A alguns anos a esta parte, têm-se fomentado os espaços de reflexão e debate
coletivo sobre a animação sociocultural, mas também, surgiram projetos
editoriais importantes que têm fomentado a participação ativa de vários agentes
socioculturais na produção teórica e na reflexão das práticas de intervenção
educativa e sociocultural que materializam-se no concreto da cidadania ativa.
É verdade que muitos de nós continuam agregados a uma preocupação comum a
muitos animadores socioculturais, não menos verdade, são as condições
socioprofissionais dos agentes da animação que têm-se revelado uma preocupação
real de alguns «militantes» da animação sociocultural. Um grupo ao qual
pertenço orgulhosamente. Estou em crer ser necessário «exorcizar» um projeto
que tem sido refundado por diferentes estruturas associativas de animadores
para que possamos avançar para questões concretas e reais no campo
epistemológico da animação sociocultural no século XXI.
Há algumas estruturas associativas de animação com um trabalho sustentado
nas dinâmicas comunitárias, um trabalho revelador da vitalidade e diversidade
na ação e na compreensão do conceito epistemológico de animação sociocultural.
Os congressos, encontros, colóquios e outras adjetivações é um contributo para
a formação e para a construção de um discurso social sobre a profissão e as
práticas de intervenção educativa e sociocultural. A Associação Portuguesa para
o Desenvolvimento da Animação Sócio-Cultural – Delegação Regional da Madeira publica
anualmente a Revista Práticas de Animação, um projeto editorial que reúne um
conjunto diversificado de trabalhos centrados no papel da animação
sociocultural. Outros projetos editoriais têm sido dados à estampa, o que
revela o dinamismo e a criatividade dos animadores portugueses em tempo de
austeridade.
As políticas públicas executadas ao longo de décadas no nosso país exige uma
séria e metódica revisão de prioridades. Vivemos um período de grandes e
específicas mutações sociais, económicas e políticas. É oportuno e urgente encetar
um debate aberto e franco, ouvindo os atores sociais e compreender que
políticas de intervenção poderão ser desenhadas à luz da animação
sociocultural, perspetivando uma participação ativa e comprometida dos animadores
num processo transformador da realidade social, cultural e política do país.
Este é um desafio para os Animadores que acreditam na esperança.
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