segunda-feira, 20 de agosto de 2007

A formação do Animador Sociocultural - Entre a excelência e a precaridade

O post Quanto vale uma licenciatura portuguesa em Animação Sociocultural no mercado de trabalho europeu? da autoria do colega José Vieira, deixou-me preocupado com o futuro dos Animadores e motiva a formulação/críticas acerca de algumas questões relativas à formação em Animação Sociocultural leccionada pelas ESEs em Portugal.

A partir do ano lectivo 2007/2008 as licenciaturas em Animação estão adaptadas a Bolonha, pelo menos a maioria destas (não quer dizer que esta realidade não tivesse fundamento prático no ano lectivo anterior). Parabéns, Portugal! Acabamos de uniformizar os cursos superiores de Animação às múltiplas centenas de cursos dos restantes países da União Europeia. E agora? Qual o caminho a seguir?

O caso da nossa colega que tenta arranjar emprego na área de intervenção da Animação Sociocultural em França, situação exposta no post acima referenciado é, na minha modesta opinião a ponta do icebergue. Senão vejamos:

- Tivemos a oportunidade de unificar a nomenclatura das licenciaturas em Animação, a uma só: Licenciatura em Animação ..., mas o que acontece, é que continuamos a deparar-nos com uma série de nomenclaturas para a mesma realidade formal - a Animação Sociocultural;

- Reduziu-se as licenciaturas (1º Ciclo de Bolonha) na sua maioria de quatro para três anos lectivos. Parabéns! Um trabalho extraordinário. Não acredito que os futuros Animadores saem mais bem preparados e com uma maior bagagem teórico-prática;

- Uma coisa de bom: Os mestrados (2º Ciclo) no domínio da Animação que finalmente parecem ser uma realidade em Portugal. Mas, relativamente aos mestrados parece-me ser despropositado se conceber a hipótese de opção - estágio ou dissertação. Parte-se do princípio de que o aluno de mestrado já realizou um estágio curricular integrado no 1º Ciclo. O que seria de esperar é que lhe fosse exigido uma dissertação sobre um tema no domínio de especialização do 2º Ciclo. Para mim, o mestrado exige investigação exaustiva, análise de conteúdos e opinião crítica sobre a realidade em estudo e formulação de hipóteses.

A propósito sugiro a leitura do documento "Implementação do Processo de Bolonha a nível nacional. Grupos por Área de Conhecimento - Psicologia e Ciências da Educação" (Dezembro 2004).

Aqui fica algumas preocupações que o Processo de Bolonha têm suscitado no meu espírito inquieto de Animador Sociocultural e sobre as quais, tive oportunidade de deambular em diversos escritos de forma mais profunda e reflexiva.

Sem comentários: