sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O território português e os animadores socioculturais

A insularidade como condição geográfica é um desafio que exige conquistas diárias alcançáveis pela criatividade que os animadores socioculturais insulares desenvolvem no quotidiano do trabalho comunitário. Uma das «provocações» que considero fundamentais para fortalecer a nossa participação ativa, determinada e diferenciada na discussão pluralista de temas congregadores do pensamento e da ação dos animadores é a criação de um espaço de discussão e afirmação da animação sociocultural no território madeirense.

É imperioso que os animadores insulares sejam audazes o suficiente para que com criatividade e coragem, sejam o «cavalo de Troia», no sentido de contribuírem de forma mais incisiva nas dinâmica sociais que o processo criativo da animação sociocultural tem no desenvolvimento sustentável das comunidades locais. Na minha opinião, talvez, acalentada pelo desenvolvimento de um curtíssimo processo participativo dos animadores insulares em alguns projetos que, discretamente, são achegas para (re)escrever o papel da animação sociocultural no século XXI, é imperioso que os  agente da mudança social prestem de forma mais eficaz e determinada a sua engenharia na construção de outros discursos sobre o papel do animador na afirmação de práticas de participação e de desenvolvimento comunitário.

Os mais puristas serão cáusticos sobre esta matéria, mas, ao revisitar os desenvolvimentos recentes no campo da animação sociocultural em Portugal, na verdade, os animadores são em 1º grau, os responsáveis pelo discurso e por algumas práticas socioprofissionais que lamentavelmente não abonam em benefício da dignidade dos animadores e da própria animação sociocultural.

É verdade que alguns animadores têm alinhado por uma prática valorizadora da profissão, fazendo dela a sua «dama», outros contribuem pela excelência da reflexão teórica procurando ser uma alavanca para a mobilização dos vários agentes socioculturais, aliando a formação académica com a experimentação através do pensamento democrático. Mas há uma esmagadora maioria que me causa preocupação, quer pelas suas práticas, quer pela ausência de participação na discussão, o contributo de todos é sinal pujante da democracia e será sempre bem-vindo.

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