quarta-feira, 8 de abril de 2009

Contrariar o conformismo... uma tarefa de todos

É com inquietude de espírito que assisto a uma apatia dos Animadores Socioculturais e até, o manifesto de concordância, talvez, numa tentativa de compromisso futuro com a instituição e seus dirigentes, que as relações laborais, naturalmente, impõem a todos os profissionais em início de carreira. Parece-me oportuno, apelar à ética, no sentido dos Animadores contrariarem essa realidade do mundo laboral.

O meu desencanto agrava-se ainda mais, com a postura passiva que alguns Animadores assumem perante a comparação que muito boa gente, continua a fazer entre o agente sociocultural, Animador, com formação específica no domínio da Animação Sociocultural, independentemente, do nível de formação (nível III, IV e V) e os entertainers. Esta minha observação sustenta-se na concretização de um projecto de Animação Sociocultural, realizado por colegas de formação e profissão, que contemplou uma curta actuação de um entertainer, apresentado como animador, que simplesmente subiu ao palco e interpretou meia dúzia de músicas de gosto dúvidoso. Continuo a interrogar-me, sobre o contributo daquela curta actuação para a mudança social no contexto daquele projecto de Animação.

Nada tenho contra o exercício da actividade dos entertainers, desde que, não se definam como animadores, e os Animadores Socioculturais não se demitam das suas responsabilidades em matéria de defesa e honrabilidade da sua profissão. O testemunho deste facto, veio uma vez mais, comprovar que os Animadores Socioculturais vivem num pessimismo relativamente as questões centrais para a definição da sua profissão, mas, sempre na esperança de que aconteça um milagre e tudo se resolva, a bem dos Animadores e da Animação Sociocultural.

Não é com conversas de retórica que alcançaremos os objectivos que perseguimos há muito tempo. O milagre que esperamos acontecerá com trabalho colectivo, que pode dar-se a diferentes níveis de envolvimento, com o exigir de responsabilidades às instituições e seus dirigentes, e com uma atitude pró-activa na defesa e dignificação da Animação Sociocultural e dos Animadores. O processo de mudança começa no compromisso de cada Animador.

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