O processo de desenvolvimento cultural de uma comunidade exige uma comunhão entre o poder administrativo político e os agentes socioculturais que são os que melhor conhecem a realidade social dos grupos e comunidades. Considero que a reflexão-acção é um elemento chave em todo o trabalho cultural, especial referência à Animação Sociocultural, que enquanto campo polissémico e transversal na sua acção a diversas áreas de intervenção nos domínios da sociocultura tem um importantíssimo papel no desenvolvimento de políticas de acção cultural municipais.
Texeira Coelho coloca em nos pratos da balança, os conceitos de acção cultural e fabricação cultural. Para este autor, um processo de acção cultural resume-se na criação ou organização das condições necessárias para que as pessoas inventem os seus próprios fins e se tornem assim sujeitos - sujeitos da cultura e não seus objectos. A fabricação é um processo com um início determinado, um fim previsto e etapas estipuladas que devem levar ao fim preestabelecido.
Estamos a optar pela acção cultural ou a fabricação?
Os conselhos municipais de juventude e cultura enquanto órgãos consultivos da vida associativa do município, de oscultação de necessidades e vontades continuam a não existir em muitos municípios. A participação só é efectiva quando houver lugar ao envolvimento sério e fecundo dos grupos na vida cultural local. Não podemos definir políticas culturais sem ter uma visão global sobre o território, sem a participação das gentes. A participação é condição essencial em projectos de Animação Sociocultural, mas também é na política de acção cultural. Em acção cultural tal como na Animação Sociocultural o agente gera um processo não um objecto. A acção é um processo com um ínicio claro, mas sem fim específicado.
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