O José Vieira no seu blog Animação Sociocultural & Juventude divulga os números de vagas e os estabelecimentos de Ensino Superior Público que leccionarão os cursos de Animação no ano lectivo 2008/2009.
As nomenclaturas dos cursos de Animação continuam a ser diferentes de um estabelecimento de ensino para outro. Relembro que tivemos a oportunidade de uniformizar tais nomenclaturas com a adaptação dos cursos superiores de Animação ao Processo de Bolonha. Alguém questionou? Algumas pessoas...
As associações de Animadores tiveram a oportunidade de assumir uma posição colectiva e pública relativamente a esta matéria. Assumiram-na publicamente?
Felizmente para algumas instituições do Ensino Superior Público houve um aumento de vagas em 7,8% relativamente ao ano lectivo anterior. Há quase 500 vagas para os cursos Superiores de Animação no Ensino Público. E quantas vagas há no Ensino Superior Privado para o ano lectivo 2008/2009? O somatório final certamente dará um bom número.
O Curso de Animação Cultural e Educação Comunitária leccionado pela Escola Superior de Educação de Santarém em regime diurno, também funcionará em regime pós-laboral; o mesmo acontecerá no Curso de Animação Sociocultural em Lisboa. Alguém questionou o porquê?
Será que o mercado de trabalho empregará centenas de Animadores recém-licenciados anualmente? Quem benefícia com estas medidas? Certamente as instituições de Ensino Superior Público com os dividendos financeiros que esta medida proporciona e com certeza, os recursos humanos afectos à instituição.
E se as Associações de Animadores se pronunciassem sobre estas medidas?
O primeiro blog de animação sociocultural na Região Autónoma da Madeira
sexta-feira, 25 de julho de 2008
domingo, 20 de julho de 2008
"Faço política para que outros façam cultura"
"Faço política para que outros façam cultura". Esta frase é um excerto da entrevista concedida pelo Ministro da Cultura ao Semanário Expresso, publicada na edição do passado dia, 12 de Julho.
Independentemente de eu partilhar ou não, as linhas de acção escolhidas pelo actual ministro com a tutela da cultura, a frase que serve de título ao post, no nosso entender, ilustra bem, aquele que deverá ser, o lema dos políticos com responsabilidades em matéria cultural, independentemente de situarem a sua acção governativa ao nível ministerial, numa direcção regional ou no quadro autárquico.
Reportarei a minha reflexão ao Poder Local, um território político onde há uma maior relação de proximidade entre os políticos eleitos e a sociedade civil, e consequentemente uma vinculação de poder mais vincada nas relações sociais e institucionais. É certo, que hoje há um conjunto de pessoas com responsabilidades políticas nas autarquias que têm desenvolvido um trabalho meritório no contexto local, na afirmação das especificidades socioculturais do território e na valorização e promoção de uma cidadania activa e participativa nas políticas culturais locais.
Por outro lado, continuamos a ter um grupo de políticos que sustentam as suas acções na retórica, que insistem na política do espectáculo e da música de cabaré; continuam a ignorar a necessidade de gerar processos participativos, de construção de uma política cultural nascida das reais necessidades e demanda da sociedade civil. Uma política alicerçada na Animação Sociocultural; uma acção conducente com uma política de valorização da cultura local e da diversidade cultural. É fundamental uma acção política direccionada para a democracia cultural, um estádio que advogue a participação cidadã, enquanto sinónimo de uma cidadania cultural.
O "fazer" cultura é um desafio às populações, às colectividades de cultura e recreio, à sociedade civil, mas acima de tudo, aos Animadores Socioculturais, que devem estar conscientes do seu papel na comunidade. Eles têm a desempenhar um papel de intervenção, um exercício de mediação, de gestão de recursos socioculturais e comunitários, e nunca de "fazedores" de cultura. Os Animadores devem sim, serem agilizadores de processos que conduzam à mudança social e cultural, à transformação de cidadãos passivos em pessoas empenhadas em contribuir para a afirmação da sociocultura, na dinamização de processos democráticos de afirmação do território cultural num mundo globalizado.
Aos políticos cabe-lhes gerir o território, proporcionar condições favoráveis ao desenvolvimento das comunidades e facultar meios e recursos para que a mudança aconteça, nunca aspirar a "fazer" cultura.
Independentemente de eu partilhar ou não, as linhas de acção escolhidas pelo actual ministro com a tutela da cultura, a frase que serve de título ao post, no nosso entender, ilustra bem, aquele que deverá ser, o lema dos políticos com responsabilidades em matéria cultural, independentemente de situarem a sua acção governativa ao nível ministerial, numa direcção regional ou no quadro autárquico.
