Declaração Universal dos Direitos Humanos, de que os direitos culturais são parte indissociável desses direitos.

No século XXI há a necessidade de um projecto global que perspective o desenvolvimento cultural desde a óptica da Animação Sociocultural. A Agenda 21 é um documento de trabalho para os governos regionais e locais, mas um manual prático para os Animadores Socioculturais, pois, os princípios consignados na Agenda 21 da Cultura reflectem valores universais defendidos à luz das metodologias da Animação Sociocultural.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

I Congresso Internacional A Animação Sociocultural e os Desafios do Século XXI

Já tinhamos referenciado num post anterior, a realização do I Congresso Internacional A Animação Sociocultutal e os Desafios do Século XXI, a ter lugar em Ponte de Lima, nos 17, 18 e 19 de Abril de 2008.

Aqui fica mais algumas informações pertinentes, nomeadamente os temas em debate no I Congresso e sua distribuição pelos painéis temáticos.

Animação Sociocultural; Animação Socioeducativa; Animação Sociocultural e Infância; Animação Sociocultural e Juventude; Animação Sociocultural e Emprego; Animação Sociocultural e Terceira Idade; Animação Sociocultural e Turismo; Animação Sociocultural e Desenvolvimento Comunitário; Animação Sociocultural e Educação para o Ócio; Animação Sociocultural e Lazer; Animação Sociocultural e Globalização; Animação Sociocultural Mundo Hurbano e Mundo Rural; Animação Sociocultural e Educação Permanente; Animação Sociocultural e Voluntariado; Animação Sociocultural e Participação; Animação Sociocultural e Gestão Cultural; Animação Sociocultural nas Autarquias; Animação Teatral; Animação Musical; Animação Sociocultural e Novos Espaços de Intervenção; Animação Sociocultural e Cidadania; Ciberanimação; Animação Sociocultural e Novas Necessidades Educativas; Animadores Socioculturais; Gestores Culturais; Educadores Sociais; Pedagogos Sociais; Trabalhadores Sociais...

Painéis Temáticos

A Animação Sociocultural e Âmbitos Espaciais e Tecnológicos

A Animação Sociocultural: mundo urbano e mundo rural;
A Animação Sociocultural e o movimento das Cidades Educadoras;
A Animação Sociocultural e a Gestão Cultural;
A Animação Sociocultural nas Autarquias Locais;
A Animação Turística e Desenvolvimento Local;
A Ciberanimação.

A Animação Sociocultural e Âmbitos etários

Animação Sociocultural e a Animação Socioeducativa na Infância;
Animação Sociocultural na Juventude;
A Animação Sociocultural e as transformações no mercado de trabalho;
Animação Sociocultural na Terceira Idade;
Animação Sociocultural: a Recreação, o Lazer e o turismo nos diferentes contextos etários;
A Animação Sociocultural: novos perfis e novos espaços Profissionais.

A Animação Sociocultural nos âmbitos do Social, Cultural e Educativo

A Animação Teatral e os Desafios do Século XXI;
A Animação Sociocultural e a Educação (formal, não formal e informal, educação social e a pedagogia social);
A Animação Musical no contexto da Animação Sociocultural;
A Animação Sociocultural no âmbito da Educação Intercultural e minorias étnicas;
A Animação Sociocultural e a Educação para o ócio.

A Animação Sociocultural no âmbito da Cidadania, Voluntariado e Participação
A Animação Sociocultural no contexto da Globalização;
A Animação Sociocultural a Cidadania e a Participação;
A Animação Sociocultural e Voluntariado;
Animação Sociocultural e o Desenvolvimento Comunitário;
A Animação Sociocultural: velhos e novos desafios;
A Animação Socioeducativa e os novos espaços Educativos: marginalidade, hospitalar, grupos com necessidades educativas especiais...

Mesas Redondas

Os Animadores Socioculturais e os outros Agentes de Desenvolvimento

Os Animadores Socioculturais e os âmbitos de intervenção. Os Animadores Socioculturais e os outros agentes educativos / Os educadores sociais / Os pedagogos sociais / Os Gestores Culturais e Socioculturais / Os animadores profissionais e voluntários...
Animadores Profissão ou mera ocupação? / O Animador Sociocultural no contexto europeu. Estatuto e carreira profissional / Código deontológico do Animador...

