A realidade económica, social, política, cultural e
educativa carece de políticas congregadoras de ideias responsáveis que reúnam um
consenso político alargado; necessita de políticas que premeiem ações
sustentadas de combate ao défice cultural e educativo da população, exige uma
luta sem tréguas no combate cívico a um clima de paz social agreste, que acredito,
não estar longe de transformar-se num quadro de rutura social. Enfim, nada vai bem
no nosso país.
Portugal atravessa um período negro da história contemporânea. Nós culpabilizamos o Governo, e esquecemo-nos de procurar oportunidades efetivas para a mudança social a partir do âmago da crise, sim,
porque acredito que a crise também poderá ser uma fonte de oportunidades para o
fortalecimento da democracia, para a consolidação de uma massa crítica que
deverá ser mais interventiva, que estude e apresente propostas para a consolidação de um
processo de desenvolvimento comunitário integral.
A vivência da democracia
pressupõe uma participação ativa nos processos de conhecimento sociocultural sobre
as realidades local e regional. O conhecimento e a compreensão das dinâmicas
sociais do território regional é um fator que contribui para a emancipação do
pensamento crítico dos cidadãos, para um olhar acutilante e o assumir uma posição de debate democrático sobre as decisões governativas que
afetam a vida de cada pessoa. Este é o momento para a reação, face à
institucionalização de diretrizes que ferem a democracia e roubam a cidadania.
A animação sociocultural deve fomentar a participação dos indivíduos
nos processos de intervenção e gerar espaços de diálogo social, de
questionamento sobre o mundo e o percurso da vida coletiva.
Quo Vadis? É a questão do momento. As respostas
são um enigma que o exercício da participação consciente e responsável na
pluralidade da vida em comunidade e mesclada nos âmbitos da animação sociocultural (social, cultural e educativo), poderão abrir caminhos alternativos para um
processo de harmonização social. O processo de intervenção social e política desde a animação
sociocultural exige envolvência e participação consciente das populações,
mas também, requere uma dinâmica pedagógica para o exercício da cidadania ativa
pelo bem comum, em detrimento do cooperativismo e do individualismo das
sociedades do século XXI.
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