quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Associativismo, um espaço para a Animação Sociocultural

O contexto social e as sequelas que as actuais comunidades acarretam, fruto de diversas contingências do campo social, económico, cultural e político obrigam a que as gentes procurem de forma mais objectiva e participativa a filiação em estruturas associativas com o intuito da defesa de interesses colectivos e na procura de um debate esclarecedor e de acções participativas, afirmando-se assim, novas áreas de luta e de participação, a destacar a preservação do património cultural e natural; a problemática do desenvolvimento local; a Animação Sociocultural; a ocupação de tempos livres e recreação; o voluntariado e a defesa dos direitos humanos e culturais.

As associações como espaços de debate, escola de cidadania, de participação e de prática de Animação Sociocultural deverão proporcionar no seu seio a reclamação de direitos e liberdades de uma participação solidária e consequente participação da comunidade local em campos de intervenção que muitas vezes lhe são apresentados como cenários utópicos. Estes espaços de sociabilidades comunitárias devem estar ao serviço da comunidade local, serem estruturas de contra-cultura, de (re)aprendizagem da cidadania participativa solidária e democrática na busca de valores e princípios fundamentais à vida do Homem em sociedade permitindo-lhe a sua emancipação face ao poder instituído, muitas vezes anárquico.

O movimento associativo constitui um elemento fundamental da animação sociocultural das comunidades, de (re)afirmação das identidades locais e do território, de participação cidadã e de promoção da cultura popular.

In: O Associativismo como Escola de Cidadania Participativa e Prática de Animação Sociocultural (excertos do artigo publicado na Revista Anim'arte, n.º 53, 2004).

sábado, 22 de dezembro de 2007

Boas Festas

Votos de um feliz e Santo Natal a todos(as) aqueles(as) companheiros(as) de jornada que comigo partilham estas coisas da Animação Sociocultural, sem esquecer todos os outros anónimos que pelo blog Animasociocultural e Insularidade passam e connosco reflectem as problemáticas e os desafios da Animação.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Congresso Internacional - A ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL E OS DESAFIOS DO SÉCULO XXI

A Intervenção – Associação para a Promoção e Divulgação Cultural, o Grupo de Teatro Unhas do Diabo e a Escola Superior de Teatro da Galiza, em colaboração com o Pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Ponte de Lima e Consello da Cultura Galega, vão organizar em Ponte de Lima, de 17 a 19 de Abril de 2008, o Congresso Internacional A ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL E OS DESAFIOS DO SÉCULO XXI.

O Congresso apresenta a seguinte metodologia:

- Painéis;
- Mesas Redondas;
- Relatos de Experiências;
- Grupos de Trabalho;
- Edição de Livro;
- Feira do Livro de Animação Sociocultural.

- Painéis temáticos


Painel 1 - A Animação Sociocultural e Âmbitos Espaciais


- Animação Sociocultural: mundo urbano e mundo rural
- A Animação Sociocultural e o movimento das Cidades Educadoras
- A Animação Sociocultural e a Gestão Cultural
- A Animação Sociocultural nas Autarquias Locais
- A Animação Sociocultural e os novos espaços Profissionais

Painel 2 - Animação Sociocultural e âmbitos etários


- Animação Sociocultural e a Animação Socioeducativa na Infância
- Animação Sociocultural na Juventude
- Animação Sociocultural e Desenvolvimento Comunitário
- Animação Sociocultural na Terceira Idade

Painel 3 - A Animação Sociocultural nos âmbitos do social, Cultural e Educativo


- A Animação Turística e Desenvolvimento Local
- A Animação Teatral e os Desafios do Século XXI
- A Animação Socioeducativa e os novos espaços Educativos: marginalidade, hospitalar, grupos com necessidades educativas especiais
- A Animação Sociocultural e as suas relações com a Educação (formal, não formal e informal, educação social e a pedagogia social)
- A Animação Sociocultural no âmbito da Educação Intercultural, minorias étnicas
- A Animação Sociocultural e a Educação para o ócio

Painel 4 - A Animação Sociocultural no âmbito da Cidadania, Voluntariado e Participação


- A Animação Sociocultural no contexto da Globalização
- A Animação Sociocultural a cidadania e a Participação
- A Animação Sociocultural e Voluntariado
- Animação Sociocultural Recreação e Lazer
- Animação Sociocultural e o movimento associativo
- A Animação Sociocultural velhos e novos desafios

Mesas Redondas

Mesa 1 - Os Animadores Socioculturais e os outros Agentes de Desenvolvimento


- Modelo de Formação de Animadores em Portugal e os seus âmbitos de intervenção
- Os Animadores Socioculturais, Os educadores sociais, os pedagogos sociais, Os Gestores Culturais e Socioculturais, os animadores profissionais e voluntários. Animadores Profissão ou mera ocupação?
- O Animador Sociocultural no contexto europeu. Estatuto Profissional e Código deontológico do Animador.

Mesa 2 – Formação em animação Sociocultural os velhos e os novos âmbitos de intervenção


- Modelos de Formação em Animação Sociocultural e Modelos de Formação de Animadores, Animação Sociocultural e Docência Formação de Animadores e Formação em Animação Sociocultural a nível intermédio e Superior.
- Perfil de Docente em Animação Sociocultural e Áreas Afins.

Relatos de Experiências

- O Projecto GRAL – Ana Maria Braga da Cruz
- A Animação dos Tempos Livres – Padre José Maia
- O Projecto Esdime. Natália Tost.
- Os Contributos do Movimento Associativo, da Intervenção – Esaú Dinis
- Associações de Animação e Animadores em Portugal: APAC, ANASC, APDASC, APAP, Intervenção…..
- O Projecto RIA – Rede Iberamericana de ASC

- Criação da RELA – Rede Lusófona de Animação Sociocultural

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

As profissões com futuro...

A revista Visão, n.º 770 de 6 de Dezembro de 2007 publicou um estudo que dá conta de um conjunto de profissões, que provavelmente desaparecerão do cenário socioprofissional que actualmente conhecemos, e aponta um conjunto de outras dez profissões que estão para ficar.

A profissão de Produtor Cultural independente é apontada como uma profissão de futuro, porque "o mercado está a pedir profissionais que juntam várias valências. Os públicos estão a aderir a espectáculos que misturam diversas linguagens artísticas, e os promotores, como as autarquias, privilegiam-nos, por uma questão de custos." (Miguel Abreu, produtor cultural independente e fundador da primeira produtora independente de teatro em portugal - a Cassefaz).

No quadro estratégico da Cultura e Entretenimento, o mercado exige profissionais multifacetados, que comungem do saber um pouco de tudo: "de produção, gestão, animação sociocultural, artes plásticas, programação, que sabe negociar patrocínios, estabelecer parcerias internacionais..."

Gabriel Botelho, mestre em gestão estratégica do Turismo prevê que "as profissões ligadas à gestão de eventos, de animação, turismo de saúde e bem-estar" serão um nicho de empregabilidade.

Esta visão de um futuro que já nos bate à porta vêm de alguma forma legitimar o pensamento e fundamentar de alguma maneira a ideia que tenho defendido no âmbito da formação académica do Animador Sociocultural, no sentido, da gestão sociocultural ser um módulo disciplinar integrado no plano de estudos do curso de Animador Sociocultural. Enquanto disciplina parece-me pertinente que fossem abordadas questões, como a gestão de políticas culturais, de intervenção cultural a partir dos equipamentos socioculturais, de diagnóstico e projecto cultural de um equipamento dessa natureza.

Este defesa acenta na nova realidade insular madeirense com os Centros Cívicos e outros equipamentos culturais de natureza próxima à gestão cultural, mas que não deixa de ser complementar a um campo de intervenção que o Animador Sociocultural poderá vir a intervir com êxito.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Encontros de Inverno III

"Diálogo Intercultural. Desafios à Animação Socioeducativa" é o tema proposto para a 3ª edição dos Encontros de Inverno, uma iniciativa da Delegação Regional do Centro da APDASC e dos alunos do 4ª ano do curso de Animação Socioeducativa da Escola Superior de Educação de Coimbra (ESEC).

A finalidade e os objectivos dos Encontros de Inverno visa:

- Contribuir para um aprofundamento do conhecimento no âmbito do Diálogo Intercultural;
- Promover uma discussão aprofundada sobre a função e a importância da Animação Socioeducativa enquanto potenciadora de momentos de Diálogo Intercultural;
- Reflectir sobre outras formas de promover o Diálogo e a Interculturalidade;
- Criar um espaço de aprendizagem, discussão e aprofundamento teórico e prático numa perspectiva de "rede de conhecimentos".

A iniciativa terá lugar nos dias 11 e 12 de Janeiro de 2008, na ESEC. Para mais informações e inscrição nos Encontros, consultar a página dos Encontros.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Um exemplo de práticas de Animação Sociocultural

A Associação Cultural Moinho da Juventude foi galardoada com o Prémio Direitos Humanos de 2007. Esta distinção foi atríbuida por um júri constituído no âmbito da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias da Assembleia da República portuguesa.

Moinho da Juventude é um projecto comunitário do Bairro da Cova da Moura, na Amadora. É um espaço geográfico habitado por milhares de cabo-verdianos. A Associação Cultural Moinho da Juventude nasceu de um trabalho informal de animação de crianças, organização de mulheres e luta pelo saneamento básico nos primeiros anos da década de 80.

A Associação "foi construída pelos próprios moradores que se confrontavam com problemas comuns e que, através de uma acção conjunta, foram alargando e consolidando os alicerces e objectivos da sua acção".

A associação desenvolve actividades a nível social, cultural e económico, e nas mesmas estão envolvidas crianças, jovens e adultos.

Pais de Bairro é um dos projectos da Associação Moinho da Juventude e um dos pilares do projecto comunitário. Moradores com formação prestam apoio e acompanhamento aos pais na educação e cuidados a ter com os filhos. Ainda nesta linha de apoio socio-parental incluem-se o acolhimento de crianças na ausência dos pais por moradores do bairro com formação adequada, um centro de atendimento que acolhe 42 crianças entre os 0 e os 3 anos e um jardim de infância para crianças até aos 5 anos.

Moinho da Juventude oferece actividades de tempos livres para crianças entre os 6 e os 12 anos, um espaço de convívio de jovens, um estúdio de música, apoio escolar a adolescentes e jovens, cursos de alfabetização, de formação, de informática e actividades desportivas.

Fonte: A semana

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Acção ou Fabricação Cultural

O processo de desenvolvimento cultural de uma comunidade exige uma comunhão entre o poder administrativo político e os agentes socioculturais que são os que melhor conhecem a realidade social dos grupos e comunidades. Considero que a reflexão-acção é um elemento chave em todo o trabalho cultural, especial referência à Animação Sociocultural, que enquanto campo polissémico e transversal na sua acção a diversas áreas de intervenção nos domínios da sociocultura tem um importantíssimo papel no desenvolvimento de políticas de acção cultural municipais.

Texeira Coelho coloca em nos pratos da balança, os conceitos de acção cultural e fabricação cultural. Para este autor, um processo de acção cultural resume-se na criação ou organização das condições necessárias para que as pessoas inventem os seus próprios fins e se tornem assim sujeitos - sujeitos da cultura e não seus objectos. A fabricação é um processo com um início determinado, um fim previsto e etapas estipuladas que devem levar ao fim preestabelecido.