Reportarei a minha reflexão ao Poder Local, um território político onde há uma maior relação de proximidade entre os políticos eleitos e a sociedade civil, e consequentemente uma vinculação de poder mais vincada nas relações sociais e institucionais. É certo, que hoje há um conjunto de pessoas com responsabilidades políticas nas autarquias que têm desenvolvido um trabalho meritório no contexto local, na afirmação das especificidades socioculturais do território e na valorização e promoção de uma cidadania activa e participativa nas políticas culturais locais.
Por outro lado, continuamos a ter um grupo de políticos que sustentam as suas acções na retórica, que insistem na política do espectáculo e da música de cabaré; continuam a ignorar a necessidade de gerar processos participativos, de construção de uma política cultural nascida das reais necessidades e demanda da sociedade civil. Uma política alicerçada na Animação Sociocultural; uma acção conducente com uma política de valorização da cultura local e da diversidade cultural. É fundamental uma acção política direccionada para a democracia cultural, um estádio que advogue a participação cidadã, enquanto sinónimo de uma cidadania cultural.
O "fazer" cultura é um desafio às populações, às colectividades de cultura e recreio, à sociedade civil, mas acima de tudo, aos Animadores Socioculturais, que devem estar conscientes do seu papel na comunidade. Eles têm a desempenhar um papel de intervenção, um exercício de mediação, de gestão de recursos socioculturais e comunitários, e nunca de "fazedores" de cultura. Os Animadores devem sim, serem agilizadores de processos que conduzam à mudança social e cultural, à transformação de cidadãos passivos em pessoas empenhadas em contribuir para a afirmação da sociocultura, na dinamização de processos democráticos de afirmação do território cultural num mundo globalizado.
Aos políticos cabe-lhes gerir o território, proporcionar condições favoráveis ao desenvolvimento das comunidades e facultar meios e recursos para que a mudança aconteça, nunca aspirar a "fazer" cultura.
terça-feira, 15 de julho de 2008
Revista Quaderns d'Animació n.º 8
Está disponível on-line o número 8 da Revista Quaderns d' Animació i Educació Social editada pelo Prof. Doutor Mario Viché.
O presente número apresenta um conjunto de artigos que abordam temáticas diversificadas e complementares no campo da Educação Social e da Animação Sociocultural. O actual número reúne contributos de Portugal, Brasil, Moçambique, Filândia e Espanha.
A Revista Quaderns d' Animació a exemplo do número anterior, disponibiliza informação sobre alguns recursos bibliográficos, espaços de formação e documentação disponível on-line.
http://quadernsanimacio.net/
O presente número apresenta um conjunto de artigos que abordam temáticas diversificadas e complementares no campo da Educação Social e da Animação Sociocultural. O actual número reúne contributos de Portugal, Brasil, Moçambique, Filândia e Espanha.
A Revista Quaderns d' Animació a exemplo do número anterior, disponibiliza informação sobre alguns recursos bibliográficos, espaços de formação e documentação disponível on-line.
http://quadernsanimacio.net/
segunda-feira, 14 de julho de 2008
Próximos eventos de Animação
Aqui fica o registo dos próximos encontros de Animação Sociocultural agendados para o corrente ano e para 2009.
II Congresso Iberoamericano de Animação Sociocultural - “LOS AGENTES DE LA ANIMACIÓN SOCIOCULTURAL” organizado pela Rede Iberoamericana de Animação Sociocultural, de 16 a 18 de Outubro de 2008/ Salamanca e Cáceres (Espanha);
II Encontro Regional de Animação Sociocultural - "A ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL E OS GRUPOS SOCIAIS" organizado pela Delegação Regional da Madeira da APDASC, 07 de Novembro de 2008, no Museu de Electricidade - Casa da Luz (Funchal/Madeira);
4º Colóquio Internacional de Animação -
"LA CRÉATIVITÉ EN ANIMATION. ENJEUX ORGANISATIONNELS, COMMUNAUTAIRES ET CITOYENS", organizado pela Université du Québec à Montréal (Canadá), de 28 a 30 de Outubro de 2009;
I Congresso Internacional "A ANIMAÇÃO E AS ARTES NA EDUCAÇÃO", em Vigo - Galiza (Espanha), em 2009.
