Acredito que a diversidade protagonizada pelas diferentes estruturas associativas de Animação, independentemente, do seu âmbito geográfico traz valor acrescentado à Animação Sociocultural e aos seus protagonistas. A minha curtíssima experiência de Animador Sociocultural e o meu bom senso têm contribuído para a reflexão pessoal sobre matérias que o tempo se encarregou de lançar para o debate colectivo. Não vou escrever sobre o Estatuto do Animador, esse é um dossier há muito discutido, especialmente nos fóruns de Animação.
Veja-se, a abrangência que as questões da Animação Sociocultural tem conquistado na produção bibliográfica, na blogosfera e em congressos sobre a Animação, graças, ao empenho dos Animadores e dos académicos, profusamente envolvidos activamente em organismos associativos nacionais e internacionais. É preciso continuarmos a democratização dos lugares do conhecimento e das áreas geográficas onde se discutem a Animação Sociocultural. A produção de matéria sobre a Animação Sociocultural não é propriedade de alguns, académicos ou Animadores. Ambos são peças chave para que haja um profícuo e contínuo debate sobre a Animação e as práticas profissionais dos Animadores.
Acredito nas estruturas associativas nacionais, internacionais e iberoamericana como espaços não formais de dinamização das problemáticas da Animação Sociocultural, de intercâmbios de saberes, de aprendizagens geradoras de novos conhecimentos e de experimentação. Somos um país europeu periférico, vamos resignar-nos? Não, no que diz respeito à Animação Sociocultural defendo que os Animadores Socioculturais lusitanos devem assumir-se como parceiros das redes internacionais e iberoamericanas de Animação. Partamos à descoberta, visto que já conhecemos o que o país tem para oferecer aos Animadores. Nada de receios face à aquisição de novos conhecimentos no âmbito da Animação.
Deixei de acreditar em discursos repetidamente vazios de sentido. Os portugueses padecem de um mal social há muito diagnosticado… falam muito sobre matérias que exigem ponderação, reflexão e uma tomada de posição concertada. Todos são especialistas em qualquer matéria, emitem opinião sobre qualquer tema. Indignam-se com quase tudo e querem estar em todos os palcos. Vivemos tempos de profunda crise social e económica. Hoje há outras prioridades para os colectivos, nomeadamente, a manutenção do emprego, o que não invalida a continuação da reflexão sobre as práticas profissionais. Esta última matéria contínua na minha agenda, pois entendo que devo contribuir para a democratização do debate e para uma possível produção de conhecimento.
Contínuo a defender que cada Animador Sociocultural tem um contributo a dar para o enobrecimento da profissão e não deixar tudo ao cuidado dos académicos.
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