A dinâmica vigorante da Animação Sociocultural em Portugal tem sido mensurável a vários níveis: a proliferação dos cursos de Animação, no ensino secundário e superior; o associativismo militante dos Animadores Socioculturais profusamente ligado à problemática passada e presente, mas, necessária e urgente o reconhecimento do Estatuto, Carreira e Código Deontológico do Animador; e talvez de forma mais difusa no espaço, a organização de iniciativas coloquiais que têm permitido, menos do que o desejável, porque há uma maior ausência dos Animadores Socioculturais nos encontros de Animação, espaços que deveram ser de partilha e reflexão sobre o conceito polissémico da Animação e as suas práticas de intervenção, cada vez mais comprometidas com a comunidade e com as realidades locais.
Os Nodos da RIA que recentemente foram criados em Portugal são um contributo importante para essa dinâmica vigorante da Animação e dos Animadores. Em Maio de 2010, no decurso do VII Colóquio “Caminhos da Animação” organizado pela então Comissão Técnico-Científica e Pedagógica do Curso de Animação Sociocultural da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Beja e respectivos alunos do curso, foi apresentado oficialmente o Nodo RIA Portugal pelo Prof. Doutor Víctor Ventosa, Presidente da Junta Directiva da Rede Iberoamericana de Animação Sociocultural (RIA).
A fundação desta célula associativa esteve a cargo de académicos, investigadores sociais e Animadores Socioculturais, entre os quais figura a minha pessoa. A título informativo, referir que a liderança do Nodo RIA Portugal está a cargo da Prof. Doutora Ana Piedade, com sede no Instituto Politécnico de Beja.
A constituição dos núcleos regionais da Rede Iberoamericana de Animação é louvável e sinónimo da dinâmica e vigor colectivo que a Animação Sociocultural e os Animadores vêm protagonizando no panorama nacional. Esta demanda em prol da afirmação da Animação marcada pela constituição de Nodos RIA deverá estar intrinsecamente associada a uma instituição que leccione o curso superior de Animação Sociocultural. Qual o sentido prático de proliferação de núcleos regionais da RIA? Divulgar a Rede, os seus objectivos e actividades? Não deverá também ser uma célula promotora de investigação e aprofundamento das práticas de Animação Sociocultural nos territórios regionais e nacional? Defendo uma ligação directa e pedagógica entre as dinâmicas académicas de formação dos Animadores e da experimentação que esses jovens começam a desenvolver ainda durante a sua formação.
É importante e legalmente necessário que seja constituída uma associação – Associação RIA Portugal, a qual, nos seus órgãos sociais estejam representados os vários Nodos RIA criados em Portugal, com o intuito de ganhar poder de reivindicação e de representatividade junto dos diferentes parceiros sociais, mas também, ser um fórum de discussão de matérias comuns entre os núcleos e de fortalecimento do papel do Animador Sociocultural na sociedade do século XXI.
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