Estamos a optar pela acção cultural ou a fabricação?

Os conselhos municipais de juventude e cultura enquanto órgãos consultivos da vida associativa do município, de oscultação de necessidades e vontades continuam a não existir em muitos municípios. A participação só é efectiva quando houver lugar ao envolvimento sério e fecundo dos grupos na vida cultural local. Não podemos definir políticas culturais sem ter uma visão global sobre o território, sem a participação das gentes. A participação é condição essencial em projectos de Animação Sociocultural, mas também é na política de acção cultural. Em acção cultural tal como na Animação Sociocultural o agente gera um processo não um objecto. A acção é um processo com um ínicio claro, mas sem fim específicado.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Animação - Uma área profissional com futuro na Região Autónoma da Madeira? (II)

Para os perfis profissionais que referi no post anterior não é exígivel uma formação especializada no âmbito dessas novas qualificações, mas sim, o reforço dos conteúdos necessários à formação das competências exigidas em cursos que de alguma forma são uma resposta social para estas novas realidades socioprofissionais.

A apresentação de "novos" nichos de empregabilidade para os Animadores (turísticos, socioeducativos, socioculturais) que possuem formação de nível técnico-profissional ou superior é um aspecto caracterizador da mais valia que a profissão do Animador assume na realidade social e cultural insular. Parece-me que este é um mercado em que estes agentes deverão ser os primeiros implusionadores da sensibilização das possíveis instituições empregadoras, respondendo com criatividade e projectos alternativos aqueles que existem, sem nunca esquecer o objectivo último da Animação.

É fundamental discutir estas novas abordagens de empregabilidade quando as qualificações/perfis profissionais associados à Animação são relevantes num estudo prospectivo dos perfis profissionais para o reforço da competitividade e produtividade da economia regional para o período limite 2007-2013. Não podemos embarcar em euforismos, é fundamental o rigor na acção. Uma acção que vise a empregabilidade de Animadores e não de pseudo-Animadores que com a frequência de acções de requalificação profissional passam a intitular-se Animadores Socioculturais como aconteceu na Região.

Neste estudo a figura do Animador Sociocultural está enquadrada em outras dinâmicas sectoriais: Competências e qualificações para o futuro, nomeadamente no sector da Saúde e Serviços Sociais com competências em matéria de Animação e entretenimento para a saúde e bem-estar (serviços especializados, cuidados pessoais e de apoio à vida pessoal e familiar (serviços, processos e tecnologias). No sector da Educação, ao nível da educação e formação de jovens e adultos, e educação para o ambiente e para a cultura.

Tenho tido a oportunidade de defender a ideia de que os novos equipamentos socioculturais e cívicos na Região Autónoma da Madeira são espaços para a Animação Sociocultural, e porque não para a empregabilidade de Animadores? Os resultados deste estudo são encorajadores para os Animadores, mas, qual a receptividade do mercado de trabalho neste sector de actividade? Estarão as instituições sensibilizadas para o exercício da actividade do Animador Sociocultural? Numa escala de 0 a 20 qual a abertura e o estímulo aos projectos de Animação?

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Animação - Uma área profissional com futuro na Região Autónoma da Madeira? (I)

O Estudo Prospectivo dos Perfis Profissionais para o reforço da Competitividade e Produtividade da Economia Regional (2007-2013), publicado em Setembro de 2007, centrou-se nos seguintes objectivos:

- aprofundar o conhecimento de natureza prospectiva relativo à evolução expectável das actividades de especialização e às implicações em matéria de emprego e competências;

- construir uma visão esclarecida para fundamentar uma (re)orientação das modalidades de formação inicial e contínua na Região, dinamicamente ajustada aquelas implicações/necessidades;

- sistematizar as áreas de formação deficitárias para as entidades empregadoras, numa perspectiva de formação ao longo da vida.

O estudo defende entre muitos pontos merecedores de exaustiva análise, uma orientação estratégica que afirme a Madeira no contexto nacional e internacional, que contemple a qualificação da vida rural e urbana, nomeadamente... (ii) construção/reabilitação de equipamentos de convívio e de actividades lúdicas/culturais/recreativas; ... (iv) criação de empregos de proximidade, que permitam a gestão de iniciativas e de equipamentos colectivos que sejam particularmente dirigidos à integração de camadas e grupos sociais desfavorecidos e marginalizados.

O capítulo II, ponto 3 - Futuros possíveis para os Novos Focos de Competitividade da Região aponta como oportunidades de futuro o diversificar e integrar a oferta turística da Região ao nível:

Saúde e bem-estar - explorar mais o potencial do turismo sénior (ou, especificamente, pessoas com dependência);

Natureza e ruralidade - "Turismo rural misto" (parte no campo e parte na cidade); exploração da paisagem (visitas guiadas, percursos em espaços naturais e áreas protegidas, levadas e veredas); eco-turismo (lazer em ambientes naturais).

Cultura e património - História simbólica e economia regional como recursos turísticos da Região (não apenas património edificado, mas artesanato, produção agrícola tradicional e gastronomia, festas e eventos, núcleos museológicos, exploração etnográfica, itinerários culturais e rotas temáticas específicas, ...).

Entretenimento - animação hoteleira mais criativa e segmentada (faixas etárias mais elevadas, crianças, pessoas com dependência, ...). Animação cultural com recurso a festas e a eventos tradicionais, religiosos, temáticos.

O sub-ponto 3.5 - Outras dinâmicas sectoriais: oportunidades de futuro: Cultura e património aponta a concepção da oferta cultural e a organização de eventos, não apenas para o mercado interno mas à escala internacional; a concepção de ofertas culturais integradas nas dinâmicas de desenvolvimento na Região de turismos alternativos e mais especializados; a produção de conteúdos para a sua divulgação nas mais diversas formas; a promoção da "educação para a cultura" fundamental à formação de públicos e à qualificação das práticas culturais; a promoção turística da oferta cultural da Região junto dos principais operadores turísticos e dos potenciais mercados emissores.

O estudo identifica ainda algumas qualificações necessárias/ perfis profissionais que de alguma forma se cruzam com a Animação:

- Gestor de Animação (qualificação de nível 5 - superior);
- Gestor de Animação Turística (qualificação de níveis 3, 4 e 5 - médio e superior);
- Consultor em Cultura, Lazer e Educação (qualificação de nível 5 - superior);
- Técnico de Informação e Animação (qualificação de níveis 3 e 4 - médio);
- Animadores (qualificação de níveis 3, 4 e 5 - médio e superior);
- Técnicos de serviços especializados em cultura e património (animador cultural entre outros perfis) - (qualificação de níveis 3, 4 e 5 - médio e superior);
- Animador Sociocultural (qualificação de níveis 3, 4 e 5 - médio e superior);

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Novo número - Animador Sociocultural: Revista Iberoamericana

Está on-line o número 1 (ano 2) - Outubro 2007/Abril 2008 da Animador Sociocultural: Revista Iberoamericana, a revista oficial da Rede Iberoamericana de Animação Sociocultural (RIA).

O número actual conta com as participações de conhecidos investigadores, mormente, o Prof. Xavier Úcar (Universidade Autónoma de Barcelona) e o Prof. Héctor Pose (Universidade da Corunha).

Uma referência especial ao tema da Animação Sociocultural no âmbito hospitalar. Arrisco a "classificá-lo" como o tema central do presente número, com um artigo mais teórico e um relato de uma experiência nesse domínio de intervenção.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

BlogASCE - blog em Animação Sociocultural e Educativa

O Animador Mário Montez criou recentemente um novo projecto na blogesfera - BlogASCE - blog em Animação Sociocultural e Educativa.

"Uma visão positiva sobre a Animação Sociocultural e Educativa - uma força em expansão. Uma tentativa de construção de comunidade de práticas face aos novos desafios e oportunidades do milénio. Competitividade - inovação - tecnologia - criatividade - sustentabilidade são novos desafios e algumas das plataformas de suporte à prática da ASC. O BlogASCE espera opiniões sobre estas e outras novidades, no que concerne à ASC. Esperamos ideias, críticas e quaisquer outras coisas." (In BlogASCE - blog em Animação Sociocultural e Educativa).

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

O Animador Cultural e a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade

O Contrato Colectivo de Trabalho (CCT) entre a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) e a Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública publicado no Boletim do Trabalho e Emprego, 1º série, n.º 17 de 08/05/2006; e entre a CNIS e a Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE) enquadra a figura do Animador Cultural no grupo dos trabalhadores sociais e define-o pelo seguinte conteúdo funcional:

Animador cultural - Organiza, coordena e ou desenvolve actividades de animação e desenvolvimento sócio-cultural junto dos utentes no âmbito dos objectivos da instituição; acompanha e procura desenvolver o espiríto de pertença, cooperação e solidariedade das pessoas, bem como proporcionar o desenvolvimento das suas capacidades de expressão e realização, utilizando para tal métodos pedagógicos e de animação.

Constituem condições de admissão para o exercício da profissão de Animador Cultural possuir 0 12º ano de escolaridade ou habilitações equivalentes e formação profissional específica.

Ainda de acordo com o CCT, a profissão de Animador Cultural está enquadrada no nível de qualificação 4 - Profissionais altamente qualificados: 4.1 - Administrativos, comércio e outros. Esta classificação vai de encontro à Classificação Nacional das Profissões que tivemos a oportunidade de explicitar no post "O lugar da Animação na Classificação Nacional das Profissões".

Em termos renumeratórios o Animador Cultural está no nível IX, auferindo em finais de Dezembro de 2004, cerca de 650,21 euros. A convenção entre a CNIS e a FNE prevê que esta base renumeratória seja actualizada em 2%, com arredondamento ao euro, por excesso, a partir de 1 de Janeiro de 2005.

Já a convenção assinada em 2006, entre a CNIS e a Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública prevê a actualizam no mínimo em 2,3% a partir de 1 de Janeiro de 2006, de acordo com o índice de preços ao consumidor publicado pelo Instituto Nacional de Estatística, as primeiras com arredondamento ao euro, por excesso.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Dia Internacional das Bibliotecas Escolares

"Era uma vez em traço, sim um traço, mas não era um traço qualquer, era filho do ponto, da linha e neto do lápis. O traço gostava muito da sua família mas vivia infeliz porque não tinha amigos e não conhecia nenhum traço como ele. Um dia, de muitos outros, em que se encontrava sozinho decidiu: - Já chega, vou tentar descobrir se existem mais traços como eu (...)”

Esta é a história de um projecto de Animação da Leitura que marcou a comemoração do Dia Internacional das Bibliotecas Escolares em Sesimbra, este ano sob o tema "Aprender – Mais e melhor na biblioteca escolar". Nesta dinâmica cultural a biblioteca da EB1/JI de Sesimbra recebeu a iniciativa “As aventuras de um traço”, ideia original de Maria Carreira, estagiária de Animação Sociocultural.

Uma história contada aos mais pequenos, com recurso às novas tecnologias em que as crianças são convidadas a acompanhar, através do imaginário das cores, dos sons e das imagens, um pequeno traço e o seu tio lápis. Maria Carreira explicou que “a ideia surgiu no âmbito do Plano Nacional de Leitura em que cada vez mais se prentende dar importância não só ao livro como objecto mas toda a sua envolvência, que é, sem dúvida, a animação do livro e da própria leitura que se pode fazer. Dessa foram conseguimos ir ao encontro dos objectivos do Plano de Leitura. Esta história foi desenvolvida em conjunto com as técnicas da Biblioteca Municipal e foi pensada enquanto crianças, ou seja, procuramos perceber quais eram as motivações e o que poderia chamar a atenção”.