Formação Superior em Animação Sociocultural / Animadores Socioculturais e áreas afins

Modelos de Formação Superior em Animação Sociocultural e Modelos de Formação de Animadores.
Modelos de Formação Superior em áreas afins: Pedagogia Social, Educação Social, Animação Turística...
Quem são os Docentes/ Formadores de Animadores no Ensino Superior? Qual o seu percurso e perfil formativo?
Tipologia de formação de animadores socioculturais: Formação teórica? Formação prática? Formação teórico-pártica?

Formação de Animadores de Nível Técnicoprofissional

Formação de Animadores Socioculturais de nível intermédio.
Perfil de Docente em Animação Sociocultural no espaço de ensino secundário.
Perfil de Docente.

Para mais informações e inscrições, consultar a página do congresso.

sábado, 19 de janeiro de 2008

Animação, Animadores e outras questões correlativas

É tempo de falarmos a uma mesma voz, acerca da Animação Sociocultural. Continuamos a debater matérias que nada acrescentam de novidade ao que já conhecemos, insistimos no debate frívolo, de ausência de participação daqueles que por várias razões, mais se distanciam do debate acerca da Animação. É imperioso que avancemos com propostas concreterizáveis, com acções firmes em defesa de interesses comuns aos Animadores.

Olho para um passado recente, provavelmente, uma década e comparando-o com o presente vivido, pouco ou nada mudou. Os discursos de circunstância e contraditórios na acção continuam. Esta realidade está sem dúvida, a contribuir para um sentimento de confusão entre os Animadores. Reitero a ideia de que precisamos ler os sinais dos tempos, de estarmos atentos aos velhos e novos desafios que se colocam à Animação Sociocultural, enfim, tudo é mutável no tempo, um tempo social ao qual precisamos de nos adaptar.

Afinal em que contribuiu debates infindáveis acerca da formação dos Animadores e da necessidade do reconhecimento da profissão? Para alguns Animadores é oportuno que se coloque a questão: Ainda faz sentido lutar por esse ideal? Se sim, então desperta e avança connosco.

Assistimos ao desfilar de uma série de cursos superiores de Animação (Sociocultural, Cultural, Socioeducativa, Turística) dispersos por várias Escolas Superiores de Educação e por uma Universidade. A instituição A que lecciona o curso de Animação Sociocultural tem um plano de estudos diferente da instituição B, que lecciona o mesmo curso. Qual é o Animador mais bem formado? O da A ou da B? Porque não colocar em questão os conteúdos programáticos dos cursos. É evidente que há planos de estudos que muito pouco têm haver com a formação desejada para os Animadores Socioculturais. Uma formação prática inspirada nas realidades regionais.

O debate acerca da Animação Sociocultural e as questões relativas à profissionalização não é coutada de ninguém. Mas isso não invalida que não trabalhemos afincadamente pela conquista de direitos socioprofissionais.

Que alternativas estamos a construir? Quem são os nossos parceiros? Quais os mecanismos de regulação da formação académica do Animador e a realidade social do mercado de trabalho?

É responsabilidade dos Animadores a defesa da sua coutada no mercado de trabalho. Eles têm que ter a audácia para se lançarem numa aprendizagem permanente, na transformação das realidades sociais, no confronto das ideias, na luta de ideiais; no desenvolvimento de uma acção permanente de assunção do debate sobre a Animação Sociocultural e dos novos temas correlativos que no quotidiano profissional se impõem na acção da cidadania.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Novo número da Revista Quaderns d' Animació

Está disponível o número 7, da Revista Quaderns d' Animació i Educació Social, editada pelo Prof. Doutor Mario Viché.

Destaque para o artigo Animación y Gestión Cultural: Convergencias y divergencias do Prof. Doutor Victor Ventosa, muito pertinente na forma como aborda a Animação Sociocultural e a Gestão Cultural. Um óptimo exercício de reflexão sobre os caminhos da Animação Sociocultural. Um outro artigo que também merece uma leitura atenta, é assinado pelo Prof. Doutor Mario Viché - La Animación Cibercultural, instrumento de cambio social.

Não posso deixar de assinalar uma participação especial no número actual da revista. O Prof. Doutor Victor Melo assina o artigo - Projectos sociais de esporte e lazer. Reflexões, inquietações, sugestões.

