A acção cultural no quadro da intervenção autárquica, não pode nem deve cingir-se à promoção de uma cultura despida dos valores socioculturais e de uma pedagogia participativa e envolvente da comunidade na actividade do município. A acção cultural deve ser, estrategicamente, sustentada numa verdadeira e coerente análise das realidades locais; uma acção reflectida e planificada à luz de um programa de desenvolvimento cultural que reflicta, claramente, o que se pretende para o município a longo prazo, em matéria de cultura.
Recuso a ideia da promoção cultural assente na cultura do espectáculo, a cultura elitista e de gosto pessoal. Uma ideia defendida por pessoas, a quem não reconheço competências científicas, técnicas e pedagógicas no trabalho cultural. A crítica demagógica, despromovida de conteúdo sério e susceptível de discussão, não merece qualquer comentário, nem será tida em consideração.
Entendo que o Animador Sociocultural no exercício de funções no sector cultural de uma autarquia, deve pautar a sua intervenção no fundamento dos verdadeiros valores da democracia, da promoção e da descentralização culturais. Estes são vectores de acção merecedores de discussão e de um trabalho sério e supra partidário. O Animador Sociocultural tem o dever profissional e ético de trabalhar para e com a comunidade, num trabalho vigoroso e planificado com os agentes socioeducativos e culturais que actuam no município. Eles são actores da cultura no território local.
A actividade sociocultural no âmbito municipal merece um maior investimento financeiro e de recursos humanos especializados. Um investimento que se traduzirá numa actividade mais dinâmica e rica de conteúdo, mais criativa e mais participada por todos, mas que continuará a ser empreendida com o mesmo empenho, dedicação e vontade de transformar a realidade com a participação activa dos cidadãos. É urgente utopiar a cidadania cultural..., só assim, os Animadores serão capazes de construir um projecto sociocultural democrático de futuro.
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