A Estagiária de Animação Sociocultural garante que “esta é das melhores formas de motivar as crianças a interagir com as novas tecnologias já que lhes é incutido o gosto não só pela leitura do livro em si mas, também, pela análise de elementos dos livros que possam encontrar num desenho animado na televisão e vice versa”.

A história do traço percorreu todas as bibliotecas escolares do concelho, até ao final do mês de Outubro, mas a vereadora Guilhermina Ruivo, com o pelouro das bibliotecas na autarquia, manifestou intenção de “levar o conto às outras escolas que não têm bibliotecas escolares para que todos os meninos possam usufruir do mesmo tipo de actividades”.

Fonte: Jornal de Sesimbra

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Novos temas de reflexão-acção que se cruzam com a Animação Sociocultural

Neste início de século há novos e velhos desafios que merecem ser discutidos na perspectiva da Animação Sociocultural. Sabemos que alguns deles são aboradados, mas, restritos ao âmbito académico. É enriquecdor o debate alargado que procure ser construído num diálogo interdisciplinar, não fosse a Animação Sociocultural uma metodologia que busca o seu corpus teórico no âmbito das várias disciplinas do quadro das ciências sociais e humanas.

Não podemos entender a Animação como uma prática de intervenção estática no tempo. Ela cruza-se com novos desafios sociais, novos âmbitos de intervenção que penso que poderão merecer uma outra perspectiva de debate - uma reflexão-acção a partir da Animação Sociocultural. Aqui fica o apontamento de alguns deles:

- Políticas culturais
- Conselhos Municipais de Cultura, Educação e Juventude
- Animação Hospitalar (saúde mental)
- Animação em Estabelecimentos Prisionais
- Associativismo
- Igualdade de Oportunidades para Todos
- Agenda 21 da Cultura (participação, diversidade cultural, desenvolvimento cultural, direitos humanos e culturais)
- Inclusão Social
- Economia Solidária/Social
- Animação Cibercultural
- Educação Artística
- Contexto Globalizado da Animação Sociocultural
- Animadores profissionais/ voluntários

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

ANIMUSFÓRUM

Animusfórum é nome do fórum sobre Animação da responsabilidade da APDASC - Associação Portuguesa para o Desenvolvimento da Animação Sócio-Cultural, tal como já haviamos feito referência nest blog.

O nome resultou de uma série de sugestões feitas pelos participantes do fórum, as quais estiveram a votação nesse espaço virtual.

Uma vez mais, apelamos à participação no fórum, pois, é do livre debate de ideias que se poderá avançar com acções mais precisas e que possam ir de encontro às revindicações e necessidades dos Animadores.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Estatuto, Carreiras, Código Ético e Deontológico do Animador

Não me sinto só, pois, há sempre alguém que partilha de alguma forma das minhas preocupações, convicções, enfim das minhas modestas ideias, relativamente à necessidade de um debate sério e esclarecedor; um espaço onde se discuta abertamente a centralidade do tema - Estatuto, Carreiras, Código Ético e Deontológico do Animador.

Este debate ou reuniões sectoriais se preferirem, deve ser realizado com as estruturas associativas representativas dos cursos técnico-profissionais e superiores de Animação, com as direcções dos cursos cujas nomenclaturas proliferam como cogumelos e ao gosto de outros tantos. Este primeiro encontro deverá permitir ouvir quem interessa efectivamente - os Animadores. Aqueles que continuam no anónimato, na sombra, num silêncio que me assusta sempre que "grito" em seu favor e alguém "manda-me" calar.

É preciso sermos "bons alunos" e fazermos o trabalho de casa que consiste em apresentar ideias concretas, explicitar o que desejamos em matéria de Estatuto, Código Ético e Deontológico. Parece-me que estamos a perder o fôlego num combate que ainda nem começou, urge uma participação mais activa e empenhada, uma cidadania comprometida com as questões associativas e sociais em matéria de defesa dos interesses colectivos dos Animadores.

Não podemos ficar por encontros sectoriais. É fundamental reunir com os sindicatos com certeza, eles terão uma palavra a dizer, pois, é importante a conquista de apoios, a solidariedade institucional, ouvir críticas e sugestões que possam contribuir para a melhoria da Proposta do Estatuto do Animador e então, avançar para um diálogo com as estruturas governamentais.

Vivemos na (in)certeza do que acontecerá com a extinção das várias carreiras de Animador que actualmente figuram no quadro da Administração Pública. Mas, esta realidade não pode ser pretexto, nem sinónimo para a nossa inércia sobre esta matéria.

Deixem-me viver plenamente a minha cidadania, a minha quota de democracia. Deixem-me ser um Animador Sociocultural, num país onde desejo que a minha profissão seja reconhecida pelas instituições acreditadas para esse efeito.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Curso de Animação Sénior

A UPAJE - União para a Acção Cultural e Juvenil Educativa promoverá entre os dias 12 e 18 de Novembro próximo, a acção de formação - Curso de Animação Sénior que tem como principais finalidades, proporcionar condições e facilitar instrumentos aos animadores séniores, no sentido de:

. Reconhecer a importância da animação na 3.ª idade;
. Planificar e desenvolver de forma adequada técnicas de animação de grupo no trabalho com a 3.ª idade;
. Planificar e desenvolver de forma adequada actividades de animação/ ocupação na 3.ª idade.
. Formar animadores capazes de desenvolver e enquadrar actividades dirigidas ao público sénior.

Estrutura Curricular

- 1. O Sénior na Sociedade
- 2. Alterações Fisiológicas do Sénior
- 3. Psicologia do Envelhecimento
- 4. Cuidados Alimentares
- 5. Contacto Intergeracional
- 6. Dinâmicas de Grupo
- 7. Actividades Seniores
- 8. Gestão de Projecto e Trabalho de Projecto

Datas

A acção de formação decorrerá no período de 12 a 18 de Novembro de 2007, apresentando a seguinte estrutura:

- 12, 14 e 16 de Novembro (das 19h00m às 22h30m).
- 17 e 18 de Novembro (das 10h00m às 18h00m).

. A acção está limitada ao número de 25 participantes.

Local

O Curso de Formação decorrerá nas Instalações do ISCTE (Entrecampos) – Edifício II (sala a agendar). As sessões de dia 17 (Sábado) e dia 18 (Domingo), decorrerão nas instalações da UPAJE (Alfragide).

Inscrições e Informações: www.upaje.pt

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

A formação em Animação Sociocultural no Catálogo Nacional de Qualificações

O Catálogo Nacional de Qualificações (CNQ) é um instrumento dinâmico de gestão estratégica das qualificações nacionais de nível não superior, de regulação da oferta formativa de dupla certificação e de promoção da eficácia do financiamento público, que integra referenciais de qualificação únicos para a formação de dupla certificação e para processos de reconhecimento, validação e certificação de competências (RVCC).

Os objectivos do CNQ são:

- Promover a produção de competências críticas para a competetividade e modernização da economia e das organizações (qualificações de nível I,II,III,IV);
- Facilitar a construção de percursos de aprendizagem que assegurem a progressão escolar e profissional;
- Permitir o reconhecimento das qualificações independentemente das vias de acesso;
- Contribuir para o desenvolvimento de um quadro de qualificações legível e flexível que favoreça a comparabilidade das qualificaçãos a nível nacional e internacional.

O CNQ congrega mais de duas centenas de qualificações (entre profissões regulamentadas e não regulamentadas) distribuídas pelas quarenta áreas de educação e formação e apresenta o Perfil Profissional e o Referencial de Formação para a respectiva qualificação.

De acordo com o documento on-line que descreve o Perfil Profissional do/a Animador/a Sociocultural (nível de formação III), a actividade deste agente está integrada no âmbito do Trabalho Social e Orientação, sendo o objectivo global do Animador/a a promoção do desenvolvimento sociocultural de grupos e comunidades, organizando, coordenando e/ou desenvolvendo actividades de animação (de carácter cultural, educativo, social, lúdico e recreativo).

A formação em Animação Socioultural está organizada em duas partes: a Formação de Base (Unidades de Competência) e a Formação Tecnológica (Unidades de Formação de Curta Duração - UFCD), sendo o referencial da modalidade de desenvolvimento do respectivo curso a Educação e Formação de Adultos e a Formação Contínua.

No quadro das UFCD destaco as que me parecem que de alguma forma deviam ser contempladas nos cursos de Animação Sociocultural (cursos de nível Técnico-profissional e de Licenciatura) ou, fica aqui o desafio, as Associações de Animadores tomarem em mãos a iniciativa de organizarem tais formações: História da Animação Sociocultural, Animação Sociocultural e deontologia, Animador - perfil e estatuto profissional, Animação Sociocultural - contextos e práticas, intervenção em espaços culturais e associativismo e Animação.

Ainda de acordo com o Referencial de Formação as competências do Animador/a Sociocultural dividem-se em três áreas: Saberes (Noções de ...; Conhecimentos aprofundados de ...), Saberes Fazer, Saberes Ser.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

"Animadores precisam-se, mas..."

Acredito e defendo que a conscientização para a Animação Sociocultural e a dignificação do Animador deverão assentar num processo contínuo de conscientização das instituições e dos múltiplos agentes que quotidianamente trabalham pela afirmação de uma presença efectiva e valorizada em contexto institucional e no seio da comunidade.

A este propósito o editorial da Revista Rugas, na edição n.º 6, II série, Outubro 2007 (edição da Madeira) assinado pelo seu director Paulo Santos, reflecte da necessidade de Animadores Socioculturais nos Centros de Dia e nos lares, uma necessidade que é vista por alguns responsáveis institucionais como um recurso dispensável do quadro de recursos humanos. Uma visão ditada pelo orçamento ou pela falta de visão estratégica de desenvolvimento de um projecto sociocultural desenhado para a população idosa.

A Revista Rugas dedica ainda uma página com informações úteis para os Animadores Socioculturais, nomeadamente, a divulgação do Forum on-line sobre Animação em http://apdasc.forumvila.com/index.php?mforum=apdasc da resposnabilidade da APDASC; divulgação do novo website da CASCA - Cooperativa de Animadores Socioculturais e Afins, CRL e publicita a admissão de estudantes dos cursos superiores e profissionais de Animação em regime de estágios curriculares na APDASC.

Pareceu-me importante deixar aqui um apontamento sobre aquele que deverá ser um processo permanente de consciencialização comunitária para a Animação Sociocultural.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

A inclusão social através da Arte

Recentemente li uma reportagem jornalística que abordava o papel da arte enquanto forma de ajudar crianças em risco no processo de inclusão social na Madeira. Artistas plásticos destacados pela Secretaria Regional de Educação e Cultura exercem funções docentes em contexto não formal, numa instituição de acolhimento de crianças com problemáticas sociais.

É neste ambiente de educação não formal, uma escola diferente, um espaço que promove a criatividade de cada criança através do trabalho criativo, que as ajuda mutuamente na partilha de experiências, na criação de relações de amizade e de companheirismo . É através da arte que os dois artistas plásticos procuram desenvolver competências sociais nas crianças e adolescentes, capacitando-as para as potencialidades da arte como meio de interacção, inclusão e expressão.

