Que políticas para a diversidade cultural nos territórios locais?
Abordarmos a diversidade cultural implica uma leitura do social e uma concepção de política cultural que favoreça a inclusão e convivência das diferentes culturas no micro espaço local/regional. A compreensão da diversidade cultural e consequentemente acções de apoio à diversidade, acontece de acordo com variáveis como a história, a geografia, as características demográficas, a vitalidade da sociedade civil, factores estes que variam de uma cidade para outra, dentro de uma mesma região.
O entendimento da diversidade cultural não deve ser circunscrito à ideia da valorização da cultura das minorias étnicas. A diversidade cultural é um processo que exige uma visão global, temos que entendê-la enquanto um mundo de práticas e representações culturais de um grupo social, das culturas periféricas, mas não menos importantes na construção da identidade cultural.
A promoção da diversidade cultural deverá ser uma das acções estratégicas de uma política cultural local. Uma política promotora dos direitos culturais - participação e acesso à cultura, a par, de um processo educativo para a diversidade cultural e inclusão social. A inclusão através de processos activos de participação cultural, da valorização da cultura do "Outro" e da facilitação de oportunidades de creatividade artística que poderão manifestar-se na actividade sociocultural e nos conselhos municipais de cultura.
A diversidade cultural é um riquíssimo património da humanidade, onde poderemos descobrir novos sentidos para a democracia. A participação de todos os grupos sociais na vida cultural local é factor de inclusão social e de vivência do pluralismo cultural que na contemporaneidade é sinónimo de coesão social e de convivência multicultural.
A Animação Sociocultural deve ser instrumento potencializador da democracia cultural, de fomento de processos educativos para a diversidade cultural e consequente inclusão social.
Valores como a tolerância, a convivência multicultural, o respeito mútuo, a solidariedade e a cooperação são princípios de referência para a vivência plena da multiculturalidade. A este prepósito, o sétimo princípio da Agenda 21 da Cultura foca a interdependência entre território e o diálogo. “As cidades e os espaços locais são ambientes privilegiados da elaboração cultural em constante evolução e constituem os âmbitos da diversidade criativa, onde a perspectiva do encontro de tudo aquilo que é diferente e distinto … torna possível o desenvolvimento humano integral. O diálogo entre a identidade e a diversidade, indivíduo e colectividade, revela-se como a ferramenta necessária para garantir tanto uma cidadania cultural planetária, como a sobrevivência da diversidade linguística e o desenvolvimento das culturas”.
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