O conceito «tempo» é a palavra-chave que deverá estar sempre
presente no léxico dos animadores. O lembrete diário que recorda-nos, obrigatoriamente,
que não podemos falhar deviam ser automáticos na emissão de alertas para a
nossa falta de tempo, esse bem precioso para muitos, mas desprezado por tantos
outros.
Nós, animadores precisamos de somar tempo ao tempo.
Precisamos de tempo para escutar os outros, estar com eles,
acompanhá-los no percurso inicial de um projeto profissional, associativo, ou
apenas, para ouvi-los falar sobre os seus sonhos, desafios, medos e
resistências perante a vida, face ao mercado de trabalho que «peneira» os
fortes e escraviza os mais indefesos.
Por estes dias foi confrontado com a falta de tempo. Este
foi o momento ideal para perceber que precisamos de parar e escutar o mundo em
nosso redor. Na verdade, não avançamos, não somos melhores agentes de mudança,
se não houver em cada um de nós, o sentimento de pertença a uma comunidade.
Mas, é ainda mais verdade, que não somos animadores no sentido pleno da palavra
se não formos humildes o suficiente, e pararmos para escutar os outros, sermos
capazes de oferecer-lhes algum do nosso tempo.
Ser animador é ser capaz de somar tempo ao tempo; dispor de
tempo para estar com o grupo e a comunidade, ser altruísta para compreender os
problemas comuns ao grupo, para ser capaz de dar o corpo ao manifesto por uma
pessoa.
É tempo de sermos humanos e de enfrentar os desafios ao lado
dos outros, porque a mudança só é possível com o coletivo.
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