É com humildade e responsabilidade acrescida que acolho o elogio do amigo, Prof. Avelino Bento, postado em «OS ENCONTROS DE ASC E A ARROGÂNCIA INTELECTUAL», no blogue Exdra/Animação.
A matéria produzida no meu blogue, resulta do pensamento reflexivo sobre as práticas de Animação Sociocultural que se estão a efectivar no território, em diferentes escalas geográficas. São reflexões através das quais, procuro criar auto-conhecimento e partilhá-lo. Esta pretensão não tem subjacente qualquer tipo de ensinamento ou pretensioso protagonismo, pelo contrário, visa sistematizar e partilhar experiências, preocupações e interrogações quotidianas associadas às minhas práticas de Animador Sociocultural, irrigadas pelas leituras com pertinência em matéria de Animação. Não há teoria sem prática, tal como, não há prática sem teoria. Os meus escritos são o reflexo das práticas experenciadas e mediadas pelo local/global. Este balizamento deve ser um dos pilares da acção do Animador.
A materialização pela escrita dos saberes poderá ser um fórum de discussão de ideias, conceitos e práticas, talvez, e mais importante, um tempo conquistado pela auto-aprendizagem permanente. Os meus escritos no blogue e em outros suportes de divulgação, nomeadamente, revistas, actas de congressos e outras obras colectivas, consolida os esforços realizados no trilhar de outros caminhos para a Animação Sociocultural em Portugal, em especial, no território insular. Não me assumo como profeta da Animação ou dos Animadores, mas, reconheço-me, como membro efectivo de uma nova geração de Animadores Socioculturais.
É hora de participarmos na produção e difusão do conhecimento em matéria de Animação Sociocultural. As práticas profissionais são um bom exemplo para esse desígnio. O saber não é propriedade de uma elite pseudo-intelectual refugiada no mundo académico e científico. Os Animadores que estão no terreno são parceiros na produção intelectual; este acto de criação não é previlégio de uma minoria iluminada, ele tem de ser um compromisso aberto ao envolvimento de todos.
Infelizmente, os organizadores dos congressos científicos continuam a privilegiar a elite intelectual estrangeira, em detrimento, de um novo pensamento e visão dos campos de intervenção da Animação Sociocultural no século XXI, que emerge no território nacional.
Portugal, é um país com história no campo da Animação Sociocultural. Hoje, há vários estudos científicos realizados por investigadores portugueses sobre a Animação e os Animadores, resultado de teses de mestrado que, do ponto de vista académico e científico são excelentes obras literárias, e talvez, superem muita da literatura científica importada do país vizinho. As organizações associativas de Animadores não podem recuar, perante, a responsabilidade de fomentar e apoiar, ou até mesmo, assumirem o papel de editoras.
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