domingo, 10 de janeiro de 2010

A militância como base estrutural

As experiências das minhas militâncias em alguns projectos associativos, em especial e com maior significado, em projectos que são de afirmação de uma identidade socioprofissional e de conjugação de esforços pela dignificação da profissão do Animador Sociocultural, Educativo, Social, Turístico, entre muitas outras denominações de uma prática comum, a Animação, tem contribuido para o somatório de uma certeza, entre muitas: há ausência de uma militância genuína e empenhada que contribua para a consolidação de posições colectivas em favor de um projecto que seja capaz de ser fortalecido a longo prazo.

É com nostalgia que recordo uma geração de Animadores que pelos contributos que legaram às novas gerações, são para mim, um sinal evidente de que acreditavam na militância a favor de uma causa maior, deixando a sua marca na história da Animação Sociocultural em Portugal. Sinto que falta a muitos dos Animadores de hoje esse espírito de voluntariado e de acreditar em valores que extravasam o limite da sua acção individual, mas que faz sentido quando ela se une à acção colectiva. Defendo uma militância pela e com a Animação Sociocultural, pela afirmação dos seus actores. Só seremos capazes de navegar até bom porto se a nossa militância fizer sentido com o colectivo, se formos capazes de mobilizar as diferentes vontades e opiniões para um projecto de defesa dos legítimos interesses da classe profissional dos Animadores Socioculturais.

Continuo a defender que a prática da Animação Sociocultural deve ser excercida pelos Animadores com formação académica específica, não excluindo de um possível documento orientador da profissionalização dos Animadores, aqueles que pela sua experiência e séria militância em defesa de temas centrais associadas à profissão e ao Estatuto merecem ser ouvidos.

Os tempos que vivemos não são muito diferentes de uma década atrás, pelo contrário, eles são da mais profunda e necessária militância. Precisamos de continuar a acreditar em utopias que um dia, tenho a certeza, serão realidade para desgosto de vontades contrárias que insistem em alimentar o pessimismo e a derrota por antecipação.

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