É com reserva que abordo a empregabilidade dos Animadores Socioculturais, melhor, a sua não empregabilidade na área de formação. Na verdade, vivemos um período conturbado paras as economias mundiais, e a nossa não é excepção, antes pelo contrário, está entre as mais frágeis. Um cenário pouco animador, mesmo para os mais optimistas. A realidade social e económica que Portugal está a viver, é geradora de um mal-estar colectivo de consequências difusas.
Tenho acompanhado com preocupação a situação profissional de alguns jovens Animadores licenciados, que felizmente, continuam a acreditar que haverá uma oportunidade de empregabilidade, na esperança de poderem pôr em prática no terreno com as comunidades locais, as metodologias de projecto, as dinâmicas de grupo e demais processos de intervenção numa perspectiva de Animação Sociocultural.
O programa de estágios profissionais, agora com a duração de 12 meses, financiado na integra pelo Instituto de Emprego ou em parte, de acordo com a designação social das entidades candidatas, é um instrumento valioso e necessário para a integração profissional de centenas de jovens Animadores no mundo laboral. É o início da concretização do sonho... E no fim do estágio?
As instituições que acolhem os Animadores Socioculturais ao abrigo daquele programa de apoio ao 1º emprego, não se podem alienar do exercício de uma política de responsabilidade social clara e precisa, para com os candidatos ao estágio profissional. Quero com isto dizer, que importa exercer pelos devidos meios, um canal de cooperação com outros parceiros sociais no sentido de assegurar a continuidade do Animador Sociocultural na instituição, mantendo sempre um diálogo verdadeiro com o estagiário, para não continuarmos a assistir ao descartar sistemático dos Animadores Socioculturais, no fim do período de estágio.
Os Animadores são percepcionados como uma mais valia para o trabalho social, cultural e/ou educativo que a entidade desenvolve com a comunidade. Eles possuem a "bagagem" teórico-prática necessária para o desenho e desenvolvimento de projectos de intervenção sustentados na leitura da realidade social. Um recurso humano necessário no campo da intervenção sociocultural. Casos há, em que os Animadores assumem funções em regime de voluntariado, pois, o orçamento não contempla o profissional licenciado em Animação Sociocultural.
Esta é uma realidade que exige uma discussão pública, com o assumir de responsabilidades sociais e políticas na defesa dos interesses socioprofissionais dos Animadores Socioculturais (técnico-profissionais e licenciados), mas, com um trabalho mais incisivo, pedagógico e cooperante, no que respeita à classe dos licenciados, pois, estes continuam a ser os mais sacrificados pelas políticas de empregabilidade das instituições.
1 comentário:
bom dia albino,
já deixei um post sobre a empregabilidade em animação sociocultural no meu blog em http://flamadevida.wordpress.com/.
um abraço.
carlos costa
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