quinta-feira, 27 de maio de 2010

A propósito do debate "Formação em Animação Sociocultural"

O Fórum FNAC Madeira foi uma vez mais o espaço eleito para a realização do debate sobre a "Formação em Animação Sociocultural", iniciativa que acontece a nível nacional, e que na Madeira foi organizada pela Delegação Regional da APDASC, no passado dia 22 de Maio.

Há semelhança do debate anterior, dessa feita, um tema nada pacífico - o "Estatuto do Animador" -, foi intenção da organização sentar à mesa do debate para reflectir sobre a formação dos Animadores, docentes dos cursos de Animação Sociocultural dos ensinos técnico-profissional e superior com o objectivo de a partir de uma perspectiva holística discutir um tema que merece ser reflectido com a singularidade que o exige, sem negligenciar a dimensão plural de afirmação das suas potencialidades, provocando o questionamento sobre as particularidades da formação em Animação Sociocultural.

Este foi um debate onde se procurou reflectir com os Animadores as muitas ofertas formativas em Animação; discutir os diferentes planos de estudos ao nível das mais valias para uma formação integral do Animador Sociocultural. A formação do Animador deve contemplar um plano de estudos interdisciplinares, proporcionando-lhe uma formação eclética, capaz de munir os futuros agentes socioculturais de um conjunto de saberes disciplinares que são o resultado da confluência e contributo de diferentes áreas disciplinares; de técnicas de investigação e intervenção social, bem como, de uma formação em "humanidade" que dote os Animadores de uma vontade e necessidade de conhecer e trabalhar com o outro.

Na nossa opinião a formação académica que confere aos formandos o grau de licenciado em Animação Sociocultural; Animação Socioeducativa, Educação Comunitária e Intervenção Sociocultural entre outras nomenclaturas são sinónimo de uma dispersão que em nada beneficia os Animadores. Defendemos uma unificação das diferentes nomenclaturas, medida que em nada prejudicará a identidade dos Animadores e as particularidades dos diferentes planos de estudos ao nível do 1º Ciclo de acordo com o Processo de Bolonha. O plano de estudos do 2º Ciclo pode e deverá oferecer uma panóplia de especializações no âmbito da Animação em comunhão com outras áreas disciplinares. Em bom tempo o Ministério da Educação legislou sobre esta matéria relativamente aos cursos técnico-profissionais, uniformizando em uma única nomenclatura as muitas designações que acompanhavam o "Animador Sociocultural/Assistente...".

Curiosamente, houve manifestações de vontade para que haja um plano de formação de curta duração no âmbito da Animação Sociocultural. Esta é uma ideia já equacionada no sentido de oferecer aos Animadores da Região Autónoma da Madeira uma formação complementar à sua formação académica de base, proporcionando a estes agentes estratégias complementares no desenvolvimento da suas actividades profissional e voluntária.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Desafios permanentes, que respostas?

Há muito tempo que falamos da necessidade de afirmação da profissão do Animador, paralelamente, à emergência da sua identidade; maior participação na discussão colectiva sobre as questões centrais da Animação Sociocultural e dos Animadores, e também do necessário posicionamento relativo à criação do auto-emprego. Considero que estes são desafios permanentes face aos quais os Animadores Socioculturais têm que ter uma posição pro-activa sustentada em respostas criativas. Não significa que eu esteja integralmente de acordo com a fórmula por alguns apresentada para alcançar tais objectivos, ou que o caminho apresentado seja o mais coerente.

A dignificação da profissão do Animador Sociocultural é uma tarefa exigente ao nível da afirmação do conceito da Animação Sociocultural e das suas práticas culturais, cívicas, sociais e educativas no exercício da profissão, mas, é um passo impriscindível para a construção da identidade do Animador. A identidade não é conquistada através de um decreto legislativo, nem pela aprovação do Estatuto do Animador, antes, é construída pelas práticas sustentadas e responsáveis dos seus agentes, os Animadores. O mercado de trabalho oferece muitos obstáculos e por vezes labirínticos. Perante cenários menos optimistas é preciso que impere uma consciência colectiva de mudança social, de maior vontade na afirmação do papel da Animação Sociocultural com as comunidades e os territórios.

Há que abandonar premissas construídas em fundamentos que hoje são ilusões e atitudes saudosistas de um discurso que prevaleceu durante anos e que talvez fosse adequado à realidade socioeconomica e financeira do país. Falo da ideia que continuamos a querer que prevaleça, o auto-emprego. Perante a actual situação difícil do país e consequentemente dos mercados, não podemos apelar a uma ilusão que poderá alimentar o espírito empreendedor dos Animadores Socioculturais. Talvez sejam um convite para um destino indesejado.

