segunda-feira, 20 de outubro de 2008

A multiplicidade da oferta de cursos e acções de formação em Animação

Em tempo que considerei oportuno, reflecti e expões algumas ideias sobre a multiplicidade da oferta de cursos de Animação, com destaque para uma realidade que tem maior expressividade, no processo de "recrutamento" das instituições de ensino sobre os potenciais candidatos aos cursos de grau técnico-profissional e de grau de licenciatura.

Em matéria de ensino técnico-profissional e no que aos cursos de Animação Sociocultural respeita, manifesto com as devidas reservas, a minha posição favorável à sua existência no plano actual, no sentido da uniformização da nomenclatura e do plano de estudos do curso. Certamente, um exercício de uma equipa de trabalho com saldo positivo. Esta posição, não justifica o facto de eu assumir uma postura contrária, quando assistimos a uma proliferação profundamente exagerada do número de escolas que leccionam o curso técnico-profissional de Animador Sociocultural.

Estou em crer que esta realidade continua a ser provocadora de instabilidade socioprofissional entre os Animadores, da qualidade formativa dos futuros agentes da Animação e certamente, da variabilidade do grau de exigência manifestado pelo corpo docente. Mas, não esqueçamos que há escolas que empregam Animadores Socioculturais, graças, aos cursos de Animação.

Volvido algum tempo sobre o debate acerca do Processo de Bolonha, e em matéria de Ensino Superior, parece-me que este sofreu uma "revolução" pacífica. Uma oportunidade perdida para os cursos de Animação. Defendo uma linha de acção "transformadora" para os cursos superiores de Animação; matéria que poderá ser lida em outros escritos. Continuo a assumir a posição inicial, ou seja, a uniformização das nomenclaturas dos cursos de Animação ao nível das licenciaturas (1º Ciclo) e respectivos planos de estudos. Justifico esta posição, pelo facto dos mestrados (2º Ciclo) possibilitarem as tão almejadas especializações no âmbito profissional da Animação.

Um outro ponto que merece reflexão e tomada de consciência são as acções de formação de curta duração que versam sobre a Animação e seus âmbitos. Estas unidades formativas não devem ser percepcionadas como um mal maior; talvez uma resposta menos conseguida e mal enquadrada no contexto de intervenção da Animação. Entendo a sua existência e o recursos dos Animadores à sua frequência, pois, certamente acontece, como um momento de aprendizagem permanente, de aquisição de conhecimentos específicos sobre possíveis âmbitos profissionais.

Esta realidade não é mais do que a crescente procura de acções formativas em Animação e a falta de regulamentação legal que discipline a leccionação destas formações, que no fim da sua frequência habilita o formando para o exercício da prática da Animação Sociocultural. Este facto consolida a necessidade de legislar sobre esta e outras matérias de interesse primordial para os Animadores Socioculturais, com vista, a definir o seu lugar no "pódio" das categorias profissionais.

Novo número da Revista Ibero-americana Animador Sociocultural

Está disponível o novo número da Revista Ibero-americana Animador Sociocultural, correspondente ao ano 3 - número 1 - Out2008/Abr2009.

Destacamos a boa participação portuguesa, com os artigos: " A importância da animação comunitária como modelo e metodologia de intervenção social e comunitária no contexto da educação não formal" Paula Susana da Silva Correia, “Contributos da animação socioeducativa para uma pedagogia de lazer” da autoria de António Fachada e "Realidades e alternativas do tempo livre na Adolescência um estudo sobre a população escolarizada no concelho de Esposende na prespectiva da animação sociocultural" por Sara Margarida de Matos e Cepa.

Este número do periódico oficial da Rede Ibero-americana de Animação Sociocultural presta um tributo a temas transversais à Animação Sociocultural – o lazer, os tempos livres e a educação não formal – ideias e conceitos que têm merecido reflexões e contributos importantes de todo o espaço ibero-americano, especialmente, a temática do lazer, com forte presença desde o Brasil.

A Animação da Democracia (II)

Os conselhos municipais de juventude, educação e/ou de cultura são estruturas democráticas de participação da comunidade, mas, limitada. A apresentação de propostas ao executivo municipal por parte dos conselhos municipais são uma formalidade com pouca expressividade nas decisões políticas, isto porque, os conselhos municipais são órgãos consultivos do Poder Local.

