As instituições vivem momentos conturbados; uma situação factual que merece um olhar mais atento e a manifestação de sérias reservas no desenvolvimento de projectos socioculturais. Este domínio de acção é o mais penalizado no orçamento público, razão que exige soluções alternativas, concretas e eficazes na continuidade do trabalho cultural com os colectivos.
O trabalho de pareceria não é a solução milagrosa para os males financeiros, mas, é certamente a solução para a concreterização de projectos que resultem na fabricação de uma cidadania activa e comprometida com o local. O trabalho de Animação Sociocultural exige um compromisso com - entidades público-privadas, com o movimento associativo de base e com agentes culturais que no quotidiano contribuem para a consolidadação da democracia cultural - uma panóplia de actores sociais capazes de provocar uma rede de sinergias que alimentarão uma ideia, que construirá um caminho e será um contributo valioso na concreterização de um projecto.
O protagonismo no domínio da intervenção sociocultural é uma conquista dos actores sociais anónimos, um status que se dilui com o trabalho em rede, uma perda que muitos Animadores Socioculturais e as instituições que patrocinam o seu trabalho não desejam perder para o "Outro".
Continuo a defender a necessidade de construirmos uma rede de parceiros no desenvolvimento de projectos de Animação Sociocultural. São inúmeros os potenciais âmbitos de intervenção da Animação Sociocultural no século XXI, e perante esta realidade, os Animadores têm que desenvolver uma rede de trabalho sustentada em parceiros de áreas multidisciplinares, no sentido de uma maior e melhor coordenação de esforços no processo criativo de intervenção.
Esta ideia é extensível à prática associativa. Não concebo um projecto associativo sustentável que esteja alicerçado somente em ideais, é fundamental que a concreterização de projectos seja uma presença efectiva e transversal na acção dos dirigentes. Hoje a realidade do movimento associativo sofreu profundas mutações sociais. A necessidade do trabalho em rede é extensível ao associativismo de classe profissional, cultural e recreativo. Os dirigentes só alcançarão os intentos definidos nos seus programas de acção, quando houver um trabalho de base sustentável nas parcerias com os seus congéneres.
O trabalho em Animação Sociocultural será mais completo se ganhar efectivamente o trabalho em rede com os demais parceiros socioculturais e educativos. O protagonismo será sempre dos actores sociais anónimos.
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