Confesso que reflectir e debater a Animação Sociocultural na Região Autónoma da Madeira a alguns anos atrás, era uma utopia possível, hoje é uma realidade. Para alguns, o "casamento" entre a insularidade e a Animação Sociocultural é qualquer coisa de impossível de acontecer. Para eles será uma ideia descabida ou insistem na negação da realidade?
As dinâmicas em Animação Sociocultural exigem participação dos actores sociais, e esta verdade é extensível a todos os processos que envolvam a reflexão, o debate e a acção em Animação. Falamos de uma participação democrática e verdadeira na sua essência, é fundamental escutar os Animadores Socioculturais, descentralizar as acções, não impôr acções viciadas pela manipulação de interesses, de jogos de bastidores e de tentativas dissimuladas no controlo do debate em Animação Sociocultural.
Permitam-me que insista na particularidade da continuidade territorial. A Região Autónoma da Madeira é território português, aqui, também se discute e faz Animação Sociocultural com as comunidades. O nosso olhar é acutilante, pensamos no local a partir do global e vice-versa.
Só estaremos a dar um contributo positivo à Animação Sociocultural quando formos capazes de olhar para os outros como um grupo capaz de fazer tão bem ou melhor que nós. A Animação precisa de ser democratizada e descentralizada pelo todo nacional, e não centraliza-la em "capelas" onde alguns insistem em mandar e dispôr à sua vontade.
É imperioso que nós Animadores desenvolvamos um espírito crítico, revindicativo e provocador de mudanças profundas. A palavra de ordem é de rotura com processos impostos de cima, este tipo de acção não se coaduna com as metodologias participativas. Em Animação os processos nascem das bases, os Animadores têm que manifestar a sua posição face a um pensamento único que se manifesta pelo colectivo.
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