A revista continua a manter uma secção de propostas de leitura relacionada com temas associados à Educação Social e à Animação Sociocultural. Um apontamento para algumas iniciativas formativas que terão lugar em Portugal e no Brasil em 2008.

http://www.quadernsanimacio.net/

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Congresso Internacional de Cidades Educadoras

Construção de Cidadania em Cidades Multiculturais é o tema do X Congresso Internacional de Cidades Educadoras, que realizar-se-á na Cidade de São Paulo, Brasil, entre os dias 24 e 26 de Abril de 2008, sob a égide da Associação Internacional de Cidades Educadoras.

O congresso desenrolar-se-á a partir de três eixos - A cidade como espaço de aprendizagem; Identidade, Diversidade e Cidadania; Inclusão, Equidade e Direitos, dividido por sessões plenárias, palestras e mesas redondas, workshops, fórum de boas práticas, stands e visitas a experiências eduducadoras.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Revista "Animador Sociocultural" em suporte de papel

A Rede Iberoamericana de Animação Sociocultural (RIA) apresentou, no dia 10 do corrente mês, o primeiro número da Revista "Animador Sociocultural" no Espacio Joven de Salamanca (Espanha).

De acordo com o Prof. Víctor Ventosa, Director da RIA , a publicação de edição semestral, agora publicada em suporte de papel, visa "contribuir para o estudo e o desenvolvimento de políticas e programas de formação ócioeducativa em Espanha e América Latina com rigor científico".

Os interessados em adquir algum exemplar da revista de Animação Sociocultural do espaço iberoamericano poderão fazê-lo junto da APDASC.

A versão electrónica da revista "Animador Sociocultural" continua disponível. Para consultá-la, clique aqui.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

O reconhecimento na legislação laboral do Técnico Superior de Animação nas IPSS

No post anterior demos conta da publicação no Boletim de Trabalho e Emprego n.º 47, de 22/12/2007, da Convenção Colectiva de Trabalho (CCT) para as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS).

A publicação do referido CCT e o o texto acordado na acta nº 6 de 26/12/2007 (ver destaque abaixo) levou o Sindicato dos Trabalhadores da Saúde Solidariedade e Segurança Social a suscitar através de petição, junto da Comissão Negociadora Sindical e CNP (CNIS – Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade) que seja constituída de imediato a Comissão Paritária (cláusula 57º do CCT em vigor) e que a mesma reúna para discutir, elaborar e acordar as carreiras e sua integração nos níveis salariais, alvo do acordo referido e faça o respectivo depósito no Ministério para dar eficácia ao texto da acta acordada e satisfazer os legítimos anseios dos trabalhadores envolvidos.

“Aos vinte e seis dias do mês de Junho de dois mil e sete, pelas catorze horas e trinta minutos, reuniram na sede da FEPCES, sita na Rua Almirante Barroso, n.º 3, em Lisboa, a CNS e a CNP para prosseguirem o processo negocial de revisão do CCT para as IPSS's

(…) 2. A Criação da carreira dos educadores sociais, animadores sociais, animadores socioculturais e técnicos de diagnóstico e terapêutica com licenciatura, com progressão nas categorias de 3a, 2a e lª, sendo integradas, respectivamente, nos níveis V, IV, III, da Tabela A. Esta matéria será discutida e consensualizada no âmbito da Comissão Paritária.”

Fonte: EDUCAÇÃO SOCIAL EM PORTUGAL

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Actualização da Convenção Colectiva de Trabalho entre a CNIS e FEPCES

Foi publicado no Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 47 de 22/12/2007, a Convenção Colectiva de Trabalho (CCT) entre a CNIS - Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade e a FEPCES - Federação Portuguesa dos Sindicatos do Comércio, Escritórios e Serviços e outros, relativamente, à alteração salarial e outras, alterando o CCT publicado no Boletim de Trabalho e Emprego, n.º 26, de 15 de Julho de 2006, em matéria salarial.

Para efeitos de remuneração, o Animador Cultural continua integrado na categoria profissional de nível IX, auferindo de uma remuneração mensal de € 697, valor calculado para o período entre 1 de Janeiro e 31 de Dezembro de 2007. Aquele valor resulta da actualização salarial em 2,4% que vigorou em 2006, com arredondamento ao euro imediatamente superior, com aumento mínimo de € 12,5, com efeitos a partir de 1 de Janeiro de 2007.

