segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Que lugar para os Animadores Socioculturais insulares?

O movimento associativo continua a ser um espaço de cidadania activa, de democracia do pensamento e da acção colectiva, fundamentados num projecto comum, partilhado por grupos de pessoas agrupadas, mediante uma identidade sociocultural ou profissional.

Os Animadores Socioculturais insulares, nomeadamente, os madeirenses, não são alheios a esta realidade social. Eles têm assumido uma postura activa no movimento associativo, criando verdadeiros espaços de cidadania, de democracia no debate e na reflexão, mas mais importante que tudo isso, é o trabalho efectivo, consciente e provocador de outras acções que entendem ser profícuas para os Animadores que desenvolvem a sua actividade profissional no território insular, sem descurar a solidariedade com os demais colegas do território nacional.

Vejo e vivo a insularidade como um desafio permanente para a afirmação da diversidade do pensamento social e entendimento da Animação Sociocultural e do exercício da profissão. É lamentável que se conviva com acções que privilegiam a exclusão dos Animadores Socioculturais insulares do panorama nacional da Animação Sociocultural. Uma realidade assistida pelo silenciamento colectivo, situação face à qual, muitas vezes, não há a firmeza necessária para lhe resistir.

Acredito que há condições favoráveis para um novo projecto associativo no espaço geográfico insular. Um projecto que não seja mais um contributo para o somatório do registo de associações, antes, uma estrutura parceira no desenvolvimento de projectos consubstanciados na realidade regional/nacional; um préstimo para o desenvolvimento de acções estruturantes para o desenvolvimento de uma realidade, que algumas pessoas teimam em não reconhecer na Região Autonóma da Madeira.

2 comentários:

Anónimo disse...

Bom dia Albino,

Como presidente da APDASC e defensor dos/as Animadores/as portugueses (independentemente da região onde residam ou trabalham), acho que os/as Animadores/as Socioculturais insulares devem ter igualdade de oportunidades e de afirmação relativamente aos/às Animadores/as Socioculturais de outras regiões.

A Direcção Nacional da APDASC sempre se preocupou em manter esta paridade e exemplo disso é o nosso desdobramento em delegações regionais; o nosso website, fórum e revista globais; o nosso ERASC, PEAS e Encontro Nacional, Concurso de Blogs, e todas as iniciativas desenvolvidas a nível local e regional que se cruzam no objectivo comum de promover bons projectos de animação sociocultural em Portugal e os/as profissionais da Animação Sociocultural. Também quando negociamos/reivindicamos com sindicatos ou confederações falamos sempre a uma só voz.

Preocupa-me a situação alertada por ti de que existem "acções que privilegiam a exclusão dos/as Animadores/as Socioculturais insulares do panorama nacional da Animação Sociocultural", pelo que será necessário concretizares quais as acções que se preocupam em excluir os/as Animadores/as Socioculturais insulares, para que a APDASC possa agir de imediato e manifestar-se perante esse cenário. Uma situação dessas a ser verdade não pode passar ao lado.

Um abraço.

Carlos Costa

Albino Viveiros disse...

Estimado Carlos,

A reflexão expressa pela escrita neste blog, tem-se pautado sempre por uma visão crítica e pessoal, coisa que continuarei a fazer, assente em factos e acontecimentos vividos no quotidiano, transversais à Animação Sociocultural e aos Animadores, entre outras matérias, que entendo, serem de interesse para a reflexão desde a perspectiva da Animação. Tenho pautado a minha visão sobre tais matérias por uma atitude de responsabilidade cidadã, de verdade e de uma leitura séria da realidade.

Atendendo ao facto de abordares o papel interventivo da APDASC, aproveito o ensejo para expressar o papel da Delegação Regional da Madeira da APDASC, nomeadamente, de um grupo de Animadores insulares, seus associados, no desenvolvimento de um trabalho de intervenção associativa no território regional, com alcance nacional.

Neste quadro de realização, destaco a Revista "Práticas de Animação" e o Encontro Regional de Animação Sociocultural (ERASC), projectos idealizados e concretizados pela Delegação Regional da Madeira.

A democratização da reflexão e do debate é de salutar nos tempos que se vivem. A discussão das ideias, a pluralidade das acções, muitas delas, complementares a outras que se desenvolvem ou venham a ser concretizadas, são um contributo positivo e fundamental para a actividade associativa.

O aparecimento de novas estruturas associativas, quando fundamentadas numa realidade concreta, são um contributo para o movimento associativo democrático. Não devemos encarar esta hipótese como um projecto sem fundamento, mas antes, como uma oportunidade de desenvolver um trabalho mais intenso, colaborativo e valorizador da diversidade de pensamento.

Um abraço,

Albino Viveiros