A decadência das dinâmicas sociais das organizações, associadas ao contexto económico actual e há sua localização geográfica no mapa do país, são em alguns casos, o argumento falacioso para justificar decisões provocadas pela falha abrupta, gestão danosa e irresponsável, e falta de visão global de uma política sustentável que os líderes das instituições vão acusando ao longo do tempo, através de acções que provocam a descredibilização das organizações, dos seus projectos e dos recursos humanos por efeito de contágio.
É imperioso que se reflicta com seriedade intelectual sobre os cursos superiores de Animação leccionados no Ensino Superior em Portugal. Impõe-se uma análise criteriosa do plano de estudos, conteúdos programáticos, e metodologias de ensino/aprendizagem. Esta avaliação não é somente responsabilidade do órgãos directivos do ministério da tutela ou das universidades/escolas superiores, também é responsabilidade dos Animadores Socioculturais que a partir da sua entrada no mercado de trabalho deverão prestar o seu contributo para a avaliação do ensino.
Hoje, tal como sempre, é necessário empenho pessoal e colectivo de todos os envolvidos na formação dos Animadores, empenho que expresse a frescura do discurso académico, das práticas de ensino/aprendizagem, a procura pela excelência da formação do corpo docente, e o empenho de antigos e novos Animadores Socioculturais para que os projectos respirem criatividade e sejam o reflexo da reinvenção necessária de si mesmos. A manutenção das dinâmicas das organizações de ensino superior, especial referência, para aquelas que leccionam o curso de Animação Sociocultural, devem provocar um “choque” de criatividade e de transformação nas estratégias de captação de novos alunos.
Acredito que os Animadores Socioculturais que estão no mercado de trabalho são canais de comunicação privilegiados, enquanto, corpus expressivo da qualidade ou não, da formação em Animação. A austeridade também se fará sentir no momento de optar por esta organização de ensino ou outra, cuja nomenclatura do curso é igual, mas, o plano de estudos é muito diferente. A captação de novos alunos para as dezenas de cursos superiores de Animação será um desafio que exigirá criatividade. É chegado o momento crucial de gerar novas sinergias e de aprimorar o discurso sobre a Animação Sociocultural e o papel do Animador na comunidade. Talvez seja interessante e pedagógico que os académicos e os Animadores Socioculturais partilhem o essencial da visão transformadora e solidária da Animação para o século XXI.