É nos atelieres da instituição de acolhimento, longe do âmbito formal da outra escola, que os pequenos artistas plásticos expressão a sua criatividade, os seus sonhos, que aprendem a olhar a vida de forma diferente. Aqui, ganham competências em contexto de educação não-formal, através das actividades extra-curriculares. O objectivo deste projecto é criar competências sociais através da pintura e da escultura, mas acima de tudo, criar auto-estima nos meninos e meninas a quem a vida trocou as voltas.

"É preciso ensinar, a recriar, a fabricar, a perder o medo, mesmo de errar até porque, de certa forma, a expressão plástica intimida, até mesmo os adultos".

O projecto saiu à rua e com criatividade transformou a ordem social, conceitos e regras pré-estabelecidas numa tela pintada pelas crianças e professores. A sinalética igual a tantas outras, despida de indentidade foi desenhada pelo grupo com criatividade numa presença constante do lúdico, uma forma diferente de encaminhar os visitantes e sinalizar as ruas. Também pintaram a parede da cozinha com tachos, enfim, deram vida a espaços outora sem identidade e sem vida.

É um convite à criatividade...

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Número 0 da Revista Práticas de Animação

Já se encontra on-line o número 0 da revista Práticas de Animação. Trata-se de uma publicação periódica anual editada pela Delegação Regional da Madeira da APDASC.

A revista Práticas de Animação é composta por três secções: Artigos, práticas de animação e leituras.

A secção artigos é o espaço preferencial para a publicação de trabalhos de investigação, no domínio dos temas que a revista se propõe abordar e de acordo com o público-alvo. Práticas de Animação é a secção orientada para a publicação de trabalhos com conteúdo mais prático, nomeadamente projectos desenvolvidos no quadro de intervenção socioeducativo e cultural. A secção leituras é um espaço reservado à publicação de resenhas bibliográficas e divulgação de obras que abordem temáticas relacionadas com a Animação Sociocultural, o tempo livre, a intervenção social, entre outras áreas que se considere com especial enfoque para os potenciais leitores da revista Práticas de Animação.

A revista tem como objectivos a divulgação da Animação Sociocultural através das suas diversas práticas educativas e culturais; contribuir para a construção de um espaço de debate e reflexão sobre a Animação em Portugal; possibilitar que Animadores e outros profissionais possam contribuir para a afirmação de novos projectos associativos no âmbito das práticas de Animação Sociocultural; reunir ideias e opiniões sobre teorias e práticas da Animação, lazer e recreação, do desenvolvimento comunitário e da pedagogia, estimulando os animadores e otros agentes de intervenção a participar activamente num projecto colectivo.

http://revistapraticasdeanimacao.googlepages.com

terça-feira, 2 de outubro de 2007

A Educação Não-Formal

A educação não-formal é um processo de aprendizagem social centrando no formando, através do desenvolvimento de actividades que têm lugar fora do sistema formal. A educação não-formal é um processo voluntário de aprendizagem e de "educação fora da escola". Ela pode desenvolver-se nos mais variados espaços.

São áreas de abrangência ou de actuação da educação não-formal o processo de conscientização dos indivíduos para a compreensão dos seus interesses e do meio social que os envolve, pela participação em actividades grupais; a capacitação dos indivíduos para o trabalho, por meio da aprendizagem de habilidades e/ou o desenvolvimento de potencialidades; a aprendizagem e exercício de práticas que capacitam os indivíduos a se organizarem com objectivos comunitários visando a solução de problemas colectivos, a par da aprendizagem dos conteúdos do processo educativo formal em formas e espaços diferentes.

A educação-não formal é um processo voluntário não hierarquizado que encontra terreno fértil para o desenvolvimento de práticas educacionais no âmbito do trabalho comunitário social ou juvenil, nos projectos de voluntariado abrangidos pela actividdade associativa ao nível local, nacional e/ou internacional. Nesta abragência de espaços encontramos múltiplas formas de desenvolvimento de processos de educação não-formal.

Há valores sociais e humanos que são intrínsecos à educação não-formal e à Animação Sociocultural. São eles: os direitos humanos, a tolerância, a promoção da paz e da justiça social, a busca da igualidade de oportunidade para todos, o diálogo intercultural e religioso, a promoção de uma cidadania activa e de inclusão social.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Fórum sobre Animação

Já está on-line um fórum dedicado à Animação da responsabilidade da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento da Animação Sócio-Cultural - APDASC.

Os tópicos abertos à participação de todos aqueles que se interessam pela Animação são:

- Quebra Gelo

- Confessionário

- Pionés & Cortiça

- Não sou Animador mas tenho uma questão...

- Brainstorming

- Colegas de Curso

- Oferta e Procura de Emprego/ Projectos/ Propostas de Colaboração

- Mercado de Trabalho, Emprego e Carreira

- Regulamentação, exercício e Identidade Profissional

- Âmbitos de Acção, Modelos e Exercícios

- Recursos para a Animação

- Licenciaturas, Cursos tecnológicos e Profissionais em Animação

- Formação Contínua e Pós-Graduada

Para poder participara, basta aceder em http://www.apdasc.forumvila.com/ registar-se e começar a participar no fórum que todos nós desejamos que seja rico em ideias, aberto à multiplicidade de opiniões e entendimentos acerca da Animação Sociocultural.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Educar para a Cultura... A utopia possível

A edição do Diário de Notícias da Madeira do passado dia, 23 de Setembro, deu à estampa uma entrevista com Rui Massena, maestro e director artístico da Orquestra Clássica da Madeira.

As instituições culturais, nomeadamente a Fundação Madeira Classic, aqui visada, deve ter um papel pedagógico activo no sentido, de combater a clivagem sociocultural entre grupos sociais. Entendo que a política de acção definida pelos órgãos directivos da Fundação Madeira Classic relativamente à orquestra e aos diversos agrupamentos de música de câmara, tem que passar por um plano de acção marcado pela descentralização cultural efectiva, esta medida, terá que acontecer a título gracioso, o que no panorama actual não acontece.

Na verdade, o apoio governamental anual no valor de 900 mil euros, justifica o exercício de uma pedagogia de proximidade com as comunidades locais. Caso contrário, continuaremos a alimentar a ideia de uma dupla realidade: Por um lado uma população citadina; um público letrado e por outro, uma população rural com carências socioculturais e económicas acentuadas, mas, e cito Rui Massena "as populações rurais estão sedentas de música erudita".

Ainda segundo o maestro 95% da temporada da Orquestra Clássica da Madeira é feita de música erudita, as restantes 5% podem incorporar certos experimentalismos, numa ligação "ao mundo, à sociedade que nos rodeia, ao público mais jovem, a pessoas que compram outros tipos de criações musicais".

A boa notícia está na sensibilidade manifestada e na intenção de promover concertos nas zonas rurais a título gracioso. O valor monetário que era pedido pela Fundação Madeira Classic para um concerto por um dos seus agrupamentos de música de câmara é demasiado elevado para muitas autarquias. Com esse valor é possível desenvolver actividades a partir de um projecto sociocultural que desejamos que seja protagonizado pela participação comunitária. Infelizmente, muitas das instituições com responsabilidade na promoção e descentralização culturais desconhecem ou ignoram um valor fundamental na intervenção com um grupo social - O Educar para a Cultura. É uma utopia possível.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

CASCA - Cooperativa de Animadores Socioculturais e Afins

A CASCA é um projecto cooperativo que tem como missão a prestação de serviços de solidariedade social de apoio à criança e à família.

O espaço de de intervenção desta cooperativa de Animadores é de carácter social, cultural e comunitário. Todas as suas áreas de intervenção estão directamente relacionadas com as necessidades mais prementes da sociedade do século XXI, conjugando pedagogia e técnica, de modo a combater ou pelo menos contribuir para a diminuição, dos inúmeros problemas sociais.

A CASCA manifesta atenção permanente à formação dos seus membros e colaboradores, assim, aliado às actividades de promoção e desenvolvimento social de crianças, jovens e famílias surge a vertente de formação. Por outro lado, todos os serviços prestados por esta cooperativa são executados por uma equipa de técnicos com formação superior, muitos deles no domínio das Ciências Sociais (Animadores Socioculturais, Psicólogos, sociólogos).

A Cooperativa CASCA apresenta-se como uma instituição de apoio à família, à criança e ao jovem pretendendo num futuro próximo estender o seu âmbito de actuação à população sénior.

Para mais informações sobre esta cooperativa, consulte o site http://www.casca-crl.com/?template=homepage

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Oferta de Emprego - Animador(a) Sociocultural

ANIMADOR SOCIOCULTURAL (M/F) - LISBOA

Oferta Nº: 587511954 (IEFP)
Actividade Entidade: ADMINISTRAÇÃO LOCAL
Profissão Pretendida : ANIMADOR SÓCIO CULTURAL (M/F)
Número de Postos: 1

Local Trabalho
Freguesia(s): SANTO CONDESTÁVEL;

Habilitações escolares
Habilitações Mínimas: 12º Ano

Idiomas
Idioma Oralidade Escrita Leitura
INGLÊS Bom Bom Bom

Horário Trabalho
Horário: 15.30/19.00 Descanso Semanal: SAB+DOM

Condições
Conhecimentos Profissionais: ANIMADORES,COM FORMAÇÃO A NIVEL DAS EXPERESSÕES DRAMATICAS, PLÁSTICAS E OU CORPORAIS;CTO SOBRE GESTÃO E ANIMAÇÃO DE GRUPOS;CTOS DE INFORMÁTICA WORD/EXCEL E INGLES; CAPACIDADE DE TRABALHO EM EQUIPA,PARA ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS NO AMBITO DO PROJECTO DA COMPONENETE DE APOIO Á FAMILIA.

Outros Dados
Tipo de Contrato Oferecido: Temporário
Duração: 11 (meses)
Trabalho a Tempo: Parcial
Remuneração oferecida: 400 Euro

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

"Desenvolvimento Comunitário e Participação - a implicação dos jovens nos processos comunitários"

Decorre até o dia 21 de Setembro, no Concelho de Palmela promovido pela autarquia local o intercâmbio "Desenvolvimento Comunitário e Participação - a implicação dos jovens nos processos comunitários".

A iniciativa teve origem em 2004, quando a Associação Nacional de Animadores Socioculturais (ANASC) endereçou um convite à Escuela Publica de Animation y Educacion Juvenil de la Comunidad de Madrid para participação no seu congresso. Estes encontros têm como objectivo central fomentar a criação de uma rede de mobilidade associativa ibérica. O programa de trabalho do intercâmbio inclui, entre outras iniciativas, a realização de encontros para falar sobre experiências associativas e animação local, desenvolvimento comunitário e parcerias, o envolvimento da população em processos de desenvolvimento local, desenvolvimento local em meio rural e participação em meios urbanos.

Esta iniciativa acontece na sequência de encontros anteriores, em 2005 na capital espanhola e no Porto sob a temática dos jovens em zonas rurais. Em 2006, em Jaca, Espanha, sobre a temática "Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Participação".

Fonte: Jornal Rostos, edição de 18 de Setembro de 2007

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

As expressões artísticas, um recurso para Animação Sociocultural

A Animação tem que ser compreendida enquanto, uma metodologia de intervenção que recorre a um conjunto de recursos, especial enfoque para as expressões artísticas (dança, a música, o teatro, a literatura, a pintura, entre outras manifestações) que assumem um papel de catalizadoras de sinergias, valores, atitudes, demandas e vontades entre o Animador Sociocultural e a comunidade.

