As universidades seniores não são apenas academias do saber,
antes um projeto coletivo de grande alcance social e de intervenção para e com
a população sénior, espaços privilegiados para a animação sociocultural. Na verdade, as questões da terceira idade continuam na agenda
das políticas públicas e são uma das áreas de intervenção dos atores sociais e
culturais (animadores socioculturais, assistentes sociais e educadores sociais,
sociólogos, entre outros profissionais).
Há muito que para os animadores socioculturais (pelo menos
para muitos deles) as universidades seniores são instituições de grande alcance
e de intervenção socioeducativa, social e cultural, espaços de sociabilidade,
de participação social e de inclusão dos seniores. A Resolução do Conselho de Ministros
n.º76/2016, de 29 de novembro, materializa o reconhecimento político das
academias seniores. Segundo a resolução o Conselho de Ministros reconhece «[…]
a importância das academias designadas “universidades seniores” como respostas
socioeducativas que visam criar dinamizar regularmente actividades nas áreas
sociais, culturais, do conhecimento, do saber e de convívio, a partir dos 50
anos de idade, prosseguidas por entidades públicas ou privadas , com ou sem
fins lucrativos».
Um olhar metodológico sobre a vida comunitária em concreto
nas sociedades urbanas, facilmente se depreende que os grupos sociais mais vulneráveis
estão isolados do ponto de vista individual e coletivo. As universidades
seniores são uma resposta institucional e social de grande valor para a
dignificação e inclusão dos seniores. Estas instituições desempenham um papel estratégico
na valorização da cidadania das pessoas mais velhas, no acompanhamento e exercício
do envelhecimento ativo. As academias de terceira idade são «escolas» de
aprendizagens mútuas, de partilha de saberes, espaços de educação não formal,
lugares de aprendizagens ao longo da vida e de inclusão sociocultural.
No plano municipal, as políticas para a terceira idade deverão
ser desiderato permanente dos programas políticos sufragados e implementados
pelos diferentes executivos. As academias seniores em muitos municípios e
freguesias são a única resposta social municipal para um grupo vulnerável.
Falta uma política municipal para a terceira idade… Falta incluir as
problemáticas sociais da terceira idade na agenda política municipal.
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