Tenho defendido em diversos fóruns a ideia, discutível, dos Animadores Socioculturais criarem necessidades/oportunidades nas instituições ondem excercem funções na qualidade de voluntários, estagiários ou contratados, no sentido dessas entidades contratarem Animadores para os quadros técnicos, com o objectivo de responderem de forma efectiva às realidades comunitárias. Não defendo contratações massivas na Administração Regional e Local. O emprego na Administração Pública sinónimo de emprego para a vida, já não existe. Os Animadores têm que assumir definitivamente um papel de provocadores de mudança, de fabricantes de necessidades institucionais, demonstrando aos potenciais empregadores a importância e necessária contratação de técnicos de Animação Sociocultural, independentemente, da sua categoria profissional.

Apelo à consciencialização da importância do exercício que os Animadores têm na promoção do bem comum e da relação de proximidade com o outro, numa perspectiva de contributo para a empregabilidade, de entreajuda e de dignificação da profissão e construção colectiva de uma identidade tão necessária como o pão para a boca. Estes factores de relação comunitária poderão ser construídos a partir das acções quotidianas dos Animadores. É preciso acreditar e trabalhar no sentido da mudança de atitudes.

domingo, 16 de maio de 2010

Encontro Animação Sociocultural


"O Perfil, a Profissão e os Estatutos do Animador" são o tema do Encontro de Animação Sociocultural que terá lugar no dia 18 de Maio próximo, no Auditório da Escola Superior de Educação de Portalegre (ESEP)/Instituto Politécnico de Portalegre.

Esta é uma iniciativa organizada pelos alunos do 3º ano do curso de Animação Sociocultural da ESEP e pela direcção do curso.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Conferência/Debate "Formação em Animação Sociocultural"

A "Formação em Animação Sociocultural" é o tema do próximo debate que terá lugar no dia 22 de Maio, pelas 18h, na FNAC Madeira. Os convidados para o debate são a Prof. Doutora Ana Lavado, coordenadora da licenciatura em Animação Sociocultural da Escola Superior de Educação de Beja/ Instituto Politécnico de Beja, e o Prof. Carlos Aveiro, coordenador do curso técnico-profissional de Animação Sociocultural da Escola Profissional Atlântico.

Este debate é o segundo do ciclo de debates "Profissão e a Profissionalização dos/as Animadores/as" organizado a nível nacional pela Associação Portuguesa para o Desenvolvimento da Animação Sócio-Cultural (APDASC), iniciativa à qual a Delegação Regional da Madeira da APDASC associou-se desde a primeira hora, promovendo também na Região Autónoma da Madeira o ciclo de debates à semelhança da direcção nacional.

É nosso objectivo reunir os Animadores insulares independentemente da sua formação (técnico-profissional e/ou superior) e com eles reflectir de forma participativa, aberta e democrática na promoção de um debate de ideias plural com sentido crítico, a partir do qual possamos orientar a nossa acção em prol do bem comum, entenda-se esta ideia como uma formação académica que contribua activamente para a futura carreira profissional dos Animadores.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

"Caminhos da Animação"

Apraz-me escrever sobre o Colóquio "Caminhos da Animação", uma iniciativa do curso de Animação Sociocultural da Escola Superior de Educação de Beja (ESEB)/Instituto Politécnico de Beja (IPB) que ao longo das sete edições, tem marcado a discussão/reflexão sobre a Animação Sociocultural e a emergência de novos âmbitos de intervenção desde a perspectiva da Animação. A VII edição marca a apresentação oficial de três novos organismos associativos: o Nodo RIA Portugal que terá a sua sede na ESEB/IPB, da Associação Insular de Animação Sociocultural - AIASC e da Rede Anim@te.

O Colóquio "Caminhos da Animação" reveste-se de importância acrescida para a dinamização do curso de Animação da ESEB, sem nunca perder a sua componente técnico-científica que os seus responsáveis continuam a associar-lhe e bem. Uma palavra de apreço ao corpo docente e discente pela forma responsável, inteligente e criativa com que organizam o Colóquio "Caminhos de Animação", um espaço privilegiado para reflectir sobre as práticas da Animação Sociocultural. Os organizadores do colóquio aliaram de forma inteligente a teoria à prática, possibilitando a todos os participantes uma comunhão sobre os possíveis e emergentes âmbitos de intervenção no exercício profissional do Animador Sociocultural.

Por fim, um apontamento sobre o plano de estudos da licenciatura em Animação Sociocultural da Escola Superior de Educação de Beja. Este plano congrega matérias disciplinares de natureza técnico-científica e teórico-prática capazes de responderem a uma formação especializada de forma equilibrada e evolucionista, proporcionando aos futuros Animadores Socioculturais um conjunto de saberes-fazeres necessários à sua prática profissional. O plano de estudos oferecido revela uma preocupação permanente na dignificação formativa dos Animadores, procurando dar respostas às necessidades socioculturais das comunidades do século XXI. É um sinal claro de acompanhamento dos novos tempos.