O Animador Sociocultural não pode conceber as expressões artísticas apenas como um fim, ele deve auto desenvolver a capacidade de duplo entendimento, ou seja, ler a realidade a partir das diversas manifestações artísticas produzidas no contexto local/regional.

A Animação Sociocultural assume um papel relevante na dinamização do tecido social, ela afirma-se como uma oportunidade para a mudança social, um recurso para a construção de um modelo de desenvolvimento cultural e artístico, de capacitação dos indivíduos através das várias manifestações artísticas. Uma capacitação para a tomada de consciência de cada homem para a sua realidade sociocultural.

A promoção das expressões artísticas através da educação pela arte, também deve acontecer fora do âmbito da educação formal, num espaço de educação não formal, entendido como um espaço de participação activa de cada pessoa, lugar de encontro com o outro, encontro com a multiculturalidade, um espaço de criatividade, onde o homem não é um simples ser passivo, mas, onde ele é o protagonista da acção.

Os espaços de educação não formal são lugares privilegiados para o acontecer da Animação Sociocultural, enquanto manifestação de liberdade, de criatividade espontânea no uso do tempo livre e do assumir de comportamentos sadios através da expressão artística, são tempos propícios à libertação do homem, à afirmação da criatividade e do seu auto conhecimento através da arte.

domingo, 9 de setembro de 2007

O lugar da Animação na Classificação Nacional de Profissões

De acordo com o documento Classificação Nacional de Profissões editado pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional em 1994, com uma segunda edição em 2001, que integra profissões residuais que não tinham sido contempladas na primeira edição do documento, profissões estas correspondentes a cada um dos Grupos-Base. Observe-se que esta edição não constitui uma revisão dessa classificação.

De acordo com a aludida classificação estão integradas no Grande Grupo 5 - Pessoal dos serviços e vendedores; Grupo Base 5.1.4.9 - Trabalhadores dos serviços directos e particulares não classificados em outra parte, as profissões de Animador Cultural (5.1.4.9.20) e Animador Turístico - Tempos Livres e Desporto (5.1.4.9.25).

As tarefas afectas às profissões aqui referenciadas são:

d) Organizar e desenvolver actividades de animação e desenvolvimento sociocultural de grupos e comunidades;
e) Assegurar a ocupação e entretenimento de turistas.

A Classificação Nacional de Profissões explicita ainda o exercício das profissões de Animador Cultural e Animador Turístico.

Ao Animador Cultural cabe "organiza, coordena e/ou desenvolve actividades de animação e desenvolvimento sócio-cultural de grupos e comunidades, inseridas nas estruturas e objectivos da administração local ou serviços públicos ou privados de carácter social e cultural:
programa um conjunto de actividades de carácter educativo, cultural, desportivo e social no âmbito do serviço onde está integrado e das necessidades das populações; reúne os recursos necessários, nomeadamente equipamentos, meios financeiros e humanos, transportes e outros, junto de entidades públicas, privadas e das próprias populações; organiza, coordena e/ou desenvolve actividades diversas no âmbito dos programas, tais como ateliers, visitas a diversos locais (museus, exposições), encontros desportivos, culturais (debates, conferências) e recreativos, redacção e publicação de jornais, utilizando métodos pedagógicos e de animação, a fim de desenvolver o espírito de pertença, cooperação e solidariedade das pessoas, bem como proporcionar o desenvolvimento das suas capacidades de expressão e realização; concebe e executa, individualmente ou em colaboração com grupos, suportes materiais para o desenvolvimento das acções; avalia os programas e efectua os respectivos relatórios."

O Animador Turístico - Tempos Livres e Desporto deve "assegura a ocupação e entretenimento de turistas em diferentes tipos de unidades, nomeadamente hoteleiras:
elabora programas de animação, atendendo às infra-estruturas da unidade e à estação do ano; assegura a execução dos programas, nomeadamente decorando as salas e contactando com artistas; efectua reparações nos jogos e nos outros equipamentos de entretenimento e desporto; afixa e actualiza quadros de informações várias; regista e transmite sugestões e reclamações dos turistas; toma as medidas necessárias para prevenção de acidentes e presta primeiros socorros sempre que necessário."


A classificação da profissão de Educador Social integra este profissional no mesmo Grupo Base que o do Animador. Contrariamente, o Assistente Social e Outros Especialistas do Trabalho Social estão inseridos no Grande Grupo 2 - Especialistas das profissões intelectuais e científicas; Grupo Base 2.4.4.6 - Especialistas do Trabalho Social.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Para quando a definição de politicas culturais municipais?

Os políticos com responsabilidades executivas nas autarquias, nomeadamente, com o pelouro da cultura são a face visivel da descontextualização de medidas avulsas no domínio da actividade cultural do município. Será de bom senso desenvolver uma política de proximidade com o pelouro da educação, melhor seria, o mesmo político assumir ambas as pastas. Tenho vindo a defender a ideia de junção entre os pelouros da cultura e educação, a exemplo da transição da pasta da cultura da Secretaria Regional do Turismo para a Secretaria Regional da Educação, na Região Autónoma da Madeira.

Independentemente desta sensibilidade táctica de compromisso para com os cidadãos e de uma melhor articulação de acções no âmbito da Animação Sociocultural ao nível local, a formação académica dos responsáveis políticos é tão alheia ao pelouro, que a acção municipal em matéria de política cultural acaba por ser nula.

Hoje, não temos uma política cultural municipal, temos sim, um plano anual de actividades cíclicas que servem apenas para contentar alguns, é a cultura do compadrio.

Uma política cultural no âmbito municipal tem que ser genuína, ela tem que estar sustentada nas dinâmicas locais, nomeadamente, na rede associativa, na participação cidadã, no comprometimento com os artistas locais, num trabalho de proximidade com a escola. A essência de uma política cultural está na forma como ela é desenhada visando o gerar processos participativos activos e responsáveis, sustentado num trabalho multidireccional que envolva todos os protagonistas da vida cultural municipal.

A planificação de uma política de acção cultural tem que ambicionar o alcance de processos de participação democrática, nos quais, a imaginação, a criatividade, a acção e reflexão, através de uma avaliação contínua e participada pelos actores locais, sejam a plataforma de uma acção cultural de pedagogia política.

Para haver um desenvolvimento sociocultural harmonioso, o município tem que oferecer condições propícias para que os grupos tenham acesso de igual modo à cultura e a uma participação activa nos processos socioculturais. Os Homens nascem iguais no direito de acesso à educação e à cultura. Estes são direitos que o Animador Sociocultural, enquanto, agente provocador de mentalidades e de espíritos acutilantes tem que imprimir no seu trabalho de acção cultural.

A Animação é um instrumento ao serviço das comunidades e deverá fazê-lo no sentido de despertá-las para uma participação democrática numa política de acção cultural, porque em acção cultural o fim é imprevisível. Ele é construído pelos actores locais, por aqueles que pretendemos que sejam os protagonistas da democracia e autonomia culturais.

A cultura e a educação são premissas para a aprendizagem permanente e construção de valores culturais e democráticos. Um processo de alfabetização cultural é alcançado com um processo educativo. A conquista de hábitos culturais exige um trabalho permanente de educação para a participação na vida cultural local e fomento da criatividade; é um trabalho conjunto das instituições educativas e culturais.

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Carreira do Animador Sociocultural

Escrevo a propósito da carreira de Técnico Superior da área de Animação Sócio-Cultural de Bibliotecas Escolares, uma carreira criada pelo Decreto Legislativo Regional n.º 29/2006/M, da carreira do pessoal não docente do ensino básico e secundário da Região Autónoma da Madeira, referenciada pelo colega José Vieira no post "A extinção das carreiras de Animação na Administração Pública".

No quadro do projecto educativo de escola, o Técnico Superior da área da Animação Sociocultural desenvolve as funções inerentes à sua especialidade, no âmbito do sistema educativo, competindo-lhe, de acordo com os conteúdos funcionais do pessoal técnico superior definidos pelo decreto legislativo acima referenciado:

a)Promover a animação da biblioteca, através de uma oferta cultural e da criação de novas formas de aprendizagem;

b) Criar estratégias e actividades de animação de leitura que estimulem o gosto pelo livro;

c) Divulgar o livro junto de potenciais leitores da comunidade;

d) Organizar a biblioteca como centro de informação;

e) Publicitar a biblioteca e as suas actividades através de intercâmbios com instituições locais.

Até aqui, a iniciativa é de louvar e é um sinal positivo no reconhecimento da profissão e da carreira de Animador Sociocultural, por mais que não fosse, na Região Autónoma da Madeira, mas, esta frágil realidade não é o que aparenta ser. Ora vejamos:

A Secretaria Regional da Educação em parceria com o CELF – Centro de Estudos, Línguas e Formação do Funchal promoveu duas edições do curso de especialização em Animação Sociocultural de Bibliotecas Escolares ( até Julho de 2006). Este curso de especialização visou colmatar a falta de técnicos profissionais de bibliotecas nas Escolas do 1º Ciclo da Região, diminuindo desta forma, o número de licenciados em Línguas e Literaturas do ramo científico que se encontravam desempregados.

O curso de especialização em Animação Sociocultural de Bibliotecas Escolares abrangeu cerca de cinquenta formandos que num total de 600 horas de formação, supostamente adquiriram as competências mínimas para desempenharem funções de Animadores de Bibliotecas nas Escolas Básicas do 1º Ciclo da Região Autónoma da Madeira.

Curiosamente, foi publicado no JORAM, n.º 114, II Série de 26 de Junho de 2007 a abertura de Concurso Interno de Ingresso, para preenchimento de 11 vagas de Técnico Superior de 2ª Classe, no quadro de vinculação de pessoal não docente das Áreas Escolares da RAM, constante do anexo I do Decreto Legislativo Regional n.º 29/2006/M, de 19 de Julho.

4.2 - Requisito especial: Indivíduos habilitados com uma das seguintes licenciaturas: Licenciatura em Línguas e Literaturas Clássicas e Portuguesa, Licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas -Ensino Português, Licenciatura em Ensino Português, Latim e Grego, Licenciatura em Línguas e Literaturas Românicas Estudos Portugueses e Franceses, Licenciatura em Línguas e Literaturas Clássicas (ramo ensino), Licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas Estudos Portugueses e Ingleses e Licenciatura em Línguas e Literaturas Clássicas-variante Estudos Clássicos e Portugueses (extraido do do corpo textual do concurso)

4.3 – Condição Preferencial – Considera-se condição preferencial, os candidatos serem detentores de um curso de Animação Sócio-Cultural de Bibliotecas Escolares com um mínimo de 220 horas. (extraido do corpo textual do concurso)

Por último, uma referência à legislação nacional, nomeadamente ao Despacho n.º 1/1990, publicado no Diário da República, n.º 23, II Série, de 27 de Janeiro de 1990, que regulamenta o conteúdo funcional da Carreira de Técnico Profissional de Animação Cultural e o Despacho n.º 6254/2004, publicado no Diário da República, n.º 76, II Série, de 30 de Março de 2004, que regulamenta o respectivo conteúdo funcional para a Carreira de Técnico Superior de Animação Cultural.

