O turismo como dinâmica de interações sociais e culturais
entre a comunidade turística e a comunidade anfitriã potencia um conjunto de
valores capitais para o desenvolvimento local. O turismo deverá ser
percecionado como o paradigma do desenvolvimento integrado e participado pelos
atores locais e pelos turistas.
O estímulo da reciprocidade entre o turismo e a animação
deverá acontecer numa relação mutualista, ou seja, a animação turística é a
força motriz da memória e da identidade dos lugares, das gentes e da sua
cultura. Não há turismo sem cultura, ela é a memória coletiva, o núcleo duro
onde deverá assentar o desenvolvimento do produto turístico.
A animação é a
alavanca das dinâmicas socioculturais e turísticas, o ponto de partida para um
processo gerador do envolvimento ativo do turista com a população anfitriã,
numa relação de proximidade e integração social, de descoberta dos valores
civilizacionais, culturais e ambientais.
O turismo tem que ser perspetivado como prática cultural de integração
social. É necessário fazer a pedagogia da comunicação semiótica, desenvolver projetos
de desenvolvimento turístico que envolvam os agentes de desenvolvimento local,
que valorizem os ativos culturais e potenciem o saber-fazer coletivo, enquanto
geradores da «economia imaterial» tripartida na cultura, na criatividade e no
conhecimento.
O paradigma do desenvolvimento tem que assentar na
participação ativa da comunidade, na valorização dos recursos endógenos do
território. É preciso (re)criar símbolos culturais comunitários, contribuir
para a afirmação da identidade dos lugares e da cultura.
A participação no processo de desenvolvimento turístico faz
sentido, quando pensado desde a perspetiva da animação como pedagogia
participativa, ou seja, na construção de um plano de educação para o turismo numa
lógica de educação não formal, uma dinâmica que envolva os agentes turísticos, os
atores da cultura e da educação na gestão e otimização dos recursos humanos e
dos ativos culturais.
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