domingo, 28 de novembro de 2010

Apresentação Pública da Associação Insular de Animação Sociocultural - AIASC

No próximo dia 3 de Dezembro, pelas 18h30m, o Fórum FNAC Madeira será o palco de apresentação pública de uma nova associação com sede na Região Autónoma da Madeira.

A Associação Insular de Animação Sociocultural - AIASC, nasce da vontade e das utopias de um grupo de Animadores madeirenses, cuja visão e entendimento da Animação Sociocultural extravasa os conceitos e âmbitos amplamente discutidos nos fóruns de Animação.

A AIASC tem como objectivo contribuir para o estudo, formação, desenvolvimento e divulgação de projectos de investigação no domínio da animação sociocultural.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Leitura(s) sobre o I Congresso Nacional de Animação Sociocultural

É tempo de olharmos para além dos números. Estes continuam a ter leituras antagónicas, eles são importantes para as estatísticas, mas, nada dizem do conteúdo do debate que foi revelador das fragilidades que os Animadores continuam a manifestar através da diversidade das práticas formativas e do exercício profissional. Procurei de forma aberta, livre e autónoma apresentar as reflexões e preocupações resultantes dos debates realizados na Região Autonóma da Madeira, sobre a Formação e o Estatuto dos Animadores, iniciativas que se realizaram ao abrigo do ciclo de debates sobre a Profissão e Profissionalização dos Animadores, tema do I Congresso Nacional de Animação Sociocultural realizado nos passados dias 18, 19 e 20 de Novembro, em Aveiro.

A aprovação da proposta de Estatuto dos Animadores Socioculturais foi importante, mas também é importante resalvar o facto, desta estar aberta a propostas de melhoria, responsabilidade que recai sobre uma comissão eventual designada para o efeito. Uma oportunidade para que os Animadores apresentem propostas válidas para que este sejam um projecto colectivo. Outro documento aprovado no decorrer do congresso, foi a Proposta de Código Ético e Deontológico dos Animadores Socioculturais, documento meramente orientador, sem efeitos sansionatórios para os actos que violem o código, práticas decorrentes do exercício profissional dos Animadores.

Reforço a posição dos Animadores insulares em matéria de integração das diferentes nomenclaturas profissionais na presente proposta de Estatuto dos Animadores. A proposta final tem que priveligiar os diferentes contributos, ela tem que resultar de um processo de integração socioprofissional dos Animadores. Lamentavelmente, não discutimos os conteúdos funcionais do técnico profissional e do licenciado, bem como e o respectivo perfil de competências dos Animadores. Precisamos de discutir com os Animadores e os académicos o perfil de competências e os conteúdos funcionais, talvez num próximo congresso, ... Faço votos para que seja a breve trecho, talvez em reuniões parcelares.

Há temas que simplesmente não pode ser manipulados com o intuito de encerrar dossiers que têm uma fase de maturação dilatada no tempo. Compreendo que é crucial avançar,mas para que isso aconteça é importante que estejamos conscientes das reais dificuldades que o futuro nos reserva. Sou realista e é por sê-lo, que estou convencido de que há pessoas que não entendem ou não querem admitir, ser necessário iniciar um longo e sinuoso caminho de diálogo, de negociações, de avanços e recuos com os organismos com responsabilidades legislativas em matéria laboral para que o Estatuto do Animador (Sociocultural) seja um dia uma realidade. Há que deixar todas as portas da cooperação institucional abertas e isso faz-se com o bom senso que é exigido em situação de inferioridade de poder.

Há princípios basilares de consciencialização de classe profissional que lamentavelmente continua a faltar-nos, porque nós Animadores, somos um grupo profissional fragmentado pela ausência de um desejado Estatuto Profissional, como se isso fosse a tábua de salvação e a resolução permanente dos problemas estruturais, como a ausência de um perfil de competências, o questionamento sobre as múltiplas formações, a ausência de um barómetro oferta/procura ao nível do mercado de trabalho. Estes são focos de tensão que persistem e face aos quais continuamos incapazes de discutir no colectivo. Estou convicto de que estamos a gerir o processo de forma errada e isso será prejudicial para levar por diante um projecto que continuará a contar com futuras propostas e divergências latentes entre os Animadores.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Que modelo de intervenção na cultura?

O papel que os organismos públicos, nomeadamente, as autarquias assumem na intervenção na cultura, é um campo heterógeneo e causador de "amores e desamores" por parte dos agentes culturais. Entendo que a intervenção do sector público no domínio da acção cultural não pode ser mediada pelo gosto e interesses de agentes que entendem que a actividade cultural deve ser mediada pelos protagonismos efémeros, cuja sustentabilidade assenta essencialmente, no financiamento público.

É preciso planificar uma política cultural assente nos recursos socioculturais das comunidades locais; prespectivar a intervenção pública a partir de um projecto cultural transversal aos diferentes domínios da acção municipal (cultura, educação, juventude, ...), previlegiando todos os grupos sociais e envolvendo de forma efectiva e activa os protagonistas da cultura.

A sustentabilidade da actividade cultural digna desse nome, não pode assentar apenas na realização de festivais que algumas pessoas entendem ser um nicho de sustentabilidade cultural e, consequentemente, capaz de projectar o território além fronteiras. Concordo que a efectividade das práticas culturais também se concretizam com a promoção de festivais, eventos que tenham valor cultural acrescido para a promoção das dinâmicas locais; que a eles estejam associados outros projectos promotores das culturas locais, que contribuam para a afirmação de uma identidade comunitária e que sejam instrumentos de democratização cultural.

Continuamos a pensar em mega eventos que nos projectem no mundo exterior. Talvez no plano imediato consigamos esse feito, e a longo prazo? Que mais valias esses projectos contribuem para o tecido sociocultural local/regional? Continuo a defender que a sustentabilidade da intervenção na cultura passa pela envolvimento democrático e participativo da comunidade nos próprios processos de desenvolvimento cultural, partilhando com ela aprendizagens comuns, procurando dinamizar nichos de participação efectiva e de reflexão comum sobre as problemáticas inerentes à construção de uma política cultural que precisa de manter independência das dinâmicas culturais e artísticas de outros territórios, que infelizmente, é como um "vírus" que se vai propagando e de uma opinião pública que quer ganhar notariedade pela "megalomania" dos festivais e eventos artísticos periódicos, com artistas de renome internacional.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Programa de Rádio - "Cidadania Cultural"

"Cidadania Cultural" é o nome de um novo programa radiofónico emitido pela Rádio Zarco, todas as segundas-feiras, entre as 18h e as 20h, na frequência 89.6 FM para o Concelho de Machico. A responsabilidade editorial do programa é um novo desafio que foi-me lançado pela direcção da rádio.

Porquê "Cidadania Cultural"? Porque é nossa intenção que os diferentes agentes culturais colectivos e individuais do concelho, os organismos públicos e entidades privadas com responsabilidades e acção directa nas políticas socioculturais sejam os protagonistas do programa. Eles são convidados a assumir um papel activo num espaço de diálogo informal, onde possam dar a conhecer os seus projectos, discutir ideias e reflectir sobre a(s) cultura(s) como matriz identitária da comunidade machiquense.