A alguns dias atrás li uma notícia na imprensa do Continente, no Jornal Oeste On-line, que gerou em mim, um sentimento de esperança e preserverança, a convicção de que é preciso continuar a acreditar em utopias, a lutar por causas. Acredito que é possível transformar uma realidade que nos é adversa através da luta não com armas, mas com acções concretas e determinadas.
Um grupo de políticos (de diferentes ideologias partidárias) com responsabilidades na gestão do Município das Caldas da Rainha manifestaram preocupação com a anunciada saída do curso de Animação Cultural da Escola Superior de Artes e Design (ESAD) do Instituto Politécnico de Leiria das Caldas, para uma outras Escola Superior do Politécnico leiriense.
Os argumentos dos políticos são sustentados no facto da importância do curso de Animação Cultural no contexto local, nomeadamente nas dinâmicas protagonizadas pelas acções operacionalizadas pelos alunos do curso de Animação. Os políticos entendem que o curso de Animação Cultural é o principal do conjunto de cursos leccionados na ESAD.
Em Portugal, somos milhares de Animadores entre técnicoprofissionais e licenciados; estamos pávidos e serenos, face à realidade nacional. Simplesmente, não lutamos por algo em que acreditamos. É preciso criar uma consciência colectiva, um grupo de políticos empenhados no desenvolvimento do Local, co-responsáveis pelas dinâmicas criadas e futuras originadas pelos projectos dos futuros Animadores uniram-se em favor de um objectivo comum. E nós Animadores, quando o faremos?
É preciso mobilizar vontades, consciências, despertar para a realidade, pois só assim, seremos capazes de gerar uma consciência colectiva e lutar por uma utopia, por uma causa comum a todos nós, Animadores. Há um exemplo, há que ter a coragem de agarrá-lo, de convidá-lo a prosseguir connosco e pelo caminho convidar outros e mais outros.
Na verdade, acreditamos pouco em causas, não há vontade, nem ambição de lutar. A nossa passividade convidou-nos à resignação e estamos a aceitá-la.
Despertemos para uma causa que se chama ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL.
2 comentários:
Amigo Albino,
Nem de propósito, ainda hoje falei com algumas pessoas sobre este estado de passividade alarmante em que caíram os/as animadores/as socioculturais.
Como é possível que num universo de milhares de profissionais da ASC, uns formados, uns em formação, outros sem ela, só 215 façam parte da APDASC? E desses 215 uma fatia considerável a nível profissional não está ligada à ASC (uns são enfermeiros, psicólogos, auxiliares de acção educativa, biólogos, etc.). Que peso político-social pode ter a ASC e a APDASC quando os/as próprios/as ASC rejeitam claramente fazer alguma coisa pelo desenvolvimento da ASC?
Onde vão buscar os dirigentes da APDASC forças para continuarem a lutar sem apoio (ou com pouco) dos seus colegas de profissão? Será que vale a pena continuar?
Sinceramente estou muito desapontado, triste e cansado. Na APDASC trabalhamos gratuitamente para os que nos apoiam, e também para aqueles que se estão a marimbar completamente para o que fazemos! Trabalhamos para todos, para o futuro da ASC e consequentemente para o nosso futuro! Merecíamos mais consideração, apoio e respeito! O momento exige uma reflexão séria e uma revolução urgente!
Carlos Costa
Olá, Carlos!
É sabido que no movimento associativo a participação é a palavra de ordem e motor de acção de qualquer entidade, e a APDASC não é, nem será excepção.
Penso que é necessário intensificar o diálogo a par, de acções que viabilizem o discurso associativo acerca da Animação Sociocultural.
A vida associativa nem sempre é feita de ganhos, é feita de algumas perdas. É fundamental definir objectivos, acreditar que são concreterizáveis, lutar por uma causa, mas temos que fazer com que os Animadores acreditem que é possível mudar alguma coisa, isso consegue-se pela acção, não só pelo discurso.
Um grande abraço,
Albino Viveiros
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