É tempo de falarmos a uma mesma voz, acerca da Animação Sociocultural. Continuamos a debater matérias que nada acrescentam de novidade ao que já conhecemos, insistimos no debate frívolo, de ausência de participação daqueles que por várias razões, mais se distanciam do debate acerca da Animação. É imperioso que avancemos com propostas concreterizáveis, com acções firmes em defesa de interesses comuns aos Animadores.
Olho para um passado recente, provavelmente, uma década e comparando-o com o presente vivido, pouco ou nada mudou. Os discursos de circunstância e contraditórios na acção continuam. Esta realidade está sem dúvida, a contribuir para um sentimento de confusão entre os Animadores. Reitero a ideia de que precisamos ler os sinais dos tempos, de estarmos atentos aos velhos e novos desafios que se colocam à Animação Sociocultural, enfim, tudo é mutável no tempo, um tempo social ao qual precisamos de nos adaptar.
Afinal em que contribuiu debates infindáveis acerca da formação dos Animadores e da necessidade do reconhecimento da profissão? Para alguns Animadores é oportuno que se coloque a questão: Ainda faz sentido lutar por esse ideal? Se sim, então desperta e avança connosco.
Assistimos ao desfilar de uma série de cursos superiores de Animação (Sociocultural, Cultural, Socioeducativa, Turística) dispersos por várias Escolas Superiores de Educação e por uma Universidade. A instituição A que lecciona o curso de Animação Sociocultural tem um plano de estudos diferente da instituição B, que lecciona o mesmo curso. Qual é o Animador mais bem formado? O da A ou da B? Porque não colocar em questão os conteúdos programáticos dos cursos. É evidente que há planos de estudos que muito pouco têm haver com a formação desejada para os Animadores Socioculturais. Uma formação prática inspirada nas realidades regionais.
O debate acerca da Animação Sociocultural e as questões relativas à profissionalização não é coutada de ninguém. Mas isso não invalida que não trabalhemos afincadamente pela conquista de direitos socioprofissionais.
Que alternativas estamos a construir? Quem são os nossos parceiros? Quais os mecanismos de regulação da formação académica do Animador e a realidade social do mercado de trabalho?
É responsabilidade dos Animadores a defesa da sua coutada no mercado de trabalho. Eles têm que ter a audácia para se lançarem numa aprendizagem permanente, na transformação das realidades sociais, no confronto das ideias, na luta de ideiais; no desenvolvimento de uma acção permanente de assunção do debate sobre a Animação Sociocultural e dos novos temas correlativos que no quotidiano profissional se impõem na acção da cidadania.
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