O trabalho de intervenção da Acção Católica sustentado numa metodologia de acção para a transformação social e cultural encontrou "protecção" na Igreja Católica; um trabalho que contou com o apoio e participação activa de padres e leigos da Acção Católica Operária.
A audição de música de intervenção e as leituras de suporte à formação dos militantes eram "armas" que contribuiam para um processo de consciencilaização social e política dos operários e demais cidadãos. A acção do movimento não se esgotava nos locais de trabalho, ela era extensível aos vários campos de acção.
Na Madeira, agremiado à Acção Católica estava o Centro de Cultura Operária que visava o aprofundamento da formação pessoal e da consciência operária. Aqui, leccionaram-se cursos de alfabetização de adultos. Alguns do alunos que frequentavam as campanhas de alfabetização seguiam o método de Paulo Freire.
A prepósito do processo de alfabetização importa referir, que os jovens candidatos ao Ensino Superior chegaram a ingressar no Movimento do Serviço Cívico, o qual visava o desenvolvimento de campanhas de alfabetização no mundo rural. Aqueles foram precedidos por padres e professores primários que nos salões paroquiais ministravam cursos noturnos com o objectivo de ensinar as populações rurais a ler e escrever.
A actividade cultural desenvolvida pela Acção Católica Operária foi ganhando sustentabilidade; apresentavam peças de teatro construídas desde a realidade vivida pelos trabalhadores e privilegiava-se a audição de música comprometida com a problemática social, cujo objectivo era o suscitar de um processo de autonomia em cada pessoa, associado ao desenvolvimento de um sentimento de liberdade e de tomada de consciência do seu próprio destino, tornando-se num cidadão activo nas mudanças sociais que importava fazer.
Todo este trabalho de consciencialização e de transformação de cidadãos comprometidos com a mudança social veio desembocar em acções concretas no pós 25 de Abril.
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