Sem querer impôr explicações lógicas a "talho de foice", estas falhas estruturais na metodologia de projecto vêem desde o período de formação dos Animadores Socioculturais, ou seja, o período de estágio que é concedido no decorrer do curso, muitas vezes, é manifestamente exíguo no tempo; o que, dificulta uma verdadeira aprendizagem prática das metodologias de projecto aplicadas à intervenção em Animação Sociocultural no âmbito local.
Parto da ideia de que, nós Animadores estamos conscientes de que as instituições acolhedoras dos estágios de Animadores, e os seus dirigentes (com excepções), não procuram facultar uma plena integração dos estagiários no mundo do trabalho e consequente uma aprendizagem contínua integrada na realidade envolvente. Há sim, uma tentativa de integrar os estagários nos projectos existentes, proporcionar um estágio em gestão e não em Animação Sociocultural.
Há casos em que os próprios Animadores Socioculturais acomodam-se à realidade institucional e embarcam no sistema, falta trabalhar uma consciência crítica e acutilante.
Os Animadores Socioculturais têm que desenvolver uma consciência crítica, uma posição firme e activa, face a um conjunto de situações que diariamente esbarram com a sua actuação, enquanto Animador Sociocultural. A análise da realidade é um trabalho contínuo, ela está em mutação permanente, e os Animadores têm que assumir um posicionamento crítico face ao seu próprio trabalho.
A análise da realidade envolvente não pode ser entendida como um capricho do Animador, ela é um instrumento basilar de uma política de Animação Sociocultural.
O Prof. Avelino Bento referiu no seu blog www.exdra.blogspot.com no post, "4 Breves reflexões sobre práticas, de facto, de ASC", "Reflexão 1 - Práticas de intervenção sociocultural" o posicionamento que alguns políticos em exercício no Poder Local assumem sobre as dinâmicas socioculturais no âmbito municipal. Estou de acordo com a posição do Prof. Avelino.
Infelizmente, o Animador Sociocultural para alguns eleitos locais, ainda é percepcionado como um "faz-tudo", um dinamizador das actividades instituídas no âmbito das pseudo-políticas culturais municipais.
O exercício da prática da Animação Sociocultural não é tarefa fácil. É fundamental trabalhar as mentalidades, as práticas socioculturais institucionalizadas, gerar novas dinâmicas com as populações, sem nunca pôr de lado, a análise da realidade local, esta, tem que ser um processo contínuo no labor de qualquer Animador Sociocultural, caso contrário, estaremos a fazer qualquer coisa, menos a trabalhar os processos socioculturais desde a metodologia da Animação Sociocultural.
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