Este modelo de participação cidadã e de animação da democracia nos municípios é certamente um processo comunitário que merece ser mais estimulado pelo poder político, projectando as necessidades, vivências e aspirações dos movimentos sociais de base na vida local.

Hoje há outros instrumentos de animação cidadã para a participação na vida comunitária local, desde uma prespectiva política e não somente, pela via partidária. O Orçamento Participativo é um instrumento democrático de maior representatividade da vontade expressa pela comunidade e com algum poder deliberativo no que concerne ao orçamento municipal.

O Orçamento Participativo interpela o poder governativo municipal para uma acção política em conformidade com o sentido de participação vinculativa das pessoas e de dignificação da própria democracia. Em 2002, o Município de Palmela contribuiu para a história dos municípios portugueses, com a introdução do modelo de Orçamento Participativo, enquanto modelo democrático de participação activa da comunidade local. Outras câmaras municipais e juntas de freguesia portuguesas seguiram-lhe o exemplo, adoptando esta metodologia moderna de animar a democracia, à semelhança de outros países da América Latina, cujo exemplo mais divulgado vem de Porto Alegre, no Brasil.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

A Animação da Democracia (I)

A Animação continua a ser entendida por alguns sectores da sociedade civil como uma metodologia de intervenção restrita ao domínio das suas modalidades: educativa, cultural e social. Parece-me importante provocar novas formas de entender a Animação, no sentido prático desta e no contexto sociopolítico da sociedade actual.

Entendo que o acto de democratizar a democracia não se resume ao simples facto de vivermos numa sociedade pluralista do ponto de vista, das vivências político-partidárias. Democratizar é educar os cidadãos para tomarem parte activa no debate dos verdadeiros problemas que afectam o seu quotidiano. A Animação da democracia concretiza-se em acções de sensibilização dos actores sociais no sentido, de educá-los para se agruparem em movimentos cívicos revindicativos, facultando-lhes instrumentos para uma acção colectiva em prol do bem comum.

Animar a democracia tem que ser um acto quotidiano de cada cidadão, mas, de forma especial, daqueles que têm responsabilidades de gestão da causa pública; um dever moral para com todos os concidadãos que depositaram um voto de confiança na sua acção política.

Creio que a melhor forma de animar a democracia passa pela Animação local, por um trabalho do Poder Local com os cidadãos; um trabalho de envolvimento das pessoas nas tomadas de decisão em matéria que lhes diga directamente respeito, nomeadamente, à vida comunitária. Um compromisso político com o cidadão e com a democracia.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Curso de Formação de Animadores

O Instituto Português da Juventude (IPJ) através da Direcção Regional do Algarve, em parceria com a Associação para a Promoção Cultural da Criança (APCC), promoverá entre os dias 25 de Outubro e 16 de Novembro, um curso de formação de Animadores de Campos de Férias, que decorrerá nas instalações do IPJ de Faro.

A formação é composta por oito módulos, num total de 56 horas. O objectivo principal é proporcionar uma formação base para o desempenho da função de animador. Podem inscrever-se todos os interessados com idade igual ou superior a 18 anos e com o 11º ano de escolaridade. Após a conclusão do curso de formação e de acordo com as necessidades em matéria de recursos humanos da APCC, serão seleccionados animadores estagiários para o desempenho de funções nos campos de férias promovidos por esta instituição.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Motor de dinâmicas socioculturais

A cultura assumida através das muitas manifestações artísticas - no domínio da criação e/ou da promoção - são um contributo estratégico para a educação das populações. Um modelo educativo sustentado em dinâmicas não formais e nas parecerias institucionais de cariz local.

As zonas rurais da Madeira têm ganho uma dinâmica sociocultural importante na perspectiva da animação das gentes rurais e do território. Esta realidade que começa a ganhar alguma sustentabilidade no território regional, é o resultado da existência dos Centros Cívicos - equipamentos polivalentes, motores de dinâmicas locais e provocadores de novos laços de sociabilidade - nomeadamente, na visão colectiva que os grupos sociais têm da importância social e cultural dos novos equipamentos colectivos.

Hoje, as novas realidades socioculturais locais exigem um outro olhar sobre o território, uma nova abordagem de desenvolvimento e de crescimento sustentado. O desenvolvimento cultural comunitário é responsabilidade de um conjunto de instituições locais; um projecto comunitário facilitador de uma relação de proximidade com a cultura, de construção de novas prespectivas de afirmação da comunidade e de dinamização do território.