É consensual que a animação contribui para a definição e
concretização de políticas de juventude em áreas como a aprendizagem ao longo
da vida, a inclusão social e a criação de emprego através da capacitação social
e empreendedora dos jovens. Estas valias deverão ser ratificadas formalmente
pelos governos locais, regionais e nacionais, através do reconhecimento formal
e da validação das competências adquiridas pelos processos de educação não formal.
A Resolução do Conselho e dos Representantes dos
Estados-Membros reforçam a necessária complementaridade de implicar em matéria
de animação juvenil os decisores políticos, os dirigentes e animadores juvenis,
investigadores e outros atores sociais associados de alguma forma à juventude.
Esta pretensão das organizações europeias poderá materializar-se através dos
Conselhos Municipais de Juventude enquanto órgãos consultivos dos decisores
políticos e plataformas de democracia representativa e participativa.
Os conselhos municipais são ferramentas privilegiadas para o
exercício da cidadania ativa, teoricamente, é a partir do diálogo estruturado
que emergirá contributos válidos sustentados na realidade concreta vivida pela
juventude, ser a voz irreverente que denúncia as necessidades e alerta para os
desafios que os jovens enfrentam como grupo social, desafios como a exclusão
social e o desemprego jovem. O Conselho Municipal de Juventude é um ator social
personificado pelo coletivo, a quem é-lhe incumbida a responsabilidade, quando
não instrumentalizado partidariamente, de contribuir para a definição de
políticas locais de animação juvenil.
É recomendado aos Estados-Membros que promovam estratégias
de apoio e remoção dos obstáculos à animação juvenil. Os apoios poderão ser financeiros,
de recursos ou infra estruturas. Outras formas de apoio poderão passar pelo
envolvimento das organizações governamentais e não governamentais locais e
regionais na assunção de um papel mais ativo no desenvolvimento, no apoio e na
implementação da animação juvenil. Os Estados-Membros também poderão contribuir
no apoio e desenvolvimento da animação juvenil na implementação do quadro
renovado, extensível na concretização dos objetivos dos diversos campos de
intervenção.
O Conselho e os Representantes dos Estados-Membros convidam a
Comissão a desenvolver estudos para mapear a diversidade, a abrangência e o
impacto que a animação juvenil assume na União Europeia. Outro desafio está
associado ao desenvolvimento de capacidades e competências dos animadores e
dirigentes juvenis, bem como, o reconhecimento da aprendizagem não formal via
animação juvenil proporcionando experiências de aprendizagem com a mobilidade
aos animadores e dirigentes. Desenvolver instrumentos que atestem as
competências dos animadores e dirigentes juvenis que ajudem a reconhecer e a
avaliar a qualidade da animação juvenil na Europa.
Estas recomendações devem
ter acolhimento por parte dos decisores políticos que em parceria com as organizações
da sociedade civil apoiem o desenvolvimento de estratégias para a
sustentabilidade de dinâmicas locais de animação juvenil. Os paradigmas de desenvolvimento social e de bem-estar comunitário podem ser trabalhados na perspetiva da animação. O protagonismo tem de estar do lado dos jovens cidadãos, são eles que no exercício da sua cidadania e na rebeldia das suas ideias que contribuirão para uma política de juventude responsável e de inclusão social.
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