segunda-feira, 22 de março de 2010

Notas sobre o debate "O Estatuto do Animador Sociocultural"

A continuidade territorial também se afirma no debate de temas e questões que num passado recente seria mais difícil de acontecer em território insular. No cumprimento da agenda do debate nacional descentralizado por algumas regiões do país, a Delegação Regional da Madeira da APDASC, organizou no passado dia 20 de Março, no Fórum FNAC Madeira, o primeiro de três debates. Neste primeiro debate foi abordado "O Estatuto do Animador Sociocultural".

O Prof. Doutor Avelino Bento foi o convidado numa iniciativa que reuniu um grupo significativo de pessoas, num espaço informal e aberto ao público em geral, porque acreditamos que este tipo de discussão tem que se realizar em espaços informais, onde a proximidade entre todos os presentes sejam um factor mobilizador de uma participação crescente e de igualdade de oportunidades.

Mais importante, foi a discussão dinamizada pelo Prof. Avelino Bento sobre o Estatuto do Animador Sociocultural que reuniu Animadores Socioculturais, estudantes dos cursos de Animação Sociocultural, formadores do ensino técnico-profissional e professores universitários. Curiosamente, durante o debate algumas pessoas curiosas ficaram a assistir ao debate, e até questionaram sobre a matéria em discussão. Talvez seja um sinal de que a sociedade civil começa a despertar para as práticas da Animação Sociocultural, e reconheçam a necessidade da figura do Animador Sociocultural na sociedade actual.

As competências e perfil do Animador Sociocultural são matérias que precisam de ser discutidas no seio das organizações de ensino, no processo de aprendizagem formal e informal dos Animadores Socioculturais, sem descurar, o papel relevante que as associações de Animadores Socioculturais têm a dar para a definição do perfil.

"O que é ser Animador Sociocultural hoje?". Esta foi uma das questões que serviu para abrir o debate, para ouvir os Animadores Socioculturais insulares, oscultar as dificuldades com que se defrontam no exercício das suas práticas. Uma questão que exige uma profunda discussão entre os nossos pares, e cuja resposta deverá orientar os Animadores na definição do seu estatuto socioprofissional.

Defendemos que ao Estatuto do Animador deverá estar subjacente uma linha de integração dos diferentes técnicos superiores formados em Animação: Animadores Socioculturais, Socioeducativos, Culturais, Turísticos, Animadores Socioculturais de Bibliotecas Escolares, entre outros, no sentido de responder à panóplia de nomenclaturas das licenciaturas e pós-graduações em Animação que actualmente estão vigentes no Ensino Superior, procurando que estas figuras profissionais se mantenham, fruto de uma identidade que apesar de ter um corpus teórico-prático comum, é necessário preservar a sua singularidade.

O futuro estatuto deverá definir o perfil profissional do Animador Sociocultural (técnico-profissional e técnico superior) e respectivas competências. Defendemos um estatuto que contemple a unidade de dois grandes grupos: o grupo técnico-profissional e o grupo técnico superior. Esta é uma discriminação positiva, de integração e que respeita a singularidade das diferentes figuras profissionais da Animação Sociocultural que na actualidade continuam a evidenciar a sua presença no mercado de trabalho.

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