Aqui fica estas breves referências à carreira profissional dos Animadores, na legislação nacional e regional... E assim se faz a história da Animação Sociocultural.

sábado, 25 de agosto de 2007

Brevemente - N.º 0 da Revista "Práticas de Animação"

É para breve (Outubro de 2007) a publicação do número 0 da Revista "Práticas de Animação", um projecto editorial da responsabilidade da Delegação Regional da Madeira da APDASC.

É uma publicação periódica anual que tem como objectivos a divulgação da Animação Sociocultural através das suas diversas práticas educativas e culturais; contribuir para a construção de um espaço de debate e reflexão sobre a Animação em Portugal; possibilitar que Animadores e outros profissionais possam contribuir para a afirmação de novos projectos associativos no âmbito das práticas de Animação Sociocultural; reunir ideias e opiniões sobre teorias e práticas da Animação Sociocultural e estimular os animadores a participar activamente num projecto colectivo.

A revista tem como público-alvo Animadores Socioculturais, Socioeducativos e Sociais, Educadores Sociais, Animadores de Tempos Livres, Pedagogos, estudantes e docentes dos cursos de Animação, entre outros agentes que desenvolvem o seu trabalho no sector socioeducativo, do desenvolvimento comunitário e cultural.

A revista “Práticas de Animação” é composta por três secções: Artigos, práticas de animação e leituras.

A secção artigos é o espaço preferencial para a publicação de trabalhos de investigação, no domínio dos temas que a revista se propõe abordar e de acordo com o público-alvo.

A secção Práticas de Animação é a secção orientada para a publicação de trabalhos com conteúdo mais prático, nomeadamente projectos desenvolvidos no quadro de intervenção socioeducativo e cultural.

A secção leituras é um espaço reservado à publicação de resenhas bibliográficas e anúncio de obras que abordem temáticas relacionadas com a Animação Sociocultural, o tempo livre, a intervenção social, entre outras áreas que se considere com especial enfoque para os potenciais leitores da revista “Práticas de Animação”.

As colaborações para a revista poderão ser enviadas até o próximo dia 15 de Setembro, por mail: revistapraticasdeanimacao@gmail.com

Este é um projecto de todos. Participem no debate acerca da Animação Sociocultural e seus âmbitos de intervenção

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

A formação do Animador Sociocultural - Entre a excelência e a precaridade

O post Quanto vale uma licenciatura portuguesa em Animação Sociocultural no mercado de trabalho europeu? da autoria do colega José Vieira, deixou-me preocupado com o futuro dos Animadores e motiva a formulação/críticas acerca de algumas questões relativas à formação em Animação Sociocultural leccionada pelas ESEs em Portugal.

A partir do ano lectivo 2007/2008 as licenciaturas em Animação estão adaptadas a Bolonha, pelo menos a maioria destas (não quer dizer que esta realidade não tivesse fundamento prático no ano lectivo anterior). Parabéns, Portugal! Acabamos de uniformizar os cursos superiores de Animação às múltiplas centenas de cursos dos restantes países da União Europeia. E agora? Qual o caminho a seguir?

O caso da nossa colega que tenta arranjar emprego na área de intervenção da Animação Sociocultural em França, situação exposta no post acima referenciado é, na minha modesta opinião a ponta do icebergue. Senão vejamos:

- Tivemos a oportunidade de unificar a nomenclatura das licenciaturas em Animação, a uma só: Licenciatura em Animação ..., mas o que acontece, é que continuamos a deparar-nos com uma série de nomenclaturas para a mesma realidade formal - a Animação Sociocultural;

- Reduziu-se as licenciaturas (1º Ciclo de Bolonha) na sua maioria de quatro para três anos lectivos. Parabéns! Um trabalho extraordinário. Não acredito que os futuros Animadores saem mais bem preparados e com uma maior bagagem teórico-prática;

- Uma coisa de bom: Os mestrados (2º Ciclo) no domínio da Animação que finalmente parecem ser uma realidade em Portugal. Mas, relativamente aos mestrados parece-me ser despropositado se conceber a hipótese de opção - estágio ou dissertação. Parte-se do princípio de que o aluno de mestrado já realizou um estágio curricular integrado no 1º Ciclo. O que seria de esperar é que lhe fosse exigido uma dissertação sobre um tema no domínio de especialização do 2º Ciclo. Para mim, o mestrado exige investigação exaustiva, análise de conteúdos e opinião crítica sobre a realidade em estudo e formulação de hipóteses.

A propósito sugiro a leitura do documento "Implementação do Processo de Bolonha a nível nacional. Grupos por Área de Conhecimento - Psicologia e Ciências da Educação" (Dezembro 2004).

Aqui fica algumas preocupações que o Processo de Bolonha têm suscitado no meu espírito inquieto de Animador Sociocultural e sobre as quais, tive oportunidade de deambular em diversos escritos de forma mais profunda e reflexiva.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Animação Sociocultural e democracia. Que modelo de desenvolvimento cultural?

Entendo que a Animação Sociocultural enquanto metodologia de acção em prol de um colectivo, cruza campos de acção aparentemente disparos, mas, complementários na acção sociocultural e educativa dos seus agentes.

A tentativa de "limitar" o papel da Animação Sociocultural ao contexto de intervenção das instituições educativas e culturais, a par, da concepção da ideia de que a prática da Animação é privilégio de um conjunto restrito de agentes do desenvolvimento cultural, é sinónimo de falta de leitura das múltiplas realidades sociais actuais, enquanto possíveis cenários em que o exercício da Animação Sociocultural, poderá ser percepcionado como uma mais valia social.

A política cultural, melhor, o modelo de política de acção cultural que é "plagiada", tornou-se num fracasso. Hoje, ela não é mais do que, uma política descontextualizada das realidades locais, enfim, obsuleta, face às reais necessidades socioculturais das comunidades rurais e urbanas.

A democracia é sinónimo de participação e de discussão de ideias, ela é fruto de um ideal. É este conjunto de prepósitos que deverão refundar o conceito de desenvolvimento cultural comunitário. Os políticos enquanto responsáveis máximos das decisões institucionais, não podem continuar a fazer uma leitura uníssona da realidade, ignorando a oportunidade de planificar uma verdadeira política de desenvolvimento sociocultural participada.

Uma política de Animação Sociocultural deve se alicerçar na participação dos colectivos, na estrutura associativa municipal, pois, esta é, célula básica do processo democrático e de liberdade. Acredito que a Animação Sociocultural tem muito a dar à nossa jovem democracia e é pela participação democrática que poderemos construir um verdadeiro processo de desenvolvimento sociocultural para e com a comunidade.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Políticas de Juventude

No próximo dia 12 de Agosto, tem o seu terminus, a IV edição da "Semana da Juventude", uma iniciativa da Direcção Regional de Juventude da Madeira.

A este propósito e aquando da apresentação pública da iniciativa o Secretário Regional dos Recursos Humanos, Brazão de Castro referiu que este projecto visa "proporcionar aos jovens e às organizações de juventude a assunção de um papel pró-activo, fomentar o espírito criativo e inovador dos jovens, incrementar o envolvimento institucional com as associações juvenis e os seus associados e apelar aos valores éticos, tais como o altruísmo, a solidariedade".

Para o secretário regional com a tutela da juventude, "a política de juventude deve colocar os jovens no papel de protagonistas, adoptando, designadamente, mecanismos para uma auscultação activa, criando instrumentos de apoio aos projectos e iniciativas de índole juvenil, bem como desenvolvendo programas específicos que contribuam para a sua formação".

"a vitalidade, inteligência, criatividade e dinamismo dos jovens famze-nos protagonistas das transformações políticas, económicas, sociais e culturais".

Brasão de Castro refere ainda, que a política de juventude "aponta para uma maior participação dos jovens na sociedade. Os jovens a nível local, regional, nacional e europeu, desempenham um importante papel na estimulação do debate e na promoção de uma cidadania activa".


Fonte: Jornal da Madeira, edição de 03 de Agosto de 2007

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

3º Colóquio Internacional de Animação Sociocultural

Animação Sociocultural: desafios locais e globais é o tema do 3º colóquio internacional a acontecer nos dias, 25, 26, 27 e 28 de Setembro de 2007, em Lucerna, Suiça.

Os trabalhos do colóquio centrar-se-ão no debate e reflexão acerca de questões críticas no contexto dos desenvolvimentos globais e locais, desde uma perspectiva teórico-prática. Um trabalho a partir de projectos concretos que ilustrarão os desafios que se colocam às regiões e comunidades rurais e urbanas, a partir de visões e experiências internacionais.

A questão de partida e central de todo o debate ao longo do encontro desenrolar-se-á em torno do papel e da importância da Animação Sociocultural.

Os grandes temas em debate no colóquio serão:

- Acções comunitárias como resposta à mundialização;
- Posturas internacionais a respeito da mundialização;
- Quais as oportunidades a nível local?

Este colóquio está inscrito no processo de continuidade iniciado em 2003 com a realização do 1º Colóquio Internacional de Animação Sociocultural em Bordeaux, França, e o 2º colóquio internacional realizado em 2005, em São Paulo, Brasil.

Para um conhecimento mais aprofundadado do 3º colóquio e consulta do programa, consulte o site oficial do encontro em www.communitydevelopment2007.ch

sábado, 28 de julho de 2007

Animação no contexto educativo. Um exercício exclusivo aos Animadores ou aos professores?

A reflexão que agora se publica vem a propósito de um anúncio publicado recentemente pela Secretaria Regional de Educação e Cultura da Região Autónoma da Madeira, relativamente, ao recrutamento e selecção de pessoal docente para a colocação de Professores e Animadores no ano lectivo 2007/2008. As habilitações exigidas para o cargo é uma licenciatura em Educação de Infância/ Licenciatura em Ensino Básico - 1º Ciclo com experiência comprovada na áreas das expressões artísticas.

A Animação Sociocultural continua a afirmar-se como uma metodologia eficaz de intervenção junto dos grupos informais e formais, enquanto estratégia de acção em contextos sociais e socioprofissionais distintos.

Na actualidade somos confrontados com casos concretos de intromissão e abuso do uso da denominação "Animador". Afinal quem são os Animadores? O que fazem? Qual a sua formação académica? Que habilitações são exigidas para ser Animador? É verdade que cabe a cada Animador Sociocultural responder com acções, mas também é verdade que enquanto colectivo continuamos à espera do tal milagre, que nunca acontece, talvez não fazemos nada para acontecer...

Hoje há que distinguir o Animador Sociocultural profissional e o voluntário. Eu sou Animador Sociocultural numa instituição pelo exercício da minha actividade enquanto agente sociocultural, mas também, sou Animador Sociocultural numa determinada colectividade. Que critérios de diferenciação?

A Animação Sociocultural ganhou uma amplitude de intervenção tal, que é difícil de limitarmos o campo de acção daqueles que porventura, não têm uma formação específica em Animação Sociocultural e que, continuam a exercer o papel de Animador.

O exercício da Animação Sociocultural estravassa o nosso raio de acção. Ela é exercida no seio das instituições educativas, o exercício das práticas de Animação no contexto educativo cruzam-se com o papel que os Animadores Socioculturais reclamam ser seu, hoje lutamos contra uma abrangência de âmbitos da Animação Sociocultural com alguns precedentes. Impõe-se um trabalho de colaboração com outros profissionais, nomeadamente a classe docente.

