Recentemente li uma reportagem jornalística que abordava o papel da arte enquanto forma de ajudar crianças em risco no processo de inclusão social na Madeira. Artistas plásticos destacados pela Secretaria Regional de Educação e Cultura exercem funções docentes em contexto não formal, numa instituição de acolhimento de crianças com problemáticas sociais.
É neste ambiente de educação não formal, uma escola diferente, um espaço que promove a criatividade de cada criança através do trabalho criativo, que as ajuda mutuamente na partilha de experiências, na criação de relações de amizade e de companheirismo . É através da arte que os dois artistas plásticos procuram desenvolver competências sociais nas crianças e adolescentes, capacitando-as para as potencialidades da arte como meio de interacção, inclusão e expressão.
É nos atelieres da instituição de acolhimento, longe do âmbito formal da outra escola, que os pequenos artistas plásticos expressão a sua criatividade, os seus sonhos, que aprendem a olhar a vida de forma diferente. Aqui, ganham competências em contexto de educação não-formal, através das actividades extra-curriculares. O objectivo deste projecto é criar competências sociais através da pintura e da escultura, mas acima de tudo, criar auto-estima nos meninos e meninas a quem a vida trocou as voltas.
"É preciso ensinar, a recriar, a fabricar, a perder o medo, mesmo de errar até porque, de certa forma, a expressão plástica intimida, até mesmo os adultos".
O projecto saiu à rua e com criatividade transformou a ordem social, conceitos e regras pré-estabelecidas numa tela pintada pelas crianças e professores. A sinalética igual a tantas outras, despida de indentidade foi desenhada pelo grupo com criatividade numa presença constante do lúdico, uma forma diferente de encaminhar os visitantes e sinalizar as ruas. Também pintaram a parede da cozinha com tachos, enfim, deram vida a espaços outora sem identidade e sem vida.
É um convite à criatividade...
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