sábado, 2 de junho de 2007

Da teoria à prática. A intervenção em Animação Sociocultural

Li no blog do Dr. José Vieira (www.anijovem.blogspot.com) a postagem "A metodologia de projecto em Animação Sociocultural", uma refelexão que retrata aquilo que deverá ser as boas práticas na condução de um projecto de Animação Sociocultural. Uma realidade, que infelizmente, não é consistente, nem acompanha os processos de intervenção em Animação Sociocultural em muitas instituições sociais, culturais e educativas.

Sem querer impôr explicações lógicas a "talho de foice", estas falhas estruturais na metodologia de projecto vêem desde o período de formação dos Animadores Socioculturais, ou seja, o período de estágio que é concedido no decorrer do curso, muitas vezes, é manifestamente exíguo no tempo; o que, dificulta uma verdadeira aprendizagem prática das metodologias de projecto aplicadas à intervenção em Animação Sociocultural no âmbito local.

Parto da ideia de que, nós Animadores estamos conscientes de que as instituições acolhedoras dos estágios de Animadores, e os seus dirigentes (com excepções), não procuram facultar uma plena integração dos estagiários no mundo do trabalho e consequente uma aprendizagem contínua integrada na realidade envolvente. Há sim, uma tentativa de integrar os estagários nos projectos existentes, proporcionar um estágio em gestão e não em Animação Sociocultural.

Há casos em que os próprios Animadores Socioculturais acomodam-se à realidade institucional e embarcam no sistema, falta trabalhar uma consciência crítica e acutilante.

Os Animadores Socioculturais têm que desenvolver uma consciência crítica, uma posição firme e activa, face a um conjunto de situações que diariamente esbarram com a sua actuação, enquanto Animador Sociocultural. A análise da realidade é um trabalho contínuo, ela está em mutação permanente, e os Animadores têm que assumir um posicionamento crítico face ao seu próprio trabalho.

A análise da realidade envolvente não pode ser entendida como um capricho do Animador, ela é um instrumento basilar de uma política de Animação Sociocultural.

O Prof. Avelino Bento referiu no seu blog www.exdra.blogspot.com no post, "4 Breves reflexões sobre práticas, de facto, de ASC", "Reflexão 1 - Práticas de intervenção sociocultural" o posicionamento que alguns políticos em exercício no Poder Local assumem sobre as dinâmicas socioculturais no âmbito municipal. Estou de acordo com a posição do Prof. Avelino.

Infelizmente, o Animador Sociocultural para alguns eleitos locais, ainda é percepcionado como um "faz-tudo", um dinamizador das actividades instituídas no âmbito das pseudo-políticas culturais municipais.

O exercício da prática da Animação Sociocultural não é tarefa fácil. É fundamental trabalhar as mentalidades, as práticas socioculturais institucionalizadas, gerar novas dinâmicas com as populações, sem nunca pôr de lado, a análise da realidade local, esta, tem que ser um processo contínuo no labor de qualquer Animador Sociocultural, caso contrário, estaremos a fazer qualquer coisa, menos a trabalhar os processos socioculturais desde a metodologia da Animação Sociocultural.

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