Ainda sobre esta matéria consultar o post O Animador Cultural e a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Ano Europeu do Diálogo Intercultural 2008


O ano de 2008 foi proclamado «Ano Europeu do Diálogo Intercultural» por decisão do Parlamento e do Conselho da União Europeia que certamente, será assumido como um instrumento de sensiblização dos cidadãos para a Interculturalidade. O lema proposto pela Comissão Europeia é "Unidos na Diversidade".

São objectivos do presente Ano Europeu:

-Promover o diálogo intercultural enquanto processo que permita a todas as pessoas que vivem na União Europeia melhorar a sua capacidade para lidar com um ambiente cultural mais aberto, mas também mais complexo;
- Sensibilizar os cidadãos europeus para a importância de desenvolver uma cidadania europeia activa e aberta ao mundo respeitando a diversidade cultural;
- Realçar o diálogo intercultural enquanto oportunidade de contribuir para uma sociedade diversificada e dinâmica- Salientar a contribuição das diferentes culturas e expressões da diversidade cultural para o património e os modos de vida dos Estados-Membros;
- Reforçar o papel da educação enquanto instrumento-chave para a aprendizagem da diversidade, para um melhor conhecimento das outras culturas e para o desenvolvimento de competências e melhores práticas sociais e evidenciar o papel central da comunicação social na promoção do princípio da igualdade e da compreensão mútua;
- Aumentar a visibilidade e a coerência do conjunto de acções e programas comunitários que contribuem para o diálogo intercultural.

Em Portugal a entidade que assumirá a coordenação nacional do programa é a ACIDI - Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural, IP. A finalidade da ACIDI é envolver toda a população na celebração do Ano Europeu do Diálogo Intercultural, e pretende sobretudo divulgar todas as acções que vão sendo desenvolvidas.

O público-alvo desta iniciativa comunitária são os jovens , os grupos sociais desfavorecidos e a sociedade civil em geral . De acordo com informação disponibilizada o ACIDI

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Que leitura fazem os políticos do conceito de Animação...

Os políticos, em especial, aqueles que exercem funções executivas nas autarquias, nomeadamente no Pelouro da Cultura, ou que aspiram a tal, banalizam e até demonstram alguma "ignorância" quando se referem à actividade do sector cultural autárquico. Uma das razões para esta leviandade de discurso, deve-se à banalização no quotidiano de um conjunto de ideias e conceitos que recorrentemente são aplicados em linguagem técnica, nomeadamente, no exercício da prática de Animação Sociocultural. Hoje aplicamos a expressão “animação” a um conjunto disparo de actividades que muitas delas, nada têm de Animação, se interpretarmos este conceito à luz da metodologia da Animação Sociocultural.

Recentemente um político em declarações a um órgão de comunicação social da Região (Diário de Notícias da Madeira), referia-se à actividade cultural de um município, acusando os seus responsáveis de desenvolverem uma agenda de animação e não uma agenda cultural, que apenas se diferencia dos outros concelhos pelo cartaz de artistas que apresenta.

Esta realidade é preocupante quando parte da classe política com aspirações à gestão da autarquia. E esta ideia de Animação Cultural transita para os processos de gestão autárquica que em vez de se pautarem pela diferença, por uma política de acção cultural participada, infelizmente, promove mais do mesmo. Não podemos confundir um projecto de Animação Sociocultural com um desfile de eventos que se realizam ao longo do ano. O que muitas autarquiasdesenvolvem desde o sector cultural é uma agenda cultural ou se preferirmos um processo de gestão cultural de nível local.

Paradoxalmente, o mesmo político defendeu um projecto cultural que envolva a comunidade local, particularmente os jovens. "Queremos que os jovens sejam actores desse processo, onde haja animação cultural, seja no teatro, na dança ou em actividades ligadas às escolas".

É evidente que as empresas municipais para a cultura, actualmente são duas na Região Autónoma da Madeira, vêm de alguma forma legitimar a continuidade de uma agenda cultural e não de verdadeiros processos participativos à luz da metodologia da Animação Sociocultural. Entendo que é possível conciliar estas duas realidades no âmbito local.