II Congresso Iberoamericano de Animação Sociocultural - “LOS AGENTES DE LA ANIMACIÓN SOCIOCULTURAL” organizado pela Rede Iberoamericana de Animação Sociocultural, de 16 a 18 de Outubro de 2008/ Salamanca e Cáceres (Espanha);
II Encontro Regional de Animação Sociocultural - "A ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL E OS GRUPOS SOCIAIS" organizado pela Delegação Regional da Madeira da APDASC, 07 de Novembro de 2008, no Museu de Electricidade - Casa da Luz (Funchal/Madeira);
4º Colóquio Internacional de Animação -
"LA CRÉATIVITÉ EN ANIMATION. ENJEUX ORGANISATIONNELS, COMMUNAUTAIRES ET CITOYENS", organizado pela Université du Québec à Montréal (Canadá), de 28 a 30 de Outubro de 2009;
I Congresso Internacional "A ANIMAÇÃO E AS ARTES NA EDUCAÇÃO", em Vigo - Galiza (Espanha), em 2009.
segunda-feira, 7 de julho de 2008
A Animação do desenvolvimento local
O desenvolvimento local é um processo de transformação da realidade social, económica, cultural e material das comunidades através de iniciativas de base comunitária, bem como da valorização dos recursos endógenos e humanos em ligação com as populações locais e o território. O "local" é o âmbito territorial mais adequado para o desenvolvimento da comunidade, para o desenvolvimento de projectos de Animação Sociocultural com as gentes.
Falar de desenvolvimento local é construir o futuro com as pessoas, é diagnosticar uma realidade social com a comunidade, sustentar os objectivos da acção comunitária a partir das vontades, expectativas e necessidades da comunidade local.
Desenhar o desenvolvimento local na perspectiva da Animação Sociocultural é construir um processo de Educação Permanente e de Educação de Adultos, pois, a melhor forma de envolver os grupos no seu próprio desenvolvimento é feita pela informação e consciencialização sobre a realidade com recurso à participação comunitária. É desenvolvendo competências pessoais e sociais que os actores locais valorizarão o território e os recursos comunitários endógenos, que serão certamente cidadãos activos numa democracia que desejamos que seja participada.
Os agentes do desenvolvimento - os Animadores Socioculturais - devem assumir a Formação e Educação de Adultos em meios desfavorecidos como um desafio ao desevolvimento local. Outro desafio é a economia social e solidária, agente de desenvolvimento económico e capacitadora de novas indústrias à escala microeconómica, com produção assente nos recursos endógenos e promota de emprego no território local; uma economia de solidariedade que não visa o lucro, mas a pessoa.
Associado à economia solidária está o associativismo local que é gerador de participação, de democracia e voluntariado, pois, os seus dirigentes são voluntários no desenvolvimento dos projectos de cariz associativo. As associações são o espaço propício para que aconteça acções comunitárias de Animação Sociocutural, para que as gentes se envolvam no seu próprio processo de desenvolvimento, para que conquistem a auto-estima desejada e prespectivem o futuro com um outro olhar.
Falar de desenvolvimento local é construir o futuro com as pessoas, é diagnosticar uma realidade social com a comunidade, sustentar os objectivos da acção comunitária a partir das vontades, expectativas e necessidades da comunidade local.
Desenhar o desenvolvimento local na perspectiva da Animação Sociocultural é construir um processo de Educação Permanente e de Educação de Adultos, pois, a melhor forma de envolver os grupos no seu próprio desenvolvimento é feita pela informação e consciencialização sobre a realidade com recurso à participação comunitária. É desenvolvendo competências pessoais e sociais que os actores locais valorizarão o território e os recursos comunitários endógenos, que serão certamente cidadãos activos numa democracia que desejamos que seja participada.
Os agentes do desenvolvimento - os Animadores Socioculturais - devem assumir a Formação e Educação de Adultos em meios desfavorecidos como um desafio ao desevolvimento local. Outro desafio é a economia social e solidária, agente de desenvolvimento económico e capacitadora de novas indústrias à escala microeconómica, com produção assente nos recursos endógenos e promota de emprego no território local; uma economia de solidariedade que não visa o lucro, mas a pessoa.
Associado à economia solidária está o associativismo local que é gerador de participação, de democracia e voluntariado, pois, os seus dirigentes são voluntários no desenvolvimento dos projectos de cariz associativo. As associações são o espaço propício para que aconteça acções comunitárias de Animação Sociocutural, para que as gentes se envolvam no seu próprio processo de desenvolvimento, para que conquistem a auto-estima desejada e prespectivem o futuro com um outro olhar.
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