Neste quadro de parceria no desenvolvimento de projectos de Animação no contexto educativo, parece-me importante o estabelecimento de um diálogo construtivo com as instituições, com os agentes intervenientes em todo o processo da Animação Sociocultural, mas mais fundamental é olhar para o presente e estudar estratégias de diálogo e cooperação interinstitucional.

Recordo-me que recentemente, o Despacho conjunto n.º 834/2005 de 12 de Outubro de 2005, que cria o Programa de Promoção de Projectos Educativos na Área da Cultura originou algum mal estar entre os Animadores Socioculturais. Este assunto merecerá uma breve reflexão a seu tempo. Mas, já tive a oportunidade de discutir tal Despacho em outros trabalhos de reflexão escrita.

Infelizmente continuamos a debater questões essenciais para o futuro da Animação e dos Animadores Socioculturais na praça pública, quando o deveriamos fazer com coerência, responsabilidade e espírito de cooperação com outros profissionais de áreas complementares à Animação Sociocultural.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Animador Sociocultural ou Gestor Cultural

Há âmbitos de intervenção a partir dos quais é possível intervir desde os paradigmas da Animação Sociocultural, os quais, por razões de obsorvência de um maior número de Animadores não aniquila os espaços de intervenção desde a Animação Sociocultural. Tem um efeito multiplicador, ou seja, expande-os e proporciona aos agentes sociais múltiplas possibilidades de acção. Um desses contextos intitucionais é o âmbito autárquico.

Refiro-me em especial a esta complexa estrutura organizacional, porque, no campo de intervenção do Animador e ao nível do contexto territorial local tem suscitado a reflexão e o debate, talvez em monólogo, acerca do papel de Animador Sociocultural no âmbito municipal ou será do Gestor Cultural?

As grandes questões acerca dos campos de intervenção do Animador merecem uma reflexão profunda desde os contextos de formação académica. Defendo a ideia de aproximação da realidade socioprofissional dos Animadores com as imensas ofertas de formação académica no quadro da Animação. Hoje, no domínio de intervenção das autarquias no campo cultural, áreas como a Gestão Cultural cruzam-se com o exercício da Animação Sociocultural.

Há novas realidades locais às quais não podemos ser indiferentes, e perante as quais no processo de intervenção, não podemos abandonar o enquadramento metodológico da Animação Sociocultural.

O desafio está em rever conceitos e métodos de intervenção, adequá-los às realidades locais actuais, enfim, fabricar uma simbiose de acção desde a prespectiva da Animação Sociocultural. É um trabalho de cada Animador, daqueles que acreditam que é possível fazer Animação com as comunidades locais, mesmo, inseridos no sistema burocrático dos serviços socioculturais e educativos autárquicos.

Não podemos cultivar a ideia e transformá-la na figura em que, o Animador Sociocultural se converteu num Gestor Cultural, pelo contrário, é preciso fundar novos acções e para que isso aconteça, é necessário comungar de outros âmbitos profissionais, pois, as realidades sociais e institucionais assim o exigem.

O desafio está em fazer emergir a figura do Animador Sociocultural em contextos que por forças adversas é diluída num trabalho cultural tecnocrata e de pura gestão. É descobrir e sedimentar novos âmbitos de acção desde a Animação.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Número 6 - Revista Quaderns d' Animació i Educació Social

Esta disponível on-line, o número 6 da Revista Quaderns d' Animació i Educació Social, uma revista semestral para Animadores Socioculturais e Educadores Sociais, um projecto editorial coordenado e editado pelo Prof. Mário Viché.

O actual número da revista contém uma diversidade de contribuições acerca das práticas e reflexões acerca da Animação Sociocultural e da Educação Social, trabalhos oriundos de Portugal, França e Brasil.

Uma novidade da revista é a edição multimédia que procura ser um recurso prático sobre projectos desenvolvidos que se coadunem com o espírito editorial da revista. As seccções bibliográficas, de formação e de documentação telemática continuam a ter um espaço próprio na revista.

Para aceder à revista acesse em www.quadernsanimacio.net

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Portugal acolhe Congresso Iberoamericano de Animação Sociocultural

A Cidade da Guarda acolherá o II Congresso Iberoamericano de Animação Sociocultural em Outubro de 2008. Esta decisão resultou da candidatura apresentada pela Escola Superior de Educação da Guarda e da Câmara Municipal local à Junta Directiva da Rede Iberoamericana de Animação Sociocultural (RIA).

Recorde-se que o primeiro Congresso Iberoamericano de Animação realizou-se em Outubro de 2005, na Cidade de Salamanca (Espanha).

Este será com certeza um impulso importante para a afirmação da Animação Sociocultural em Portugal.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Bolonha e cursos de Animação. E agora?

O Processo de Bolonha visa possibilitar a um qualquer estudante de ensino superior obter um diploma europeu reconhecido em qualquer universidade, de qualquer Estado-membro. Esta é uma política educativa que procura salvaguardar as especificidades nacionais, mas, possibilitar a mobilidade dos estudantes no espaço europeu.

Um estudante que ingresse num curso adaptado a Bolonha poderá iniciar a sua formação superior numa universidade e continuar ou concluir essa mesma formação numa outra universidade do espaço europeu. Em Portugal o novo sistema de graus académicos devidamente reconhecidos pelo Processo de Bolonha dividem-se em dois ciclos: o primeiro ciclo conduz ao grau de licenciado com uma formação relevante no mercado europeu. O segundo ciclo conduz ao grau de mestre, grau alcançável em três ou quatro semestres.

Este apontamento acerca de Bolonha serve de linha de pensamento para uma das minhas preocupações acerca do curso de Animaçã Sociocultural.

Formaram-se comissões de acompanhamento com o objectivo de reflectir, discutir e apresentar propostas acerca da adaptação dos cursos de ensino superior ao Processo de Bolonha. Essas propostas materializaram-se, pelo menos, dentro das comissões, a prova disso é hipóteses de cursos que as instituições de ensino podiam propor para o segundo ciclo de Bolonha. Assim poderão ser propostos pelas Escolas Superiores, cursos como a museologia e a Animação Sociocultural; Animação Cultural com a Terceira Idade, Gestão e Animação de Espaços Culturais ou Animação Sociocultural e Intervenção Autárquica, entre outras opções de especialização.

Infelizmente, olhamos para as ofertas de cursos no quadro da Animação Sociocultural e continua quase tudo igual, melhor, adaptados ao Processo de Bolonha, claro.

Não houve uma uniformização de nomemclatura das licenciaturas em Animação Sociocultural, continua sim, a haver uma proliferação de nomes para um mesmo âmbito de acção, para as mesmas saídas profissionais, continua a designação da licenciatura em Animação Sociocultural, em Animação Socioceducativa ou em Animação Cultural e Educação Comunitária ou simplesmente, Animação Cultural.

Na minha opinião faltou sensibilidade e a coragem suficiente para uniformizar a formação superior dos cursos de Animação ao nível do primeiro ciclo. Ao segundo ciclo, então, corresponderia as almejadas especializações (os mestrados). Parece-me que uma vez mais, tivemos o passáro na mão e deixámo-lo fugir.

É fundamental que se uniformize os conteúdos de formação, disponibilizar uma formação generalista em Animação Sociocultural, e depois, cada indivíduo procurará em consciência uma formação especializada no âmbito da Animação Sociocultural.

Esta situação não abunda a favor da Animação Sociocultural, nem dos Animadores em Portugal. É altura de refutar argumentos que apenas servem para justificar a nossa inércia acerca da criação de condições para uma verdadeira afirmação da Animação Sociocultural em Portugal.

Estou em crer que a afirmação do papel do Animador não depende apenas dele e dos contextos de intervenção em que esse agente actua, também depende do plano teórico, nomeadamente ao nível da formação, se formos capazes de definir políticas favoráveis os agentes da Animação.

Houve iniciativa em uniformizar os conteúdos formativos do curso técnico-profissional de Animação Sociocultural, talvez, o houvesse ou há em fazer o mesmo no ensino superior.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Um projecto de "envelhecimento activo"... Um projecto de Animação Sociocultural

"Sempre Jovem" é o nome de um grupo de mulheres, que corporizam um projecto no domínio da actividade teatral, da dança e da música, no Concelho de Câmara de Lobos. O curioso está na média de idades que ascende os cinquenta anos, algumas dessas pessoas, são oriundas dos centros de dia, onde actualmente, estão integradas. O grupo nasceu da vontade dos elementos femininos em expressar o seu gosto artístico através da expressão dramática, alertando a comunidade para a crítica social.

Este é um verdadeiro projecto de Animação Sociocultural, um projecto que nasceu da vontade popular de um grupo anónimo de pessoas. Um projecto apoiado pela autarquia camaralobense. Os verdadeiros projectos de Animação nascem em contextos informais, do livre espírito de participação dos grupos, das suas necessidades e vontades.

Um processo de envelhecimento activo só é viável quando a cooperação e a conjugação de sinergias por parte de um conjunto de instituições é sustentável. Na minha opinião as autarquias têm uma responsabilidade acrescida no quadro da intervenção social. Por um lado, devem criar condições de bem-estar social colectivo, por outro lado, devem facultar instrumentos para que os grupos de terceira idade tenham as mesmas oportunidades de intervir na vida cultural local.

O envelhecimento activo acontece com a participação dos indivíduos e o seu envolvimento em actividades de desenvolvimento psicossocial de cada indivíduo e do grupo em sociedade.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Que alternativas?

A edição do Diário de Notícias da Madeira de 05 de Julho de 2007, noticia que um dos partidos políticos com assentou parlamentar na Assembleia Legislativa Regional da Madeira, no exercício da sua actividade procurou consciencializar a opinião pública para o facto de haver a necessidade de se criarem nos bairros sociais, equipamentos de lazer e sociocomunitários com o objectivo de ocupar as crianças e jovens, desviando-os assim, dos flagelos sociais, nomeadamente a toxicodependência.

Estou em crer que a solução, não passa apenas pela construção de novos equipamentos de lazer. É fundamental que se protagonize soluções com os agentes sociais - os Animadores Socioculturais. A Região Autonoma da Madeira tem um conjunto de recursos humanos qualificado que com certeza poderá despoletar novas sinergias a partir das potencialidades do bairro e das suas gentes.

O combate à problemática social passa por um diálogo tripartido, ou seja, um trabalho que envolva as entidades públicas, os moradores do bairro e os agentes de intervenção. A possível alegação de falta de agentes socioculturais para o desenvolvimento de projectos de Animação com crianças e jovens não poderá ser justificação. O desconhecimento da verdadeira essência da Animação Sociocultural e do papel do Animador é sim, um motivo plausível.

A equidade social não passa pela construção imediata de mais equipamentos de lazer, ela deve alicerçar-se na planificação de um projecto de Animação Sociocultural. Um projecto que apresente alternativas para um desenvolvimento harmonioso das populações que residem nos bairros sociais, dotá-las de ferramentas para que sejam autónomas na acção colectiva.

Acredito, que a Animação Sociocultural poderá ser parte da solução. É via alternativa às problemáticas sociais detectadas pelo referenciado partido político.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

V Congresso Internacional de Investigação e Desenvolvimento Sócio-Cultural

A AGIR - Associação para a Investigação e Desenvolvimento Sócio-Cultural organizará nos próximos dias 25, 26 e 27 de Outubro próximo, na Cidade da Maia, o V Congresso Internacional de Investigação e Desenvolvimento Sócio-Cultural.

