As minhas vivências quotidianas estão intimamente ligadas a um contínuo processo de socialização cada vez mais experienciado nas práticas profissionais que pessoalmente, defendo que devem ser progressivas em domínios de intervenção diversificados, mas, complementares entre si. É na experimentação das ideias, no confronto do debate que é possível descobrir novos âmbitos de investigação/intervenção e descontruir discursos que carecem de modernidade conceptual. Este objectivo que deve ser central à acção dos agentes da sociocultura exige o que as minhas suspeitas têm vindo a confirmar: ausência de uma massa crítica capaz de exercitar a cidadania com vigor de carácter, criatividade de pensamento e de acção face às realidades socioculturais da sociedade em que vivemos.
Infelizmente, muitos de nós vive para o imediato, centrado no seu mundo, vivendo como ilhas, sem a determinação necessária de contribuir para a desconstrução de paradigmas que precisam de renovação experiencial e de vivência comunitária em favor do bem comum. Uma atitude que passa pela fermentação de massa crítica capaz de trazer inovação e renovação aos grupos de pertença, especialmente, aos grupos socioprofissionais.
É urgente que se transforme a passividade fomentada na descrença dos valores, do humanismo, do espírito implusionador de acções fortalecedoras da sociedade civil em mecanismos capazes de gerar dinâmicas sociais e culturais comunitárias empreendedoras de uma nova política de convivência colectiva. Cada um de nós tem a obrigação de contribuir positivamente para o bem-estar colectivo, para os processos criativos de Animação Comunitária; até de reinventar a cidadania activa no grupo de pertença. É esta ideia de cidadania que precisa de massa crítica que incomode os interesses de alguns e contribua de forma civilizada para a afirmação identitária de muitos.
Entendo que os Animadores têm a obrigação ética de implusionar a formação de massa crítica através da concretização de programas e projectos de Animação Sociocultural. Não aceito que a passividade e a resignação perante as contradições da vida sejam palavras de ordem, pelo contrário... Para mim, a utopia continua a ser palavra de ordem.
1 comentário:
"Faz o que eu digo e não o que eu faço"
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