sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Carreira do Animador Sociocultural

Escrevo a propósito da carreira de Técnico Superior da área de Animação Sócio-Cultural de Bibliotecas Escolares, uma carreira criada pelo Decreto Legislativo Regional n.º 29/2006/M, da carreira do pessoal não docente do ensino básico e secundário da Região Autónoma da Madeira, referenciada pelo colega José Vieira no post "A extinção das carreiras de Animação na Administração Pública".

No quadro do projecto educativo de escola, o Técnico Superior da área da Animação Sociocultural desenvolve as funções inerentes à sua especialidade, no âmbito do sistema educativo, competindo-lhe, de acordo com os conteúdos funcionais do pessoal técnico superior definidos pelo decreto legislativo acima referenciado:

a)Promover a animação da biblioteca, através de uma oferta cultural e da criação de novas formas de aprendizagem;

b) Criar estratégias e actividades de animação de leitura que estimulem o gosto pelo livro;

c) Divulgar o livro junto de potenciais leitores da comunidade;

d) Organizar a biblioteca como centro de informação;

e) Publicitar a biblioteca e as suas actividades através de intercâmbios com instituições locais.

Até aqui, a iniciativa é de louvar e é um sinal positivo no reconhecimento da profissão e da carreira de Animador Sociocultural, por mais que não fosse, na Região Autónoma da Madeira, mas, esta frágil realidade não é o que aparenta ser. Ora vejamos:

A Secretaria Regional da Educação em parceria com o CELF – Centro de Estudos, Línguas e Formação do Funchal promoveu duas edições do curso de especialização em Animação Sociocultural de Bibliotecas Escolares ( até Julho de 2006). Este curso de especialização visou colmatar a falta de técnicos profissionais de bibliotecas nas Escolas do 1º Ciclo da Região, diminuindo desta forma, o número de licenciados em Línguas e Literaturas do ramo científico que se encontravam desempregados.

O curso de especialização em Animação Sociocultural de Bibliotecas Escolares abrangeu cerca de cinquenta formandos que num total de 600 horas de formação, supostamente adquiriram as competências mínimas para desempenharem funções de Animadores de Bibliotecas nas Escolas Básicas do 1º Ciclo da Região Autónoma da Madeira.

Curiosamente, foi publicado no JORAM, n.º 114, II Série de 26 de Junho de 2007 a abertura de Concurso Interno de Ingresso, para preenchimento de 11 vagas de Técnico Superior de 2ª Classe, no quadro de vinculação de pessoal não docente das Áreas Escolares da RAM, constante do anexo I do Decreto Legislativo Regional n.º 29/2006/M, de 19 de Julho.

4.2 - Requisito especial: Indivíduos habilitados com uma das seguintes licenciaturas: Licenciatura em Línguas e Literaturas Clássicas e Portuguesa, Licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas -Ensino Português, Licenciatura em Ensino Português, Latim e Grego, Licenciatura em Línguas e Literaturas Românicas Estudos Portugueses e Franceses, Licenciatura em Línguas e Literaturas Clássicas (ramo ensino), Licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas Estudos Portugueses e Ingleses e Licenciatura em Línguas e Literaturas Clássicas-variante Estudos Clássicos e Portugueses (extraido do do corpo textual do concurso)

4.3 – Condição Preferencial – Considera-se condição preferencial, os candidatos serem detentores de um curso de Animação Sócio-Cultural de Bibliotecas Escolares com um mínimo de 220 horas. (extraido do corpo textual do concurso)

Por último, uma referência à legislação nacional, nomeadamente ao Despacho n.º 1/1990, publicado no Diário da República, n.º 23, II Série, de 27 de Janeiro de 1990, que regulamenta o conteúdo funcional da Carreira de Técnico Profissional de Animação Cultural e o Despacho n.º 6254/2004, publicado no Diário da República, n.º 76, II Série, de 30 de Março de 2004, que regulamenta o respectivo conteúdo funcional para a Carreira de Técnico Superior de Animação Cultural.

Aqui fica estas breves referências à carreira profissional dos Animadores, na legislação nacional e regional... E assim se faz a história da Animação Sociocultural.

3 comentários:

Anónimo disse...

Esclarecimentos:
a) A sua literatura, além de possuir um carácter cinzento e sisudo, possui uma advertência clara a quem necessita de aguçar o engenho e a pena, tal é a deselegância morfossintáctica;
b) Às 600 horas (ou até menos) que você afirma "supostamente" (acho que é mais "que você supostamente afirma", ouso acrescentar), julgo estar anexada uma LICENCIATURA numa UNIVERSIDADE (julgo que você, douto representante da Animação na ilha, terá conhecimento), o que terá enorme peso na formação destes técnicos superiores, não lhe parece?;
c) A estes considerandos acrescento que uma sua aproximação dos técnicos superiores, com um louvável trabalho levado a cabo na Região, poderia fazer subir sobremaneira a fasquia da Animação Sóciocultural na RAM, pese embora a importância de todos os agentes neste campo;
d) Não me parece coerente que haja, numa escola e no mesmo patamar de funções pedagógicas, um professor e um técnico profissional, facto que geraria discrepâncias científicas e funcionais inultrapassáveis;
e) O seu papel, Dr. Albino, ganharia outro fôlego se as suas intervenções públicas se revestissem de um pouco mais de solenidade, pois as do último Congresso foram algo grotescas e deselegantes, se me permite.

Muito mais haveria a considerar, mas confesso não julgar pertinente perder mais tempo com quem, apesar da sua posição no âmbito da Animação na RAM, se recusa estar devidamente informado acerca do trabalho realizado e de todos os sucessos conseguidos junto do público-alvo.

Contamos, por isso, com considerandos seus bem mais atentos.

Albino Viveiros disse...

Caro(a) leitor(a),

Parece-me deselegante o facto de não assinar o comentário...

"anónimo" é sinal de fraqueza intelectual e de refúgio atrás de frases que exigem um esforço redobrado para serem compreendidas.

O seu comentário, fraco em matéria para discussão e nos argumentos, apenas revela um sentimento ferido, falta de profissionalismo e compreensão de temáticas que exigem uma discussão profunda, crítica e com consequências positivas para os Animadores Socioculturais, a nível nacional, refiro-me ao Estatuto do Animador.

Para sua infelicidade não represento a Animação Sociocultural na Região Autónoma da Madeira. Nada tenho contra os Animadores de Biblioteca, apenas contra os requisitos exigidos para aceder ao referido curso de formação em Animação Sociocultural de Bibliotecas Escolares.


Albino Viveiros

Anónimo disse...
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