Este evento tem por objectivos congregar especialistas, técnicos e estudantes num foro de discussão, promovendo a criação de redes, em torno das Ciências Sociais e Humanas em dois âmbitos: investigação e ciência aplicada. Trata-se assim, de fomentar o debate e a troca de ideias e experiências em torno de alguns dos temas mais relevantes do desenvolvimento sócio-cultural, bem como, o de estabelecer a articulação entre o debate teórico, a investigação científica e a intervenção no terreno, num foro internacional e interdisciplinar.

TEMAS

- Assistência Comunitária e Serviço Social
- Desenvolvimento e sustentabilidade
- Família, Educação e Saúde
- Género e Diversidade Sexual
- Gestão de Risco
- Globalização, Identidade e Diversidade

- Intervenção e Animação Sócio-Cultural

- Migrações, Grupos Étnicos e Minorias
- Museologia, Património e Turismo
- Tecnologias de Informação e Comunicação
- Teorias e Epistemologia
- Violência, Exclusão e Justiça


Para mais informações, aceder a www.agir.pt

terça-feira, 3 de julho de 2007

Animadores Culturais nas Escolas

O Diário Digital no passado dia 26 de Junho, noticiou que o Sindicato dos Professores da Grande Lisboa enviaram aos candidatos à Câmara Municipal de Lisboa, um manifesto que resultou do "diagnóstico" feito pelo próprio sindicato, em que apontam uma série de problemáticas na rede escolar do ensino básico da capital.

Uma das lacunas sentidas é a falta de Animadores Culturais e Sociais e a potencial realização de actividades com entidades exteriores à escola. Na minha opinião, está é sem dúvida uma problemática emergente no seio das instituições de ensino em Portugal.

O Despacho Conjunto n.º 942/99 do Ministério da Educação e do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social preconiza o Programa Educação/Emprego. Este programa de acordo com o artigo 2º, alíneas a) e b) visa o desenvolvimento de actividades de animação escolar orientada para a ocupação e valorização dos tempos livres dos jovens e crianças dos ensinos básico e secundário e da educação pré-escolar, possibilitando-lhes o acesso a novos conhecimentos e interesses que ajudem a revelar melhor as suas capacidade e a mediação cultural orientada para a integração social de jovens e crianças pertencentes a grupos de minorias étnicas que frequentem os ensinos básico e secundário e a educação pré-escolar.

De acordo com o presente diploma legislativo os monitores das actividades de animação devem ser agentes formados em Animação Sociocultural, oriundos das escolas profissionais ou do curso tecnológico de Animação Social.

Hoje, infelizmente, alguns dos Animadores a exercerem funções nas escolas são pessoas com formação antagónica à recomendada pelo Despacho Conjunto n.º 942/99.

Na Região Autónoma da Madeira, a Secretaria Regional de Educação, promoveu um curso de especialização em Animação Sociocultural de Bibliotecas com o objectivo de colmatar a falta de técnicos nas bibliotecas das Escolas Básicas do 1º Ciclo. Esta medida permitiu reduzir o número de licenciados em Línguas e Literaturas do ramo científico que se encontravam desempregados.

E os Animadores Socioculturais que todos os anos ingrossam as fileiras nos centros de emprego à procura da primeira oportunidade, que resposta o Governo tem para eles?

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Pós-Graduação em Animação e Educação

Animação e Educação é um curso de especialização (Pós-Graduação) promovido pela Universidade Portucalense que visa a criação de formas de sustentação de uma área científica que, em Portugal, começa a ser significativa e estratégica - a da Animação em colaboração com a Educação.

Do plano de estudos fazem parte as seguintes disciplinas: Políticas Educativas, Sociologia e Educação, Desenvolvimento de Projectos de Animação Criativos e Inovadores, Novas Tecnologias Educativas e Animação Sócio-Pedagógica dos Tempos Livres, Técnicas de Dinâmica de Grupo e Projecto de Animação.

O curso tem início previsto para Outubro de 2007.

Mais informações podem ser obtidas em http://www.upt.pt/

terça-feira, 26 de junho de 2007

Ainda a propósito do Estatuto do Animador

A minha amiga Prof. Teresa Norton, autora do blog Miscellaneous por Teresa Norton afirma que um blog acaba por ser um monólogo entre quem o dinamiza e as dezenas de pessoas que o visitam. A contrariar tal afirmação está o post que coloquei anteriormente - Estatuto do Animador, que com certeza tem provocado a reflexão de outras pessoas que como eu acreditam na Animação Sociocultural, indivíduos que diariamente se empenham em prol da afirmação e defesa da identidade do Animador, numa militância anónima, mas, consciente de que é chegado o momento de agir em favor de uma causa comum.

A minha curta experiência de vida ensinou-me que em determinados momentos da azafama em defesa de um ideal, não podemos esperar que outros se juntem a nós no imediato, não podemos recear o futuro.

Acredito que um Homem se realiza na luta por ideais, quando actua em circunstâncias adversas em favor de centenas de companheiros.

E porque não sou só eu a acreditar que é possível, convido a visitar o blog do Prof. Doutor Avelino Bento ExDra-Animação » Expressão dramática, teatro e animação cultural e a ler o post "AH! POIS, AS CONDIÇÕES…"

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Estatuto do Animador

Na minha perspectiva o Estatuto do Animador Sociocultural é um tema sempre actual, uma velha aspiração de muitos Animadores, talvez, tenhamos perdido o entusiasmo, o sentimento de luta ou até secundarizado o tema.

É responsabilidade de todos nós o desenvolvimento de um processo activo, participado por muitos, mas, é provável que só "meia dúzia" de Animadores estejam conscientes da importância de uma jornada de sensibilização, de diálogo e da necessidade de manter acessa a chama da esperança em conseguirmos definir em parceria com as entidades competentes em matéria laboral, o Estatuto do Animador Sociocultural.

Pessoalmente, penso que o debate aberto e esclarecedor acerca deste tópico é diginificar a profissão do Animador. Felizmente, há centenas de Animadores Socioculturais formados, no âmbito dos cursos de nível técnico-profissional e de grau de licenciatura devidamente reconhecidos pelo Estado (Ministério da Ciência e do Ensino Superior); há matéria produzida acerca do exercício da Animação Sociocultural em Portugal, agora, o desafio é procurar dialogar com as instituições democráticas governativas no sentido, de criarmos uma plataforma de sinergias em torno de uma causa comum - o Estatuto do Animador Sociocultural.

Dos meus primeiros contactos com Animadores Socioculturais, pessoas que na minha opinião são uma referência no mundo da Animação em Portugal, uma das suas preocupações sociais era a necessidade se criar um Estatuto do Animador. Hoje o debate esfumou-se na emergência de outras problemáticas, de novos desafios, talvez, contribuiu para esta situação a estabilidade profissional e a ausência de um sentimento de pertença e de cooperativismo.

Esquecemo-nos dos outros Animadores... Esquecemo-nos de dignificar um passado recente comum a todos nós.

terça-feira, 19 de junho de 2007

I Encontro Nacional de Dirigentes da APDASC

A Associação Portuguesa para o Desenvolvimento da Animação Sócio-Cultural (APDASC) instituição sem fins lucrativos, de âmbito nacional sedeada na Vila de Cucujães (freguesia do Concelho de Oliveira de Azeméis), vai levar a efeito nos dias 13, 14 e 15 de Julho de 2007, na Vila de Cucujães, o I Encontro Nacional de Dirigentes da APDASC, em colaboração com o Corpo Nacional de Escutas – Agrupamento 24, o Grupo ANDAR (www.andar.cc) e a Cruz Vermelha Portuguesa/Núcleo de Cucujães.

Este evento tem por objectivos favorecer processos de aperfeiçoamento da APDASC; impulsionar a animação em Portugal (nas suas modalidades social, cultural e educativa); proporcionar momentos de convívio e descoberta intra e interpessoal.

Mais informações em www.apdasc.com

sábado, 16 de junho de 2007

"Animar e entreter o Povo"

O título deste post não é original, encontrei-o numa frase do artigo de opinião "Machico ganha através da escola" publicado no Diário de Notícias da Madeira, da edição do passado dia 15 de Junho. Uma reflexão pessoal, aberta e crítica, uma posição que admiro em qualquer pessoa, de qualquer credo ou quadrante partidário.

Infelizmente, estas características não são "tábua de salvação" para ninguém, muito menos, quando alguém se dá ao luxo de criticar um processo que desconhece e no qual, todos nós implicados nestas coisas da Animação Sociocultural, consequentemente, da democracia cultural e da participação dos cidadãos na vida municipal em matéria de cultura e educação procuramos, diariamente, desenvolver um processo que desemboque em práticas contínuas de educação para a cultura com a comunidade local, procurando envolver todas as forças vivas do concelho nessa dinâmica social.

Infelizmente, na Região Autónoma da Madeira não há uma consciência política pública para um plano de desenvolvimento sustentável no âmbito sociocultural de um município - uma política cultural municipal. Na minha opinião, enquanto, Animador Sociocultural a desempenhar funções numa autarquia da Região Autónoma da Madeira, é que os municípios estão apetrechados de infra-estruturas culturais e recursos humanos qualificados no âmbito dos seus serviços culturais para definirem e concreterizar uma política de desenvolvimento sociocultural local. Falta sim, vontade política para que isso aconteça.

Talvez, se deva colocar a questão: Animar ou entreter o Povo? Defendo e sempre defenderei a Animação, enquanto, um processo dinâmico gerador de consciências críticas, de participação e, consequentemente, de processos activos de criação cultural, de democratização de práticas culturais que em muitos lugares continuam a ser institucionalizadas. E é neste quadro de intervenção que as autarquias devem comprometer-se com a cultura e os cidadãos.

"Entreter" o Povo é tentar enganá-lo, é um acto irreflectido que acabamos por pagar amargamente. Animar o Povo é desenvolver projectos culturais sustentados na realidade local e nos recursos territoriais disponíveis, é sim exercitar um acto de cidadania com as colectividades locais e com as instituições educativas, é fazer ou tentar desenvolver uma prática de Animação Sociocultural.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Educação Ambiental

A Delegação Regional da Madeira da APDASC assinou um protocolo de colaboração com a Valor Ambiente – Gestão e Administração de Resíduos da Madeira, S.A., o qual visa definir uma colaboração entre a Valor Ambiente e a APDASC, no âmbito da promoção e realização de actividades de educação e sensibilização ambiental na área de actuação da Valor Ambiente, na Região Autónoma da Madeira.

A iniciativa conjunta privilegia a empregabilidade em part-time de quatro Animadores Socioculturais, os quais, desempenharão funções de monitores de actividades de educação e sensibilização ambiental.

Para a Direcção da Delegação Regional da Madeira, este protocolo é o reconhecimento do trabalho transdisciplinar que os Animadores Socioculturais poderão vir a assumir no domínio da educação/animação de grupos escolares e outros no contexto das políticas ambientais, com especial incidência na sensibilização para a causa do século XXI - o Ambiente.

Entendo que este é um contributo para a afirmação da Animação e do seu exercício em campos de intervenção que normalmente são dinamizados por outros agentes que não Animadores. É um sinal positivo de que a Animação Sociocultural continua a se afirmar no contexto insular.